Estudei no Colégio Pedro II. Lá, conheci e me apaixonei por uma menina, que chamarei de Lúcia. Era morena, baixa, cabelos curtos, escuros e ondulados, pernas grossas, seios de tamanho médio, bundinha ligeiramente arrebitada, lábios rosa claro e ligeiramente finos. Lúcia era muito bonita, uma das mais bonitas garotas do colégio. Seus olhos escuros me atraíam fortemente. Para mim, eram seu ponto forte. Eram ligeiramente empapuçados em baixo, o que lhe conferiam um quê exótico e davam a impressão de que ela acabara de chorar, além de emprestar a ela um perfil característico.
Eu era extremamente tímido. Amei Lúcia durante três anos, em silêncio e a distância. Normalmente pegávamos o bonde juntos para ir ao colégio. Eu, solitário como sempre; ela, no meio de uma porção de colegas. Muitas vezes nossos olhares se encontravam e eu fazia questão de manter meus olhos nos dela até que ela desviasse os seus. Quando isso acontecia, ela dava um sorriso sem graça; eu ficava sério. Ela percebia meu interesse, mas os tempos eram outros e naquela época uma menina jamais tomaria a iniciativa de falar com um garoto.
Saímos do Pedro II. Três anos depois, encontrei-a por acaso na rua onde eu estava trabalhando. Ela morava ali. Puxei papo e conversamos por duas vezes, até que ela me dispensou, dizendo estar namorando sério. Sofri muito, mas me afastei.
O tempo passou. Casei-me. Dois anos após meu casamento, meu irmão comentou que uma de suas alunas na faculdade morava numa pensão com uma mulher cujo nome era o que Lúcia tinha (não esqueçam que Lúcia é o nome atribuído a ela por mim nesta história, mas é falso). Acontece que o nome verdadeiro de Lúcia era muito incomum. Até hoje, nunca ouvi falar de ninguém com tal nome. Portanto, havia grande chance de se tratar dela mesmo.
Dito e feito. Uma noite, eu e minha mulher estávamos na casa da minha mãe quando o telefone tocou. Atendi. Era a aluna do meu irmão. Quando falei quem eu era, ela comentou sobre sua companheira de pensão (meu irmão havia falado com ela sobre meu amor por alguém com tal nome). Gelei. Minha mulher estava escutando a conversa. Rezei para Lúcia não vir ao telefone. Felizmente, tal não aconteceu. Ela falava comigo usando como intermediária a aluna do meu irmão. Cheguei à conclusão que ela era mesmo. Ela me passou o endereço onde trabalhava. Era uma óptica no centro da cidade. Mas não tenho a mínima propensão para traição, e não procurei revê-la.
O tempo passou. Separei-me. Um belo dia, a empresa onde trabalhava me enviou para um seminário em Natal (RN). No primeiro dia, sentado no salão do evento, notei uma mulher cujo perfil parecia ser o de Lúcia. Fiquei na dúvida se era ela ou não. Afinal, tantos anos haviam se passado. No intervalo do café, procurei me aproximar dela e ler o nome no crachá. Era ela mesma! Fiquei sem saber se puxava papo ou deixava para lá. Meu coração estava aos saltos.
No segundo dia, arranjei uma desculpa para conversar com ela, que não me reconhecera. Ao longo do tempo, eu ficara um pouco careca e passara a usar óculos. Após algum tempo de conversa, dirigi o assunto para a vida de infância, chegamos ao Pedro II e aí ela se lembrou de mim. Ela estava hospedada no hotel do evento, tal como eu. Marcamos para jantar juntos.
Ficamos até tarde conversando, relembrando, comentando aqueles tempos. Confessei-lhe meu amor na época. Ela sorriu, enigmática. Disse que também se sentira atraída por mim, mas como eu não me aproximara ela achou que tinha sido impressão falsa. Senti-me um perfeito idiota. Falou que também estava separada e tinha três filhos, já adolescentes. Morava em Vitória (ES).
Naquela noite, tudo não passou disso.
