Quero lembrar aos leitores que esse é a continuação de Mara! (um texto que foi encomendado por um amigo escritor, retratando uma das fantasias dele, como este também).
Aos que não gostam de sadomasoquismo, peço que leiam somente até o ponto em que o texto está separado por uma linha de pontos. Desde já obrigada.
MARA II
Mais uma dolorosa noite de sexta-feira. Novamente Mara sozinha, na solidão de seu apartamento vazio, enquanto sentia a vida pulsando lá fora. Ela se sentia cansada, muito cansada, tinha tido a carga normal de trabalho durante a semana, mas as sextas-feiras, dia em que todos relaxavam, faziam seus planos para os finais de semana, Mara se sentia ainda mais como um fantasma. Seus amigos mais chegados eram casados, tinham suas famílias, e geralmente seus planos eram relativos a isso, e mesmo com os solteiros, Mara sempre se sentiu deslocada. Tentara acompanhar diversas vezes aos diversos grupos em todos os tipos de programas, mas nunca se sentia parte integrante de nada ou era tratada como visita, ou como um fantasma. Enfim desistiu de tentar, e parece que ninguém se incomodou com isso, pois nem sequer a convidavam mais.
Pensando em sua vida, percebeu que essa sempre foi uma constante, e qual seria o motivo? Ela não entendia, por mais que se esforçasse. E nessa noite, ela sentia seu sangue pulsando, queria sair, tinha sede de viver. Mas sair para onde? Ir sozinha ao cinema, como tantas vezes fora, era frustrante demais enfrentar filas de amigos animados, ou casais apaixonados (ou pelo menos com muito tesão) era-lhe muito doloroso. Sem mencionar que sempre se sentava ao seu lado um casal no cio!
Ficar vagando pelos shoppings, ela já tinha desistido há muito tempo... teatros, restaurantes, enfim, em qualquer lugar que fosse, só aumentava ainda mais sua solidão.
Ela então lembrou-se dos dois rapazes com quem tinha passado aquela tarde inesquecível, de medo, suor e sexo, mas não teria mais coragem de voltar lá, por mais que quisesse, por mais que seu corpo ansiasse...
Mas ela precisava sair urgentemente daquele apartamento vazio, ou seria novamente engolida pelo buraco negro da depressão. Dando um profundo suspiro, levantou-se e abriu a porta de seu guarda-roupa, olhando as peças tão arrumadas, vazias e solitárias, como ela mesma. Pensou em usar um provocante vestido vermelho, que comprara em um rompante de ironia contra uma vendedora, mas que quando usou, comprovou que a vendedora dizia a verdade o vestido não combinava em nada com seu corpo, e ela mais parecia uma caricatura grotesca de uma prostituta de último estágio. Optou então por um vestido preto, básico, que combinava bem com ela, pois se disfarçava no meio da multidão como ela mesma.
Tomando então coragem, cumpriu sua rotina de vestir-se se arrumar, como fazia todos os dias para ir para o trabalho, como se tivesse um horário a cumprir, pegou as chaves do carro e saiu, apressada como sempre, em direção à garagem do prédio.
Mas naquele dia, parecia mesmo que a bruxa estava à solta: seu carro não queria pegar! O que estava acontecendo com seu mundo? Por que tanta tristeza, insatisfação, tudo sempre dando errado? Seu primeiro impulso foi apoiar a cabeça no volante e chorar, de impotência contra si mesma, de falta de coragem de cortar enfim seus pulsos e dar fim aquela vida vazia e sem sentido que tinha, mas sem nem saber porque, saiu do carro, da garagem, e foi andando a pé... talvez tentando procurar algo, algum sentido, um fato qualquer. Pensava que estivesse procurando ajuda para consertar seu carro, mas estava mesmo era tentando fugir de sua solidão. E acabou entrando num cinema que havia algumas quadras próximo de sua casa, simplesmente por não ter mais nada a fazer naquelas ruas vazias. E para piorar, já tinha visto esse filme, que era entediante, fraco, sem história.
Não, definitivamente, hoje teria sido o dia em que ela deveria ter cometido suicídio! E para não perder o costume, havia um casal ao seu lado, que chegaram logo depois dela, e sentaram-se tão entretidos com eles mesmos que como sempre nem perceberam sua presença. Mara já estava tão acostumada a se passar por invisível, que sabia que eles poderiam até transar ali mesmo que nem a notariam.
