Binho

Um conto erótico de Lust Boy
Categoria: Homossexual
Contém 2508 palavras
Data: 23/10/2006 15:02:22
Assuntos: Gay, Homossexual

Cheguei exausto em casa, mais de pensar do que de andar. Não havia ninguém ai. Esquentei a comida e preparei um bom prato. Almocei largado no sofá da sala, tv ligada. Fiquei ali uma meia hora. Notei então uma ausência de ruídos na casa a frente. Levantei e ao levar o prato até a cozinha, notei um molho de chaves sobre a mesa. Embaixo dele havia um bilhete.

“Chaves da construção”.

Peguei minha mochila no sofá e subi pro meu quarto. Iria tomar um bom banho pra relaxar.

Banho tomado parei em frente ao espelho pra me ver. Tinha isso como hábito. Fiquei ali, murchando a barriga, analisando os músculos de meu braço. Empinei a bunda, fiz caretas. Aproveitei para apertar uma pequena espinha próxima a meu nariz no meio da escovação dos dentes. Corpo enxuto, toalha enrolada, fui pro meu quarto de encontro a um monte de shorts sobre minha cama. Abri a janela pro ar circular. Tinha uma vista bonita de lá. Um observatório de ruas, um horizonte de tijolos. Nem bem me deitei e a campainha disparou enlouquecida. Fui até a janela para espiar quem eraA velha viúva chegava diariamente às sete. O fusquinha branco com bancos de couro caramelo, que ela dirigia estava bem conservado. Usava roupas discretas e um tom azulado nos cabelos. Era sua voz, porem, sempre que entrava na obra dando ordem aos pedreiros, o que chamava a atenção para si. A construção parecia enorme, levando em conta o tamanho do terreno.

Eram quatro, os pedreiros ali. Com o passar dos dias, fui descobrindo seus nomes e diferenciando-os entre si. Demá, o chefe deles (que talvez se chamasse Valdemar), era um moreno queimado de sol. Aparentemente o mais velho, tinha pelos aloirados no peito largo e nos braços. Costumava andar pela construção com o botão de sua calça jeans desabotoado e um boné azul descorado, lhe cobria o rosto. Lucas, o que eu apelidara de “braço direito”, era bem clarinho. A cabeça raspada salientava as sobrancelhas bem desenhadas e os olhos negros.

Oto, que vim saber se chamar Everton, era um loirinho marombado que tinha uma grande índia tatuada nas costas. Costumava estar sempre com uma bermuda jeans rasgada nas pernas.

Havia ainda um quarto pedreiro. Talvez o mais simpático deles, era o que costumava me cumprimentar sempre que eu passava. Um moreninho muito bonito, malhado de trabalho e cujo nome eu ainda desconhecia. Era visivelmente o mais novoDesci as escadas, apressado, enquanto gritava um já vai.

- Oi – me falou ele assim que abri a porta.

- Oi – respondi.

Nossos olhos fizeram o mesmo percurso nesse momento. Eu pelo corpo dele e ele pelo meu. O silêncio imperou por instantes. Foi ele quem retomou, de modo meio “acaipirado”:

- Vim buscar as chaves que o Demá deixou com sua mãe. Pode pegá pra mim?

Demorei alguns segundos pra responder.

- Posso sim, só um minuto.

Caminhei casa adentro, em direção à cozinha, voltando minuto depois com o molho de chaves em mãos. Entreguei lhe, perguntando:

- Nada de serviço hoje?

- Hoje à tarde não – respondeu, enquanto descia o pequeno degrau que havia em frente de casa.

- Sossego hein! – sorri

- Ta afim – disse me apontando a construção com um pequeno gesto de cabeça - de ver como andam as coisas por lá?

Pensei por um instante. E concordei. Fechei a porta de casa e fomos em direção à futura casa, e ao que viria ser algo mais. Seu nome, agora eu sabia, era João.

