Simone, 10 - Isaurinha

Um conto erótico de AribJr
Categoria: Heterossexual
Contém 1752 palavras
Data: 09/02/2009 00:18:50

<Center><tt>10 ■■■■■■■■■□ 10</tt>/<Center>

<tt><Center>Simone, uma história de amor – 01.13</Center></tt>

<center><strong><b> ISAURINHA </b></strong></Center>

<Center><tt><b> Sábado, 19 de novembro de 1983</b></tt></center>

<blockquote><b> Não sabia bem o que lhe levou a entrar no quarto da mãe, só lembra que a porta escancarada parecia convite. </b></blockquote>

De noite cedo, antes da janta, quando voltou cansado do treino de futebol ela estava sentada no tamborete de couro de cabra conversando com Biné.

– Ei peralta! – farfalhou os cabelos loiros e sedosos – Cadê a mãe?

Benedita adorava ver o carinho dos irmãos, a mais velha sempre fora o centro das atenções e sabia transmitir um gostar que empapava tudo.

– Como foi o treino, Zé? – perguntou quando ele sentou no chão e encostou na parede carcomida pelo tempo.

– O Amarildo voltou a brigar com o Joca... – respondeu desatando o cadarço da chulipa breada de terra vermelha – O timão meteu uma goleada nos da rua de cima...

Maria Clara apareceu na janela da sala, a cara suja não escondia as macaúbas roídas na quinta da tia.

– Quede o pão?

Esqueceu de novo.

– Deixa que vou na venda do seu Tonico... – Isaura levantou de um pulo e correu pra copa buscar a sacola de lona listrada – A mãe foi pro Centrão... – gritou de dentro lembrando do recado quase esquecido – Falou pra tu ficar de mutuca ligada com nos! – riu baixinho sabendo que o Zé não tava nem aí pras peraltices das irmãs.

– Que foi? A vó piorou? – tinha escutado a tia falar com a mãe sobre a saúde da avó de quase oitenta anos.

Ninguém sabia ao certo o motivo da viajem apressada, e nem se importavam em saber, o bom mesmo é que podiam aprontar sem se importar com a rabugice da mãe.

Levantou carregando a chulipa suja e o meião verde e azul que mais parecia pano de coar café de tão preto que tava. Benedita ficou sentada conversando com Maria Clara e Zeferina, que se achegara pra papear.

<blockquote><i> A vida mansa do Buriti corria lerda com o mormaço do fim de tarde, o sol brilhante escorregava pelas beiradas da noite e assungava a lua que puxou as estrelas. Não demorou nada pra Isaurinha voltar saltitante, em cima de seus onze anos com um corpo já quase de mulher, peito farto e ancas arredontadas mais parecia um mulherão de seus dezesseis para quem não sabia que ainda brincava com as bonecas de trapo que a mãe costurava na Singer preta guardada num canto da sala.</i></blockquote>

– Vai banhar não, Zé? – não gostava de ver o irmão imundo – Vai logo antes da janta!

– Só se tu lavar minha costa... – falou brincando – E der um beijo melado na ponta do nariz!

Isaura parou, com a sacola de pão grudada no corpo. Fazia tempo que ele deixara de brincar com ela. Nem mesmo deixava ela ficar no quarto quanto trocava de roupa.

– Só se for no poço... – respondeu sem olhar pra ele lembrando da ultima vez que ele lhe passara sabão e de como se arretara quando sentiu as mãos, carinhosas, passeando pela bunda farta.

Zé mirou o corpo da irmã e ficou com medo de fazer besteira banhando com ela, há muito se sentia aperreado com a beleza estonteante da loira e não deu bolas.

Benedita entrou na sala e viu que ele estava respirando apressado, olhou pro corredor e ainda deu pra espiar Isaura requebrando as cadeiras. Deu um risinho maroto.

– Isaurinha tá cada dia mais mulher, né Zé? – sentou no peitoril e se encostou na parede fria – Tu tem cuidado...

Não sabia bem porque disse aquilo, os dez anos incompletos não lhe davam primazia sobre o sentir da carne, mas ouvira a mãe dizendo das coisas que não se deve fazer pra irmã quando ela ficou moça e teve que usar paninho pra aparar o sangue que escorreu da periquita.

– Tu também tá um pitelzinho... – puxou a irmã e lambrisou a cara com o suor que minava da mão – Deixa em tirar esse calor preguento!

Levantou empurrando a irmã que sorriu, brincalhona.

– Tu já fez o dever de casa? – falou alto depois que fechou o portão do quintal, não se lembra de ouvir a resposta.

<blockquote><i> Correu pro poço querendo aproveitar os últimos raios de sol. Jogou a lata com fundo de madeira que se estatelou na água, no fundo escuro. Pegou a gangorra e rolou a cabeta puxando a lata pesada. Tirou o calção azul, com listras brancas, e jogou a cuia d’água na cabeça sentindo o frescor da água fria escorrer no corpo suado, voltou a jogar outra cuia antes de esticar o braço pra pegar o sabão de coco espetado na fresta do mourão. Ensaboou o corpo e voltou a puxar outra lada de água pra terminar o banhado antes que o frio o fizesse espirrar, já tava enrolado na toalha de algodão quando ela chegou andando ligeira.</i></blockquote>

– Pôxa Zé! Tu não me esperou?

A cara de zangada era só pra enganar. Ele olhou pra Isaura não acreditando que ela tivesse tido coragem de ir.

