Faz pouco tempo que te conheço e já me sinto sob efeito de uma possessão diabólica. Estou hipnotizado, louco, consumido... Anjos e demônios lutam pela minha alma. De onde vem este teu poder. Arremesso contra a parede o cálice de vinho que tenho na mão. Com o barulho dos estilhaços você treme. O que estará passando por sua cabeça neste momento, aí sentada na cama com os olhos vendados e os pulsos algemados na cabeceira da cama? Rezo baixinho um ave-maria. Você não diz nada. Um quarto barato de motel, as paredes descascadas, sem TV, apenas o som do rádio tocando Sexo, Algemas e Cinta Liga do Tequila Baby. Bem propício para ocasião.
Te agarro pelos cabelos, você ri! Te beijo, com gana, força e paixão...você morde meus lábios, um pequeno corte, o gosto de sangue me excita ainda mais. Chupo teu pescoço e deixo uma marca roxa. Afasto-me e fito teu corpo estendido apenas de calcinha e sutiã. Meu membro pulsa incontrolavelmente tornando insana minha consciência e insuportável meu apetite.
Retiro uma faca da bolsa. A lâmina brilha contra a luz do teto. Examino o metal e imagino a infinidade de coisas que poderiam ser realizadas neste momento. Aproximo o instrumento, cada vez mais perto do teu rosto. Toco tua testa. O frio da faca assusta você. Alguns segundos de espera...
Resolvo voltar ao plano inicial e uso a faca para descascar uma maçã. Pego um pedaço e coloco na tua boca. Você come e lambe os lábios. A maçã não é a fruta do pecado??? Você pede mais, eu tiro as calças e coloco um pedaço sobre meu pênis ereto. Você abocanha tudo, morde, lambe, arranha com os dentes. Termino com o espetáculo quando ouço o som de batidas na porta. Você indaga o que está acontecendo e eu lhe peço que continue com a venda nos olhos.
Abro a porta e Alberto entra no quarto. Corpo atlético, pele negra, cabeça raspada, piercing na sobrancelha e brinco triplo na orelha. Faço um sinal com a cabeça e Alberto começa a te tocar. Suas mãos grandes percorrem todo o teu corpo. Eu fico em pé observando tudo com um rosário na mão. Acendo um cigarro enquanto Alberto utiliza a boca para explorar teu corpo. Com os dentes ele arranca teu sutiã, lambe e mordisca teus seios rosados. Os bicos saltam e gemidos reprimidos ecoam pelo minúsculo quarto. Fico impaciente, mas mantenho meu posto de observador. Ele desce até o meio das tuas pernas. Uma mistura de pânico, tesão, prazer, ódio e súplica invadem teu cérebro. Vejo você se contorcer e sufocar gritos enquanto a língua de Alberto manipula com extrema habilidade o teu clitóris. Os minutos passam e sua respiração se torna mais e mais ofegante. Sem parar o sexo oral Alberto desliza as mãos em movimentos ascendentes e descendentes pela lateral do teu corpo. Os seios também são explorados e com os braços presos você está totalmente entregue aos caprichos do destino.E finalmente o grito final de prazer. O gozo vem de maneira irreconhecível, uma forma ainda não explorada, desconhecida... Alberto tira a venda e lhe traz a visão. Você arregala os olhos. Tiro dinheiro do bolso e entrego a Alberto, este pega a grana e sai do quarto. Sem dizer nada abro as algemas, você me bate no rosto, me chama de vouyer de merda e diz que sou um puto.
Ergo seu corpo e com força deixo você prensada contra a parede. Tiro a camisa e as calças, você crava as unhas nas minhas costas, arranha com gosto. Recebo mais um tapa e então um beijo enlouquecido, quente e repleto de tesão. Faço a penetração nesta posição, em pé com todo o ardor da chama que nasceu. Você fala coisas que não consigo entender. Te viro de costas e me maravilho com a visão magnífica que é teu corpo nesta posição. A bunda arrebitada, cintura fina, forma arredondada... várias estocadas. Agarro firme tuas nádegas, aperto, amasso, abro e fecho. Minhas mãos sobem até o teus ombros e faço força empurrando cada vez mais teu corpo em direção ao meu. Sinto que te penetro até o limite. Olho a mesa a minha esquerda, derrubo tudo que está em cima dela, o vaso espatifa-se no chão, minha bolsa voa longe e toalha de mesa vai embora. Te deito em cima da mesa com as pernas nos meus ombros e continuamos nossa brincadeira. Você pega minha corrente de pescoço que carrega um crucifixo de prata e a puxa com violência.A corrente arrebenta em mil pedaços. O sexo resplandece toda a sua vida numa mistura homogênea de calor e paixão. O gosto salgado se espalha amiúde pelos meus lábios, fazendo rangir os dentes numa loucura profana e doentia. Gostaria de parar o tempo e congelar este momento sagrado, um verdadeiro milagre carnal. Enquanto isso você arde em labaredas chamuscantes, sua fome de viver aumenta de uma maneira descomunal. Sem mais rodeios eu lhe imploro pela parte de trás.
Seus olhos endiabrados revelam que você passa a ter o comando. Rispidamente você me empurra e me deita no chão. Pula sobre meu corpo e começa a cavalgar como uma amazonas guerreira que consegue abater a caça. Seu ventre roça com energia meu púbis e cada vez mais é acelerado o ritmo. Você raspa sua xana em mim com energia e raiva. Numa velocidade frenética você alcança um orgasmo divino, uma supernova que explode num turbilhão de raios e fogos. Como ainda não estou saciado te coloco em nova posição. Começo beijando tua língua, a lamber teus peitos e me coloco em cima do seu corpo. Sinto suas mãos tocarem minha bunda e incredulamente sinto seu dedo entrar em meu ânus. Você sabe que este combustível turbinado funciona como mola propulsora que arremessa com todas as energias possíveis o pênis em direção ao alvo. Te penetro novamente, o prazer é incomensurável. Sofismas de machos que precisam de afirmação. Dicotomia que vaga preguiçosamente entre preconceitos e regras. Oh! meu Deus, estou escravizado diante desta mulher e sua vulva desalmada (não é mesmo Graça da Praia das Flechas?). Satanás está dominando minha alma, não é possível existir prazer maior. Camomilla, Camomilla... estou entregue, me mate de tesão.
Seus olhos encaram os meus e você entende que ainda estou sedento pela tua bunda. Vagarosamente você se coloca de quatro e diz vem meu bem. As chamas do desejo me tragam, caio num abismo sem retorno coloco minha alma entre o céu e o inferno. Enfio tudo. Quero rasgar você ao meio, vem meu anjo, vem minha bruxa. Inteiramente dentro de você. Ginga, remexe e sacode. Seu balanço é notável. Não consigo mais reter o líquido. Uma explosão infinita de cores, um terremoto neural que estremece todo corpo. A cruz e a coroa de espinhos. É o exorcismo dos pecados (teus? meus? nossos? dos leitores?) Urro de prazer. Jorro o líquido na tua bundinha agarro teu cabelo e digo que te amo.
Seu sorriso de boca entreaberta retruca dizendo que amor não tem nada a ver com isso.
Pergunto se vamos nos ver novamente e você responde:sim, no próximo Domingo padre.
Neste dia estarei de batina celebrando a missa enquanto você realiza a genuflexão em gesto de respeito e devoção...