- Estive vagando por mil jardins floridos.
Lendo Pompas Fúnebres, de Jean Genet deparei-me com está frase: "O Jardineiro é a rosa mais cheirosa de seu jardim". Frequentei por dias seguidos os jardins próximos (de Alah e Armação), arrancando do solo dezenas de cravos fortes, musculosos, violentos e feri meu corpo com imensos espinhos das rosas mais belas que, do solo, conseguia arrancar. Mentalmente fiz a conta: de sexta a sexta, 17 foram aqueles que eu masturbei, beijei e tive entre minhas pernas. Na última segunda numa única noite foram mais 7. Estou me tornando vicioso. Contei para o conhecido mais próximo e ele comentou maldoso: "e você fala isso como se fosse algo de que se pudesse orgulhar?". Não sei se é orgulho o que tenho. Se meu corpo arde e minhas pernas tremem e se o meu peito deseja a perdição através de mil caralhos desejados e domesticados, o que posso fazer se não, amar a prostituição que não cobra nenhum centavo. Baudelaire certa vez escreveu: "O amor pode surgir de um sentimento generoso: o gosto pela prostituição". É o que sou, um prostituto, mais que isso, um bom amante, pois fui cultivado na adolescência pelos homens casados. Disse a um amigo lusitano que era isso que eu era, ele carinhosamente me chamou de puto (em portugal, segundo ele, puto é um menino esperto, arteiro). Sorri, um sorriso de júbilo, e formulei delicadamente em meus lábios: Puto G.
Hoje de manhã ainda na cama estive a relembrar a foda de quase duas semanas atrás. Eu já havia me esfregado com três rapazes e caminhava pela semi obscuridade com um quarto, já a procura de um quinto ou sexto; sempre mais. Íamos trocando confidências. Ele, um lutador de jiu-jitso de 29 anos, contava-me que tinha uma noiva há 12 anos ao mesmo tempo em que mantinha um namoro de 1 ano e 9 meses com um colega de Jiu-jitso, que havia terminado há um mês porquê ele, o namorado, tinha começado a ter ciúmes da sua noiva. Ele relatava tudo com extrema calma e naturalidade, eu surpreso o observava e, por um segundo, vislumbrei o seu futuro: anos depois, separado, sem filhos (pelo menos, não filhos que gostem dele) e solitário. Já vi muitos como esse.
Avistamos um carro, um táxi. Por alguns momentos ficamos de longe apenas obsevando, mas ele resolveu chegar mais perto e puxar conversa, o puto queria uma suruba. Eram dois caras, um de seus 30 anos e outro de 21, lindo, que ao longe eu tinha percebido estar antes a chupar o motorista (desejei com sofreguidão desde aquele momento amar aquele chupador de caralho). Ao me aproximar o de trinta anos, de barba por fazer, perguntou o que o lutador curtia e depois o que eu gostava. Ele respondeu ativo e eu passivo. Então, o taxista indagou o que estavamos esperando para fazer algo. Antes que o lutador dissesse alguma coisa eu respondi: "dois é pouco". "Então chega mais" disse o taxista. Me aproximei do rapaz no banco do carona, abocanhei o seu imenso caralho como se fosse o prêmio ansiado e merecido após uma longa corrida, ele gemeu e apertou os olhos, depois os abriu e olhou para o teto, como se buscasse algo para agarrar, pôs as mãos no meu rosto. Seu caralho pulsava! Sentei-me ao pé do banco, o lutador se aproximou, pôs o pau pra fora e o rapaz começou a chupá-lo também. Vendo o garoto sendo devorado por nós dois, o taxista me puxou para chupá-lo mas, logo pediu para fuder-me. Colocou-me apoiado na porta do carro e socou de vez. Os outros dois deram a volta no carro, enquanto ele começou o vai e vem lento ao qual o meu cu o obrigava devido a grossura do seu caralho. O rapaz e o lutador se puseram na minha frente, eu os chupava enquanto o taxista me fudia. Eles, juntos, como amantes desesperados, esporraram na minha cara pouco depois do taxista gozar. Saí do jardim transfigurado, coberto com o mel das abelhas e com os números delas.
Na minha cama estive a sonhar, embora o sol já se mostrasse alto no céu da Boca do Rio.