Chamo-me Simone. sou loira, tenho 28 anos, olhos azuis, 1.72mt, 59kg, seios médios durinhos, bumbumzinho empinado e muito feminina, apesar de minha preferência sexual assumida por mulheres. Haviam se passado um ano e quatro meses desde que vi Renata pela última vez em seu enterro. A solidão mesclada a saudades fizera de mim uma mulher frágil, desamparada, triste e muitas vezes sem o menor gosto de seguir a vida adiante. Porém diante de conselhos de amigos(as) e de meus pais, com o tempo passei a aceitar a triste realidade de que Renata não fazia mais parte do mundo mortal. Lentamente comecei a reerguer-me deste fato tão marcante em minha vida. Sabia e sentia sim, que precisava de um lugar onde pudesse repousar minha alma. Imaginava-o com estradas verdejantes, fios de água na serra e o esplendor da mata selvagem. Cansada e dolorida das mesmas trilhas urbanas, conseguia divisar entre esfumaçadas imagens, praças floridas e igrejinhas perdidas em ruas arborizadas e cheirosas. Decidi então dedicar um tempo a mim mesma, fechando um pacote turístico ao interior de Minas. Seria o lugar mais sensato, onde poderia longe de tudo e de todos, descansar e refletir um pouco mais a respeito de tudo que havia acontecido. Ia sozinha, mas ia com a realidade na mente e jogaria fora no meio de tanto verde as dores do meu caminhar. Adeus Renata, adeus meu grande amor... Adeus sofrimentos. Sentia que em mim a necessidade de ressurgir era intensa! Era preciso tirar a dor e meu sofrimento de perda dos meus dias para poder reerguer-me de vez reunindo novamente forças suficientes para caminhar para o futuro. Nosso relacionamento de 8 anos terminara de forma abrupta e trágica. Mesmo assim ainda tinha sua imagem em minha mente. Seu sorriso meigo, suas sábias palavras, seu olhar de menina e seu jeito de mulher, que tanto eu amara em todos esses anos... Mas me perguntava por quê? Por quê tinha de ser com ela e não comigo? Por quê com a mulher quem tanto amei ? Por vezes fui obrigada a ouvir que somente o tempo cura feridas tão profundas e expostas... Tempo para quê? Para se sentir realmente segura? O ano e os meses haviam passado e eu só queria um tempo para descansar de tudo! Ao subir no avião, olhei ao redor e uma minúscula alegria deu a graça no meu coração. Passando em cima de São Paulo, fiquei com dó de mim... Questionei a mim mesma como poderia viver em um lugar assim, mas a resposta veio imediata dentro de mim quando parecia ouvir Renata em sua doce meiga voz dizendo e pedindo que eu tenha coragem dando a mim mesma uma nova oportunidade de viver e recomeçar ao lado de alguém, uma nova vida! Dúvidas pairavam em minha mente, em meu coração... Sorri internamente. Por mais que a tristeza e a saudade gritassem alto! Tinha uma eternidade pela frente a espera da aposentadoria, até lá... até lá nada mudaria! Estaria firme e forte todos os dias pontualmente na firma as 8:30hs. Dispersa em devaneios, fechei os olhos. Apertei o cinto de segurança e afundei-me no banco sentindo até o fim, aquele gelo que sempre me dá quando o avião alça vôo. Tudo calmo e tranqüilo no vôo. A van da pousada já me esperava no aeroporto. Uma jovem com cara rosada e sorriso a flor da pele me recepcionava. Gentil e docemente foi me colocando à vontade durante o trajeto. Conversamos sobre banalidades, palavras jogadas para passar o tempo. Ao descer na entrada da pousada, senti no ar o cheiro de lenha que vinha lá de dentro, trazia para minhas lembranças o odor da meninice passados no interior do estado de São Paulo. Respirei fundo e levantando o olhar dei de cara com montes estonteantemente verdes, emoldurados por um céu tão azul, que chegava à doer nos meus olhos. Respirei profundamente, fechei os olhos e como criança rodopiei. Ao