Um sonho sonhado
Não conversamos sobre aquela transa a três, foi como se não tivesse acontecido e banhamos, brincamos e bebemos o dia inteiro Samantha ficou no refrigerante.
Eu sabia e Cláudia também que iria acontecer, era uma questão de tempo, mas iria acontecer...
Quinta-feira, 3 de janeiro de 2002 11h40m
Samantha fechou os olhos e repousou a cabeça nos braços cruzados, o sol abrazador queimava minhas costas sentia arder.
Quer saber de uma coisa tio? levantou a cabeça e me encarou Essas frescuras não deviam existir...
Parei e fiquei olhando no seu rosto. Em minha infância bem que tinha fantasiado casar com Cláudia, termos filhos, morarmos em uma casa confortável e viver o grande amor de minha vida.
Sonhei com isso Sam... Sonhei com isso...
Samantha ficou pensativa, olhava fixo para meu rosto e a respiração amena fazia subir e descer os peitinhos já com formas de mulher formada.
A gente devia poder casar com que a gente quisesse... falou ainda com o olhar vidrado Tem um montão de gente que se casa e não é feliz...
Quis dizer que a própria mãe não era feliz com seu pai, mas calei. Não queria piorar mais a imagem de João, tão abalada com os últimos acontecimentos.
É a vida garotinha... É a vida...
Tio... ela deu uma respirada forte E como a gente vai ficar depois que...
Parou, por sua cabeça deveria estar passando um montão de dúvidas. Dúvidas que eu mesmo tive durante toda minha vida.
Depois que vocês voltarem... completei.
Ela respirou forte e senti o corpo estremecer.
É... piscou Ainda não sei...
Samantha estava séria como ainda não a tinha visto estar, aquela luz marota que alumiava o rosto, o sorriso sempre presente e a eterna certeza de saber ou pensar saber das coisas pareciam ter ficado emaranhado nas dúvidas e nas incertezas.
Deixa pra pensar nisso quando chegar a hora... voltei a espalhar creme em suas costas Vamos viver o agora, o momento...
Sempre foi assim desde que me dei por conta que nunca ia ter uma vida normal com Cláudia, as pessoas jamais iriam aceitar uma relação como a nossa.
Então... ela parou, aquele semblante pesado e caricato deu lugar ao que estava acostumado a ver A gente casa... Tu casa comigo e a gente vive numa boa...
Deu vontade de sorrir da idéia maluca de minha sobrinha, mas não o fiz, ela estava séria e aquilo, para ela, era coisa muito séria.
A gente pode casar, não pode?
Dessa vez foi meu corpo a balançar com a respiração forte e entrecortada por um tremelique.
Acho que não... respondi, minha mão parada em sua costa e uma pontinha de esperança crescendo como se fosse possível levar avante aquela idéia quase infantil.
Ela voltou ficar séria.
Isso também seria incesto... palavra cruel para titular grande amor E...
Mas antigamente podia... ela virou e deitou de papo pro ar Os reis e rainhas casavam com sobrinhos, primos...
Mas aquilo era coisa da história e hoje em dia as leis não permitem mais que pudesse ser feito.
Pois é... Antigamente os reis e rainhas se casavam com parentes para manter o reino, para fazer crescer suas posses... descruzei as pernas que começavam a ficar dormentes Mas isso é coisa de passado e?... encostei na cadeira E como eu ia casar com uma pirralhinha mau saída dos cueiros?
Samantha sentou na cadeira de sol de pernas cruzadas. Os pequenos seios subia e descia em uma cadência quase magistral.
Tu ta brincando... ela olhou séria de novo Não tô de brincadeira não tio...
Eu sabia que ela não estava brincando, que queria participar e encontrar uma saída para aquilo em que estava, agora, também metida. Mas jamais iria dizer que ela poderia ser a solução, e seria se não fosse ainda tão nova e fossemos loucos ao ponto de dar vida aos devaneios.
Não Samantha, não estou brincando contigo... respirei fundo Sabia se você fosse um pouco mais velha bem que poderia ser uma saída?
Acariciei as costas nuas de minha sobrinha, senti e vi o corpinho ficar aceso, pontinhos translúcidos pontearam a pele e ela gemeu baixinho.
Vamos dar um mergulho... clamei Esse sol ta muito brabo...
Corri e mergulhei, a água quase gelada fez meu corpo estremecer...