ElisabethEm noite de feliz idade
Quarta-feira, 25 de junho de 2003
Não teria aula no Dom Carlo, mas estava na porta do colégio esperando pela saída da aniversariante. Celina já estava no Cabana do Sol esperando que chegassem, a mesa para vinte lugares estava reservado e o bolo guardado na cozinha.
Elisabeth estava triste porque ele não tinha ligado e nem apareceu para lhe desejar feliz aniversário e nem os colegas pareciam ter se lembrado de que ela estava completando quinze anos, mas tudo tinha sido cuidadosamente combinado entre eles justamente para que ela se sentisse assim e que a surpresa fosse verdadeira, ela nem desconfiou quando o Joelbert saiu mais cedo com os colegas mais próximo dizendo que iriam participar de uma reunião no Costa Rodrigues sobre os jogos estudantis. Não viu também que Magda e outros de colegas, de outras turmas, também saíram antes do termino do quinto horário.
Apenas a secretária Jurandir pareceu se lembrar do aniversário, mas também ela estava por dentro da surpresa que o professor Cláudio tinha preparado.
Puxa vida! recebeu o abraço e a lembrança que a secretária lhe deu Ninguém se lembrou...
Jurandir ficou com dó, mas não iria quebrar o planejado.
É assim mesmo Beth... segurou a mão da garota Vai ver que esse negócio dos jogos...
Mas Beth não ficou esperando, tinha vontade de se esconder e chorar por se sentir desprezada pelos amigos. Jurandir ficou olhando a garota correr para a portaria imaginando de como ela se sentiria ao descobrir que não dava para esquecer a colega mais querido do colégio.
Cláudio espiava pela fresta da porta e viu quando ela correu, com os olhos cheios de lágrimas, em direção da saída do colégio e procurou se esconder no desvão da portaria.
Beth saiu correndo e parou debaixo da amendoeira, olhou para os lados tentando ver o carro da mãe. Cláudio esperou que ela se sentasse no meio fio do jardim antes de se aproximar por trás e lhe tapar os olhos com as mãos.
Parabéns!... tentou esconder a voz.
Mas ela conhecia o aroma da colônia que ele usava. Deu um salto e se abraçou a ele chorando.
Shiii!... beijou a testa dela Que é isso... Hoje é dia de alegria loirinha...
Ela não conseguiu conter as lágrimas, chorou convulsiva e ele sentiu o corpo da garota estremecer em seus braços. Esperou que ela parasse de chorar.
Puxa! Pensei que até tu tinha se esquecido... sorriu com os olhos marejados Ninguém lembrou do meu aniversário, nem a mamãe...
Ele sorriu e voltou a abraçá-la. Na portaria Jurandir e alguns professores olhavam os dois, mas não fizeram nada pra não quebrar a corrente tão bem urdida.
Cadê a mamãe? perguntou.
Ela teve que fazer uma coisas... deu outro beijo na testa dela Vamos encontrar ela...
Sem que a garota percebesse, virou-se para a portaria e acenou para os colegas que responderam com o polegar dizendo que estava tudo bem.
O táxi do Amâncio, que lhe servia sempre, estava parado um pouco mais adiante.
Parabéns Elisabeth apertou a mão da garota e lhe entregou um presente Feliz aniversário...
Ela ficou meio sem jeito, abriu o presente e agradeceu.
Viu! Até teu amigo se lembrou... entraram e Amâncio seguiu o roteiro combinado.
Passaram pela Praça Gonçalves Dias, foram pela Beira-mar ganhando tempo para que Celina e os colegas arrumassem tudo no Cabana. Beth estranhou estarem dando voltas sem rumo.
Ora Beth! Esse também é meu presente Amâncio olhou pelo retrovisor interno Um passeio pela ilha do amor como quem ama você...
Subiram as Cajazeiras e foram pelo Parque do Bom Menino. Elisabeth se encostou em Cláudio e ficou gozando o passeio inesperado. Cláudio passou o braço sobre seus ombros e a aconchegou nele.
E aí? perguntou O que você vai querer de presente?
Queria estar com mamãe e meus amigos... fungou sentindo as lágrimas retornarem Mas parece que ninguém se lembrou?
Amâncio espiou pelo retrovisor e sorriu. Cláudio ficou calado.
No Cabana do Sol estava tudo arrumado, Joelberth tinha ficado dentro do carro na avenida para avisar quando o táxi chegasse e ligou para o celular de Celina quando viu o táxi branco apontando vindo da Ponta DAreia. O corre-corre se generalizou, correram todos para os banheiros.
Onde a gente ta indo? Beth queria logo se encontrar com a mãe.
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Que tal um jantar especial a luz de velas? Cláudio fazia carinho no braço dela Só nos dois e... Se o Amâncio topar...
Dá não seu Cláudio se apressou em responder Tenho uma corrida fretada para a aeroporto... Já estou até atrasado... tornou olhar pelo retrovisor sorrindo.
Na porta do restaurante o maitre Humberto já os esperava e os levou para uma mesa no fundo do salão como tinha combinado com Celina.
Vamos beber...
Surpresa!!!!! saíram todos correndo dos banheiros.
Beth deu um pulo que quase derrubou a mesa e pôs a mão na boca escancarada. Estavam todos ali, os colegas, Magda e a mãe. Olhou para Cláudio que sorria.
Pronto! ele segurou sua mão Não era esse o presente que você queria?
Amâncio também entrou puxando a esposa pela mão. As lágrimas não eram mais de tristeza e sem de surpresa e alegria.
Este relato é contado em 11 episódios e você leu o 6º
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