- Pode me chamar de Binho – disse assim que colocamos nossos pés construção adentroEle colocou a bicicleta com a qual chegara até ali, para dentro, sobre um monte dessas pequenas pedras azuladas tão comuns em construções. E fechou o portão de madeira atrás de nós. Vendo meu espanto falou:

- É pra nossa segurança.

Enquanto caminhávamos, ele tirou a regata branca que realçava seus braços morenos e a prendeu no bolso de trás do jeans surrado.

Binho era realmente bonito. Uma beleza máscula e simples. Barriga “chapada” como costumavam dizer. Podia se notar ali, pequenos “gomos”, todos bem desenhados.

- É a capoeira. – disse ele, assim que notou meu olhar perdido.

Ele tinha um leve sorriso no rosto. Notando meu embaraço emendou:

- Pode andar por ai se quiser. Sinta se à vontade.

A obra ficaria parada naquela tarde, para que a massa que haviam passado nas paredes pudesse secar. Ele só voltara, me disse, na intenção de buscar o celular que havia esquecido. Eu que nunca havia conversado com ele antes, mas me sentia muito à vontade em sua presença. E estava certo do que estava prestes a acontecer. Era de minha vontade, não nego, e parece que ainda mais a deleEle ia me explicando cada um dos cômodos, conforme íamos nos adentrando na construção. Sala de estar, sala de visitas, cozinha, dispensa...

- Pra que uma viúva quer uma casa tão grande? – perguntei em voz alta.

Ele prontamente a respondeu:

- Parece que o filho dela e nora dela estão vindo morar na cidade.

- Ahhh – resmunguei.

Chegamos então ao pé da escada que nos levaria ao piso superior.

- E lá em cima – perguntei – o que vai ser?

- Sobe lá – falou – vou pegar meu celular e num instante já subo pra te explicar.

Concordei, e subi as escadas devagar.

No piso de cima podia se deduzir que os três grandes cômodos viriam a se tornar quartos. Havia ainda um banheiro de bom tamanho. O último cômodo, o maior deles, e que visivelmente seria o quarto do casal, tinha uma suíte, com direito a banheira e tudo. Havia também uma grande janela, que permitia ver todo o quintal e as ruas adjacentes da parte de trás. Era uma vista bonita.

E eu estava ali distraído com a vista quando ele retornou. Por instantes ouvi seus passos trazendo-o cada vez mais próximo. Um leve arrepio me percorreu o corpo. Eu estava excitado com a situação e o meu coração estava disparado.

- Bonita a vista daqui – falei sem me virar

- Eu também acho – disse colocando sua mão em minhas costas. Eu realmente acho

(...)

Senti sua respiração atrás de mim, estava acelerada. O calor que seu corpo emanava era intenso. Sua mão pequena e calejada pousou em minha cintura, e ele trouxe meu corpo pra junto do seu.

Seus lábios tocaram de leve minha nuca. Senti então, o volume que se formava sob sua calça roçar em mim. Estava duro.

- Você me deixa louco, sabia? – sussurrou em meu ouvindo antes de enfiar sua língua neleQuando nossos corpos já estavam suados, pensei em desistir. Desvencilhei-me dele.

- Pode chegar alguém – aleguei.

- Mas eu tranquei o portão – replicou ele com cara de espanto.

- Sim – continuei – mas minha casa está sozinha. Se minha mãe chegar vai estranhar que eu não esteja lá – disse já caminhando em direção a escada.

Pegando-me pela mão, pediu-me de forma carinhosa, enquanto abria o botão e descia o zíper de sua calça:

- Não me deixa assim não, por favor.

Usava uma cueca branca que parecia não dar conta de guardar o que ele trazia ali. E alguns pêlos escapavam por cima do elástico fino. Ainda segurando minha mão, ele me puxou pra mais perto e me fez apertar seu membro, que ele dizia doer de tão duro.

- Sente como ele está teso – falou – tudo isso por sua causa.

Rindo quando notou que minha excitação também era tamanha, começou então a dizer safadezas baixinho em meu ouvido. Fui aos poucos me entregando. Agarrou-me novamente e suas mãos voltaram para minhas costas. Permitiu-se agora percorrer com elas minha bunda. Por longos instantes, enquanto me beijava o pescoço, roçamos nossos membros.