Mas enquanto ela ouvia os sussurros e gemidos baixos deles, e sentia o perfumado e inconfundível cheiro de sexo, lembrou-se novamente de Miguel e seu parceiro, afinal, seu corpo demorou vários dias para esquecê-los! Começou a sentir o sangue esquentar... os seus mamilos endureceram, e seu sexo começou a umedecer, pulsando, relembrando mais uma vez aquela tarde... ela fechou os olhos e foi se inclinando na poltrona devagar, levada por sua imaginação, se transportando àquele tapete mal cheiroso, ah! Se estivesse em sua casa, nesse minuto arrancaria suas próprias roupas, se deitaria sobre o carpete, e reviveria todos aqueles minutos novamente, mais duas, três, quatro vezes, até ficar extenuada e acabar adormecendo ali mesmo, acordando no outro dia se sentindo dolorida, estranha, sozinha, vazia, mas muito mais tranqüila.
De repente, sentiu uma mão em sua coxa, e abriu os olhos assustada. Viu que a mão pertencia à mulher ao seu lado, que se esfregava furiosamente em seu acompanhante, enquanto mansamente alisava sua perna. Mulher? Mara nunca havia pensado na possibilidade de uma mulher fazer aquilo com ela... seria um travesti? Mas enfim, que mal poderia acontecer? Ela estava quieta no canto dela, e um carinho é sempre bom... ainda mais para quem nunca tinha... mas vai saber? Melhor era se levantar e sair logo dali, antes que algo desagradável acontecesse.
Mas a mulher subiu sua mão ainda mais, e tocou em seu seio... aí Mara sentiu um verdadeiro choque elétrico passar por seu corpo! A mulher então virou-se para ela, enquanto o parceiro dela se levantava e sentava do seu outro lado... Mara teve que se controlar muito quando aquele estranho, cheirando a sexo, passou bem em frente de seu rosto... sua boca inconscientemente o queria...
Então ambos começaram a acariciar seu corpo, enquanto guiavam suas mãos para os seus... Mara novamente inclinou-se na poltrona, sentindo a firmeza do corpo do homem em uma das mãos, e a maciez do corpo da mulher na outra, enquanto as mãos de ambos passeavam por seus seios, barriga, coxas, sexo... a mulher colocou a mão por baixo de seu vestido, e foi subindo... o homem virou seu rosto e beijou sua boca... ela sentia-se num outro planeta, outra dimensão, não via nem ouvia mais nada, era só tato... todo seu corpo gritava de tesão, e sem nem mesmo perceber como, sentiu um orgasmo intenso quando a mão da mulher enfim a tocou por baixo da calcinha. O homem então murmurou em seu ouvido: Vamos sair daqui!
Como se estivessem combinados, ambos se levantaram, e tomando suas mãos, a fizeram levantar-se também. A mulher saiu na frente, ainda conduzindo-a pela mão, enquanto o homem as seguia rumo à saída do cinema.
Já na rua, puderam-se enfim se olhar. O homem era maduro, grisalho, e a mulher, bem cuidada, mas também não jovem. Sorrindo, a mulher se apresentou como Alice, e o homem, Jones. Mara balbuciou seu nome, e Alice então lhe pediu que viesse com eles ao seu apartamento, que a trariam de volta, e não se preocupasse, porque iriam apenas se divertir um pouco. Mara concordou, e Jones foi buscar o carro, vindo logo depois, e ambas entraram, mas Alice fez questão de sentar-se também no banco de trás pra ir esquentando o clima, querida... sabe como os homens são fraquinhos, disse dando uma risadinha.
O carro seguiu em frente, e Alice também... começou beijando a boca de Mara, que meio entorpecida, se deixava conduzir... as mãos de Alice eram bem treinadas, passeavam por lugares que deixavam o corpo de Mara arrepiado o tempo todo... nuca, cintura, virilha, coxas... parecia multiplicar-se, crescer, e Mara com os olhos fechados, apenas queria mais, muito mais... sabia que Jones deveria estar observando-as pelo retrovisor, e isso a excitava ainda mais... ela queria fazer o mesmo que Alice, mas nem sabia como ou o que fazer, então apenas se entregava, gemendo baixinho, e sentindo seu corpo gritar de desejo. Enfim, Alice tirou sua calcinha, enquanto a beijava na boca, pescoço, e alisava seu corpo, e mostrou que sabia usar seus dedos muito, muito bem! Tremendo, Mara sentia o orgasmo novamente se aproximando, aqueles dedos adestrados, movendo-se deliciosamente dentro e fora dela, deixando-a cada vez mais molhada, sedenta, voraz... mas então Alice parou de repente, sentou-se comportada no banco, e Mara então viu que estavam entrando numa garagem, e fez o mesmo.
