ROSA AS FOTOGRAFIAS E O SEGREDO
Sexta-feira, 10 de janeiro de 2003.
Passamos as festas de fim de ano em Passagem-Franca, na casa de Rosilan. Antes conversamos com as garotas - Fernanda e Francisca - para que não comentassem nada do que tinham visto e vivido em Colinas. Em outras ocasiões Fernanda esteve conosco, mas sempre procurei manter uma certa distância dela e, mesmo com todas as brincadeiras e liberdades, consegui barras as investidas.
Em uma quarta-feira Rosa ligou falando que ia passar um final de semana conosco, pois Arnaldo ia participar de um encontro em Floriando.
Chegaram na sexta-feira antes de meio dia, Francisca tinha ido com o pai - os avós moram em Floriano - e Fernanda preferia, como era de esperar, ir com a mãe.
- Tem uma coisa que preciso conversar contigo - Francis puxou a amiga e foram para a cozinha - Sei que contigo não tem frescuras, mas...
Contou que em minha casa tínhamos um jeito muito nosso de agir e que não era fora do comum ficarmos a vontade e, muitas vezes, sem roupa alguma.
- Nandinha já tinha me falado... - sorriu - Mas e Lídia?
- Tu vais ver... - Francis abriu uma garrafa de cerveja e tomaram juntas - Essa mesmo é quem mais gosta... - olhou para a amiga - E tua filha não fica atrás...
Rosilan sorriu imaginando de como seria a filha longe do pai. Lembraram do tempo de mocinhas quando gostavam de banhar nuas no poço.
- O Arnaldo é meio quadrado... - Rosa tomou toda a cerveja do copo e Francis tornou encher - Tu sabes que comigo não tem nada, até vou gostar de pegar uma cor diferente...
Eu sabia que Rosilan ia chegar, mas tive que fazer uma viajem rápida e só cheguei em casa no início da noite. As quatro estavam sentadas no beira da piscina. Fernanda e Lídia estavam só de calcinha e Rosa vestia um biquíni pequeno de cor azul, Francis estava de bermuda jeans.
- Pai! - Lídia correu quando me viu entrar - O pessoal já chegou desde meio dia... - deu um beijo pequeno em minha boca - Pra onde tu estava?
Falei que tinha passado o dia em São Domingos. Fernanda também veio e me abraçou forte.
- Estava com saudades de meu tio querido.
Abracei as duas e fomos para a área, Rosilan falou comigo, já estavam um pouco alegre das cervejas que tomaram a tarde toda. Francilice perguntou se eu queria comer e falei que tinha feito um lanche antes de sair de São Domingos. Sentei numa cadeira na área da piscina, Lídia tirou minha bota e meias, senti um alívio, tinha feito muito calor durante o dia todo.
- Tu não queres dar uns mergulhos pai? - Lídia sentou em meu colo - Vamos banhar, a água está que é uma beleza...
- Faz de conta que não estou aqui... - Rosa falou - Pode banhar pelado, só não vai querer me comer...
Achei melhor tomar banho no banheiro mesmo depois que Francis ter falado que a amiga não ligava pra isso. Depois do banho vesti uma bermuda folgada e fui conversar com ela, falamos sobre Adalberto e perguntei sobre Francisca.
- Aquela é enrabichada com o pai, prefere ficar com ele sempre...
Ficamos conversando até quase meia noite, Lídia e Fernanda saíram para darem umas voltas pela praça Henrique Dias onde sua turma se reunia todo início de noite. Antes das meninas voltarem Rosilan resolveu dar uns mergulhos e Francis a acompanhou. Brincaram e tentaram me puxar, mas fugi das duas e em uma brincadeira sem querer Francis puxou a parte de cima do biquíni da amiga que rasgou a alça e os seios bem feitos ficaram a mostra e, para minha surpresa, Rosilan apenas tirou, jogou em minha direção e também rasgou o biquíni de Francis, as duas sorriram e continuaram as brincadeiras sem se importarem com minha presença.
No sábado fomos para um banho onde ficamos até a hora do almoço. Voltamos e de tarde Fernanda chamou a mãe para mostrar as fotografias,Francis estava junto.
- Ficaram muito boas... - falou alto para que eu escutasse - Queria que imprimisse para eu levar...
- E tu és doida menina? - Francis falou - Se teu marido ver isso vai dar a maior confusão.
Continuaram olhando e Rosilan elogiou o corpo da filhas, principalmente de Fernanda que ficou toda prosa.
