<center><tt> Aninha </tt></center>
<center><strong><b>OS CIÚMES DE JÚNIOR</b></strong></Center>
<Center><tt>Sábado, 16 de dezembro de 1989</tt></center>
- Nana está uma mocinha... - falou olhando para a garota - Cada vez mais parece com o pai...
- Ela sentiu muito mais tua falta que do Roberto... - olhou para ele, estava séria - Ela sempre culpou o pai por tê-la afastado de ti - segurou a mão dele - Ele não tinha o direito de fazer aquilo Nelsinho.
Nelson respirou fundo relembrando a ultima vez que estivera na casa do irmão, de como Roberto lhe recebeu frio e depois aquela explosão enraivecida de ciúmes.
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Era para ser mais uma semana gostosa, Nelson tinha conseguido que o pai lhe pagasse as passagens de avião para passar o aniversário de Milena.
<i>- Tio! - Milena nunca esperava que ele fosse de verdade, correu alegre e se atirou em seus braços - Tu veio mesmo!
Nem despachou o táxi, voltou carregando a garota e foram para o centro.
- Para onde a gente está indo? - Milena perguntou.
Nelson sorriu e falou que era surpresa.
- Cadê o barrigudo do teu pai? - perguntou.
- Deve de está ajudando mamãe na arrumação... - olhou para o tio e deu o milésimo abraço desde que ele tinha chegado - O papai falou que tu não ia vir...
- Mas eu lhe prometi que vinha, não prometi?
Pararam numa loja de roupas e Nelson deixou que a sobrinha escolhesse o que queria.
- Posso vestir logo? - perguntou depois de escolher - Já tomei banho estava só esperando chegar a hora de me vestir...
Ficou uma gatinha toda dengosa. Voltaram para casa.
- Que roupa é essa filha? - Letícia estranhou ao ver a filha entrando.
Nelson estava pagando o táxi e pegando a sacola, Milena correu na frente pra avisar aos pais da chegada do tio.
- É presente do tio Nenê - parou e rodopiou.
Roberto escutou a conversa e foi ver do que falavam justo no momento que Nelson aparecia na porta.
- Nelsinho! - Letícia correu para ele e se abraçaram - Tu veio mesmo!...
Estava feliz, sempre ficava feliz tento Milena por perto. Soltou Letícia e andou para o irmão.
- Berto! - estendeu a mão que ficou estendida.
Roberto olhou o irmão e voltou para a sala sem cumprimentá-lo.</i>
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- Não culpo ele não Letícia... - fez carinho na perna da cunhada - Ele morria de ciúmes de vocês e... Eu não tinha nada que me tocar do Maranhão pra vir aqui...
Letícia ficou olhando a mão do cunhado alisando sua perna, sentiu um comichão lhe tomando o corpo.
- Nada disso Nelsinho... Tu veio para o aniversário de tua sobrinha... - respirou fundo - Ele não tinha o direito de pensar aquilo de mim...
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<i>Nelson teve vontade de voltar no mesmo instante, sentiu uma vergonha imensa da maneira fria como tinha sido recebido pelo irmão. Mas Letícia notou e tentou contornar as coisas.
- Ele está preocupado com umas coisas do trabalho - pegou a sacola e entrou Não liga pra isso não Nelsinho...
Milena nunca tinha visto o pai daquele jeito e ficou sem saber o que fazer.
- Tu vai ficar comigo no meu quarto tio... - puxou a mão do tio e levou para o quarto - Não fica triste não... Vou falar com o papai pra ele não fazer mais isso, viu?
Nelson tentou sorrir, mas ficou quase o tempo todo dentro do quarto e só saiu quando a sobrinha lhe puxou para fora. Durante a festinha tentou se aproximar do irmão que se esquivava o tempo todo.</i>
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- Isso é passado... - Letícia sentiu que o cunhado estava triste - Olha pras duas brincando... - olhou para Ana Carolina correndo atrás de Milena - Ela mudou muito depois que vocês chegaram... Parece querer recuperar todos esses anos...
- Morria de vontade de tornar a vê-las, mas não tinha o direito...
No dia seguinte à festa Roberto saiu cedo e só voltou para casa já tarde da noite. Nelson tinha já antecipado a volta para desespero da Sobrinha.
<i>- Porque tu tem de voltar amanhã tio? - sentou no colo do tio - Tu não vai ficar nem um dia com a gente?
Não havia clima, o irmão estava muito estranho e frio com ele, não queria piorar as coisas e preferia bater retirada antes que acontecesse o pior.
- Deixa de besteira Nelsinho - Letícia sentou no braço da poltrona - Tu vais ver que quando Berto chegar tudo vai ficar bem...
