Apaixonados

Um conto erótico de Gotti
Categoria: Heterossexual
Contém 1334 palavras
Data: 02/11/2006 15:36:58
Assuntos: Heterossexual

Ela, novamente, cruza as pernas. Percebe o meu drama e parece aguardar a minha audácia. Nunca esteve tão linda quanto agora. Os longos e cheios cabelos vermelhos, metodicamente desalinhados. O pescoço elegante enfeitado por fino colar de ouro branco. O decote dúbio, enganador: esconde e revela seios perfeitos. Por pura maldade, reclama que eu não presto atenção às suas palavras. Protesto, sem convicção. Decido não mais olhar para as suas coxas. Coxas firmes, roliças, reluzentes, perfumadas, perfeitas. Hipnóticas. Fixo, de propósito, o olhar em sua boca enquanto ela fala. Pergunta-me o que se passa comigo. Presta atenção - ela diz. Essa parte é importante. Há meia hora tenta me ensinar um procedimento novo da empresa onde trabalhamos. É importante - ela repete. Aceno com o queixo - que continue - não vou ouvir mesmo. E se eu a beijasse agora? A mão em sua nuca, suave, mas firmemente, trazendo-a em direção a minha angústia? Ela se entregaria, vencida e eu renasceria, saindo de vez do limbo onde me encontro desde que a vi pela primeira vez. Quanto tempo? Um mês? Dois? Treze? Duzentos e cinqüenta e sete? ...e de acordo com a alínea x, do inciso tal, do parágrafo aquele, da Lei Complementar de número comprido... E se ela gritar? Ou me esmurrar? Ou pior: rir de mim? Chamar-me de ridículo, tarado, feioso, babão, retardado, vira-bosta. Abrir a porta da pequena sala e chamar a segurança, apontando com o dedo duro para o pênis idem? A prova cabal do ato delituoso: assédio sexual, amor platônico, paixão não correspondida, amizade ultrajada. Ela me sacode o braço. Estaria eu ouvindo? Claro que não. Sim, sim, claro - respondo. Interessante. Quem diria, não? Uma norma tão fundamental e eu a ignorando esses anos todos. Acaso a mãozinha macia e delicada ainda não soltou o meu braço? Olho, surpreso para ela. Ela olha para a própria mão, ainda sobre meu braço, e também se surpreende. Em câmera lenta inicia a manobra evasiva. Sem hesitar, seguro sua mão, mantendo-a, categoricamente, na cena do crime. Olho, profundamente comovido, para os seus lindos olhos que reluzem algo ainda indefinido para mim. Sem perceber avanço, lentamente, em sua direção, levando comigo toda a incerteza e a esperança de um homem vencido.

