Eu tinha saído de uma reunião e estava meio perdido, pois precisava me encontrar com uma equipe de produção de vídeos antes das 18 horas e já eram 17h30, sentia que não conseguiria chegar a tempo no local, que ficava a quase dez quadras de onde eu agora estava.
Procurei localizar o número de algum dos integrantes do grupo para avisar da minha demora, mas não encontrava nada no celular. Como a agência em que eu trabalhava ficava no meio do caminho, decidi dar uma parada lá e tentar fazer contato com a equipe. Foi quando tudo desandou de uma vez.
Sem sequer esperar o elevador, subi correndo os três lances de escada e me deparei com o escritório fechado. Remexi meus bolsos em busca de minhas chaves, mas depois lembrei que tinha deixado tudo no carro. Bati com força à porta, na esperança de que alguém estivesse ainda ali, mas foi em vão. Percebendo que tudo estava indo contrário à minha vontade, desisti e aceitei que iria levar uma bela duma bronca no dia seguinte.
Deixei-me arriar junto à parede, o envelope com documentos escorregando por entre meus dedos, enquanto a mão esquerda passeava por entre os meus cabelos já desalinhados. Nesse instante surge a figura do Moisés, ajudante do zelador do prédio e que já me vida sair da agência até bem depois da meia noite.
-- Algum problema, seu Antonio? perguntou ele, com seu jeito nordestino de falar.
Expliquei sem muitos detalhes o que me havia acontecido e ele me garantiu que todos haviam saído mais cedo e, naquele andar, só estávamos nós dois. Aí ele jogou a sua cartada:
-- Seu Antonio, o sr. não estaria a fim de uma patifaria hoje?
Arregalei os olhos, estranhando o convite que o Moisés me fazia.
-- Como assim, Moisés? Patifaria?
Ele baixou o olhar, mantendo um riso irônico nos lábios, e continuou:
-- Sabe, seu Antonio, eu tô aqui já faz uns três anos e sei de muita coisa que rola por aqui. E eu tô sabendo que o sr. gosta de uns lances diferentes...
-- Como assim? Não estou entendendo onde você quer chegar...
Ele deu uma risadinha tímida, olhou rapidamente para mim e em seguida baixou outra vez o olhar, antes de prosseguir:
-- Bom, eu já vi uns lances seus por aqui, sei que o sr. gosta de homens e eu queria ver se o sr. não toparia uma extra comigo...
-- Como, gostar de homens, Moisés?
Ele respondeu com firmeza:
-- Bom, eu sei do que rolou com o Zeca do quarto andar, e com o rapazinho da locadora do térreo. Isso sem contar as duas vezes que o sr. ficou trancado na agência com o moço daquele estúdio...
Simplesmente Moisés sabia de todos os casos que eu tivera naqueles anos de agência. Desde o Serginho, boy da locadora que fica no térreo, até o Alfredo, um da equipe que eu ficara de encontrar naquela tarde... E eu pensava que usando o escritório ia ser mais discreto...
Chegando mais próximo de mim, Moisés cochichou:
-- Não se preocupe, seu Antonio, que ninguém vai ficar sabendo... Na verdade, eu só sei porque tenho que ficar de plantão sempre que fica gente no prédio depois das seis... Mas, será que não dava pra rolar uma extra comigo? Eu tô num atraso...
Ele sabia de minhas preferências e podia me sacanear, se quisesse. Mas estava ali, quase implorando, para que eu o fizesse integrante do meu grupo... Parei um instante para refletir. Moisés não era exatamente um deus grego, como costumo ler no site de contos que costumo freqüentar. Parecia alguém que jamais chamaria a atenção no meio da multidão. Meio magro, sem músculos delineados à vista, parecia inclusive que nem teria uma rola que merecesse destaque. No entanto, estava ali diante de mim com uma cantada meio sem graça, talvez só mesmo porque, como ele mesmo dizia, estar num atraso... Possivelmente, nunca tenha comido um cuzinho na vida, e, pelo jeito, sequer uma xoxota...
