Super Paty

Um conto erótico de Franco
Categoria: Heterossexual
Contém 1880 palavras
Data: 26/12/2008 12:43:51
Última revisão: 26/12/2008 12:04:30

Ele adormeceu pensando na Paty, como fazia há muito tempo. Desde que a conheceu, na verdade, tinha ficado absolutamente hipnotizado pela beleza dela. Não uma beleza renascentista, nem uma beleza de manequim. Uma beleza de mulher de verdade, de carne e osso, com carne na medida certa e com concentrações estratégicas para garantir-lhe as curvas mais estonteantes que ele já havia visto. Alta, sempre elegante, porte altivo,cor de jambo, rosto deslumbrante, em geral sério, mas ainda mais apaixonante quando se abria em um sorriso.

Paty nunca lhe dera a menor bola. Passava por ele, pelos corredores, como passava por todo mundo: sempre olhando em frente, séria, indiferente aos suspiros desesperados de paixão que arrancava de todos os homens e aos comentários despeitados das mulheres.

Ele adormeceu, naquela noite de novo, pensando nela. Acordou de repente, assustado, com uma luz forte que o impedia de abrir completamente os olhos. Foi-se acostumando aos poucos e começou a perceber onde estava.

Que estranho! Um salão muito iluminado, com decoração refinada, ao estilo Luís XVI, em tons creme e vermelho-alaranjado, piso de mármore branco impecável (“Deve ser Carrara”, pensou ele). Não podia ver o que havia às suas costas, mas o salão parecia ser muito amplo. De largura, tinha facilmente uns 20 metros e ele parecia estar bem no meio. Uns quatro metros acima dele, um candelabro imenso de cristal, com centenas de lâmpadas, e uma espada pendurada, apontando para ele. Inquietou-se ao avaliar a região para onde a espada apontava e tentou sair dali. Mas percebeu então que estava com pés e mãos atados a uma espécie de maca que não estava nem na horizontal nem na vertical, mas um pouco inclinada, de modo que ele podia olhar tanto para a espada acima quanto para a frente com facilidade. À frente, quatro degraus de mármore conduziam a um amplo patamar onde havia um trono. Ao fundo um enorme espelho e cortinas pesadas nas laterais.

— Mas que lugar será esse? pensou.

Sua resposta não demoraria a chegar. Começou ouvir uma música que ele não conseguia saber bem de onde vinha. Mas identificou logo. Era o Bolero, de Ravel. Ao som lânguido daquela música duas moças passaram ao seu lado (estranhamente, ele as conhecia! Mas elas não lhe dirigiram palavra.). Uma delas carregava, sobre uma almofada, uma tiara de ouro, brilhantes e citrino. As duas subiram os quatro degraus. Faty colocou-se ao lado do trono, com a tiara. Alcy foi até a cortina e puxou-a.

Depois de alguns momentos de expectativa, uma mulher alta, belíssima, totalmente envolta em um manto negro, passou por Alcy e dirigiu-se para o trono, a passos firmes, ao som do Bolero, que tinha ficado mais alto. Ele conhecia aquele andar... Ela sentou-se e Faty ajeitou a tiara sobre a sua cabeça. Alcy e Faty curvaram-se e desceram de costas os quatro degraus, voltadas para o trono, e se colocaram ao lado dele.

Ele não podia acreditar nos seus olhos! Era a Paty! O volume da música diminuiu.

— Oi Paty! O que que é isto tudo? perguntou.

Ela lhe lançou um olhar fulminante de profundo desprezo, como se até então ainda não houvesse percebido que ele estava ali. Alcy deu-lhe um forte cutucão:

— Olha o respeito! Ela é Morgana, nossa rainha!

— Qual a acusação que pesa sobre esse súdito? perguntou a rainha Morgana.

— Com sua licença, majestade, disse Faty. Ele andou falando para quem quisesse ouvir, na cidade, que a nossa rainha é gostosa e muito peituda, numa atitude de total falta de decoro e respeito.

— É isso mesmo, sujeitinho desprezível? Como se atreveu? E como você sabe? Ando sempre com este manto negro que me cobre toda, exatamente para evitar esse tipo de especulação!