– Pensei que era brincadeira... – voltou pro poço e jogou a lata pro fundo – Deixa que puxo pra ti...

Ficou agoniado, sentindo o sexo latejar com pulinhos que balançou a toalha. Isaura sentou na trave do mocho e tirou o camisolão branco ficando só de sunga, não despregou o olho da costa do irmão.

– Tu me espera? – cruzou os braços escondendo os seios fartos.

– Melhor não, mana... – respondeu sem coragem de virar, com medo dela notar o cacete duro apontando na toalha ensopada – Vou só encher a gamela pra ti...

<blockquote><i> Isaura sentiu uma fisgada no meio da perna, quase como se tivesse levado um choque de eletricidade, e todo o corpo zuniu alerta pelo tesão que lhe abarcava o corpo de menina. Vinha sonhando ficar assim, com ele, desde que roubou a revista de sacanagem no quarto do tio da Zeferina e leu a história do Alfredo que trepava com a prima. Tinha noite que acordava com a periquita lambregada e uma vontade danada de ir pra rede do irmão.</i></blockquote>

– Vai não... Fica aqui comigo... – pediu quase implorando – Passa sabão em minha costa?...

Zé virou e viu Isaura abraçando o corpo e os peitos estufando.

– Zaurinha... – se espantou – As pequenas pode aparecer...

– Bené saiu com Clarinha... – soltou os braços mostrando os peitos – Foram buscar o leite na casa da tia...

Levantou e andou pro rumo dele, Zé se espremeu na mureta do poço morrendo de medo dela ver que o cacete tava duro.

– Dá não, Isaura... Dá não!

<blockquote><i> Virou e quase correu fugindo daquela tentação. Isaura acompanhou, entristecida, a carreira do irmão. Esperou um tantinho antes de se banhar pra apagar o fogo de homem que secava o corpo alvo, banhou devagar lavando com cuidado os cabelos loiros e sedosos.</i></blockquote>

Atou a rede no armador da copa depois de ter fechado a janela do quarto das meninas. Benedita já dormia solta, Maria Clara lia o livro de geografia balançando na rede.

– Cadê Isaura? – estranhou não ver a irmã na rede vazia.

– Vai dormir no quarto da mãe... – Maria Clara respondeu quando ele passou por debaixo da rede – Disse que está com o corpo febril...

<blockquote><i> Quem sempre se empoleirava no quarto da mãe era a caçula, Maria Clara. Biné, a única que tinha cama, não largava o colchão de palha por nada dessa vida – foi presente do padrinho quando ele fez nove anos. Depois de passar a tramela na janela pesada, arrumou o lençol em cima de Biné encobrindo o corpo nu e beijou a testa de Maria Clara.</i></blockquote>

– Tá na hora de dormir, Clarinha! – pegou o livro e colocou na prateleira da parede – Assim tu não acorda pra física...

Maria Clara quis fazer muxoxo, mas o irmão já tinha saído. Espichou a manta de feltro e se encobriu, rezou a Ave Maria costumeira e, bocejando, fechou os olhos. Zé voltou, logo depois, pra apagar o bico de luz e enegrecer o quarto.

Andou pela casa fechando as janelas antes de voltar para a rede branca armada no canto da copa, espremida entre a mesa pesada e o pestisqueiro onde a mãe guardava as louças festeiras. Sentou, com cuidado pra não fazer barulho – rangia sempre que deitava de vez – pra não incomodar as irmãs. Não tinha tido coragem de ver se a janela, do quarto da mãe, estava aberta.

Fechou os olhos querendo forçar o sono que teimava em não aparecer, ficou nessa labuta até se chatear. Levantou pra beber água, pegou o caneco de alumínio areado e foi pra sala, chateado com o sono que não batia. A porta do quarto das garotas estava entreaberto, puxou com cuidado até ouvir o estralo do trinco fechando. Ficou parado, um instante, escutando na escuridão até ouvir o ressonar dizendo do sono pesado de Bené e de Clarinha, ficou satisfeito e andou pra sala, a porta do quarto da mãe estava escancarada. Parou não lembrando de ter visto dessa maneira, andou pisando de leve até ficar sobre a soleira, o quarto estava escuro e a janela continuava aberta.

– Antes de dormir, veja se tá tudo fechado! – lembrava das recomendações da mãe.

Espiou pra dentro e entrou, tateando a escuridão, até chegar na janela que fechou com cuidado pra não acordar a irmã.

– Tá meio febril... – lembrou do que Clarinha falara.

Vai ver ficou banhando até tarde – pensou consigo. Andou até a porta e arriscou acender a luz, levou um susto quando viu que Isaura deitara sem roupa, estava nua e de bunda pra cima...

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<center><b>Para melhor entender esse relato, leia os episódios anteriores</b></center>

<blockquote><tt>Episódio 01: O chato</tt>

<tt>Episódio 02: O Sítio</tt>

<tt>Episódio 03: Instituto do instinto</tt>

<tt>Episódio 04: Simone vai ao mato</tt>

<tt>Episódio 05: Desencontros</tt>

<tt>Episódio 06: Encontros e surpresas</tt>

<tt>Episódio 07: Uma noite para Sheila</tt>

<tt>Episódio 08: Sonhos e prazer para Sheila</tt>

<tt>Episódio 09: Maria, vida sem vida</tt></blockquote>

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