Desceram do carro, tomaram o elevador, e Mara, sem saber o que dizer, nada dizia, assim como eles, que pareciam totalmente indiferentes a tudo, alheios, comuns, como se fossem estranhos apenas dividindo um elevador.
Mas quando enfim chegaram ao apartamento, Jones abraçou Mara por trás, esfregando seu corpo nela, dizendo tudo o que iria fazer com ela, e Mara sentiu-se amolecer inteira... Alice não estava mais a vista, tinha ido para outro cômodo, certamente ficar mais a vontade, e Jones começou a tirar seu vestido, enquanto ela o procurava com as mãos ansiosa...
Alice apareceu então, totalmente nua, recriminando Jones por tratar tão mal a nossa convidada, enquanto estendia um copo para Mara. Sem nem pensar, Mara emborcou a bebida, e sentiu o líquido queimando sua garganta ressequida, espalhando-se por seu estômago vazio, acelerando ainda mais seu sangue. Foi quando percebeu que estava vestida apenas de sutiã a calcinha tinha ficado provavelmente no assoalho do carro, e o vestido estava aos seus pés. Rindo, ela tirou a peça, jogando-a ao chão também, e livrou-se de vez do vestido. Alice sorrindo a pegou pela mão, e a levou ao quarto do casal, onde uma cama enorme, macia, limpa e cheirosa os aguardava, e Mara sentiu-se arrepiar de tesão, antecipando toda a delícia que viria.
Alice sentou-se com ela, e enquanto a beijava novamente, ia deitando-a gentilmente e passeando as mãos por seu corpo... com os olhos fechados, Mara se entregava inteira, apenas sentindo o prazer. Alice então foi descendo por seu pescoço, e nos seios dela se demorou, lambendo seus mamilos, mordiscando, chupando, enquanto suas mãos percorriam suas coxas, cintura, costas... e foi em direção a sua barriga, contornando seu umbigo, e quando enfim chegou ao seu sexo, Mara abriu os olhos e viu Jones também nu, assistindo a cena, sentado em uma poltrona estrategicamente colocada, acariciando seu membro duro... seus olhos exprimiam toda a excitação que sentia, e isso acendeu ainda mais os desejos de Mara...
A língua de Alice parecia falar um idioma próprio de desejos, contornando seus pontos fracos, dando-lhe um prazer inimaginável, e Mara abria-se cada vez mais, escrava de tanta delícia... e a língua, cada vez mais rápida, insinuava-se em seus contornos, penetrava-a como um dardo, e com uma chupada voraz em seu clitóris, Mara enfim atingiu um orgasmo que a fez sacudir o corpo todo...
Alice então deitou-se ao seu lado, observando-a, e esperando que ela fizesse o mesmo. Mara então começou como tinha aprendido com aquela nova professora, e beijando-a, sentia o cheiro do seu próprio sexo na boca dela, o que a excitava ainda mais... desceu para os seios dela, fazendo o mesmo que gostaria que lhe fizessem, e percebeu que não era difícil agradar a uma mulher... bastava fazer o que queria em si mesma! Isso lhe deu então coragem e audácia, e enfiou-se logo entre as pernas da mulher, que gemia e rebolava, muito excitada... Mara via o sexo da companheira como uma rosa de carne, cheia de pétalas delicadas, parecia uma fruta madura pronta a ser degustada... tão entretida estava, que chegou a se assustar quando sentiu algo entre suas nádegas... era Jones, untando-a com um gel perfumado, que lhe deu uma sensação de frescor, e ela começou a latejar imediatamente, sentindo aquela mistura de quente e frio, e a expectativa do que viria a seguir...