— Com seu perdão, majestade, tenho alguma experiência no assunto. Nos tempos pré-Internet eu já era fã das revistas especializadas em mulheres exuberantes, desde as mais “soft”, tipo Playboy e Hustler, até as mais “ousadas”, tipo Fling e Voluptuous. E, mais uma vez com o seu perdão, esse meu “estudo” aprofundado da opulência feminina.. er... hum... me ensinou a detectá-la à distância, ainda que bem coberta e disfarçada.

— E você imagina que eu estou nessa categoria?

— Mil perdões, minha rainha, mas tenho certeza disso.

— E se acha no direito de ficar trombeteando isso aos quatro ventos, seu tarado irreverente e irresponsável? gritou Morgana, irada.

— Perdão! Perdão! Não foi por mal!

— Cale-se! O que vocês acham, Faty e Alcy?

— Tem que ser punido!

— Tem que ser punido exemplarmente!

— Com a espada?

Ele suava frio... Amarrado ali, estava à mercê dela.

— A senhora é quem decide, poderosa Morgana, disse Faty. Mas talvez não fosse o caso de inutilizá-lo. Afinal, ele é sem dúvida um “sem noção”, mas não se pode negar que tem bom gosto.

O sorriso maroto da Faty, ao dizer isso, foi acompanhado por um sorriso de satisfação e orgulho da rainha ao ouvir aquilo. A verdade é que ela tinha consciência e orgulho da sua beleza incomum, e gostava de ser admirada, mas com discrição. Vendo essa reação, ele ficou profundamente agradecido à Faty pela observação que ela havia feito.

— Você tem razão, Faty! Vou aplicar-lhe uma punição que, para ele, talvez seja ainda pior do que a espada. Vocês sabem qual é, não é mesmo? E depois, dependendo de como ele reagir e se comportar, talvez eu até lhe dê um prêmio pelo bom gosto.

As três sorriram. Morgana levantou-se e fez um gesto para que elas se aproximassem para ajudá-la.

— Vamos à tortura do “ver sem tocar”. Me ajudem aqui a tirar esse manto.

O Bolero de Ravel aumentou de volume novamente, enchendo todo o salão com sua melodia quente, cadenciada e repetitiva, enquanto Faty e Alcy ajudavam a rainha Morgana a abrir e retirar seu manto. As duas não conseguiam disfarçar uma certa inveja da exuberância dela, mas por outro lado reconheciam que aquele monumento de mulher tinha nascido para ser rainha. E elas, para servi-la. Deixaram o manto cair ao chão, sorrindo ao verem, com o rabo do olho, o rosto estupefato dele.

Ele estava diante da cena mais improvável que ele poderia ter fantasiado. Paty, a Paty que ele admirara de longe por tanto tempo — ou melhor, Morgana, a rainha — estava ali diante dele, encarando-o desafiadora e sorridente do alto de um par de sapatos salto 12 pelo menos, e com aquela tiara cintilante. Cobrindo seu corpo moreno perfeito apenas uma lingerie negra das mais elegantes e reveladoras (ele não poderia dizer se era Victoria’s Secret ou Thais Gusmão, mas tinha classe; e em Morgana ficava ainda mais especial). Meias de seda rendadas subiam pelas pernas longas até as coxas fortes da rainha, presas ao corpete por tiras elásticas. Uma tanguinha minúscula e, mais acima, um corpete-sutiã que obviamente se esforçava ao máximo para conter os seios imensos e magníficos da rainha Morgana. Naquele momento inicial, que era um misto de surpresa, agitação, excitação, boca seca, tudo enfim, ele ainda teve tempo de pensar: “Confirma o que eu sempre pensei. Garantido que a Paty nunca consegue comprar a parte de baixo e a parte de cima do biquíni do mesmo tamanho!”

Mas nem teve muito tempo para elaborar mais esse pensamento. Sua cabeça estava a mil.

— E então, seu “sem noção” irreverente? Confirmou-se o que você pensava da sua rainha, não é mesmo? E, pelo jeito, há “indícios” de que você gostou, não? disse Morgana medindo-o de alto a baixo com os olhos e sorrindo orgulhosa. Pois morda-se de desejo! Nada disso é para o teu bico, seu desbocado. Vou te ensinar o que é uma mulher de verdade, mas você não vai poder relar um dedo em mim. Sofra! Essa vai ser a tua pior tortura.

