Ato II
Saímos do prédio, ambos furtivos como dois colegiais matando uma aula.
Quando chegamos a seu carro, ela me pede que o dirija. Vai indicando o caminho.
Enlaça-se comigo, beija-me, sussurra ao meu ouvido:
- Queria fazer uma coisa, deixa?
Nem tenho tempo de responder. Abaixa-se, abre meu zíper, liberta meu membro.
Loucura! Tento dizer que é arriscado, estamos nas ruas da sua cidade, ela pode ser vista. Diz que pouco se importa com isso agora.
- Eu quero!...
Alojado entre seus lábios carnudos, " ele" se avoluma.
Rendo-me...
Confesso que fiquei algo preocupado... Felizmente são mais de 11 da noite, as ruas estão desertas, ainda mais depois da chuva torrencial que caiu.
Ainda bem. Afinal, se fossemos surpreendidos em nossa aventura no vão da escada, ainda teríamos o escuro a nos disfarçar, ainda nos sobraria uma rota de fuga.
Agora, em plena rua, temi que alguém, conhecidos, amigos do marido, pudesse identifica-la. E se vissem o que faz...
Admito que também temo por um acidente que me seria bem pouco agradável...
Mas dizer não a ela? ... Não ceder ao irresistível apelo de mais uma vez roubar um fruto proibido?
Dirijo vagarosamente, olhos atentos a tudo em volta. E ao prazer que minha ousada dama me propicia...
Avisto uma rua com vários motéis, não faço escolha, entro no primeiro.
Ela ainda tem a presença de espírito de levantar-se e jogar seu casaco sobre meu colo, de forma que a moça da recepção não veja algo que esta noite é só, todo, dela.
Rapidamente entramos, estacionamos na vaga. Só um ambiente daqueles para não se espantar em ver que o cavalheiro sobe as escadas atrás de sua dama, trazendo para fora da calça seu membro ereto...
Chegamos à porta. Com a pouca luz uma certa dificuldade para abri-la, depois lá dentro algum tempo para encontrar os interruptores.
Ela entrou atrás de mim, e assim que consigo acender as luzes, me abraça. Sinto seus mamilos rijos se comprimindo às minhas costas.
Ao virar-me, nova surpresa: sobre os sapatos de insinuantes saltos altos, ela está toda nua!
Mais tarde eu entenderia como. Seu casaco nas mãos, a tênue blusa de seda, a saia de amarrar, todas foram cúmplices de seu ato de despojamento. A calcinha? Nunca a encontramos...Certamente irá para o folclore do pessoal da manutenção do Centro Empresarial. Certamente se deliciarão quando a acharem, certamente alimentará fantasias por muito tempo...
Agora, as garras de uma gata selvagem arranham meu peito. Por pouco não arrancam os botões de minha camisa. Abre o fecho da calça, e no mesmo tom, puxa de um movimento só a calça e a cueca, deixando-me nu. E todo seu...
Avança, diz coisas plenas de volúpia aos meus ouvidos. Beija-me com todo o desejo que uma mulher pode ter.
Lentamente escorrega por meu peito, põe-se de joelhos...
Apanha carinhosamente meu membro em suas mãos. Passa sua língua deliciosa, desde o talo até a cabeça, que brilha em seu pulsar de puro tesão.
Suga-me com vontade. Olha para cima, me fita provocante, com meu membro em sua boca.
Não para, até que lhe dou meu gozo. Aproveitado até a última gota.
Levanta-se e segreda-me outra fantástica notícia. Tinha armado uma situação em casa que a deixava livre - essa outra preocupação que eu tinha - esta noite. Poderemos ficar até a manhã.
Eu a beijo, carrego nos braços até nossa cama.
Para preparar, lhe dou um longo e completo banho de língua.
A noite se segue, com minha dama cada vez mais incitantemente devassa.
Deliciosa...
Nua em todos os sentidos, ela agora se entrega a viver fantasias que parece que esperam há tempos para serem vividas. A mulher séria e profissional do cotidiano não entrou naquele quarto. Quem está ali é uma devassa. Uma escrava sexual que deve ser treinada, adestrada. E usada...
Morde os lábios: diz que agiu como uma menina mal comportada que precisa ser punida.
O recado é entendido, assumo a posição enérgica que o momento exige:
Eu a coloco de bruços, apoiada sobre minhas coxas. Vibro a mão espalmada nessa tua deliciosa bundinha. Sinto a maciez das suas carnes, sinto seu corpo estremecer a cada novo golpe, tua respiração arfar.
Sigo na disciplina, até que ela propõem um armistício: pede que seja perdoada, em troca, oferece-me uma noite de prazer.
Posso perdoá-la. Mas apenas se me sentir bem servido...
Avança sobre mim beija todo meu corpo, senta-se, inicia uma cavalgada. A primeira, apenas a primeira...
Mais tarde a madrugada nos abate em nosso cansaço. Adormecemos abraçados.
Deve estar amanhecendo quando tenho um sonho erótico. Nele, num clima de muita sedução, uma bela mulher abocanha meu pau e me presenteia com uma inesquecível chupada.
Ainda cansado, pouco a pouco vou abrindo os olhos:
Não era sonho!
Vou perder meu avião...
LOBO
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