Jones então colocou a cabeça do membro teso e empurrou suavemente, e o membro dele foi sendo engolido inteiro, sem nenhuma resistência, enquanto Mara se sentia preencher inteira, se abrindo para acolhê-lo todo, e com um gemido de satisfação ele se viu inteiro nela... ele então retirou completamente, e de novo a penetrou, dessa vez com mais força, e o movimento dele a empurrou de volta ao sexo de Alice, que esperava, observando excitada a cena... Mara então retornou com gula, e aproveitando os movimentos de Jones, se enfiava cada vez mais em Alice, que gemia cada vez mais alto, então ela colocou os dedos para trabalhar também, no sexo e no ânus de Alice, enquanto Jones aumentava mais e mais em rapidez, força e desejo, segurando-a com força pela cintura, a puxando com força contra si mesmo... Mara era apenas sexo, lábios, língua, dedos, ânus, e então Alice gozou alucinadamente, gritando, xingando, estremecendo inteira...
Mara então deixou-a se recuperando, e com os mesmos dedos que estavam dentro de Alice, começou a se acariciar, enquanto rebolava e se esfregava furiosamente em Jones, falando palavrões nunca antes usados, e isso só a excitava mais e mais... Jones deu um grito rouco, e explodiu dentro dela todo o seu prazer, enquanto ela enfim também atingia o clímax...
Jones então se deitou ao seu lado, e assim os três dormiram, nus, exaustos e satisfeitos, Mara sentindo-se acolhida e amada, entre ambos.
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Com um suspiro, e uma espreguiçada de satisfação, Mara acordou sentindo um convidativo cheiro de café fresco, e ainda sonolenta, lembrou-se vagamente do sítio em que visitava a avó, quando criança, no período de férias... mas logo caiu em si, vendo-se nua numa cama estranha, de uma casa estranha, com um casal totalmente estranho... o que ela estava fazendo ali?
Sua timidez veio com força, e inconscientemente ela sentou-se na cama, abraçando as pernas, numa vã tentativa de se proteger de si mesma...mas ela se lembrou que não era mais uma criança, e resolveu agir como adulta. Levantou-se, foi até o banheiro do quarto, e após alguns minutos, sentindo-se um pouco melhor, foi em busca de suas roupas na sala. Mas nada encontrou por lá. Dirigiu-se então ao que imaginava ser a cozinha, devido ao cheiro do café, e lá encontrou o casal sentado, lendo jornais, enquanto fumavam calmamente. Vendo que ambos usavam roupões, ficou constrangida com sua nudez, mas Alice, com um sorriso falso, lhe disse bom dia e convidou-a para se sentar e tomar um café. Ela então perguntou de suas roupas, e Alice lhe disse que estava tudo bem, que ela ficasse calma e a vontade.
Jones apenas levantou os olhos meio desconfiado quando ela entrou na cozinha, e nada mais disse nem fez, continuando a ler seu jornal. Mara sentou-se, serviu-se de um pouco de café e ficou ali, sem saber o que fazer, dizer, ou como agir, enquanto bebericava o café quente e forte. Ela estava com uma fome de leão, mas não se atrevia a abrir a boca.
Dobrando seu jornal calmamente, Alice se levantou, seguida pelos olhos atentos de Jones, que automaticamente fez o mesmo.
Alice então olhou para Mara, e ordenou que ela se levantasse. Sem entender o motivo daquilo, ela levantou-se desconfiada, e Jones então deu-lhe uma sonora palmada na nádega, enquanto dizia que ela era muito malcriada. A surpresa foi maior do que qualquer outra coisa, superando mesmo a sensação de ardência que ela sentiu. Alice então mandou-a tirar a mesa e lavar a louça, e antes que Mara conseguisse abrir a boca, novo tapa lhe chegava, agora ainda mais forte, que fez seus olhos se encherem de lágrimas, enquanto ela se afastava acariciando a nádega dolorida... mas Alice a empurrou com força em direção a mesa, fazendo com que ela se desequilibrasse e sacudisse tudo o que a mesa continha. Chamando-a de inútil, Alice arrastou-a pelo braço em direção ao corredor, e Mara meio anestesiada apenas se deixava levar, temendo a proximidade com Jones, e foi empurrada para um quarto escuro, bem diferente do que havia passado a noite, e a porta foi fechada atrás dela. Quando seus olhos se acostumaram, pôde ver uma fraca iluminação vinda de uma luz vermelha, e então viu onde estava. Parecia um quarto de tortura, cheio de correntes, argolas, cadeiras, algumas bem estranhas, e novamente se viu pensando o que estava fazendo ali. Sua curiosidade com todos aqueles objetos era grande, mas maior ainda era a vontade de sair o mais rápido dali, mas olhando a porta, viu que estava em um quarto à prova de som. Seu estômago se contraiu com força, e uma sensação de pânico começou a tomar conta dela, mas antes que o desespero tomasse conta dela, respirou fundo e tentou clarear as idéias, imaginando o que seria mais prático fazer.
