<tt><center>Laura Primeiros tempos </Center></tt>
<center><strong><b> Tu és meu pai...</b></strong></Center>
<Center><tt><b>Sexta-feira, 30 de setembro de 1994</b></tt></center>
Entrou no quarto e viu Laura deitada no chão, defronte do aparelho de ar condicionado, lendo Meu Pé de Laranja Lima<b><tt>1</tt></b> completamente absorta. Ficou parado enamorando a beleza infanto-juvenil da filha, recordando de quando ela não passava de um tiquinho de gente e brincava com os livros, espalhados pelo chão, como se fossem tapetes.
Ôi! Pequerrucha! falou jovial e ela olhou para ele com a carinha de anjo lambido Não fique muito tempo na frente do ar condicionado para não gripar...
Laura virou e sentou e cruzou as pernas tentando esconder estar só de calcinha e meias branca.
Ôi, paizinho! sorriu para ele Peguei um livro na tua estante fechou o livro e mostrou a capa É gostoso...
<blockquote> Lucio lembrou que havia lido aquele livro lá pelos anos setenta, princípio de oitenta. Foi presente do pai quando ele terminou o primário e passou no exame de seleção pro Marista.</blockquote>
É muito bom mesmo... Fizeram um filme baseado nesse livro e até em novela de televisão foi transformado<tt><b>2</b></tt> entrou e sentou na cama desalinhada Como foi no colégio?
Uma chatice... Dona Dulce está cada dia mais insuportável ele riu lembrando que tivera uma professora chamada Dulce.
Pelo menos essa não tem a mimosa!... lembrou da régua de madeira que a professora não tirava de cima da mesa.
Largou o livro no chão e apoiou os braços para traz.
A tia Fernanda já me contou essa história o rosto iluminou com um sorriso de anjo Foi tu quem quebrou a mimosa?
Tinha levado a culpa, mas não foi ele quem deu fim na famosa régua. Como sempre a culpa recaiu sobre ele que, mesmo sabendo ter sido o Zé, ficou de bico calado e levou a surra no lugar do irmão.
Não! Foi o Zé... parecia um filme projetado no espaço branco da parede Mas todo mundo ainda pensa que fui eu... foi em um dia de sabatina que Dona Dulce se descuidou e o irmão jogou a régua em cima da casa Levei a maior surra da vida...
Laura balançou a cabeça também não acreditando que ele não tivesse culpa no cartório.
E porque tu não disse que foi o tio?
Essa mania besta de proteger o irmão, sempre, tinha lhe rendido surras e castigos não merecidos.
Sei lá! fechou os olhos e reviveu a bronca e a confusão quando chegou em casa puxado pelo braço pela velha professora Não ia cagüeatar<tt><b>3</b></tt> o Zé... Se eu tivesse oportunidade, também daria fim naquela danada...
<blockquote><i>Abriu os olhos e olhou para a filha que olhava fixo para ele e sorria marota, não acreditando em sua versão. Laura tinha tirado uma meia e se preparava para tirar a outra e ele sentiu que o cacete estrebuchou quando olhou a calcinha marcada por uma risca indicando a xoxota</i></blockquote>
Porra! pensou Não é mais a minha garotinha, é quase mulher...
Tinha doze anos e o corpo já começava a desbancar a retidão infantil e ganhava curvas de mulher. Ela notou que ele não tirava o olho de suas pernas, se sentiu mulher e encostou o rosto na perna levantada sentindo um gosto arrepiante percorrendo a espinha
Que foi? perguntou já sabendo que seu corpo começava a incomodar e chamar atenção Olhou para suas pernas e deu um risinho moleque, tirou a meia que jogou em direção ao rosto do pai.
Lúcio segurou e cheirou a meia.
O chulé tá brabo! jogou de volta e a meia bateu no rosto da filha Tu tas cada vez mais mulher, filhinha... teve coragem de falar a verdade.
Laura continuou olhando para ele com o rosto inexpressivo, sem deixar transparecer o tesão dolorido que tomou conta dos sentidos.
Tu achas mesmo? perguntou sentindo a respiração começar a falhar em quase soluços.
Lúcio ficou olhando a filha sem nada dizer, mas pela cabeça zunia a descoberta de que Laura ficava, cada dia, mais parecida com a mãe.
Bateu uma vontade incontrolável de mexer, mais ainda, com o pai e afastou a calcinha azul deixando ele ver a xoxotinha careca. Ele se retesou e olhou fixo para ela desviando a vista do sexo exposto.
Que é isso, menina? estava sério e constrangido com o que ela fizera.
Laura olhou para ele e sorriu deliciada.
Que é que tem? colou o calcanhar na xoxota para esconder a meleca brilhante que empapava Tu és meu pai...
Lúcio levantou e saiu do quarto segurando o cacete, com medo que Marisa aparecesse e notasse sua situação.
Laura riu...
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<center><b>Para melhor entender esse relato, leia os episódios anteriores</b></center>
<center><tt><b> Descobrindo Laura</b></tt></Center>
<center><tt><b> Despertando com Laura</b></tt></Center>
<center><tt><b> Mas eu te amo...</b></tt></Center>
<center><tt><b> Tá danado de duro...</b></tt></Center>
<center><tt><b> Por quê paizinho?</b></tt></Center><tt>1. Meu Pé de Laranja Lima; Lauro Machado</tt>
<tt>2. Novela exibida no início dos anos 80 pela TV Globo</tt>
<tt>3. Delatar, entregar, fuxicar</tt>