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<tt><Center>Simone, uma história de amor 01.13 Episódio 16</Center></tt>
<center><strong><b> RIACHO DOS MACACOS </b></strong></Center>
<Center><tt><b> Sexta-feira, 30 de julho de 2004 </b></tt></center>
<blockquote><b> Todos estranharam quando Rosângela aceitou a sugestão de pescarem no riacho dos Maçados, mas a alegria de Sheila lhe fez ficar empolgada e queria também ficar um pouco mais tempo com o marido.</b></blockquote>
A Simone também vai? perguntou para Reginaldo.
Era uma das coisas que mais gostava, pescar e passar bastante tempo embrenhado nas matas do lugar. Na infância não perdia oportunidade de sair com os colegas para passarinhar ou pescar nas ribanceiras do rio.
Sei não... parou de fazer o que fazia O Lira vai...
Rosângela sabia e foi por isso que tinha perguntado.
Como eles estão? Rosângela estava curiosa.
Tinha chegado na quarta-feira e o amigo estava viajando, soube o casório da fogueira e que os dois pareciam terem deixado de se engalfinharem.
Tua filha é complicada demais Rô... olhou para a porta temendo que a filha os estivessem ouvindo Tem dia que se tratam muito bem e em outros parecem cão e gato... Onça e gato, para dizer como ele diz...
Tu tem ficado de olho nos dois? ela não tirava aquela impressão da cabeça.
Tem nada não mulher! mas ele tinha quase certeza de haver algo a mais Ele nem liga pra ela...
Amor... Simone estava na praça telefonando Se tu vieres a gente vai pescar com eles...
Lira estava em Mirador.
Vou sim... Mas tua mãe...
Sou maior de idade... ela não entendia o medo dele em escancarar Te quero e pronto!
Saíram antes do por do sol, tinham de baixar acampamento com o dia ainda claro. Lira não tinha ainda chegado, mas estava a caminho.
Depois ele vai... Sheila falou baixinho Tu podes ficar pra esperar ele...
E aí a mãe vai ter um troço... Simone riu Já pensou tia?
Deixa que dou um jeito na Rô... viu que o pai estava chegando Espera, vou falar com papai.
Seu Manoel entrou carregado de sacolas e as duas correram para ajudá-lo.
Esse teu pai é meio maluco... falou ao chegarem na cozinha Aí tem carne pra um batalhão...
Mas sabiam muito bem que carne não poderia faltar nas pescarias de Reginaldo.
Na minha época a gente só levava o material de pesca, sal e farinha sentou cansado Comíamos o que pescávamos ou caçava...
Sheila começou limpar as carnes e Simone disse que ia pro quarto terminar de arrumar as bagagens. Rosângela e Reginaldo ainda estavam nas compras pelas quitandas da feira, só voltaram quando ele se deu por satisfeito.
O Lira ainda não chegou? perguntou para o sogro que disse não Ele vai atrasar tudo... olhou pro quarto da filha e a viu atulhando a mochila com roupas Vai pra festa filha?
Sabia que Simone sempre exagerava
Pai! Simone criou coragem Se ele não chegar até a hora da saída... Vou... Eu... Eu poso ficar pra... Pra ir com ele?
Reginaldo olhou para a filha.
Tua tia pode esperar... Ia pedir que ela esperasse... deu vontade de rir Vai esperar o maridinho?
Simone riu a baixou a cabeça, desde o tal casamento maneirara nas chateações.
Posso ficar esperando ele?
Fala com tua mãe... Por mim não tem bicho...
<blockquote><i> Lira só chegou perto de seis e meia, tinha furada um pneu do carro. Pensou que ia perder o final de semana, mas mesmo assim resolveu passar pela casa do amigo.</i></blockquote>
Já foram? perguntou para seu Manoel e dona Benta que conversavam na porta da rua.
Já... Mas tua onça ficou pra ir contigo... seu Manoel riu O Regis deve ter dado uma dura nela...
Desceu do carro com o coração batucando forte.
Furou um pneu, tinha umas pedras pontiagudas na estrada e não vi... olhou para dentro da casa Quase não consigo trocar... as mãos ainda sujas Vou lavar as mãos...
Aproveita e fala pra ela que já chegou... dona Benta falou Ela deve estar conversando com Raimunda...
Entrou, não estava conversando com a morena.
Demorou muito seu Lira... Raimunda o viu entrando Ela ta no quarto, vou chamar...