Nossos lábios se tocam. Nossas línguas se confundem. Seu corpo quente e macio encaixa-se ao meu, inequivocamente. Sinto, como se meu fosse, o suave aroma que tantas vezes me roubou a razão. Ela geme e diz algo incompreensível. Eu suspiro e respondo, beijando seu pescoço apaixonadamente. Seus lindos seios, recém libertos, crescem em tamanho e beleza. Beijo seus mamilos, sentindo com a língua e os lábios seus relevos e texturas diferentes. Ela puxa meus cabelos, levando meu rosto à frente do seu e, destemida, busca divisar meus olhos. Sorri, satisfeita. Novo beijo apaixonado. Com inusitada habilidade livro-a de sua saia e termino de revelar toda a incrível perfeição de seu corpo. Seus largos quadris, seu abdômen liso, suas coxas roliças e firmes. A derradeira conquista não exige nenhum esforço e sim, fina preparação. Ajoelho-me aos seus pés – delicados e femininos – e beijo, ardorosamente, seu umbigo e suas coxas, suas coxas e seu umbigo, antes de, com a língua em fogo, buscar o desejado contato. Penetro-a com volúpia e sinto na boca o calor e o tempero de seu corpo enlouquecido. Ela serpenteia os quadris, gemendo e suspirando, enquanto ampara minha cabeça com as mãozinhas decididas. Seus pêlos, ralos e dourados, estão cuidadosamente aparados e o aroma saudável que exala de seu sexo é convite para nova degustação de seus sabores. Minha língua evolui gostosamente por seu íntimo e sinto na garganta os efeitos da minha perícia. Meu amor, meu amor. – balbucia, em transe. Pressentindo o gozo, ela interrompe os meus movimentos, puxando-me em direção a sua boca. Ela retira minha camisa, botão a botão, lentamente. Desnuda meu torso e suspira, orgulhosa e satisfeita, ao vislumbrar meu tórax musculoso. Passa suas mãos delicadamente por sobre meus mamilos causando-me um arrepio de prazer. Suas unhas arranham de leve minha musculatura abdominal e avançam em direção ao meu cinto. Tento ajudá-la, mas ela me impede e prossegue, obstinada, em sua busca. Seus hábeis dedinhos desabotoam minha calça comprida enquanto eu a enlaço pela cintura e busco novamente a sua boca. Sua mão pressiona meu pênis e, num gesto decidido, liberta-o de dentro da cueca. Ela me masturba com carinho e eu, agradecido, beijo seus seios intumescidos. Meu membro cresce ainda mais em sua mão. Aperto suas nádegas e lambo seu pescoço e sua orelha. Lentamente, ela se ajoelha a minha frente. Aperta, também, minhas nádegas e beija meu abdômen. Meu pênis está á altura de seu rosto. Ela me olha apaixonada e beija com os lábios quentes a minha glande. Outro beijo e mais outro. Ainda me olhando ela abocanha o já inchado e latejante pênis. Sentir os tão desejados lábios deslizando pelo meu membro me enlouquece de prazer. Seguro sua cabeça e acaricio seus cabelos avermelhados enquanto sinto sua língua quente sobre a pele fina e esticada de minha glande. Seus beijos quentes e molhados, generosos e apaixonados, arrancam de mim, confissões de amor, entre suspiros e gemidos. Com a mão direita, ela segura o membro rígido e o passa sensualmente sobre o bico inchado de seu seio direito. Olha para mim e sorri. Alucino de prazer e tesão. Repete a operação com o seio esquerdo, sempre me olhando. Quero, preciso, desesperadamente, penetrá-la. Eu quero entrar em você, minha linda. Minha voz sai rouca, chorosa. Ela balança negativamente a cabecinha e com os lábios fazendo bico, reforça a negativa: Ainda, não. Engole, novamente, meu pênis. Chupa-o com redobrado prazer. Resignado, fecho os olhos e entrego-me, de vez, ao incrível tesão que seus carinhos me provocam. Ela acelera o ritmo do movimento com a boca. Sinto a abundância de sua saliva e a dificuldade de sua respiração. Seguro, com ambas as mãos, o seu rostinho afogueado e procuro, desesperadamente, sincronizar os nossos movimentos, em busca do gozo tão desejado. Sinto que vou gozar. Meu pênis já liberta algumas gotas menos espessas de esperma em sua boca. Ela sente e, tempestivamente, paralisa seu carinho. Seus olhos espelham o meu desejo. Com languidez, ela deita-se no chão acarpetado e, em silêncio, me faz o convite tão esperado. Está pronta para receber-me. Avanço, suavemente, em direção ao seu corpo febril e, já ao primeiro contato, percebo a intensidade do seu desejo. Penetro-a lentamente, pois quero desfrutar cada segundo desse momento tão esperado. Meu pênis se aprofunda em sua vagina. Ela geme e se contorce. Nossos olhos buscam-se com igual avidez. Administramos a enorme tensão sexual com movimentos delicados e precisos. Nesse início, quase não me movimento dentro dela, dedicando-me a beijá-la e acariciá-la, deixando fluir toda a gostosa energia criada pelo imenso desejo que nos possui. Aos poucos ela vai se soltando, o tesão vai tomando o comando de seus movimentos e por baixo de mim ela inicia uma movimentação mais intensa com os quadris, ao mesmo tempo em que pressiona o meu membro com sua vagina. Procuro impedir a evolução de seus movimentos, fazendo meu corpo pesar sobre o seu. Ela me olha angustiada e geme quase em sofrimento: Por favor, meu amor. Eu quero. Por favor. Essa era a contra-senha que eu aguardava. Liberto seu corpo e, ao mesmo tempo, acelero, progressivamente, a velocidade de minhas arremetidas. Beijo sua boca e seu pescoço. Mordo seus lábios e sugo seus seios. Ela aperta a minha bunda e arranha a minha cintura. Acelero, ainda mais, os meus movimentos. Ela, sincronizada a mim, geme e suspira palavras de amor sacana. Meu corpo todo vibra e se eletriza. Sinto o intenso gozo vindo em ondas. A velocidade de minhas arremetidas é quase impossível e penetro-a com meu corpo todo. Ela já goza abundantemente, gritando e perdendo-se. Descabelada e desvairada é a encarnação do prazer e da pureza. Gozo longamente. Meu leite jorra grosso e inesgotável dentro de seu corpo desfalecido. Urro de prazer e confesso, mais uma vez, meu amor, que sei agora correspondido.

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