Desgraça pouca é bobagem. Tão contente, tão alegre, feliz por conseguir de Bandidão um prazer nunca antes alcançado, Rubi-saradao, visitou o zoológico. Seu interesse era ampliar a gama de possibilidades que tinha despertado dentro de si por seu pit-bull, depois por Bingo o alazão que agora coitado, se tornou um pangaré como a mãe. Rubi-saradao tirou-lhe toda a saúde, toda a alegria de viver. Primeiro com suas exigências absurdas de sexo 24 horas. Depois com a enorme decepção de ve-lo descaradamente pulando a cerca, literalmente, com o Bandidão, o ex-touro premiado e bagaço ambulante.
Enquanto Bingo, o cavalo, estava acabado de um lado, Bandidão virou bife. Pois é: Rubi-saradao ofereceu um churrasco para todos seus amigos que contribuíram cada qual a seu modo. Bandidão contribuiu consigo mesmo. Foi pra grelha. Esquartejado, desossado, horrível. Rubi-saradao, insensível ser ignóbil, alheio aos conselhos razoáveis, não considerou as alegrias que o Bandidão lhe proporcionou e sem dó nem piedade, não só permitiu a carnificina como também degustou e saboreou nacos daquele que um dia foi seu parceiro nas madrugadas enluaradas da fazenda.
Está certo que alguns até acharam bom que aquilo terminasse. A manada de Bingo já estava com saudades de Rubi-saradao que não aparecia para uma orgiazinha.
Do Bandidão só sobraram os ossos. O couro, Rubi-saradao mandou empalhar, deixando no aconchego do seu lar, ali no canto da sala, a figura real, ainda exalando o odor das suas noites de paixão, e dias também (24 horas com o Bandidão, é dose pra vaca louca).
As visitas estranhavam, não havia quem não soubesse do romance passado, por isso, era entrar na casa e em um minuto despedirem-se para nunca mais voltar. Rubi-saradao, abobalhado não percebia o que estava acontecendo. Perdeu a noção das coisas. Para ele um eram dez. Dez, apenas um. Loucura. Sintomas cruéis de todas suas paixões desgraçadas e terminadas.
À mãe de Rubi-saradao pode ser imputada grande parte de culpa. Foi a vagabunda que começou isso tudo. Quando teve a chance, deu para uma caravana de camelos, que, ficam meses sem água, muito mais sem sexo e quando encontram uma fêmea no cio, a fila anda mesmo. Vem camelo, sai camelo, e assim vem e vai. A velha sempre foi ninfo-maníaca e Rubi-saradao herdou isso dela.
Do pai só veio a covardia.O ignóbil daddy-Rubi-saradao foi um dos precursores da farra do boi. Uma vingança forjada contra os infelizes contemplados por uma noitada em sua companhia. Algo assim como a história da viúva negra. Esse era o daddy, já que a mama-Rubi-saradao não aprontava uma dessas, não. Que saibamos, não. Ela preservava todo e qualquer potencial de uma boa trepada.
Não estamos aqui para falar da família do Rubi-saradao. Viemos para contar sua visita ao zoológico. Essa visita foi planejada por Rubi-saradao dentro de um seu projeto de acasalamento com o mais insólito animal que sua imaginação pudesse conceber. Algo mitológico. Sua intenção era ultrapassar os gregos na concepção do Minotauro. Rubi-saradao pensava em se juntar à uma girafa macho, a um rinoceronte, hipopótamo. Seu interesse escuso não tem nada de cientifico. É sexo animal mesmo.Nada de animais domésticos. Da fauna silvestre, por enquanto não. Animal em cativeiro, indefeso, é o seu forte.
Rubi-saradão viu Dumboçal. Dumboçal é o elefante do zoo. Solitário há três meses, desde que sua parceira faleceu vítima de hemorragia interna. Dumboçal teve muita paciência nos coitos anteriores à tragédia. Mas, naquele dia fatídico, seu açodamento provocou danos internos à fêmea que não puderam ser reparados. Morreu ali. Apesar disso, os tratadores e veterinários concluíram que, pelo tamanho da peça de Dumboçal, ela aguentou bem.
Rubi-saradao quer Dumboçal: quer leva-lo para sua casa. Isso não é permitido e ele é expulso do zoo. Com a ajuda de alguns intermediários, Rubi-saradao faz uma oferta por Dumboçal. Como patrimônio publico, novamente colocam Rubi-saradao e sua gang para correr.
Incansável, quando o assunto é seu prazer, Rubi-saradao arquiteta um plano. Na calada da noite, invade o zoo e vai até a área onde se encontra Dumboçal. O animal está quieto e assim se mantém, quando o outro animal, Rubi-saradao, entra para saciar sua fome. Dumboçal não perde tempo e inicia o processo acelerado de coito e penetração. Rubi-saradao não está para brincadeiras e aceita muito bem aquilo que foi responsável por muitos arrombamentos. Para Rubi-saradao é refresco, Rubi-saradao resolve fazer um 69 com Dumboçal. Essa posição Rubi-saradao conhece muito bem. Para Dumboçal a coisa fica feia: a tromba o paquiderme não encontra outra possibilidade em se acomodar que não seja ... Isso mesmo, ele introduz delicadamente sua trombinha no ânus de Rubi-saradao. Rubi-saradao não se aguenta de felicidade. É tudo o que ele quer até ali. Enquanto as presas de Dumboçal cutucam suas nádegas, a tromba se aloja e vasculha seu interior freneticamente.
Rubi-saradao é anormal. Rubi-saradao é irracional. Dumboçal está sendo sufocado por fezes e gases. Dumboçal não entende o que está acontecendo. Contrariando qualquer lógica, Dumboçal desmaia. Rubi-saradao com algum pequeno esforço se desconecta de Dumboçal e pede, grita desesperado (rsrsrs) por ajuda. Dumboçal está agonizando. Intoxicado, é tarde: nada poder ser feito. Rubi-saradao e suas taras, o irresponsável serial killer faz mais uma vítima.
Ali inerte, jaz Dumboçal, que agora vai ao encontro da sua amada batendo suas orelhinhas de anjinho . Cercado pelos empregados do zoo que despertados tentaram acudir, aquele enorme corpo é observado por Rubi-saradao já com outras intenções para saciar seu outro tipo de fome por carne, totalmente isento de qualquer fiapo de escrúpulo.
Na cidade, a surpresa não foi geral, afinal todos já podiam esperar tudo de Rubi-saradao. O convite para participar da nova churrascada foi vista com reservas e a recusa foi praticamente geral, exceto pelo familiares mais próximos de Rubi-saradao. Afinal, não dispensariam tão generosa disponibilidade para saciar suas carências alimentares.
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Por uma dessas artimanhas do destino, tenho muito do material aqui relatado documentado, fotografado e trechos das gravações estão sendo editados, mas, por ser volumoso, terei que reduzir para no máximo uma película de 90 minutos. Peço que aguardem a edição final, pois, meu interesse é apenas jornalístico, não visando auferir lucros com essa saga insólita. Obrigado e até a próxima.