Leila. Leila de Fátima é o meu nome.
Sou uma mulher normal como tantas outras. Seios médios, bumbum proporcional à minha altura, olhos e cabelos castanhos claros e tenho 27 anos.
Tudo começa quando, há uns dois anos atrás, perdi meu emprego e, por conta disso, gastei quase todas minhas economias e precisei vender meu carro para ajudar num problema sério de doença na família.
Fiquei seis meses procurando emprego quando, fui convidada a participar de um processo seletivo em uma empresa multinacional de médio para grande porte.
Depois de várias etapas, marcaram uma entrevista final com a pessoa que seria meu superior direto. Dia e hora marcados, estava eu feito um poço de ansiedade aguardando a tal pessoa, numa sala em uma consultoria dessas especializadas em Recursos Humanos.
- Um pouco de paciência, me diz uma funcionária. Dona Suzana ligou e está um pouco atrapalhada no trânsito, mas, não demora.
Dona Suzana! Caso fosse admitida, iria responder para uma mulher! Uma experiência ainda não vivida por mim, pois, atuo na área de contabilidade, área essa, geralmente chefiada por homens. Enfim, era aguardar para ver.
- Bom dia, me desculpe o atraso. Eu sou a Suzana e vim para entrevista-la.
Uma mulher aparentando uns 35 anos, alta, pele alva, cabelos negros, olhos castanhos escuros, seios médios para grande, bumbum ligeiramente grande, tudo realçado por um vestido negro, na altura dos joelhos, muito bonito e com um decote recatado e sem exageros. Usava um colar e pulseira imitando pérolas, o que contrastava com o negro do vestido. Umas sandálias também negras, discretas e de salto médio completavam seu vestuário. Trazia na mão uma valise de executiva, de onde tirou uns papéis.
- Prazer, eu sou a Leila...
- Seu currículo é muito bom e você se destacou nas fases iniciais do processo...
Quando ela disse isso, senti um calafrio na espinha! Seus olhos procuraram os meus e ali ficaram sem se mover como que querendo desvendar minha alma! A segurança com que conduzia a entrevista, - sempre olhando diretamente para os meus olhos - a colocação correta das palavras, a impostação da voz, tudo isso foi me deixando admirada! Eu estava diante de uma excelente profissional! Tinha certeza!
- Gostei de você, tanto como pessoa quanto pelo andamento da entrevista. Aguarde um contato pessoal meu em, no máximo dois dias.
Fui embora ansiosa e ao mesmo tempo feliz com as palavras finais dela, o que me deu alguma esperança, após algumas entrevistas frustradas.
- Leila? Oi, é Suzana...
Quase caí das pernas quando ouvi isso em meu celular! Ela cumpriu a promessa e ligou pessoalmente para mim!
Mais alguns dias, após ter formalizado a minha admissão, estava sentada na mesma sala que ela e, após algumas semanas, pude me certificar que era realmente uma excelente profissional! Muito bem conceituada junto à alta direção da empresa.
Após alguns meses, já havia conquistado muito de sua confiança. Modéstia a parte também sou boa profissional. Porém, havia algo naquela mulher que me intrigava! Raras vezes ela sorria. Passava o dia compenetrada em seus afazeres. Era de pouca conversa e eu percebia que os outros colegas, meio que evitavam se aproximar muito dela! Almoçava sempre sozinha e na mesma mesa do mesmo restaurante, todos os dias! Eu estranhava essa personalidade fechada, mas ficava na minha e ia tocando a vida em meu novo emprego.
Numa segunda-feira, após uma longa reunião com a diretoria, chamou-me para uma pequena sala de reuniões e disse:
- Leila, temos um importante trabalho para desenvolver, o qual deve estar na matriz no mais tardar na próxima segunda-feira! O volume e a complexidade dos relatórios são grandes. Teremos que trabalhar, e muito, além do horário e, como confio muito em você, quero que me ajude. Posso contar com você?
- Claro Dona Suzana! O único problema é que não tenho carro e moro um pouco distante, a senhora sabe.
- Isso eu resolvo. Ah, só mais uma coisa, quero que me chame de ora em diante, apenas de Suzana, ta?
- Mas, e os outros colegas? Vão estranhar!
- Apenas Suzana, foi a resposta.
Já naquele dia, começamos a trabalhar naqueles relatórios. Dona Suzana, ou melhor, Suzana, providenciava lanches e um táxi para eu ir embora.
Com isso, fomos nos tornando mais íntimas. Um dia, fui surpreendida porá uma observação e pergunta de Suzana.
- Você tem os pés bonitos e delicados! Que número você calça?
Não entendi direito, mas, respondi e continuamos a trabalhar.
Quinta-feira. Reunimos-nos durante o dia e concluímos que teríamos que ficar até muito mais tarde na sexta para terminarmos, já que Suzana tinha um compromisso no sábado.
-Leila, amanhã traga algumas roupas que vamos daqui direto para minha casa, já que isso talvez aconteça de madrugada.
- Suzana, não precisa. Eu vou de táxi como sempre...
- Não quero que se arrisque! Vamos para minha casa.
A sexta-feira transcorreu de forma lenta para mim. Não conseguia atinar o porquê de Suzana insistir para que fosse para sua casa.
Terminamos os relatórios quase uma da manhã. Fomos em seu carro para sua casa. Um simpático apartamento nos arredores da empresa.
Antes de chegarmos, ela falou:
- Conheço um barzinho muito bom por aqui. Vamos comer algo?
- Por mim, tudo bem!
Após comermos, ela pediu mais uma garrafa de vinho, acendeu um cigarro e, olhando-me diretamente nos olhos, disse:
- Pode perguntar Leila. Sei que tem muita curiosidade sobre mim. Confio plenamente em você e, já é hora de me abrir com alguém...
Estava tomando um gole de vinho e engasguei quando ela disse isso!
- Leila, sei que me acha uma mulher reservada e introvertida. É assim que resolvi viver de uns dois anos pra cá. Eu tinha um namorado que foi assassinado num farol quando ia me buscar na empresa, uma noite que fiquei até mais tarde!
Senti-me e me sinto culpada pela sua morte! De lá pra cá, minha vida mudou muito. Comecei a me penitenciar e a viver uma vida mais, muito mais reservada! Em noites de insônia, fico na Internet em sala de bate-papo, onde pessoas como eu, buscam alívio para suas culpas. A dor!
- Como assim, Suzana?
- Tornei-me uma masoquista! Nunca mais tive afetividade por nenhum homem! Tenho medo de passar por tudo o que passei novamente! Até tentei transar com outros homens, mas, desenvolvi um bloqueio psicológico em que, só chego ao orgasmo sentindo muita dor!
Eu estava de queixo caído! Perplexa! Embasbacada!
- Suzana, sempre ouvi dizer que existem pessoas assim. Porém nunca acreditei totalmente!
Ela olhou-me bem no fundo dos olhos, tragou o cigarro longamente, soltou a fumaça e perguntou-me:
- Quer ver? Tem coragem de assistir uma sessão de SDM?
- Suzana, não sei... Tenho curiosidade, mas não sei se tenho coragem...
- Então está resolvido. Você vai comigo num lugar que poucos sabem que existe. Um local secreto. A Casa da Noite Eterna.
Fechamos nossa despesa e fomos para sua casa. Não dormi praticamente a noite toda!
Continua...