Eu já o detestei no primeiro dia que o vi. Não sei bem o porque, mas, rolou uma grande antipatia de minha parte por Fábio já a primeira vista. Ele foi apresentado em meu departamento pelo gerente de finanças de minha empresa e trabalharia no mesmo setor que eu, o de contabilidade fiscal. Aquele rapaz de vinte e poucos anos, com aqueles cabelinhos espetados e emplastados de gel, barba bem feita e extremamente calado. Eu observava-o dia após dia sentado na mesa do canto, quieto, alheio as nossas piadas de escritório, definitivamente concentrado nos seus afazeres. Fábio nunca participava de nada, era só um tímido "bom dia" ao chegar e uma fria "boa tarde" ao se despedir. Cheguei a fazer pedidos para nosso gerente o transferir de setor mas não tive argumentos para justificar tal pedido. Sou loira, alta e bonita. Os rapazes do escritório sempre me elogiam e Fábio, por mais que eu passasse perfumada, cheirosa e deslumbrante perto dele, limitava-se a dizer apenas: "Bom dia Isabela." Aquilo me irritava e eu respondia: "Só se for pra você!" notei que ele ficava sem graça e trancava-se no seu mundinho de números até a hora de almoçar. Almoçava sempre em locais diferentes do resto do pessoal, um metido!
Mas eis que teve aquela famosa festa de fim de ano onde todos se confraternizam, bebem, flertam e partem para os finalmentes. Eu jamais tinha saído com colegas da empresa pois sei bem que depois de uma aventura qualquer, os rapazes fazem "rodinhas" e contam os detalhes do que fizeram com a gente na cama. Nunca passei por isso, mas algumas amigas sim, algumas até casadas que se viram obrigadas a ter que deixar o trabalho por vergonha, medo ou outros motivos. O garanhão do escritório era o Renato de Tal, um homem lindíssimo, hiper charmoso, ótimo de lábia, porém, um linguarudo! Já havia comido desde copeiras a secretárias executivas e diziam que tinha traçado até a mulher do Maurílio, chefe do almoxarifado. Mas voltando a festa, todos bebiam e dançavam descontraídos, eu mesma já havia bebido todas e estava muito radiante até que numa mesa do canto avistei quem? é, o Fábio! sozinho, sentado a observar o movimento, copinho de refrigerante na mão, completamente na dele. Resolvi me aproximar para enfim quebrar o gelo e tentar ao menos "suportar" a presença dele. Como é de praxe, comecei perguntando o que ele achava da festa e ele: "Legal." perguntei se ele queria alguma coisa, e ele; "Não." perguntei se ele sabia dançar, e ele:" Sei não." Sentei-me ao lado dele e fiquei em silêncio, esperava que depois da minha abordagem simplória ele enfim puxasse qualquer assunto. Mas o cretino permaneceu calado. Olhei-o por alguns segundos, ele notava que eu o olhava, mas preferia não me encarar, fingia estar entretido com o pessoal na pista de dança do clube que a empresa alugara. Perguntei como que pergunta e responde ao mesmo tempo: "Seu nome é Fábio né?" ele me olhou sorrindo e respondeu: "Sim." e eu: "Fábio, quer saber? vai para puta que te pariu! Tentei fazer contato com seu mundinho mas ele é muito restrito!" levantei-me e embrenhei-me em meio a massa que sacudia-se na pista em ritmo de funk. Acho que ele não entendeu nada pois levantou-se, pôs seu copinho ridículo de refirgerante na mesa e saiu do clube. Me senti vitoriosa ao vê-lo embora e me entreguei definitivamente ao clima da festa.
