Houve um grito.
Um grito seco, breve, surpreso, tenso.
Um grito de mulher.
Um grito da carne.
A mulher que gritou estava debruçada sobre um móvel baixo que a deixava quase em posição de V invertido, a cabeça baixa, o traseiro levantado, os pés afastados mal tocando o chão, os músculos das pernas retesados, os braços esticados e presos por correias. Uma posição de vulnerabilidade total.
O ambiente era de pouca luz; mesmo assim deixava ver o brilho do suor naquelas carnes expostas e trêmulas.
Atrás e numa posição acima da mulher que gritou estava um homem.
E o braço direito do homem estava enterrado até o punho no cu da mulher.
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Finalmente eu a tinha diante de mim, e do jeito que sempre quis: nua, debruçada, disponível. Meu pau latejava de tesão acumulado, doía de tão duro, mal cabendo em si mesmo. Não havia como ser paciente, ponderado, meticuloso, havia só o tesão, o desejo e aquela bunda ali, na minha frente, ao meu alcance.
Literalmente avancei sobre ela. Segurei-a pelos quadris, o pau se encaixava na altura correta, quase com vida própria, procurando o cu...
Uma estocada, um gemido, a cabeça do pau dilatou a entrada e permitiu o afundamento. Mais um golpe e enterrei-me inteiro naquela bunda, entre os gemidos dela.
A sensação era tudo. O canal justo,apertado,macio, profundo, liso. A visão era deliciosa, a curva que o desenho da bunda fazia a partir da cintura, o pau encravado bem no meio. Nada mais sensual que uma mulher sendo enrabada.
E nada mais perfeito que eu enrabar esta mulher.
Mas isto são divagações... o fato é que eu estava, finalmente, comendo o cu daquela mulher. Meti de maneira insana, forte, golpeei, as mãos machucando-lhe os quadris tal a força com que segurava, o pau feito um pistão, o barulho das batidas de meu corpo contra a bunda dela, os gemidos, o tremer da carne... fodi como se fosse a foda derradeira. Foi breve e intenso, até o golpe mais profundo, o agarrar mais forte, e berrando e urrando, esporrei. Jatos quentes, numa quantidade enorme de porra a depositar-se no fundo da mulher. Gozei, e gozei, e gozei como nunca, e mesmo assim era gozo insuficiente para aplacar minha sede.
Um pequeno alívio, eis o que foi aquela gozada. O orgasmo inicial, o aperitivo, a antecipação do banquete.
Recobrada a capacidade de raciocínio, olhei a mulher. Linda B, sexo em estado puro. Libertina, obscena, maravilhosa. Debruçada ali, o cu ainda dilatado e macio, o canal lubrificado de meu gozo, ronronando, fêmea, fêmea, fêmea...
Não havia palavras, o diálogo era dos corpos e das vontades.
Os únicos sons eram as respirações alteradas.
Meticulosamente, vesti minha mão direita com a luva cirúrgica, necessária aos meus intentos. O tubo de lubrificante espargiu-se sobre ela... a mão enluvada e besuntada, a mulher debruçada, a ansiedade contida...
Há que se saborear cada gesto agora.
Ela estava com os olhos fechados, na espera, na expectativa do que sabia e do que queria. Do que queríamos.
Um dedo deslizou fácil pelo canal, dois dedos, três, e o quarto o seguiu. Tudo muito deslizante, tudo muito bem-vindo, tudo cabendo.
Ela se mantinha de olhos fechados, meneando lentamente os quadris, sentindo o prazer que sempre sente nesta área em que os libertinos preferem. Divina bunda, a bunda desta mulher. O polegar se juntou aos quatro dedos, e agora eram cinco, unidos pelas pontas, ou quase. A mão em forma de cunha. Um avanço, um pequeno alargamento, as carnes se tornando justas quando até aqui eram macias, ela aquietou-se, cessaram os meneios. Recuo, avanço, um pouco mais, os pés se afastam um pouco quando ela procura se abrir mais, a parte mais larga da mão não tem passagem, um gemido, um recuo, um avanço, mais dilatação, o início da dor...
Eu estava fascinado, fazendo, sentindo e olhando. Fisicamente parecia impossível, mas os mistérios do tesão não obedecem à lógica. A absoluta confiança dela, a entrega suprema contrastava com minha vontade de, a qualquer custo, conseguir meu intento. O apetite extremado, o meu pau duro como aço diziam para entrar, enterrar a qualquer custo, mesmo que tivesse que arrebentar o caminho; a cumplicidade minha com ela recomendava cautela e cuidado.
Delicioso dilema... a contenção do animal e o raciocínio do homem.
Mais um avanço milimétrico, ela agora tensa, os olhos abertos, querendo e duvidando, suportando a dor bem-vinda sem saber até onde iria aquele suportar, gemidos abafados, suor, respiração ora contida, ora pesada, suspiros...
Na posição obscena em que estava, os pulso presos, ela era a própria imagem da submissão.
Empurrei... empurrei delicada e firmemente.. a resistência se fazia sentir...os espasmos do cuzinho eram um alerta da impossibilidade, a dor... mais, mais... e então, o grito!
Dor e surpresa. A mão afundou-se num repente, ultrapassou a porta estreita que imediatamente abraçou meu pulso. Não acreditei. Ela tremia inteira, os olhos muito abertos, o organismo invadido, dolorida, sofrida e incrivelmente penetrada. Êxtase, um glorioso momento de êxtase.
Eu estava com meu braço dentro dela. Dentro do cu. Uma sensação de envolvimento quente e macio, os intestinos convulsionados me enluvando. O grito ainda ecoava em meus ouvidos, e esse grito será inesquecível, será para sempre.