Começando a se sentir irada, afinal, o que eles pensavam que ela fosse? Mara começou a pensar que do mesmo modo como ficara cega ao entrar naquele quarto, qualquer um que abrisse a porta sentiria o mesmo, então bastaria puxar com força a porta, e sair o mais rápido daquele apartamento de malucos!
Mais calma depois dessa decisão, resolveu procurar entre os objetos algo que pudesse talvez utilizar para sua fuga. Deveria haver alguma roupa, nem que fosse de couro, para que ela não saísse como uma louca, correndo nua por corredores de um prédio desconhecido. Imaginar a cena a fez dar um sorriso maroto... então ela começou a ver a quantidade de consolos de todos os tipos e tamanhos, alguns instrumentos arrepiantes, outros que ela nem imaginava para o que serviriam... e enquanto olhava, tocava, começou a sentir uma certa excitação com tudo aquilo... se tudo aquilo lhe pertencesse, ou pelo menos os mais interessantes, seus finais de semana não seriam assim tão vazios... ela anotou mentalmente que quando voltasse para casa, iria passar num sex shopping para comprar alguns brinquedinhos diferentes... mas nada achou que pudesse ajudar a sair dali, então arrastou uma cadeira de ferro para o lado da porta, encostada na parede, pronta para saltar quando a porta enfim se abrisse.
Os minutos foram passando, e nada acontecia... mas ela era determinada, e ficou ali, como uma sentinela, sabendo que por não ter como precisar o tempo, minutos pareceriam horas, e deixava seu pensamento correr em torno do que tinha que fazer ainda naquele final de semana, fatos acontecidos durante os últimos dias, lembranças antigas... então sentou-se o mais confortável possível, apesar de já estar se sentindo dolorida de ficar naquela cadeira dura, e em breve as costas da cadeira já estavam também quentes, e nada... ela resolveu então esperar em pé, certa que seria ainda mais fácil a fuga, e afastou um pouco a cadeira, para continuar em posição. Apesar de acostumada à solidão constante, ela já estava irritada por nada poder fazer do que precisava ou queria, e suas pernas já estavam duras por ficarem tanto tempo imóveis. Determinada a estar o melhor possível para a hora certa, decidiu enfim acomodar-se numa cadeira acolchoada que havia no meio do quarto, e foi então que percebeu que aquela cadeira era como uma cadeira de tortura, com correias para os pulsos, pescoço e tornozelos, e arrepiada com aquilo, resolveu voltar para a porta. Foi então que percebeu um ruído abafado, e entendeu que a porta enfim seria aberta!
Mas antes que pudesse entender o que estava acontecendo, uma forte luz cegou-a, e sentiu-se presa pelos pulsos. Experientes, eles já imaginavam todas as reações possíveis, numa clara alusão de que ela não era a primeira pessoa a ter ficado naquele quarto...
Entraram com uma lanterna forte, dominaram-na sem problemas, e ela foi levada ainda sem conseguir enxergar direito para um canto onde haviam correntes, e atada rapidamente com correias de couro que pendia de algumas delas. Antes que pudesse sequer pensar o que estava acontecendo, seus braços foram içados rapidamente para cima, deixando-a quase nas pontas dos pés. Aqueles dois sabiam o que faziam, e como trabalhavam rápido!
Perguntaram então a ela se ia ser uma boa menina, ou precisariam convencê-la disso. Na situação em que estava, ela concordou com a primeira sugestão, ao que Alice respondeu com uma frase irônica, e dirigiu-se à mesa onde estavam os objetos, voltando com um consolo bem grande e cheio de estranhas protuberâncias. Ordenou que ela abrisse as pernas, e Mara pediu que abaixassem um pouco seus braços para poder fazê-lo, mas sentiu uma dor lancinante nas nádegas como resposta... Jones, com um chicote de tiras na mão, a olhava como que com raiva, e Mara então, se equilibrando como podia, abriu as pernas. Ana então começou a passar o objeto entre elas, e Mara sentiu o quanto estava molhada pela excitação de tudo o que estava acontecendo, tão rápido e inusitadamente. Fechou os olhos, sentindo o calor que se espalhava pelo seu ventre, abrindo ainda mais as pernas, mas o objeto se afastou quando nova chicotada lhe atingiu... com um grito de dor, Mara sacudiu-se, balançando as correntes, e novas chicotadas foram chegando, enquanto ambos mandavam que ela se calasse, mas a dor era intensa, bem como o medo, e Mara começou a se sentir longe de tudo aquilo, como se estivesse assistindo a um filme de nona categoria, e então as chicotadas pararam...