No dia seguinte, sentamos um ao lado do outro, no seminário. À noite, jantamos juntos, passeamos descalços e de mãos dadas na areia da praia e depois retornamos para o hotel. Sentamo-nos num banco de jardim e começamos a nos beijar. Seus lábios tinham a textura e sabor que eu sempre imaginara. O amor que eu sentira por ela aflorou, embora eu pensasse que ele estivesse morto e enterrado. Eu a beijava de forma amorosa, e não furiosa e gulosamente. Era puro carinho, ternura, amor, sentimento. Coração, não sexo.
Já no início da madrugada, subimos e fomos para meu apartamento. Sabíamos o que iria acontecer e o desejávamos com todas as fibras dos nossos corpos. Mas, propositadamente, adiávamos o momento do sexo e prolongávamos o dos carinhos. Quando o desejo se tornou insuportável, comecei a tirar-lhe a roupa. Ela pediu para se banhar, mas recusei. Disse que desejava sentir o perfume do corpo dela, e não o de sabonete. Continuei a despi-la, acompanhando com beijos o percurso descendente de cada peça de roupa. Dediquei especial atenção a cada um dos seus seios, o qual suguei delicadamente, enquanto minha mão em concha abrigava o outro seio e massageava-o. Notei que tal caricia a deixava muito excitada.
Levei-a para a cama. Lentamente, desci a língua pelo seu ventre moreno, fiz uma parada no seu umbigo e atingi o meu destino, que era sua xoxotinha escondida atrás de uma penugem triangular. Beijei seu clitóris mas logo parei. Puxei-a para a beira da cama e levantei suas pernas, colocando-as nos meus ombros. Eu estava de pé. Dobrei-as, uma de cada vez, e beijei seus pezinhos, sugando cada dedinho como se fosse um gostoso pirulito. Passava a língua entre os dedinhos e na sola do seu pé, lentamente. Colava meus lábios na sola e sugava como se fosse uma ventosa. Ela demonstrava prazer fechando os olhos, suspirando e jogando a cabeça para trás. Depois, ajoelhei-me na beira da cama, com as pernas dela ainda dobradas no meu ombro. Tinha uma visão maravilhosa da bucetinha dela: rosada, entumescida, a ponta do inchado clitóris à mostra, ligeiramente entreaberta, totalmente umedecida e viscosa. O suor da caminhada que fizemos, misturado com o líquido de sua excitação, conferia a ela um odor extremamente excitante. Mergulhei de cabeça naquela grutinha, explorando-a com minha língua, literalmente bebendo seu suco do amor, que ela gerava e gerava, sugando, lambendo, dando voltas com a língua no seu clitóris. Descia a língua até seu cuzinho, abria-o delicadamente com os dedos, penetrava a ponta da língua nele, fazia movimentos circulares com ela, percorria novamente o caminho até a bucetinha, recomeçava tudo de novo.
Ela delirava. Gozou a primeira vez. Diminuí o ritmo para dar-lhe um descanso, mas pouco depois recomecei. Desta vez, beijava-lhe a buceta e enfiava um dedo no seu cuzinho, apenas na portinha para não machucá-la. Depois penetrei sua xoxota com o dedo médio e massageei-a por dentro, procurando seu ponto G. Alguns dizem que isso não existe, mas o fato é que ela gozou com tanta intensidade que quase me derrubou, ao retesar as pernas no meu ombro, durante o clímax.
Ela estava cansada. Descansamos um pouco, deitados lado a lado. Depois, ajoelhei-me sobre ela e passeei sobre seu corpo inteiro com meu pau. Fui desde a sola dos seus pés até a raiz dos seus cabelos. Quando passava o pau na testa dela, ela aproveitava para lamber meu saco. Era delicioso. Pedi para ela virar de bruços. Levei meu pau numa excursão às suas coxas, bundinha, costas e nuca. Ao esfregar meu pau na sua nuca, ela delirou. Deitei-me sobre ela, coloquei o pau entre suas coxas e fiquei esfregando meu peito cabeludo nas suas costas e mordiscando seu cangote. Voltei-a de frente, coloquei-me como se fosse fazer ginástica de flexão, e comecei a enfiar e tirar meu cacete de sua boquinha gulosa, que o apertava com força, umedecendo-o.
