SEXO VIRTUAL
Acabei de fechar a webcam. Estava me mostrando para o meu mais novo admirador. Ele pediu que eu tirasse toda a minha roupa e soltasse o cabelo antes de sair. Dei um sorriso, levantei-me da cadeira e despi minha lingerie rosa. Viu meus seios pequenos, minha barriga lisinha e, finalmente, os pêlos que não quer que eu raspe mais. Passei os dedos entre os pequenos lábios e deixei que um deles entrasse, tudo de maneira cinematográfica, para que ficasse excitado. As pessoas pensariam que sou uma vadia ou uma garota de programa. Mas sou uma mulher madura, profissionalmente bem colocada. E casada. Poderia ser sua colega de trabalho, sua namorada ou sua mulher. Sei que sou interessante, meiga e com um corpo bastante atraente. Não me realizo sexualmente no meu casamento e também sei que meu marido continua procurando outras. A traição acontece enquanto não decido o que fazer com nossos muitos anos de convivência.
Mostrar-me é o meu refúgio, de uma maneira paradoxal. Uma câmera que me leva ao mundo consegue ao mesmo tempo me deixar isolada dele, restrita aos meus desejos. Sou uma mulher que gosta de sexo. Na adolescência era tímida e, para compensar, criava histórias na minha cabeça em que era desejada e possuída pelos garotos de quem gostava. Até me casar e mesmo depois de alguns anos sempre tive um comportamento sexual dentro dos padrões. Sentia que era um tanto sem emoção, mas não tinha estímulo para ousar, o que acabou surgindo ao descobrir que era traída. Rompi também os laços de fidelidade e tento experimentar tudo o que nunca me permiti. Fazer sexo pela câmera é apenas uma dessas coisas.
Só me mostro para homens que eu conheço e que sei que têm capacidade de me fazer gozar diante de uma webcam ou depois que a desligo, numa masturbação. É especialmente bom ouvir (ou ler) sobre o tesão que eu consigo causar. Dizem desde frases como você é uma mulher maravilhooooosa a palavras chulas. Isso tudo vai aumentando meu desejo e melhorando a performance diante da tela. Começo sempre com uma lingerie insinuante e quase sempre termino sem ela, jogada num canto do quarto. Cada uma delas produz uma personagem diferente, mais vadia ou mais recatada no início. Os papos tornam-se picantes em volta de algum detalhe dela, ou simplesmente fluem da minha imaginação. Coloco a câmera em ângulos que sei que adoram. Se muito perto dos seios, ficam com a sensação de quase tocá-los. Mas a visão predileta sempre está entre as coxas, quando apóio minhas pernas sobre a mesa do computador. Porém, só a imagem não segura a cena. Primeiro tento excitá-los contando minhas vontades, descrevendo o que estou sentindo, e finalmente pergunto o que querem que eu faça. Algumas vezes eu nem dou chance: faço o que estou a fim e quase sempre são as melhores transas virtuais. Se não estou com vontade naquela hora, posso optar por apenas fazer o inverso: mando que tirem a roupa e se mostrem para mim. Eu é que fico de espectadora. Se eu poderia fingir que estou tendo prazer? Claro. Mas qual é a graça em mentir só para agradar? Sabem que podem confiar em mim.
Comecei tudo isso com um amante que estava sempre ocupado. Para não ficarmos sem nos ver, ele me pediu que usasse o Messenger. Ensinou-me a relaxar, a me masturbar diante da câmera e até a gozar com ele assistindo a tudo. Ia escrevendo palavras obscenas ou coisas que me levariam ao orgasmo se sussurradas no meu ouvido. Eu retribuía enfiando os meus dedos onde ele desejava e depois lambendo-os como se fosse uma parte dele. Isso o deixava com vontade de sair do escritório e me encontrar. Contava que acabava se satisfazendo no banheiro, quando não acontecia ali mesmo, na frente do computador. Além dele, tive outro que me mandava umas fotos íntimas antes, para que eu fosse ficando molhada. Algumas eram dele mesmo. Adorava ver minha bunda, quase sempre de fio dental. Dizia que era redondinha, convidativa. Com ele vivi uma situação constrangedora diante de uma amiga. Ela sabia que nós conversávamos pelo Messenger, mas não sabia que eu tirava a roupa para ele. Um dia, enquanto ela me visitava, ele estava online e quis conhecê-la. Contei discretamente para minha amiga que mulheres. Combinamos então de fazer insinuações como se pudesse haver algo a mais entre nós duas. Ele perguntou se a minha amiga sabia o que nós fazíamos pela cam. Eu respondi que sim e disfarcei. Em seguida disse que precisava desligar. Eu não conto minhas aventuras para ninguém, nem mesmo para minha melhor amiga. As mulheres costumam julgar esse tipo de comportamento, até que façam o mesmo.