Suas nádegas ardiam tanto como se estivessem sendo queimadas com fogo líquido, ela transpirava de medo, dor e tesão, então sentiu algo sendo colocado em sua boca, e percebeu que estava sendo amordaçada. Era como uma bola que se prendia com uma correia atrás de sua cabeça, e Mara sentiu-se totalmente perdida... mas o objeto agora estava empurrando entre suas nádegas em brasa, e ela não sabia mais o que fazer, com medo daquele chicote cruel na mão de Jones... Alice então empurrou-o com força, e a mordaça abafou o grito que com certeza ela daria, sentindo aquelas protuberâncias lhe rasgando... lembrou da tarde com os dois rapazes, quando algo semelhante aconteceu, mas a dor que sentia agora era muito mais intensa, e antes que conseguisse se acostumar a ela, o objeto saiu como entrou, causando-lhe ainda mais dor... e novamente entrou rasgando-a, saiu de novo, e na quinta ou sexta vez Mara sentiu um orgasmo tão forte, que quase a fez desmaiar... zonza, não entendia o que estava lhe acontecendo... ela estava gostando!
Docilmente se deixou soltar das correias, e a levaram para a cadeira acolchoada, que agora estava sem fundo... deixou-se prender sem lutar, e seus pulsos e tornozelos foram atados, enquanto Mara, sentindo as nádegas e o ânus latejantes, esperava pulsando pelo que viria a seguir... Jones então se aproximou com uma grossa vela acesa, e Mara sentia o sangue acelerar, a respiração ficando cada vez mais rápida, enquanto ele calmamente chegava cada vez mais perto de seu corpo nu, amarrado, entregue e sedento de prazer...
Devagar, ele foi entornando a vela, e ela sentiu um pingo caindo sobre seu seio, e a dor se espalhando por todo ele... mas outros pingos caíam sobre o outro seio, barriga, ventre, e Mara se contorcia o quanto podia, de dor e prazer... sentiu então algo lhe penetrando, entre suas pernas abertas e amarradas... algo frio, duro, grosso como nunca poderia imaginar que coubesse dentro dela...
O objeto forçava, rodando, movido pela mão de Alice... Mara tentava relaxar o máximo possível, mas parecia que não iria mesmo caber... ela se sentia rasgando antes mesmo de ele entrar, pensou que fosse mesmo ser rasgada, e então, o objeto venceu, e começou sua investida, enquanto ela se sentia alargar, preencher como nunca imaginou possível, e então ela, estremecendo inteira, apertou com toda sua força aquele novo objeto, enquanto outro orgasmo lhe sacudia inteira, e uma satisfação completa saía de seu ventre, peito, em forma de um som abafado pela mordaça...
O que estava lhe acontecendo? Que loucura era aquela, que lhe dava orgasmos tão intensos, tão rapidamente? Mara já tinha lido várias histórias de condenados que chegavam ao orgasmo durante torturas e execuções, mas não imaginava que o sexo se aproximava tanto da morte, quanto da vida...
Foi quando viu Jones penetrando Alice furiosamente, ambos gritando obscenidades alucinados, enquanto ela assistia ainda resfolegando, com o corpo inteiro pulsando de dor e tesão saciado...
Após terminarem, ambos se recompuseram, parecendo frios e controlados como sempre, e se dirigiram a ela, livrando suas mãos das correias. Alice então pediu que ela os acompanhasse, e saiu deixando a porta aberta, sempre seguida por Jones.
Mara então sentou-se, retirando a mordaça, e enquanto desamarrava as correias dos tornozelos, chorou...
Chorou por ter sido tão humilhada, chorou pela dor que seu corpo inteiro sentia, e chorou, principalmente, porque já havia acabado, e ela queria muito mais...