Por outro lado, o meu dia estava quase perdido e, na manhã seguinte, ainda teria muito que me explicar. Além disso, eu só teria a companhia da minha TV em casa, quando chegasse, pois até o computador tinha levado farelo na noite passada, por causa de uma queda de energia. E ali, na minha frente, um programa inesperado... Poderia ser algo bom, no meio de tanta coisa ruim que me aconteceu hoje? Resolvi pagar pra ver...
-- E o que você propõe, então, Moisés?
Percebi que o rosto do moço se iluminou. Foi com um quase sorriso que ele se pôs a falar:
-- Sabe como é, né, seu Antonio... Se o sr. me ensinar, eu faço como os outros... Eu lhe ajudo e o sr. me ajuda a tirar meu atraso...
-- E como a gente faz? Onde?
-- Venha comigo. E então ele me pegou pela mão e me levou até a escadaria. Com a alegria de uma criança que acabara de ganhar um brinquedo novo ele me conduziu até o terraço, acima do quarto e último andar do prédio. Ali havia uma barraca de lona armada e, dentro dela, um colchonete e uma cama de campanha.
-- Pode ser aqui?
Olhei rapidamente em torno e vi que estava só um pouco melhor do que no escritório da agência, pois em vez de sofá havia uma cama e um colchonete. Ao fundo havia uma porta que imaginei ser de um banheiro. Larguei o envelope com meus documentos sobre uma mesinha próxima à porta e conferi: era realmente um banheiro, com um chuveiro, um pequeno box de porta corrediça, uma pia e um vaso sanitário. Balancei a cabeça, concordando.
-- Pode... Agora, o que você pensa em fazer?
Ele me olhou de um jeito esquisito, o rosto meio atravessado, com um brilho diferente nos olhos.
-- Não sei, sabe... A gente faz o que o sr. decidir...
Senti-me ainda mais idiota do que ele. Mas, de tanto pagar mico neste dia, resolvi que não iria me preocupar com isso. Disse-lhe que tirasse toda a sua roupa e, enquanto ele se despia, também eu ia me desfazendo da minha. Voltei ao banheiro e vi que havia ali sabonete novo e também xampu e condicionador. Se não houvesse vaselina, pelo menos aquilo ajudaria. Saí do banheiro e encarei Moisés já completamente nu. Como eu pensara, não era nenhuma exuberância. Mesmo o cacete, já a caminho da ereção, era de um tamanho que merecesse registro.
Mandei que sentasse na cama de campanha, sentando-me eu sobre o colchonete, bem à sua frente. Fiz que deitasse o tronco e abrisse as pernas; comecei a passar as mãos pelo lado interno de suas coxas, sentindo-o arrepiar-se com o meu gesto. Eu ia dos joelhos à virilha em movimentos ritmados, arrancando suspiros tímidos de meu novo parceiro, sentindo que sua rola ia dando sinais de vida, depois de passado o primeiro instante da novidade. Agora minha mão esquerda subia em direção ao seu tórax, deixando à direita a missão de despertar de vez o cacete em movimentos cadenciados. Enquanto meus dedos exploravam seu peito, o pênis foi beijado e em seguida engolido por minha boca quente, provocando novos arrepios de Moisés.
Entrando no clima da brincadeira, eu o chupava já com gosto, pois, mesmo não sendo nenhum monumento, aquele pau não era de se jogar fora e com certeza poderia nos proporcionar alguns instantes de grande prazer. Meus dedos brincavam com suas bolas e eu caprichava no boquete. Coloquei dois dedos na boca e em seguida um deles seguiu pelo caminho de sua bunda e, quando o introduzi no apertado ânus, Moisés gozou em fortes jatos que invadiram minha garganta e quase me sufocam, confirmando que ele, de fato, estava num atraso considerável...
Pensei que isso seria o suficiente para ele e já estava até meio frustrado por ter acabado tão cedo. Entretanto, o pau não amoleceu como eu pensara que ocorreria. Depois de algum tempo ele se levantou, apoiando os cotovelos sobre a cama, e eu lhe perguntei se havia acabado.
-- Só se o sr. quiser, seu Antonio. Mas, pode ser mais?
Não contive um sorriso irônico, pois era o que eu já temia que não fosse acontecer.
(O que rolou depois eu conto em outro relato, pois este já está muito longo...)