A única vez em que transportei meu desejo para o casamento foi com um homem que conheci num bate-papo. Fizemos sexo por telefone assim que nos conhecemos. Nós nos vimos apenas duas vezes e nunca sequer nos beijamos, mas ele despertava em mim um tesão quase incontrolável. Um dia cometi a loucura de abrir minha cam para ele enquanto meu marido dormia no quarto ao lado. Ele começou a me contar todas as experiências excitantes em casas de swing de uma forma tão erótica que acabei saindo nua, como estava diante da cam, e acordei meu marido para que ele fizesse sexo comigo.
Mas, apesar de dispor do meu corpo dessa maneira aparentemente segura, já chorei várias vezes depois. Nem sempre os homens conseguem esconder que estou sendo usada. Algumas vezes, depois de satisfeitos, simplesmente dizem que precisam sair. Repetem o famoso mito de virar-se de costas e dormir, só que de uma maneira muito mais contundente. Não sei se deixo transparecer que estou me sentindo frágil naquele dia e então percebo que não há espaço para cumplicidade nesse tipo de relação. Não é permitido que se compartilhem problemas e frustrações. Sexo é sexo: não é amizade e muito menos amor. Sonho em encontrar a fusão disso tudo, mas procuro não ter ilusões. Não nego que me apaixono por quem me envolvo, mas não conseguiria que fosse de outra forma. Aprendo aos poucos a não revelar meus sentimentos, apenas isso. Eles têm medo de que minha paixão posso prejudicá-los em seus casamentos, em suas vidas pessoais. Sei que a única prejudicada muitas vezes sou eu, por ousar ter o que jamais conseguirei: a visão masculina do sexo.
Agora estou envolvida com um executivo, muito ocupado também. Acredito que ele tem cam, mas se recusa a mostrar-se para mim. Sempre que pode, me vê no fim da tarde. Ele é diferente dos outros. Não se preocupa em me excitar, em me elogiar. Diz que sou lasciva e sei o que fazer. Muitas vezes é direto: manda um e-mail falando para eu não perder tempo e já aparecer nua diante da câmera. Gosta de me fazer submissa e me deixa enlouquecida. Usa sua imaginação para me contar fatos eróticos e os relembra quando estou diante da cam. Deixa-me à vontade para me masturbar, para dar o meu showzinho. Muitas vezes já falei com meu marido por telefone enquanto me mostrava nua para ele. A sensação de deslealdade com um e de compromisso com o outro me torna uma mulher de vida dupla. A excitação do meu admirador quando isso acontece nos une ainda mais. Percebe que a cada dia pertenço mais a ele, a seus caprichos. E tenho ido sempre mais longe em busca de prazer: arrisco fazer strip mesmo quando sei que meu marido poderá chegar em casa e me ver. O que poderia acontecer se eu fosse pega? Eu apanharia ou ele faria sexo comigo? Dor ou prazer? Os dois, penso... O perigo me deixa mais voluptuosa, desregrada. Eu me imagino como uma vagabunda que não tem qualquer pudor e só assim consigo liberar meus instintos.
Também foi com ele que vivi uma das situações mais prazerosas. Não sei se parte dela, a que ele me contou, é verdade. Ele precisava sair do Messenger porque teria uma reunião na sua sala. Perguntei se não queria que eu continuasse ali, só me masturbando para ele ver. Queria testar sua capacidade de concentração no trabalho. Ele topou. Continuei, então, nua e provocante. Pouco depois me perguntou se poderia me mostrar para seus colegas. Disse que sim. Fiquei algum tempo exibindo o meu sexo, o meu tesão, imaginando como aqueles caras estariam enlouquecidos sob os ternos, ávidos por fazer sexo com uma mulher deitada sobre suas mesas. Não sabia quem eram e aquilo me deixava mais e mais excitada. Imaginei-me, por fim, dentro daquele escritório, sendo penetrada por todos. Fechei a cam. Depois perguntei se era verdade que eles estavam lá me vendo. Sua afirmativa não me convenceu, já que sua imaginação é o que me torna uma depravada. Acho que nunca vai me contar. Dessa última vez, pediu que eu comprasse um vibrador e me masturbasse diante dele. Vou fazer. Essa é a regra do jogo. Poder tudo, fazer tudo, segundo ele. Coisas que, pelo menos diante de uma câmera, nunca terão limite... :