Peguei meu carro e saí rodando por aí. Procurava por alguma diversão. Depois de uma separação tumultuada, eu me via novamente solteiro. Não sabia por onde começar. A gente perde muito quando se casa com alguém que não nos completa. Aos poucos, perdemos os amigos, os contatos, as festas, as antigas namoradas e amigas. Em suma, eu me sentia sozinho e perdido.
Sem saber muito bem por onde ir, comecei a rodar pelos bairros boêmios da cidade. De cara, fiquei surpreso com a quantidade de pessoas jovens. Sou um homem de 45 anos, não tenho mais pique pra acompanhar a juventude. E nem saberia como fazer isso. Eles são muito barulhentos, agitados e bebem além da conta. Eu não queria nada mais que uma companhia, de preferência uma mulher que tivesse mais de 25 anos. Quando dei por mim, estava no bairro das boates de garotas de programa. Não pensava em ficar com nenhuma delas, mas as cores e a agitação do lugar me fizeram esquecer um pouco a solidão. Rodei por alguns quarteirões. Tinha muitos carros rodando por ali também. Geralmente havia dois homens em cada carro. Poucos se aventuravam sozinhos como eu.
Parei pra conversar com algumas garotas que procuravam clientes pela rua. Nenhuma me chamou a atenção. Fiquei desanimado. Pensei em dar meia volta e ir pra casa. Foi quando eu a vi... Não parecia uma garota de programa. Andava com muito charme. Era alta e tinha cabelos compridos e negros. Ela usava uma franja que acentuava ainda mais a sua beleza. Parecia uma modelo numa passarela. Caminhava determinada. Pensei que fosse atravessar aquela zona e ir pra outro lugar. Não foi.
Eu a segui e a vi entrando numa boate de strip-tease. Imediatamente parei o carro num estacionamento. Atravessei a rua e um segurança abriu a porta da boate pra mim. Entrei. Fiquei parado até reconhecer o ambiente. Havia muitos homens sozinhos ou em duplas. Fiquei impressionado com o número de garotas usando apenas um fio-dental. Todas eram gostosas e tinham bundas grandes e bem-feitas. Eram sorridentes, mas não conseguiam disfarçar a tristeza de estarem expostas como uma mercadoria. Eu me sentei e pedi uma cerveja. Procurei pela garota que vi na rua e não a encontrei. As outras continuavam dançando e rebolando. Fiquei olhando pra elas só pra matar o tempo. Imaginei como seriam na cama, que tipo de depravação seriam capazes de fazer. Pensei em escolher uma delas, mas estava curioso demais pra ver a minha garota. E não demorou muito. De repente, as luzes se apagaram. O lugar ficou silencioso por alguns segundos, mas logo começou a balbúrdia. Uma luz foi jogada num pequeno palco e a música começou a tocar. Uma das meninas fez um número de strip-tease. Achei patético. A mulher era gostosa, mas não tinha charme algum. Ficou se oferecendo de uma maneira vulgar. Tentava ser excitante, mas não conseguia. Vi mais alguns números e de novo já estava pensando em ir embora. Foi quando ela entrou no palco. Vestia uma capa toda vermelha, usava botas longas, meia arrastão e um corpete de couro. Começou a dançar. Era mais excitante que todas as outras garotas juntas. Também tinha sua dose de vulgaridade, mas, até nos momentos em que arrebitava o traseiro ou mostrava os seios, demonstrava bastante charme.
Eu estava encantado. Quando ela ficou nua, me vi diante de uma obra de arte. Ela começou a se contorcer agarrada num cano de ferro. Eu não conseguia nem piscar. Estava ficando louco, apaixonado. Cada vez que ela se esfregava no cano de ferro, eu só faltava morrer. Quando terminou o número, eu fui o único que aplaudi. Depois chamei o garçom e perguntei o nome da garota. Chamava-se Rosana. Quis saber quanto me custaria sair com ela. O garçom me olhou e falou um preço que era equivalente ao meu salário de um mês. Fiquei desanimado. Tomei mais algumas cervejas e não vi mais a garota.
Voltei pra casa, mas não consegui me esquecer dela. Depois disso, voltei à boate várias vezes pra ver o show dela. Eu era o único que aplaudia no final. Nunca ficava com nenhuma outra garota. Percebi que estava cada vez mais vidrado em Rosana. Até que, uma noite, resolvi esperá-la. Não sabia se sairia acompanhada por algum homem. Mas ela não saiu com ninguém. Andava pelas ruas sem nenhum receio. Também não olhava pra ninguém. Antes que sumisse, parei o carro ao seu lado e a chamei pelo nome. Você me conhece?, ela perguntou. Assisto ao seu show quase todos os dias. Sou o único que aplaude no final, eu disse. Ela sorriu e foi simpática: Então é você o meu fã número 1? Respondi que sim e ofereci uma carona. Ela aceitou.
Eu mal podia acreditar que estava com minha deusa. A conversa fluiu gostosa, como se a gente se conhecesse há bastante tempo. Deixei-a na porta de casa, como um bom menino. Não tentei nada. Comecei a esperá-la todas as noites no final do show. Às vezes ela saía acompanhada. Quando estava sozinha, aceitava minha carona numa boa.
Até que, numa noite, a coisa aconteceu... Ela estava meio bêbada e deixou a chave do portão cair na calçada. Saí do carro e a ajudei a procurar. Encontrei a chave e abri o portão.
Ela me convidou pra entrar. Não sou bobo e aceitei. Bebemos mais um pouco. Aí Rosana colocou uma música e começou a dançar. Fiquei sentado no sofá, encantado. Ela foi tirando a roupa. Olhava-me com os olhos cheios de fogo. Tirou a calça, a blusa e ficou de calcinha e sutiã. Dançou mais um pouco e ficou nua. Não parava de dançar. Ela se aproximou de mim e nós nos jogamos no sofá. Beijei todo o seu corpo. Depois, coloquei a cabeça no meio das suas pernas. Ela me empurrou contra o seu sexo e disse: Me chupa! Eu me deliciei por horas. Minha língua percorria todos os recantos do seu corpo. Eu a vi soluçar, gemer e gozar. Acabamos indo pra cama e amanhecemos juntos, um nos braços do outro.
Final feliz? Quase. Ela continua na boate fazendo strip-tease e saindo com outros homens. Eu não tenho como bancá-la. Continuo sendo o seu fã número 1. E o único que aplaude no final de cada strip...