AMIGAS, NATUREZA, SEXO
Sexta-feira, 26 de julho de 2002.
Em Colinas nesse época faz um clima estranho, durante o dia é um calor de assar os miolos e durante a noite um frio gostoso faz parecer um paraíso. Durante toda minha vida sempre gostei muito da natureza e aproveito toda oportunidade para estar junto a ela, Colinas com suas matas quase virgens e o rio Itapecuru é um convite permanente para acampar.
- Bem que a gente poderia fugir desse calor... - Francilice me abraçou pela costa e fez carícias em meu peito - Lidinha está de férias e... Vamos amor, você é doido pelo mato, eu sei disso.
Realmente eu estava me sentindo muito preso a horários, queria sentir de perto que Deus fez o mundo para nossa felicidade e acertamos fugir para as Caraíbas(*).
- E as meninas? - lembrei que Fernanda e Francisca chegariam no dia seguinte - Será que elas vão gostar?
- Claro que vão, Francisca é doida pelo mato e Fernandinha... Esse topa tudo... - me virei e abracei minha mulher - Lídia vai adorar.
Aproveitei e verifiquei em minha agenda se havia algum compromisso para amanhã, sexta-feira. Não havia nada de muito importante que não pudesse ser adiado e telefonei para o escritório pedindo que cancelassem ou adiassem os compromissos marcados.
- Vou fugir pro mato... - falei para Carmem, minha secretária - A partir de amanhã a tarde dá teus jeitos.
Carmem riu e desejou descanso.
- Tu estais precisando mesmo reabastecer... - falou com carinho - Se fosse possível também ia fugir desse calor dos infernos...
Carmem foi um achado dos céus, era auxiliar comercial quando cheguei e a trouxe para trabalhar comigo. É uma pessoa agradável e culta que não perde oportunidade de estar em dias com o mundo. Casada com Adalberto, um comerciante do lugar, tem um casal de filhos - Lúcia então com quatorze anos e João Marinho o caçula com onze anos. Foram os dois que me fizeram conhecer Francilice de quem são compadres e padrinhos de Lídia.
- Vamos programar um final de semana comportado no mato... - sorri e falei sussurrando para Francis não ouvir - Senão teu dono me arranca os colhões...
Carmem riu e fez alguns comentários apimentados - tínhamos liberdade para falar coisas que normalmente não se fala.
- Tenho dó de minha amiga, vai ficar ardida de tanta rola... - riu - Mas não vai mexer com minha afilhada, viu seu sacana!
- É muito novinha, melhor se fosse uma certa morena de cabelos longos...
- Tu não és nem maluco de querer minha filha! - falou séria, mas eu sabia que estava brincando - Aquela é vespeiro viu? Não é pro teu bico...
Continuamos conversando e brincando até eu ouvir a fala de Adalberto, desligamos.
As garotas chegaram antes das sete da manhã e ambas aprovaram o programa. Ainda fui ao escritório para ver se havia algum problema, mas Carmem já tinha dado os jeitos. Saímos para as Caraíbas antes da dez e chegamos uns cinqüenta minutos depois.
Foi uma farra na chegada, Francilice era a única que já conhecia o lugar: uma pequena cabana coberta com palmas de babaçu com dois cômodos sem piso - areia fina e solta - onde armamos as redes, muitas árvores frondosas e o rio serpenteando manso o babaçual e uma paz só encontrada na natureza.
- Onde vamos fazer a comida tio? - Francisca perguntou depois de arrumarem a cabana - Aqui tem piranha?
Olhei para Francis e rimos, falei que ia improvisar um fogão de lenha e que havia piranha, mas que nunca haviam atacado ninguém.
- Vem gente aqui? - Lídia estava sentada no chão.
- Não me lembro de ter visto alguém em outras vezes - respondi enquanto improvisava o fogão lembrando meus tempos de escoteiro.
- Então podemos até banhar nus, não é mesmo?
Francilice apareceu na porta e sorriu.
- Olha lá dona Lídia, já conversamos sobre isso...
Acendi um fogo onde assamos carne e esquentamos o arroz que Francis levou pronto. Depois do almoço armei minha rede debaixo das árvores frondosa e adormeci, as garotas passaram o restante do dia brincando e banhando no rio, só resolvi sair da rede no final da tarde.
- Finalmente tio! - Fernanda correu sorrindo - Tu ronca pra cachorro...
Olhei para os lados procurando Francis e Lídia, Francisca estava sentada na areia morna brincando um alguns gravetos.
- Onde estão Francis e Lídia? - perguntei colocando a rede na mesa de talos de babaçu trançados que Francis tinha improvisado.