Depois fizemos um 69 de lado, eu com minha cabeça entre as coxas dela e fazendo vai e vem com meu pau na sua boquinha. Gozamos juntos, um na boca do outro.
Paramos para descansar, fazer um lanchinho e ficar abraçados, nos acariciando. Recomeçamos. Por incrível que pareça, a posição que ela mais gostava era papai-e-mamãe, porque gostava de sentir o peso do homem sobre o seu corpo. Assim, adotamos essa posição. Penetrei-a vagarosamente (ela não gostava de movimentos brutos e violentos). Enfiava o pau até o fundo, colava minha púbis à dela, fazia movimentos circulares de modo a massagear seu clitóris com meu corpo, retirava lentamente o pau, repetia tudo novamente. De vez em quando, quase tirava o pau, enfiava só um pouquinho e fazia movimentos de vai e vem com apenas uma parte do pau dentro dela. Aí enterrava tudo novamente e repetia a dose. Quando ela ou eu ameaçávamos gozar, parávamos por um tempo. Até que não deu mais. Sincronizamos nossa excitação e gozamos juntos, longamente. Ela me apertava contra si, com as mãos e as pernas, de modo a se sentir esmagada pelo meu corpo. Foi um êxtase total. Fico embaraçado em confessar isso (e ela não percebeu na hora), mas lágrimas me escorreram dos olhos. À minha memória vieram todos os momentos do Pedro II em que eu procurara avidamente seus olhos, em que eu tremera de emoção e encantamento quando eles encontravam os meus, em que eu aguardara ansioso a chegada do bonde para ver se ela vinha dentro, em que eu caminhara atrás dela até o colégio, apreciando seu andar feminino, em que eu sofrera com minha timidez e ao perceber outros rapazes tentando conquistá-la, logo a menina que eu amava e que não tinha coragem de abordar. Disfarcei meus olhos e faces úmidos levantando-me e indo ao banheiro.
Já era madrugada alta e no dia seguinte teríamos mais seminário. Disse-lhe que não tomaria banho porque não queria tirar do meu corpo os seus beijos nem os resquícios dela que nele ficaram: pelos do seu corpo, células de sua pele, líquidos de seu prazer. Por sua vez, ela também resolveu não se banhar, pelo mesmo motivo e para não deixar que meu sêmen saísse de dentro dela. E ficou deitada de costas, com as pernas dobradas, para que meu sêmen não refluísse e pudesse penetrar lentamente no seu útero para, com o passar dos dias, ser absorvido pelo seu corpo e incorporado a seu sangue. E aí um pouco de mim estaria circulando em suas veias.
Foi mágico. Finalmente, dormimos no estilo que se chama de conchinha.
Na manhã seguinte, último dia do seminário, ficamos juntos até a hora do almoço, quando ocorreu o fim do evento. Fechamos nossas contas e fomos para o aeroporto. Ela iria no mesmo vôo que eu até Salvador, quando faria conexão para Vitória. O tempo de vôo até Salvador foi muito curto. Despedimo-nos dentro do avião, em Salvador. Combinamos nos falar pelo telefone (não havia Internet nem MSN naquela época).
Durante algumas semanas, falávamo-nos quase que diariamente ao telefone. Estávamos procurando um meio de poder trabalhar na mesma cidade, para firmarmos nossa vida em comum. Nossas empresas não tinham filiais na cidade do outro, e por isso não podíamos pedir transferência. Como o caso se arrastava, resolvi radicalizar: pedi demissão e mudei-me para Vitória, onde consegui me empregar novamente.
Hoje estamos vivendo juntos, há vários anos. Nunca pude imaginar que aquele amor de adolescência, que encontrei e perdi tantas vezes, poderia um dia dar vazão a toda sua força. Compreendi então que um amor nunca morre. Ele pode ficar latente durante anos e florescer se encontrar condições para isso.