Estava decidido ir embora mesmo, sabia que Roberto não era de agir daquela maneira se não houvesse motivo e motivo, mesmo sabendo ser infundado, ele tinha de sobra.
- É melhor eu ir Letícia... - olhou para a cunhada - Tu sabes o motivo dele estar assim...
Levantou e foi para o quarto arrumar a sacola, Milena tinha colocado as roupas em uma gaveta. Estava triste por não poder aproveitar e fazer tudo o que tinha planejado.
- Milena não está entendendo nada Nelson... - ele virou e viu a cunhada parada na porta - Deixa de besteira cara...
Não tentou falar nada, não ia conseguir explicar para a sobrinha o motivo dos ciúmes do pai. Tornou a virar e voltou a arrumação da bagagem, estava com a cabeça cheia e levou um susto quando se sentiu empurrado para a cama. Milena pulou em cima dele e começou a fazer cócegas, pouco depois Letícia também entrou na brincadeira e ficaram se cutucando às gargalhadas.
- Que pouca vergonha é essa na minha casa!
Os três se viraram espantados, Roberto estava parado à porta.
- Olhe aqui seu Nelson... Ninguém lhe convidou para nada... Se você veio para a festa... Pode pegar seus panos de bunda e procurar caminho de volta...
Nelson estava branco e tremia.
- O que é isso Roberto? - Letícia olhou para o marido - Porque você está agindo assim?
- Não me venhas com essa cara de santa... - Roberto entrou no quanto e puxou o braço da filha - Milena! Vá pra casa do seu avô... Tenho que ter uma conversa com esse cara aqui...
- Pai?! - Milena olhou para a mãe - Tu não vai brigar com o tio, viu?
Nelson olhava para o irmão, via ódio estampado no rosto. Não era o irmão que admirava e gostava de verdade.
- Tu está me machucando pai! - Milena sentiu o braço doer.
Letícia estava atônita sem saber o que fazer, olhou para o marido e para o cunhado.
- Sai daqui Milena... - empurrou a filha que caiu e bateu a cabeça na cômoda - Tu também sua piranha, vai embora, me deixa com esse moleque!</i>
<blockquote>Depois daquele dia nunca mais voltou a ver o irmão, nem quando houve o acidente.</blockquote>
Letícia não encompridou a história, tinha sido dolorido demais aquele dia.
- Está acontecendo alguma coisa entre tu e Carol, não está? - perguntou.
Nelson olhou para a cunhada e não respondeu, não era preciso responder.
- Vai ver que isso é coisa de dona Anabele - sorriu lembrando de como ela e a sogra se deram muito bem até a confusão - Tua mãe tem verdadeira adoração por ti menino...
Ele sabia das armações da mãe para que os dois ficassem juntos sempre que desse, não lhe importava se ela era casada com o filho mais velho.
- Sei das coisas da mamãe... - a mão ainda acariciava a coxa da cunhada - Ela ainda pensa que Nana é minha filha...
Letícia fechou os olhos, tinha sido esse o motivo da briga dos irmãos. A sogra tinha falado alguma coisa ao telefone que desencadeou toda a ira de Roberto.
- Tua mãe... - parou respirando agoniada.
A mão de Nelson desceu e sentiu o dedo fazendo carinho na risca da vagina.
- Alguém pode ver Nelsinho... - colocou a mão em cima da dele - Não faz isso não...
Mas não tirou a mão do cunhado, deixou que ele continuasse fazer o que fazia e abriu mais as pernas.
- Pára Nelson... Pára...
O corpo trêmulo e o desejo aceso.
- Mãe! Vem banhar com a gente! - ouviram Milena chamando.
<center><b>PARA MELHOR ENTENDER ESSE RELATO LEIA OS EPISÓDIOS ANTERIORES</b></center>
<center><tt> Aninha <b>(Antes de ler, leia) </b></tt></center>
<center><tt> Aninha <b>(Roberto) </b></tt></center>
<center><tt> Aninha <b> (Anabele, minha mãe) </b></tt></center>
<center><tt> Aninha <b> (Voltando para a vida) </b></tt></center>
<center><tt> Aninha <b> (Mamãe mostra as garras) </b></tt></center>
<center><tt> Aninha <b> (Mamãe mostra outras coisas) </b></tt></center>
<center><tt> Aninha <b> (Lua de mel) </b></tt></center>
<center><tt> Aninha <b> (Sacaneando meu irmão) </b></tt></center>
<center><tt> Aninha <b> (A filha de meu irmão Júnior) </b></tt></center>