- A tia e Lídia estão pescando na curva... - abriu o isopor e retirou uma lata de refrigerante - Parece que pegaram um bando de peixes...
Também peguei um refrigerante e saí, Francisca não estava mais no lugar, tinha ido para onde estavam a tia e Lídia.
- Tem alguma coisa se a gente banhar no rio sem roupa tio? - Fernanda estava sentada em um banco de dobrar - Não vem ninguém para cá, não é?
Falei que poderia aparecer alguém, alguns moradores da redondeza poderiam vir tomar banho ou lavar roupas - apesar de não ter visto ninguém nas duas outras vezes que estive por lá.
- Mas se você quiser não vejo nada demais... - passei por ela e farfalhei seus cabelos - Você quer banhar pelada?
Ela me olhou e deu um sorriso envergonhado.
- Quero não, mas a Lídia falou que vai banhar nua... - levantou e me acompanhou - Tu toma banho nu na frente delas?
- Às vezes tomo - respondi ouvindo o piar dos pássaros e o som do vendo batendo nas palmas de babaçu - Por quê? Você não toma banho com o Arnaldo?
- Mas ele é meu pai e tu...
- De certa forma Lídia é minha filha...
Fernanda olhou para onde estavam as garotas e sorriu.
- Mas o papai não faz aquelas coisas comigo... - parou, estávamos quase dentro da água - E tu mete o pau na periquita dela?
Olhei pra ela por alguns instantes e sentei em um tronco retorcido de uma árvore arrancada na última cheia do rio.
- O que Lídia lhe contou?
Fernanda sentou dentro da água, cruzou as pernas e me encarou.
- Falou de umas coisas que tu fazes com ela... - abaixou a vista e segurou o pé - Tu come ela, não come?
- Você sabe que sim... A gente mantém relação sexual...
- Mas tio, ela não é muito nova pra essas coisas?
Respirei fundo, realmente Lídia era quase uma criança que ainda deveria estar brincando com bonecas e vivendo a vida de criança. Esse era um fato que me incomodava muito mais que como foi com Amanda e Ana Clara, fechei os olhos e apoiei meu peso nos braços, o tempo pareceu voltar...
- Você é só uma menina levada...
Era um sábado, dia 21 de setembro de 1991. Keyla e Ana Clara tinham saído e Amanda entrou na biblioteca onde eu estava lendo um relatório de intenções.
- Tu sabes que não sou... - puxou a cadeira e sentou - Mas tu não podes fazer assim comigo.
Parei a leitura e me virei para ela.
- Mas é verdade filha, você é apenas uma criança com idéias estranhas... - passei a mão em sua cabeça - Tira essas coisas dessa cabecinha, vá brincar como as crianças de sua idade...
Ela me olhou, os olhos cheios de lágrimas.
- Não sei explicar isso papai... - enxugou o fio de lágrimas que despencou dos olhos - Mas eu só sei que te quero muito...
Respirei fundo e afastei minha cadeira.
- Venha cá, senta aqui comigo...
Ela pareceu respirar mais aliviada e sentou de frente para mim, ficamos nos encarando, eu queria ter o poder de entrar na mente de minha morena e tirar aquele estranho modo de sentir.
- Você também sabe que te amo muito, mas existem coisas que não podemos fazer... - parei e olhei para ela - E essa periquita é muito pequena viu?
De brincadeira passei a mão entre suas pernas, ela vestia uma calcinha folgada e meu dedo tocou na pequena abertura lisa, ela tremeu e suspirou.
- Quando tu passa a mão me dá uma coisa aqui dentro... - segurou minha mão e forçou para suas pernas - Um dia tu ainda vão acreditar em mim...
Mas eu acreditava, apesar de querer me enganar eu acreditava e sabia que havia muito mais que o gostar de filha e isso me assustava, não sabia como agir.
- Não sei de onde você tirou essa coisa Amanda - puxei minha mão - Te amo demais da conta, mas não podemos fazer isso, você é minha filha...
- Tu viajou pra longe tio... - ouvi Fernanda - O que tu estava pensando?
Abri os olhos e tentei sorrir, sempre me achei meio estranho e muito mais quando falava esse tipo de coisas com meninas ainda quase crianças.
- Realmente fui longe... - levantei o corri para dentro da água.
Mergulhei e nadei, por baixo da água, até a outra margem. Fernanda ficou olhando e, quando submergi, ela nadou até onde eu estava. Esperei que chegasse e puxei sua mão.
- Tu não respondeu minha pergunta... - se dependurou em minha costa.
Peguei com cuidado e carinho e a coloquei sentada em minha perna, olhei para ela.