- As duas são bastante fotogênicas - falei olhando as imagens na tela do computador - Só basta um pouco de fotoshop para ficarem como se fossem profissionais.
- Essa pequena tem uma cara safada! - olhou uma foto de Fernanda - Quem vê até pensa outra coisa...
Era uma das fotografias que eu havia feito sem que elas tivessem notado, Fernanda estava conversando com Franicis e a mão pendente passava na vagina. Foram várias fotos seqüenciadas até um close da vagina.
- Olha essa aqui! - apontou para uma em que ela e Francisca brincavam na cama.
- Foi a Chica quem pediu pra bater - Fernanda sorriu e me olhou - Olha o que ela estava fazendo mãe!
Rosilan olhou a foto e sorriu.
- Vocês longe do pai são suas safadas... - deu um tapa na perna da filha - Se teu pai visse isso era uma surra na certa.
Continuaram vendo as fotos e saí para a área da piscina, o sol já não estava tão forte e sentei na cadeira de encosto. Pouco tempo tempos Francilice veio para perto e sentou no chão quente.
- Vamos fazer o que hoje? - pegou meu pé e começou a fazer massagem - As meninas vão para a festinha do João...
Lembrei que Carminha tinha me falado do aniversário do filho e combinei que poderíamos da uma passada por lá e depois iríamos para a Beira Rio. Rosilan topou, mesmo não sendo um programa muito agradável.
- Hoje estou com a garganta coçando - sentou no peitoril - Estava mesmo era com vontade de dançar...
Mas não havia lugar algum com festa naquele dia.
- Vamos fazer nossa festa aqui... - olhou para Francis - Vamos lá e voltamos...
Mas não saiu como ela tinha imaginado, ficamos mais tempo que o previsto na casa de Carmem onde apesar da festa dos onze anos do filho um grupo de amigos se reuniu e a bebedeira correu solta.
- Se tua amiga continuar assim vai ficar de porre... - Carmem falou - Ela é do teu bico?
Sorri e passei o braço em sua cintura, falei que era amiga de infância de Francis e que não tinha nada com ela. Entramos na casa e o grupo ficou se divertindo.
- Será que não? - me olhou entre séria e alegre - Minha amiga tem de ficar de olho nela, ela é muito jogada pro teu lado.
- Só tem uma mulher... Duas, que não tiro o olho... - dei uma palmada em sua bunda.
Carmem deu um pulo espantada.
- Tu és doido Júnior? - olhou para os lados - Se Francis ou Beto verem vão pensar coisas... - riu e me abraçou - Quem é a outra?
Apontei para Lúcia que conversava animada com Lídia e Fernanda.
- Tu não é nem doido de mexer com minha filha... - sorriu - Não passa de uma criança Junior, deixa de ser papa anjo!
Ainda falamos algumas brincadeiras e nos aproximamos do grupo de garotas.
- Pai, vem conhecer minhas amigas! - Lídia levantou e puxou meu braço.
Me apresentou para todos, a maioria meninas de seu circulo e alguns garotos. Carmem esperou e me puxou, voltamos para o quintal onde nossa turma ria às gargalhadas das piadas de Adalberto.
Ficamos na casa de Carmem até sair o ultimo convidado. Rosilan e Francis bebiam sem regras. Carmem e Adalberto se juntaram a nos e logo depois as garotas, João ficou no quarto olhando os presentes. Bebemos e brincamos um pouco mais antes de voltarmos para casa.
- Vou cair nas piscina, quem me acompanha? - Rosilan tirou a roupa e pulou na piscina só de calcinha - Vem Francis, está gostoso...
A noite estava morna e convidava para uns mergulhos, foi acender as luzes.
- Deixa assim Junior... - Rosilan pediu - Vamos ficar só com a luz das estrelas...
Não havia lua, o céu negro estava pintado de pontos luminosos. Deixei as luzes apagadas, as garotas também pularam na água e eu fui para a cozinha prepara uma boa dose de vodca com suco de melancia. Voltei e sentei na borda, estava só de cuecas, todas elas de calcinha e Fernanda parecia mais solta mexendo com a mãe e com Francis.
- Vem pai, pula! - Lídia chamou.
Mas continuei sentado bebendo olhando as quatro divertidas, Rosilan sorria alegre e pensei de como o álcool modifica as pessoas.
- Eita boceta grande Lídia! - Rosilan estava abraçada com Lídia no canto da piscina um pouco afastada das duas - Mas deve incomodar ainda, não é?
Lídia olhou espantada para Rosa, não sabia que Fernanda tinha contado sobre ela e eu.