- Na boca não - disse no momento que tentei lhe beijar. É íntimo demais.

Pensei então, que estávamos prestes a realizar coisas que, ao menos para mim, eram com certeza bem mais íntimas, mas não insisti. O beijo se restringiu então a todas as partes de meu corpo, menos a boca.

Meus velhos medos: do desconhecido, da reação de outras pessoas, da dor e agora também da proximidade de minha casa iam se esvaindo. Vi me transformar aos poucos em outra pessoa. Anseios e medos vieram a se misturar, e um calor se apossou de mim tornando meu desejo, algo incontrolável, animalesco. Senti-me promíscuo, devasso. E... gostei.

Assim que notou essa minha alteração, ele tirou seu membro pra fora da pequena cueca. Seu “pau” era bonito, um pouco torto pra direita, diria até que era perfumado. Diferente do meu e também do Rodrigo. Comecei acariciando-o e vagarosamente cai de joelhos. Aos poucos o sorvi.

Ele me acariciava os cabelos enquanto eu o chupava. Sua barriga mostrava a respiração acelerada. E eu não saberia dizer ao certo o que me proporcionava prazer ali, se a situação arriscada, se o prazer dele ou se todo o conjunto.

Quanta diferença existia entre um estudante e um peão de obra , no trato dispensado a mim.

Com suas mãos ainda segurando minha cabeça, ele passou a conduzir a felação. Vez ou outra soltava longo gemido. Fortes sucções na glande e longas lambidas no “corpo” enquanto minha mão se ocupava em lhe acariciar as “bolas”. Aos poucos percebi o que lhe dava mais prazer. Percebi também que o fato de meu “instrumento” ser semelhante e pertencermos a uma mesma “espécie” faria com que eu sempre soubesse o que fazer. Bastava seguir minhas próprias vontades. Abri minha bermuda e comecei a me masturbar. Molhei meus lábios e segurando seu membro pela base, acelerei o vai e vem.

Ele então me tirou da boca.

- Melhor irmos pra um outro cômodo – falou enquanto já subia as calças – vamos continuar lá.

Fiz cara de contrariado, de quem não estava entendendo.

- Se você continuar mais um pouco – concluiu – quem não vai agüentar aqui sou eu.

Descemos as escadas de mãos dadas, fazendo breves brincadeiras. Nos dirigimos para um cômodo nos fundos, onde ele estivera outrora. Chegamos aquilo que eu chamaria de depósito. Sacos de cimento sobrepostos dividiam o espaço com as típicas ferramentas de trabalho (pás, enxadas, martelos entre outras). Havia ainda algumas latas de tinta cobertas por um grande plástico preto.

Levou-me até uma pilha de tijolos logo a nossa frente. A esquerda estendido no chão havia um grande e grosso papelão, desses de caixa de geladeira, que eles usavam para um breve descanso após o “almoço”. Sentei me sobre os tijolos. Ele, calça aberta novamente, disse me enquanto balançava o membro semi-ereto:

- Deixa ele firmão de novo, deixa, pra que a gente possa continuar nossa brincadeira.

Retomei o boquete. Aquele cômodo era muito mais abafado, pelos materiais que se amontoavam ali e também pela ausência de uma janela grande como a do quarto de cima. Sua respiração voltou a se acelerar. Permaneci de olhos fechados, e com isso percebia ainda mais os sons ao meu redor. Seus gemidos, os leves piados de pássaros que aproveitavam os espaços entre as telhas para se aninhar. Mais distante, o som de carros que vez por outra cruzavam a rua.

Não sabia há quanto tempo estávamos ali. Meus medos e preocupações já haviam sido postos de lado e naquele instante só existiam duas pessoas: eu e ele. E era nisso que eu pensava. Em nós.