- Realmente Nanda, Lídia é muito nova... - olhei dentro de seus olhos - Nem eu mesmo sei porque aceitei isso...
- Mas não foi tu... Ela disse que foi ela quem quis...
- Mas se eu não deixasse nada teria acontecido... - ouvi vozes e rios, as garotas estavam voltando - E o que você diz disso tudo?
Fernanda também ouviu as garotas.
- Ela te ama e te quer, é isso o que importa, não é?
Não tive como evitar quando ela se aproximou e me deu um beijo pequeno nos lábios.
- Até eu ia querer...
Soltou meu braço e mergulhou, fiquei olhando ela nadar em direção da praia.
- Olha lá o belo adormecido! - Lídia gritou e correu para o rio.
Francis entrou na cabana para deixar os peixes já tratados e voltou enrolada em uma toalha. Fernanda ficou olhando Lídia nadando em minha direção e Francisca também saiu da cabana enrolada em toalha. Desviei a atenção para Lídia que estava chegando.
- Pegamos onze peixes...- segurou minha mão e sentou em meu colo - Eu peguei quatro...
Contou da pescaria, estava vestida em uma bermuda fina que molhada deixava ver o sexo, a camisa, também molhada, demarcava os pequenos seios.
- Larga que ele é meu! - Francis chegou e puxou a filha pela cintura, as duas afundaram brincando.
Olhei para a outra margem, Francisca estava em pé nua e Fernanda tinha tirado a parte de cima do biquíni. Francilice também estava nua.
Não estranhei ver Francis banhando sem roupa, mas não esperava que Francisca também fosse banhar do mesmo jeito e de Fernanda eu poderia esperar tudo.
Quando o sol de pôs acendi uma fogueira enquanto as garotas preparavam o lanche da noite, ligaram o toca disco do carro e o vazio se encheu com músicas melodiosas. Lanchamos e fomos jogar baralho e contar das coisas do dia, a pescaria foi o assunto que reinou. O clima estava mudando e, para compensar o frio, bebemos vinho tinto tirando gosto com peixe assado na brasa.
Ficamos conversando e brincando até quase dez horas da noite, o clima era frio e as meninas se agasalharam como puderam. Eu e Francis ficamos ainda conversando enquanto as três se recolheram.
- A Lidinha está muito saída pro teu lado... - Francis falou depois de ficarmos sós.
- Tua és culpada por isso... - tomei um gole de vinho, estávamos na terceira garrafa - Sempre te falei...
- Me diz uma coisa... - ela também bebeu e encheu novamente nossos copos - Tu tem coragem de comer ela?
- Ela é só uma criança amor... - gelei por dentro quando ela falou aquilo.
Francilice tornou beber antes de voltar a falar.
- Se um dias tu comeres ela... - me olhou séria - Só te peço que sejas carinhoso e... Não faça ela sofrer e nem pegar filho...
- Não te entendo Francis, nem parece que tu és mãe dela... - suspirei fundo, deu vontade de abrir o jogo, mas achei melhor calar.
- Não tem nada de estranho Júnior, ela é mulher e... Tudo indica que te escolheu... E sei que tu és um homem decente... Não vai magoar minha filha...
- Francis!... - minha língua estava coçando para falar que já tinha acontecido - E se acontecer? Como é que ia ser?
Ela olhou para o fogo e ficou pensativa, bebeu dois goles e se levantou e andou em direção ao rio. Fiquei observando sua ação, parecia até que ela ainda não tinha pensado de verdade na possibilidade como se fosse apenas um sonho. Peguei meu copo e a segui.
- Se realmente acontecer... Não sei Júnior... - balançou a cabeça, tomou o resto do vinho e sorriu - Ia ser uma sacanagem só... Tu ia se lascar pra dar conta de duas...
Logo entramos, as três estavam agasalhadas e embrulhadas em cobertores pesados, Francisca já tinha dormido e Fernanda e Lídia conversavam sussurrando. Quando entramos as duas pararam. Armei a rede de Francis e a minha e deitamos, ficamos conversando e traçamos planos para o dia seguinte.
Francilice não demorou pegar no sono, apaguei o lampião a gás e avivei a fogueira colocando bastante lenha para rebater o frio. Quando voltei Lídia estava deitada em minha rede.
- Vou dormir contigo... - afastou e deitei - Está fazendo muito frio pai...
Olhei para Fernanda e ela me olhava sorrindo. Durante a noite mantivemos relação antes de pegarmos no sono*) Caraíbas é uma fazenda, de conhecidos, no município de Mirador e é banhada pelo riu Itapecuru antes de receber as águas do rio Alpercata para onde gosto de ir, mas nunca tinha levado Francis para esses meus retiros costumeiros.