MADRUGADA QUENTE
Era uma madrugada como destas que se fazem sentir agora - um calor intenso, ar abafado, quase irrespirável - e eu acabei por me deitar sem esperar por ele. Estava em vésperas de exame e tinha preferido ficar em casa naquele Sábado, como fazia sempre que estava em épocas de exame.
Daniel lá tinha ido trabalhar para o bar. Andava esgotado, eu bem o notava nas linhas do seu rosto, nas olheiras evidenciava, as noites mal dormidas e o tempo dividido entre trabalho e estudo, também ele em épocas de exames. Principalmente ao pensar que estava a tão pouco do final.
Deitei-me em cima da cama, com o lençol e o edredom puxado para baixo. No corpo, apenas uns boxers curtinhos e justos, como costumava andar pela casa e nada mais, deixando os seios soltos, em contacto com o lençol debaixo do meu corpo.
Naquele apartamento quase não corria aragem e tinha preferido deixar a janela aberta. O Daniel não gostava de ar condicionado.
Os barulhos da noite entravam pela janela, mesmo muito ao longe. O quarto, virado para a rua principal, não era tão sossegado quanto a sala, cuja janela dava para o vizinho curioso que se sentava a ver a televisão junto da sua janela, espichando os olhos para o meu apartamento na tentativa de me ver perambular em trajes menores ou até mesmo nua.
O meu quarto recebia diretamente as vozes dos amantes da noite e dos caminhares apressados do dia, sem qualquer filtro que afastasse os sons típicos de cidade.
Mas naquela noite, quase três da manhã, o único som que me entrava pela janela era um miado baixinho e o barulho de alguns carros que iam passando lá mais em baixo, na estrada. O miado talvez partisse do Pilas, o gato da vizinha do meu prédio, o já falecido Pilas, o sedutor da área. Ou de alguma gata que o procurava por ali.
Na minha cama, eu. Não uma gata, mas uma leoa à espera da chegada do seu leão. Não sem antes dormitar um pouco.
Pretendia passar apenas pelos cochilos tranqüilos, reconfortantes, e acabei por adormecer profundamente, entrando naquela letargia do sono, impossível de definir se o que se vive é realidade ou apenas sonho. A última coisa que me lembro de sentir foi uma gota de suor que escorregou pelo meio dos meus seios, interrompendo o seu caminho na ponta do meu mamilo, num beijo pausado, caindo depois sobre o meu braço estendido na cama. Senti um arrepio de prazer e enquanto a minha mente embrenhava no sono, o meu pensamento ficou preso na lembrança de que eu e Daniel não fazíamos amor há três dias. A tensão por causa dos exames, o stress de um curso que estava prestes a chegar ao fim, a proximidade de uma decisão sobre o futuro profissional, o trabalho, eram os fatores que nos faziam chegar à noite e atirar para cima da cama, esgotados, adormecendo nos braços um do outros, entre beijos e carinho.
Mas eu sentia já a falta do sexo, e sabia que ele também. Por isso, tentara agüentar acordada naquela noite à sua espera, mas o meu corpo pedia cama e eu o obedeci.
Acordei com o som da água a correr na ducha. Sorri.
Daniel tinha chegado e estava tomando a sua ducha habitual, antes de se deitar. Senti vontade de me juntar a ele, e se bem o pensei, melhor o fiz.
Saltei da cama, despi os boxers e entrei no banheiro, sem que ele desse conta. Até que puxei a cortina da banheira e ele me viu ali, nua, pronta para me juntar a ele. A surpresa nas suas feições foi algo que passou de forma fugaz, dando lugar a um sorriso intenso que terminou numa gargalhada. Entrei na banheira e abracei-o.
- Me dá um banho, amor? Estou tão suada
- Claro que sim amor. Vou deixar você gostosa, limpa e cheirosa.
Claro que o banho se transformou em mais que uma simples ducha. Ensaboamo-nos, entre beijos, deslizamos a esponja pelos nossos corpos, deixando um rastro de espuma do gel e de calor do desejo. Os bicos dos meus seios e o seu membro eram os pólos de denúncia da volúpia que sentíamos, deixando que fosse o desejo o comandante supremo dos nossos gestos, no deslizar de dedos que penetravam em recantos, na pretensão de lavar a pele, mas acabando por marcar a carne com o fogo da paixão.
Amamo-nos debaixo da água que corria sobre os nossos corpos, comigo no seu colo, abraçando-o pela cintura, as suas mãos agarrando-me pela minha bunda, enterrando os dedos nas minhas nádegas ao empurrar-me de encontro ao seu membro, para me penetrar mais profundamente naquele vaivém alucinante. Chegamos a um orgasmo assim de uma vez, perdendo o fôlego, as palavras, e as forças, escorregando pela parede até nos ajoelharmos na banheira, abraçados e trocando beijos lentos e meigos.
Passamos de novo a água pelos nossos corpos, limpamo-nos e fomos para a cama, depois de passar pela cozinha e degustar uma pequena ceia.