Um leve aguaceiro começou, aumentando o calor, e aguçando ainda mais os odores ao nosso redor. Ora um cheiro de terra molhada, ora um cheiro de cimento. Mas era o cheiro de suor e de sexo quem dominavaSenti-me nauseado por duas vezes, com ele me forçando a “engolir” mais do que conseguia.

Lá fora a chuva apertou. De pé nos desvencilhamos do resto de roupa que ainda nos cobriam.

- Fica ali – disse apontando o papelão – Fica de quatro pra mimSuas primeiras investidas me provocaram grande ardência e certo desconforto. Fiquei tenso.

- Relaxa – falou. Relaxa pra que eu consiga colocar.

Ele me surpreendia a cada instante. Vendo que eu não consegui relaxar o suficiente, separou minhas nádegas e se pôs me explorar com a boca. Minha excitação, naquele momento, chegou ao extremo. Senti todo meu corpo enformigar a cada mordida e a cada lambida que recebia. Arranhei e apertei o papelão embaixo de mim a cada gemido que soltava. E ele ficou assim por tempo suficiente para que eu relaxasse. Antes de uma nova investida, ele encheu a mão de saliva, e começou a me penetrar com os dedos. Um a princípio, logo eram dois depois três. Assim que me viu adaptado e lubrificado o suficiente, tentou novamente.

Aos poucos então ele se unia a mim. E o prazer deu lugar a dor novamente. Ameacei escapar e ele me segurou com força. Uma estranha vontade de evacuar surgiu. Comecei então a choramingar e pedir que ele tirasse.

- Fica calmo – falou – assim a dor passa e você pode aproveitar a coisa.

Após grande dificuldade, ele conseguiu me adentrar. Senti então suas coxas se encostarem as minhas e pacientemente ele esperou até que eu me acostumasse com seu “pau”.

Beijava minha nuca e me fazia breves carinhos. Minha dor foi, aos poucos, sendo substituída novamente pelo prazer. Uma comichão, uma leve dormência, começou a se formar no caminho entre meu saco e meu ânusO ritmo ia sendo acelerado aos poucos. E entre beijos, carinhos e gemidos ele desferiu alguns tapas em minha bunda, fazendo com que a ardência agora se espalhasse por tudo.

Enquanto um braço dele me enlaçava a cintura, com o outro procurou por meu membro e deu início a uma leve masturbação. Gemi. E meus gemidos foram aumentando à medida que nos encontrávamos numa mesma cadência, num mesmo ritmo. O suor de seu peito se misturava ao de minhas costas. Sentia seus pêlos me roçando. Sua língua vez por outra invadia minha orelha e eu ouvia ainda mais de perto seus gemidos. Mordi meus lábios e apertei mais forte o papelão.

- Eu não vou agüentar mais – falou a certa altura.

E acelerando os movimentos do quadril deu investidas cada vez mais rápidas. Todos meus sentidos então se uniram num só. Num único e profundo sentido chamado PRAZER. Gozamos juntosFicamos ali deitados, ele por cima de mim, por longos minutos. Seu membro foi aos poucos escapando de dentro de mim. Sentia-me mole, com uma certa sonolência e ao mesmo tempo leve e preenchido. Naquele momento, com aquele jovem pedreiro, deixei para trás toda a má impressão que tivera com o Rodrigo. E seria eternamente grato a ele. Dando me um beijo no rosto pôs se de pé.

- É melhor a gente aproveitar que a chuva passou pra sairmos.

ConcordeiSentia me dolorido, enquanto caminhava. Minha casa continuava vazia. Joguei o molho de chaves sobre a mesa e me dirigi novamente ao banheiro, para um novo banho. Fora ali pensei, naquela construção que eu havia realmente perdido minha virgindade. Toda ela. Meus medos foram substituídos por outros, que preferi deixar pra pensar num outro momento. A ardência aumentou com a água deslizando pelo meu corpo. Mas era uma ardência boa, gostosa.

Banho tomado joguei me na cama. Uma coisa estava certa pra mim, eu havia gostado e agora...

Agora eu queria mais. Dormi o resto da tarde.

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