Estavam arrumando as bagagens, Arnaldo e Francisca não estavam em casa.
- Mãe... - Fernanda estava pensativa desde que decidiram passar aqueles dias em Colinas.
Rosilan pareceu não ter escutado, estava mais interessada no que levar, mas sabia que seria um final de semana sem badalação alguma, Francilice sempre foi muito simples e não gosta de locais muito movimentado.
- Mãe! - tornou chamar e Rosilan olhou para ela.
Apesar de serem muito ligadas Fernanda se parece muito com o pai, ao contrário de Francisca que é uma cópia em miniatura dela.
- Posso te contar um segredo... - Fernanda fechou a porta com chave e voltar a sentar na cama cheia de roupas - Mas tu tem de prometer que não conta pra ninguém...
Rosilan parou e sentou do lado da filha. Sabia que devia ser muito importante para a filha ter tido cuidado de fechar a porta.
- O que é minha filha? - imaginava tudo, até mesmo alguma do marido - Fale logo, não me deixe mais preocupada, foi teu pai?
Fernanda olhava bem dentro dos olhos da mãe.
- Não... Mas só falo se tu prometer... Jurar que não vai falar nada pra ninguém, nem pro pai...
Rosilan respirou um pouco mais aliviada, pelo menos não era o que temia.
- Prometo... Mas fala logo que estou agoniada...
- Olha lá mãe, tu prometeu! - respirou fundo, tinha de falar pois em Colinas ela poderia desconfiar e pensar outras coisas - É sobre a Lídia... Ela deu pro tio...
Um frio correu ligeiro na espinha, no princípio pensou ser brincadeira da filha.
- Deu o que, como?
- Ora mãe, deu!... - parou preocupada sem saber se tinha feito o certo, mas era tarde e tinha de falar tudo - Eles trepam... Fazem amor...
- Deixa de mentira menina, ela é uma criança... - a respiração acelerada, o coração martelando dentro do peito - Ele forçou ela?
- Não... Foi ela quem quis dar, ele não queria, mas...
A vista ficou turva sem entender direito, parecia estar dentro de um sonho maluco. Não conseguiu imaginar de como seria Junior fazendo sexo com a garota. Levantou e ficou parada debruçada na janela.
- E a Francis... Ela sabe disso? - virou bruscamente, no rosto uma máscara entre dor e ódio.
Fernanda ficou com medo, os olhos arderam com vontade de chorar. Tinha traído a confiança da melhor amiga e tudo poderia ficar diferente se a mãe não entendesse e não soubesse de tudo.
- Ela sabe... - baixou a vista - E não... Não se importou...
Rosilan respirou fundo e o pensamento voou para muito tempo atrás quando não passava de uma mocinha.
- Quer dizer... Você está... - respirou e voltou a se sentar na cama - Como foi que você soube?
Fernanda contou tudo, contou das vezes que conversava com Lídia ao telefone, de como a amiga falava de Junior, do amor declarado, dos desejos não escondidos e, por fim, daquele dia dentro do rio e de outras vezes ora na piscina, ora em qualquer lugar em que a amiga tivesse vontade.
- Tua irmã sabe disso?
- Sabe... Mas jurou não contar pra ninguém... - olhou para a mãe - E não falou nem pro pai... Eu só falei por que... Porque a gente vai pra lá e... E a senhora...
Rosilan puxou a filha e ficaram abraçadas. Tinha pensado em desistir da viagem, mas o que a filha lhe contou tinha, de certo modo, dado vontade de ver de perto como era aquela loucura.
- E vocês ficaram nuas na frente dele?
- No começo fiquei com vergonha - mentiu, não ia dizer pra mãe das coisas que pensava e tinha vontade de fazer - Mas a gente se acostumou... Francisca nem pareceu ficar envergonhada...
Na cabeça tentava formar uma imagem de como teria sido.
- Ele mexeu com vocês?
- Não mãe! Ele nunca fez nada nem comigo e nem com a Francisca... - estava mais aliviada - Ele respeita a gente...
- E como é? - um bichinho mexia dentro da cabeça.
Fernanda não entendeu direito a pergunta.
- O que?
- Ele! - sorriu - É muito grande?
Fernanda sorriu, a mãe tinha voltado a ser a de sempre.
- Quando está mole não, mas quando fica duro é desse tamanho - mostrou o tamanho exagerando.
Rosilan olhou espantada, o tamanho mostrado era monstro.
- Deixa de mentira menina! - sorria imaginando como a garota poderia agüentar tudo aquilo - Então ele é um jumento...