Não demorou muito para nos envolvermos de novo, dando vazão à saudade que os nossos corpos sentiam de se possuir. Deitei-me entre as suas pernas e, agarrando no seu membro excitado baixei o rosto até lhe tocar com os meus lábios. Deliciei-me na pele macia, uma mão repousada na base, acariciando a carne que se me oferecia, a outra subindo e descendo suavemente em toda a sua extensão, enquanto os lábios e a língua iam deixando rastos de saliva, ao som dos gemidos de Daniel. Soergueu-se um pouco e, esticando um braço, tocou-me num seio. Senti a carícia e quis mais, o que me fez levantar e rodar o corpo, de forma a rodear a sua cabeça com as minhas coxas. Em silêncio, pedia-lhe que me fizesse sua assim. E logo senti a sua boca tocar e beijar os lábios quentes que se estendiam para ele, ainda escondendo um clitóris excitado.
Entregamo-nos sem tempo nem espaço a uma paixão que sempre nos dominou, ao desejo que sempre nos deixava aniquilados nos braços um do outro. Pelo tempo prolongado sem sexo tivemos, simultaneamente, um orgasmo intenso, abrangente, total, um na boca do outro. Bebi todo seu esperma quente, abundante e limpei seu membro que já amolecia satisfeito, enquanto ele se deliciava no que mais gostava de fazer, beber meu mel, chupando e lambendo minhas virilhas, minhas coxas não deixando restar nenhuma gota do liquido do meu prazer.
Exauridos pelo cansaço dos dias de trabalho constante, intercalados com os estudos feitos com afinco, caímos de lado e adormecemos imediatamente.
Acordei de maneira deliciosa com os beijos de Daniel em meu rosto, porém fingi que ainda dormia, e fui vendo e sentindo seus beijos e sua língua percorrendo meu pescoço, meus seios, demorou-se em meus mamilos agora já duríssimos mostrando a ele minha ânsia de novamente ser invadida, possuída por ele em sua plenitude.
Não agüentando mais comecei a participar daquele jogo sexual, iniciei também um passeio com meus lábios e minha língua pelo seu corpo, bem definido, era amorenado, porém um pouco branco pelos dias de trabalhos e estudos sem poder expor-se ao sol.
Gostoso, delicioso, nos enrolamos, nos esfregamos, trocamos beijos altamente eróticos, que faziam como que faíscas percorrerem nossas espinhas pelo desejo incontrolável.
Deitei-me de costas, escancarei minhas coxas, grossas e roliças que ele tanto desejava e elogiava sempre, e ofereci meu sexo aberto como uma flor à espera do beija-flor que venha sugar-lhe o néctar, e ele veio em forma de um pênis lindo, como eu admirava e desejava aquele falo grande, grosso, sempre se apresentando rijo, intumescido para os nossos atos de amor.
Daniel colocou seu pênis na fenda de minha vagina molhada e começou a pincelá-la, encostou sua glande em meu clitóris e começou a masturbar-se ali, e dessa forma masturbava-me também, quando começamos a gemer mais alto como se fôramos gozar novamente, ele parou com aquele movimento e pediu que eu colocasse sua glande na entrada de minha vagina, ele sempre se deliciava quando eu fazia isso, e ia colocando aquela cabeça quente e grossa e depois penetrando lentamente, milímetro por milímetro, sentindo minhas entranhas e fazendo que eu sentisse aquele órgão rígido, aquele feixe de nervos, pulsante, até que me penetrou totalmente, preenchendo-me o âmago de meu sexo. Agora deixamos nossos corpos falarem a língua do sexo, subindo e descendo, rebolando de um lado para o outro numa dança sensual.
O cheiro de sexo, dos nossos sexos cheios do mais puro tesão, enchia o ar do nosso quarto, o que nos proporcionava um estado de êxtase, nossos corpos que se esfregavam e se comprimiam, escorregavam pela abundância de nosso suor.
Nossas bocas coladas cheias de nossas línguas nos faziam trocar salivas, hálitos, respirações e nos inundavam de mais amor e cumplicidade. Suas mãos que percorriam com maestria meu corpo chegaram em minhas nádegas, as abrindo, e um de seus dedos invadiu meu anus me causando como que um choque erótico, as coxas de Daniel batiam em minhas nádegas e minhas coxas fazendo aquele barulho como que tapas, o som...Ah o som do pênis de Daniel que invadia minha vagina molhadissima, encharcada do suco que meu extremo desejo produzia, depois quase saia para invadi-la novamente nossos gemidos, nossas respirações ofegantes, era o gozo, o prazer máximo que só o sexo pode proporcionar, estava vindo.
Palavras sem nexo, palavrões pronunciados no ápice do desejo, também anunciam a chegada de nosso gozo...Veio...Chegou...Daniel inundou-me o interior com sua porra enquanto que eu lubrificava ainda mais seu pinto com o suco de meu orgasmo.
Daniel caiu de lado, dormimos o sono dos justos, amanhã com certeza despertaríamos para mais um dia de luta.
Lady_godiva@ibest.com.br
Foi uma madrugada intensa. Abrasiva.