completar o círculo, esquecida que era observada, quase me constrangi com o suave riso que estampava no rosto da mocinha que me conduzira para tal lugar. Mencionei apenas que necessitava de um tempo para mim mesma. A mocinha sorria jovialmente... E que riso! Só agora observara o quanto à mocinha era linda, dona de um ar juvenil, que há muito tempo eu não via. Lá na soleira da porta, ouvi ruídos, voltei-me, uma senhora acenava-me alegremente. Fui indo cumprimentá-la. Um som invadiu meu ouvido. Distante dali, o galo cantava, motivando um alarido no galinheiro. Na sala singela tudo perfeitamente arrumado, limpo. A comida deixava o seu rastro no ar lembrando-me que há muito não sentia tanta fome. Melissa, a doce mocinha, conduziu-me até o meu quarto, mostrando rapidamente o ambiente interno da pousada. Tudo muito simples, mas muito aconchegante. A cada segundo que passava tinha certeza que seriam os vinte dias que pudessem trazer de volta o equilíbrio emocional em minha vida. Despida, entrei no chuveiro Um jato forte envolveu meu corpo. Enviei a cabeça naquela torrente de água morna e deixei que água misturasse meus cabelos finos e curtos. Deliciosamente, escorreguei minhas mãos pelo meu corpo, massageando-me com o sabonete. O sol entrava luminoso pela pequena janela aberta e junto vinha um cheiro de mato misturado a flores. Traguei o ar. Segurei o quanto pude dentro dos meus pulmões. Queria me livrar da poluição paulista. Senti que meu corpo todo usufruía daquela respiração forte e ao mesmo tempo compassada. A água rolava pelo meu corpo, minhas mãos vagavam sem pressa por toda minha pele, meus sentidos estavam enlevados com o contato da água e de minhas mãos. A pele arrepiada aprovava meus carinhos solitários. Meus cabelos escorriam sobre meus olhos, que ainda fechados se encontravam, com medo do encanto do momento de se perder! Não sei quanto tempo assim fiquei! E por que cronometrar? Eu estava longe de tudo... De todos... A imagem de Renata me vinha à mente. Só de relancear sua imagem estremeci. Passei o sabonete mais uma vez pelo corpo querendo tirar suas mãos! E quanto mais o esfregava na pele, mais sentia o seu cheiro, seu toque. Abracei-me como se assim a abraçasse. Acariciei suavemente minhas costas. Encostei-me na parede fria de azulejos pequenos e branquinhos colando o dorso da minha mão em minha boca. Beijei-a. Senti saliva de Renata, seus dentes resvalando nos meus lábios. Nossas línguas confusas a se perderem dentro da nossa boca. O delírio tomou conta do meu ser. Percorri mansamente o caminho liso deixado pelo sabonete no meu corpo. Apalpei meus seios, sentindo as palpitações do peito de Renata, escutei seu gemido abafado em meus ouvidos. Amolecida fui escorregando devagar até o chão. Espasmos... Dores no canal do meu sexo. Feito feto aninhei-me no canto do Box. Caía a água sobre mim, sobre minhas fantasias estimulando-me...Prossegui a viagem sozinha, vasculhando cada parte do meu corpo na tentativa louca de possuir Renata... Acarinhei meu sexo com delicadeza, sentindo as coxas de Renata tocando as minhas, e suas pernas se abrindo, implorando por meus toques. Rocei meus dedos por entre suas pernas, abrindo caminho para possuí-la. Mordi o canto da boca, beijei novamente o dorso da minha mão, revirei-me por dentro com a outra mão... O fogo me consumindo... Senti o galopante final em espasmos e o esmorecimento dos meus músculos... Involuntariamente gemi seu nome... E a água caiu torrencialmente sobre mim, misturando-se as minhas lágrimas, traduzindo assim a imensa saudade e o vazio em meu peito... Aos que desejarem se corresponder, estou aberta a receber e-mails de todos(as). Responderei com carinho. Um beijo carinhoso, Simone Vandronelli.
E-mail= vandronelli@hotmail.com