Mas não parava um só minuto de pensar que havia estragado a noite de alguém e comecei a suspeitar que a sensação de remorço estava se manifestando em mim. Tentei ignorar isso, mas a cada minuto me flagrava olhando o copinho de refirgerante abandonado na mesa e a porta por onde Fábio havia saído. Achei que ele fosse retornar mas não retornou. Comecei a sentir pena, sei lá. Por que eu tinha feito aquilo de maneira tão gratuita com um rapaz cujo o único defeito era ser tímido e reservado até demais? resolvi ir lá fora, talvez ele estivesse na calçada falando ao celular, queria me desculpar e quem sabe recomeçar outra vez? mas não o vi, ele havia ido embora por minha causa. Minha noite acabou ali, tudo perdeu a graça. Sem o Fábio não era amesma coisa. Peguei minha bolsa, despedi-me das pessoas alegando dor de cabeça e fui direto para meu carro. Ao passar por uma rua onde existiam barzinhos com cadeiras e mesas nas calçadas, vi Fábio sentado na companhia de uma menina linda. Procurei uma vaga para estacionar, negociei com um flanelinha e fui até o tal bar. Já cheguei cheia de atitude, puxando uma cadeira, me sentando e pedindo um Martini. Fábio e a mocinha de uns 19 anos me olharam sem entender nada. Eu o olhei séria, dentro dos olhos e ele sorriu sem graça apresentando-me a sua namoradinha: "Liliana, essa é Isabela. Ela é uma amiga lá do escritório e..." interrompi: "Liliana, nos deixe a sós, por favor." a menina não entendeu nada mas olhando para Fábio respondeu: " Olha Fábio, então fica combinado daquele jeito, no natal vamos para minha casa e no ano novo para a sua, beijos e...prazer em conhecê-la Isabela." eu dei um sorriso forçado e depois virei-me ao Fábio: "Sua namoradinha?" ele riu e repondeu: "Não, minha irmã, estávamos..." eu interrompi-o: "Sua o quê?" ele assustado:"Irmã." eu ri descontroladamente e disse-lhe:"Será que você não percebe quando um mulher tá interessada em você e quer sentir o prazer de lhe fazer compahnia?" Fábio riu e observou:"Mas você nem vai muito com a minha cara." eu apenas solicitei a conta ao garçon e disse ao Fábio:"Por você ser reservado além da conta, não me notar, não me dirigir a palavra e nem olhar para minha bunda quando eu passo como todos fazem no escritório. Mas uma coisa é certa, aquilo que eles olham, você irá tocar, o que eles apenas querem, você irá possuir e o que eles sonham, você irá realizar. Estranhamente por nunca ter me cantado ou paquerado. Seu silêncio me despertou o interesse pois você tem duas coisas que mulheres como eu admiram: primeiro; seu ar misterioso, e segundo e fundamental; sua discrição." e Fábio interrogou-me:"Como sabe que sou discrato?" e eu: "Te agredi verbalmente lá na festa e no entanto ao chegar aqui você não falava mal de mim para sua irmã e ainda me apresentou como uma "amiga." Fomos para casa de Fábio, sou avessa a motéis. Lá, a gente se atracou no corredor que vai até a sala e nos beijamos árduamente. Eu tirei o paletó de Fábio, desabotoei sua camisa e um peito másculo e forte se revelou. beijei aquele deus grego, apertei todos os músculos de seu corpo, me perdi em seus beijo e me encontrei em suas carícias. Ele enfiava as mãos por baixo do meu vestido, paertava a minha bunda me arrancando gemidos de prazer, que homem! depois fomos para a cama dele e lá ele me surpreendeu de vez. De tímido não tinha absolutamente nada, era "o cara"! No sexo oral era perito, um mestre na arte de fazer uma mulher enlouquecer. Nas posições sexuais, Fábio fez de mim gato-e-sapato, exigindo bastante flexibilidade das minhas articulações. Me penetrou de todas as maneiras possíveis em todas as posições imaginadas e me fez gozar de uma maneira que só ele foi capaz. Fábio também chegou ao êxtase comigo de uma forma especial que lhe proporcionei e que outras jamais foram capazes, sem frescuras ou restrições. Em resumo, fui uma autêntica puta no nosso primeiro encontro íntimo e ele amou meu jeito de fazer amor. Fábio foi carinhoso e romântico comigo e entre uma sessão de sexo e outra contamos nossas vidas, a dele é apaixonante, basta conecê-la para aprender a admirar aquele rapaz. Percebi que todo ódio que eu carregava de Fábio, em verdade, era por não conseguir odiá-lo. Hoje somos namorados e eu o amo, adoro e idolatro pois como se não bastassem tudo que revelei a respeito dele, o cretino ainda é muito fiel e amigo. Enfim, acertei a sorte grande pois até os meus 25 anos, só havia me relacionado com homens de dupla personalidade cujo maior objetivo era simplesmente o sexo, não o sentimento recíproco. Sei que minha narrativa não tem muito a ver com os contos picantes aqui registrados, porém, no meu entender, minha história tem sim o seu lado erótico, só que olhando pelo meu ponto de vista, é um erotismo romântico e singular. Beijos e abraços naqueles que tiveram a paciência de ler até o fim.
Isabela Cunha - RJ