A música estava cada vez mais envolvente. Morgana desceu os quatro degraus e postou-se bem à frente dele, com os pés afastados uns sessenta centímetros. Começou a mover os quadris languidamente ao som do Bolero, puxando às vezes as tiras que seguravam as meias, e depois virando-se de costas e olhando-o por cima do ombro. Sentindo-o desesperado, ela aproximou-se mais ainda, sempre em seus movimentos sensuais e excitantes, mas tomando o máximo cuidado para que nem um centímetro do seu corpo tocasse nele. Ele se esforçava, implorava, mas nada conseguia.

Sabendo muito bem quais eram as suas armas sensuais mais poderosas, ela debruçou-se então sobre ele, com uma perna de cada lado do seu corpo e o busto quase tocando o seu rosto. Nessa posição ela encobria praticamente toda a visão que ele tinha antes do candelabro e da espada. Nesse momento ele só via aqueles seios das suas mais loucas fantasias, enormes, poderosos, praticamente saltando para fora do corpete. Impiedosamente ela juntou os ombros, fazendo-os apertarem-se um contra o outro para que os olhares dele se perdessem naquilo que os americanos chamam de “cleavage”, que no caso dela era como um vale profundo entre duas imensas montanhas de pele linda, cheirosa e macia. Sim, ele podia sentir o odor delicioso... mas só podia imaginar a maciez. Não contente, querendo puni-lo ainda mais, ela deixou que suas duas mãos subissem, acariciando o seu próprio corpo, desde as coxas até os seios. Ali elas se detiveram em carícias intensas e massagens que pouco a pouco foram tornando mais insustentável a tarefa inglória daquele corpete.

— Alcy! Me ajuda aqui! ordenou.

Alcy veio correndo e ajudou Morgana a soltar as tiras que amarravam o corpete nas costas. Para isso Morgana, que estivera curvada sobre ele até então, teve que aprumar-se. Aquilo era realmente demais para ele. Ele viu o corpete sair e deixar, em seu lugar, o maior e, acima de tudo, o mais maravilhoso par de seios que ele havia visto em toda a sua vida. Morgana olhava para ele, agora sorrindo francamente, lindíssima e totalmente orgulhosa do poder da sua beleza. Ele, incrivelmente, convencia-se de que ela era muito mais do que um belíssimo par de seios. Ela era linda! Era especial! Impiedosa como sempre, ela debruçou-se de novo sobre ele, e de novo com todo o cuidado para que seus seios ficassem a milímetros do rostinho dele, mas sem tocá-lo. Aqueles dois corpos não se tocavam em nenhum ponto, em nenhum momento. Essa era a punição que a rainha queria para o seu súdito.

— Está aprendendo a admirar sua rainha de boca fechada, seu bocudo? É isso aí! Sou mesmo muito peituda, poderosa e gostosa.

Dizendo isso ela se levantou de novo para espreguiçar, esticando os braços e dando-lhe uma outra visão, também desesperadoramente excitante daquele corpo excepcionalmente perfeito e maravilhoso, que continuava ondulando ao som do Bolero de Ravel, agora a todo volume, caminhando para o Finale.

Mas essa visão não durou muito, pois ao fazer isso ela permitiu que o rosto dele saísse da sombra aconchegante do corpo dela e, com isso, a luz forte do candelabro atingiu novamente os olhos dele, que por alguns minutos tinham ficado acostumados com a penumbra. Ele piscou ansioso, tentando acostumar os olhos à luz para voltar àquela visão paradisíaca. Mas não conseguia... parecia que ela estava fugindo...

— Espera, minha rainha! Perdão! Morgana! Paty! Por favor...volta. Minha rainha! E o prêmio pelo meu bom gosto? E o prêm...

Só teve tempo de ouvi-la sussurrar, ao longe, “Mais tarde...”, enquanto seus olhos se abriam para a luz que entrava pela janela do seu quarto.

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Ora pois, pois... Dá-lhe Camões !!! he he he (http://ana20sp.sites.uol.com.br)

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