Elisabeth: Em noite de feliz idade

Um conto erótico de AribJr
Categoria: Heterossexual
Contém 962 palavras
Data: 12/03/2009 21:22:53

ElisabethEm noite de feliz idade

Quarta-feira, 25 de junho de 2003

Não teria aula no Dom Carlo, mas estava na porta do colégio esperando pela saída da aniversariante. Celina já estava no Cabana do Sol esperando que chegassem, a mesa para vinte lugares estava reservado e o bolo guardado na cozinha.

Elisabeth estava triste porque ele não tinha ligado e nem apareceu para lhe desejar feliz aniversário e nem os colegas pareciam ter se lembrado de que ela estava completando quinze anos, mas tudo tinha sido cuidadosamente combinado entre eles justamente para que ela se sentisse assim e que a surpresa fosse verdadeira, ela nem desconfiou quando o Joelbert saiu mais cedo com os colegas mais próximo dizendo que iriam participar de uma reunião no Costa Rodrigues sobre os jogos estudantis. Não viu também que Magda e outros de colegas, de outras turmas, também saíram antes do termino do quinto horário.

Apenas a secretária Jurandir pareceu se lembrar do aniversário, mas também ela estava por dentro da surpresa que o professor Cláudio tinha preparado.

— Puxa vida! – recebeu o abraço e a lembrança que a secretária lhe deu – Ninguém se lembrou...

Jurandir ficou com dó, mas não iria quebrar o planejado.

— É assim mesmo Beth... – segurou a mão da garota – Vai ver que esse negócio dos jogos...

Mas Beth não ficou esperando, tinha vontade de se esconder e chorar por se sentir desprezada pelos amigos. Jurandir ficou olhando a garota correr para a portaria imaginando de como ela se sentiria ao descobrir que não dava para esquecer a colega mais querido do colégio.

Cláudio espiava pela fresta da porta e viu quando ela correu, com os olhos cheios de lágrimas, em direção da saída do colégio e procurou se esconder no desvão da portaria.

Beth saiu correndo e parou debaixo da amendoeira, olhou para os lados tentando ver o carro da mãe. Cláudio esperou que ela se sentasse no meio fio do jardim antes de se aproximar por trás e lhe tapar os olhos com as mãos.

— Parabéns!... – tentou esconder a voz.

Mas ela conhecia o aroma da colônia que ele usava. Deu um salto e se abraçou a ele chorando.

— Shiii!... – beijou a testa dela – Que é isso... Hoje é dia de alegria loirinha...

Ela não conseguiu conter as lágrimas, chorou convulsiva e ele sentiu o corpo da garota estremecer em seus braços. Esperou que ela parasse de chorar.

— Puxa! Pensei que até tu tinha se esquecido... – sorriu com os olhos marejados – Ninguém lembrou do meu aniversário, nem a mamãe...

Ele sorriu e voltou a abraçá-la. Na portaria Jurandir e alguns professores olhavam os dois, mas não fizeram nada pra não quebrar a corrente tão bem urdida.

— Cadê a mamãe? – perguntou.

— Ela teve que fazer uma coisas... – deu outro beijo na testa dela – Vamos encontrar ela...

Sem que a garota percebesse, virou-se para a portaria e acenou para os colegas que responderam com o polegar dizendo que estava tudo bem.

O táxi do Amâncio, que lhe servia sempre, estava parado um pouco mais adiante.

— Parabéns Elisabeth – apertou a mão da garota e lhe entregou um presente – Feliz aniversário...

Ela ficou meio sem jeito, abriu o presente e agradeceu.

— Viu! Até teu amigo se lembrou... – entraram e Amâncio seguiu o roteiro combinado.

Passaram pela Praça Gonçalves Dias, foram pela Beira-mar ganhando tempo para que Celina e os colegas arrumassem tudo no Cabana. Beth estranhou estarem dando voltas sem rumo.

— Ora Beth! Esse também é meu presente – Amâncio olhou pelo retrovisor interno – Um passeio pela ilha do amor como quem ama você...

Subiram as Cajazeiras e foram pelo Parque do Bom Menino. Elisabeth se encostou em Cláudio e ficou gozando o passeio inesperado. Cláudio passou o braço sobre seus ombros e a aconchegou nele.

— E aí? – perguntou – O que você vai querer de presente?

— Queria estar com mamãe e meus amigos... – fungou sentindo as lágrimas retornarem – Mas parece que ninguém se lembrou?

Amâncio espiou pelo retrovisor e sorriu. Cláudio ficou calado.

No Cabana do Sol estava tudo arrumado, Joelberth tinha ficado dentro do carro na avenida para avisar quando o táxi chegasse e ligou para o celular de Celina quando viu o táxi branco apontando vindo da Ponta D’Areia. O corre-corre se generalizou, correram todos para os banheiros.

— Onde a gente ta indo? – Beth queria logo se encontrar com a mãe.

● ● ● ● ●

— Que tal um jantar especial a luz de velas? – Cláudio fazia carinho no braço dela – Só nos dois e... Se o Amâncio topar...

— Dá não seu Cláudio – se apressou em responder – Tenho uma corrida fretada para a aeroporto... Já estou até atrasado... – tornou olhar pelo retrovisor sorrindo.

Na porta do restaurante o maitre Humberto já os esperava e os levou para uma mesa no fundo do salão como tinha combinado com Celina.

— Vamos beber...

— Surpresa!!!!! – saíram todos correndo dos banheiros.

Beth deu um pulo que quase derrubou a mesa e pôs a mão na boca escancarada. Estavam todos ali, os colegas, Magda e a mãe. Olhou para Cláudio que sorria.

— Pronto! – ele segurou sua mão – Não era esse o presente que você queria?

Amâncio também entrou puxando a esposa pela mão. As lágrimas não eram mais de tristeza e sem de surpresa e alegria.

Este relato é contado em 11 episódios e você leu o 6º

Episódio 01: http://www.casadoscontos.com.br/texto/Episódio 02: http://www.casadoscontos.com.br/texto/Episódio 03: http://www.casadoscontos.com.br/texto/Episódio 04: http://www.casadoscontos.com.br/texto/Episódio 05: http://www.casadoscontos.com.br/texto/

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