Ela...

Um conto erótico de Black Dog
Categoria: Heterossexual
Contém 446 palavras
Data: 26/09/2008 19:06:34

E ela derrepente ressurgiu na sua mente, inabitada por anos de não-lembranças. Ressurgiu com aquele mesmo olhar enigmático. Ele se atordoou.

Era esquisito, pensava.

Uma lembrança tola, imprópria...

A Irmandade Secreta do Sexo eBook Kindle

Seguiu.

Vasculhava por outras lembranças, pensamentos que entretecem, não queria pensar nela.

Pensava em seu trabalho. O que tinha de fazer amanhã mesmo?! Repassava papeis e textos mentalmente. Ao chegar em casa tenho de ler aquela apostila.

...Como seus olhos eram lindos...

Ela, novamente. Espreitando sua memória.

Até que era gostoso tê-la ali, ao menos ali, no intimo de suas divagações.

Não vale a pena pensar nisso, retrucava sua consciência. Voltava-se novamente à direção de seu carro. Ainda amargurava sua perda como a de uma parte de si próprio.

Faz tempo mesmo... Comentava para si. Como ainda pode persistir o vigor de sua imagem?

Ele a amou. Foi um amor singular, o primeiro. O mais intenso. O mais doloroso. O que nunca existiu.

Ficou nervoso consigo. Não queria pensar nela.

E quanto mais se censurava, mais ela ria. Em suas lembranças, ela ria. Quase sentia seu cheiro. Lutava contra a nostalgia. E seu sorriso era uma ironia a sua resistência. Se achava um estúpido!

Depois de tudo que ela fez. Como posso?

E sua alma evaporava a cada lembrança, como uma gota sob a brasa. Era muito forte, mais que sua existência. Era a rainha das suas vontades. Começava a se perguntar sobre aquele amor, tão forte que resistiu ao tempo. E a outros amores...

Entristeceu.

Chegou em casa, largou suas coisas, deitou-se à cama, quis chorar.

Não! Não seja idiota. Se agredia!

Não adiantava.

Ele era dela.

Se tornou desde que a viu pela primeira vez, descendo uma escada de colégio. Linda...

Como por contrato, toda sua ingenuidade foi tirada por ela. Exceto a de seu sexo.

Como queria tê-la encaixada em si, ao menos uma vez. A queria tanto! A queria muito!

Lágrimas escorriam, junto a sua excitação.

Tocava-se, e seu prazer se confundia à dor daquela saudade maldita.

Se tocava mais... se perdia...

A imagem vinha cada vez mais forte, por pouco uma manifestação da sua presença, com seus cabelos negros, compridos. Também chorava. A imagem chorava.

E ao tocar seu corpo, fingiu ser real.

Naquele dia se amaram, com toda dor da paixão perdida.

E enquanto a amava, seu peito doía. A xingava, se punia. Declamava seu amor, recitava sua agonia.

Estourou em gozo assim como em lágrimas. Se percebeu sozinho em seu auto-consolo. Sujo de seu prazer e exausto de seu sofrimento.

Foi permeado por um vazio que encheu seu pensamento.

Ficou ali... até que se limpou, pegou um lápis e papel e iniciou uma escrita;

“E ela derrepente ressurgiu a sua mente...”

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive Black Dog a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários