Sono dos justos
Tu te lembras AMBER?
Meu dia de trabalho havia sido terrivelmente cansativo. Duas reuniões de negócios sem qualquer proveito.
Um almoço engolido às pressas, muitas xícaras de café, telefonemas sem fim e um expediente estendido até não poder mais.
Durante o trajeto de volta para casa imaginei um momento de amor...
Decepção... luzes apagadas, silêncio. Uma sensação de solidão e abandono tomou conta de mim.
Pensei em acordá-la, porém ao entrar no quarto e ver-te dormindo mudei de idéia. Devias estar tão ou mais cansada que eu. Reconheço que tua luta também é árdua.
Acendo a luz do abajur por ser mais suave, talvez não incomodasse tanto.
Sentei-me na cama. Sem desamarrar os sapatos foram tirados e empurrados para debaixo da cama, as meias jogadas no canto. Calças e camisa o mesmo destino. Paletó e gravata já haviam ficado pelo caminho.
Cansaço, desânimo, frustração...
Um banho quente e uma noite de sono, minha opção.
Refrescado pelo banho e ainda nu sentei-me na cama.
Recostado à cabeceira passei a observar-te com cuidado.
Dormias serenamente.
Teu peito movimentava-se levemente ao ritmo de sua respiração.
Estavas tão linda! Na serenidade do sono tornava-te mais bela. Um anjo!
A beleza de teus seios encobertos pelo lençol de seda. Duros, roliços, totalmente desejáveis.
Minha vontade foi de abocanhá-los, mas como fazê-lo sem acordar-te?
Desejo-te tanto que nem os anos diminuíram este ímpeto. Porém, o respeito pela pessoa e a ciência de teu esforço no trabalho, me demoveram deste intento.
Optei apenas por admirar tua beleza, a sensualidade de teu corpo, tuas curvas perfeitas.
Instintivamente, sem pensar no meu ato passei a me bolinar... inevitável... a excitação tomou conta de mim. Momentaneamente retornei à juventude. Um menino brincando com seu sexo.
Instinto, puro instinto. Tornei-me animal. Ignorando tudo deixei que o desejo me levasse.
Devo ter feito barulho. Absorto em meu ato de libido juvenil, não notei que a acordara. Não sei por quanto tempo me observou, apenas notei quando tua mão segurou a minha e sem perder o ritmo tomou e dominou meu sexo.
Era tudo o que desejava.
Puxei o lençol e a descobri. Não havia percebido antes, estavas nua. Teus seios duros agora intumescidos eram um desafio a minhas carícias. Tentei tocar-te, mas não me permitiu.
- "Não, não faças nada, fique quieto, deixe-me amá-lo". O tom de sua voz suave e firme me fez relaxar.
Recostado como estava fui escorregando e deitei-me de costas no lençol frio e aconchegante. Meu sexo apontando para o céu, um convite para tua boca.
Entregue a teus deleites mais uma vez ouvi tua voz...
- "hoje quem manda sou eu".
Não era algo novo entre nós, mas era um gesto que sempre me deixava alucinado.
Durante algum tempo tua boca me serviu de agasalho. Tua língua brincou. Tua boca sugou, Teus dentes mordiscaram. Te deliciastes com minha carne.
O desejo crescente foi me dominando e me preparava para explodir entre teus lábios. Repentinamente largou-me. Num movimento rápido pulou sobre meu corpo. Sem que eu a penetrasse, como uma gata no cio, esfregastes teu corpo no meu. Foi assim que buscastes tua excitação. Tentei tocar em teus seios, mas o estalar de um tapa em minha mão foi o argumento convincente.
Louca de desejo gemias, remexias, rebolavas.
Num movimento rápido e certeiro enfiou-me por completo dentro de teu corpo.
Foi a conta, um misto de espasmos, contrações e sensações me dominou. O clímax de nosso momento. O orgasmo.
Tuas contrações internas me davam um prazer indescritível. Teu rebolado me trazia conforto e deleite.
A mulher recatada, a professora, altamente qualificada se tornara uma fêmea perfeita.
O homem, o executivo, o profissional, tornaras-me um menino dominado.
Jogados lado a lado, fomos tomados pelo cansaço... a noite já não era uma criança, nós já não éramos crianças, muito menos empresária ou executivo... éramos amantes, ...cúmplices, ...felizes, ...Entregues ao sono dos justos.
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