Não! pediu Deixa que eu vou...
Lavou as mãos, Raimunda sorriu.
Ela pode estar pelada... riu sabendo que ele já a tinha visto muitas vezes nua Vou pra porta... Preocupa não que não deixo os velhos entrarem...
Raimunda passou por ele e ele deu um cheiro nos cabelos melecados de alisante.
Ta melado seu Lira... se afastou Dona Sheila me deu um creme pra amansar a juba... saiu rindo.
Esperou um pouco antes de ir para o quarto que estava com a porta no trinco, olhou para o corredor, Raimunda conversava com o casal de amigos. Não bateu, apenas entrou. O quarto meio escuro, a lâmpada apagada e ela deitada de bruços parecendo dormir.
Oncinha! chamou Ta dormindo?
Ela tinha perdia esperança, na certa aconteceu alguma coisa pensou quando deitou imaginando como faria para driblar a mãe, dormiu com aqueles pensamentos na cabeça.
Amor! Simone... sentou na ponta da cama e viu que a vestido de algodão estava levantado, sorriu Oncinha...
A mão pousada na perna, a pele macia, ela ressonou. Levantou e fechou a porta, Raimunda dava jeito de avisar se Benta ou Manoel entrassem. Estava cansado, o dia inteiro no sol,poeira fina que entranha nos poros, suspirou e levou a mão para a calcinha enterrada do rego, meteu o dedo, tirou, ela se mexeu, esticou as pernas envolta nas brumas dos sonhos, sentimentos que tinha aprendido gostar desde que descobrira aquele gostar por ele.
Acorda amor... passeou a mão na barriga e olhava para os olhos fechados, boca entreaberta Simone...
Escutou o nome de longe, não era sonho do sono, era a voz dele. Sorriu antes mesmo de abrir os olhos.
Tu demorou... piscou, não era sonho, era ele Pensei que tu ia me dar bolo... se espreguiçou Tava sonhando contigo...
Vamos, tua mãe deve estar uma arara comigo... parou, não tinha atinado ainda Como você conseguiu?
Ela sorriu e sentou, as pernas abertas, a calcinha aparecendo.
Pra ficar contigo movo o mundo... se jogou em cima dele Que horas é essa?
Pouco mais de seis... tirou a mecha de cabelo caída na testa Vamos senão escurece muito...
Preferia ficar com ele ali no quarto, a mãe longe e o pai brincalhão torcendo para ser verdade. Beijou a boca, sentiu o hálito forte, um gosto longe de álcool.
Tu tava bebendo safado... sussurrou e tornou beijar Queria ficar o tempo todo contigo na cama... olhou para ele e riu Mas não dou mais minha bundinha... Tem de ser na cheirosa...
Ficaram conversando, o tempo passava, escurecia.
Vamos filha, assim fica muito tarde...
Ela olhou para ele e riu.
Paínho manda...
Na porta o casal de avós conversava com Dondoca, uma vizinha faladeira.
Não ta muito darde Lira? Manoel olhou para eles Tu sabes onde iam ficar?
Simone afastou, fechou a cara.
Esse chato tinha de atrasar... Arre! passou pela fofoqueira pisando forte Tu me atrapalha até nisso, não sei onde estava com a cabeça que aceitei te esperar...
Raimunda abaixou a cabeça para não rir.
Vamos logo seu chato... olhou para os avós Bença vô, bença vó...
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<center><b>Para melhor entender esse relato, leia os episódios anteriores</b></center>
<blockquote><tt>Episódio 01: O chato</tt>
<tt>Episódio 02: O Sítio</tt>
<tt>Episódio 03: Instituto do instinto</tt>
<tt>Episódio 04: Simone vai ao mato</tt>
<tt>Episódio 05: Desencontros</tt>
<tt>Episódio 06: Encontros e surpresas</tt>
<tt>Episódio 07: Uma noite para Sheila</tt>
<tt>Episódio 08: Sonhos e prazer para Sheila</tt>
<tt>Episódio 09: Maria, vida sem vida</tt>
<tt>Episódio 10: Isaurinha</tt>
<tt>Episódio 11: Desejos e planos</tt>
<tt>Episódio 12: Jogos de sedução</tt>
<tt>Episódio 13: Muriçoca gelada</tt>
<tt>Episódio 14: Na toca do leão</tt>
<tt>Episódio 15: Casamento da roça</tt></blockquote>