Nao tenham medo de comentar e votar... e claro deixar sugestoes para o final :DI N S T I N T O H O M O S S E X U A L
CAPÍTULO V
NADA A PERDER
O sol inundou o quarto de Luís Menezes. Os raios quentes inquietaram o seu sono, fazendo-o despertar.
Na noite anterior, Luís chegara a casa num estado de transe. O seu cérebro processava todas as imagens e sons. Era quase impossível raciocinar. Por isso, agira por instintos animais. Despiu-se a pensar em Pedro. Deitou-se a pensar em Pedro. Masturbou-se a pensar em Pedro.
Tinha chegado a um ponto sem retorno. A atracção e o desejo por Pedro eram inevitáveis e iam arruinar-lhe a vida. Porém, pensando melhor… havia algo mais a perder?
Luís acordou contrariado, forçado pelos raios solares. Foi ver as horas no telemóvel, mas este estava desligado. Bem, pensando melhor, as horas não tinham assim tanta importância… A custo, levantou-se da cama e vestiu-se.
Ao entrar na cozinha viu o seu rosto reflectido no vidro. De novo olheiras, de novo rugas. Os cabelos castanhos, outrora lisos, estavam desgrenhados.
Estava na sala. Esvaziava mais uma lata de cerveja. Acendia um cigarro. Pensava no que vira na última noite. Seria o único objectivo de Pedro deixá-lo realmente doido?
O som da campainha interrompeu-lhe o raciocínio.
***
Estavam sentados no sofá. Susana explicou-lhe:
– Se é verdade que o Pedro é o assassino, o que é improvável, então tu destruíste a nossa investigação. Quando o mandaste para o hospital, ele passou a ser a vítima e tu o mau-da-fita. Não há qualquer suspeita quanto a ele.
– Ele está a manipular-nos a todos. Ontem, eu vi-o com um homem… estavam a ter relações, Susana. No estúdio.
Susana abriu a boca, surpreendida.
– Nesse caso… ele está de facto a manipular-nos. Se pudermos provar que ele teve relações com um homem, provamos que ele mentiu no interrogatório. E ele torna-se suspeito.
– Então, eu cuido disso. Trata-se de limpar o nome, a minha honra…
– Vais ver que vais resolver isto… Alguma ideia para o apanhar?
– Ainda não.
– Bem, então vou-te deixar a pensar. Tenho de ir, o Vieira já está à minha espera.
Acompanhou Susana à saída. Voltou ao quarto e viu o telemóvel pousado sobre a cama, ainda desligado. Ligou-o. Tinha uma mensagem no correio de voz.
Era a voz de Pedro: “Olá, gato. Como disseste que não vinhas ontem à noite, arranjei outra companhia. Espero que não te importes. Vou estar o dia todo no estúdio, caso voltes a vir atrás de mim.”
Luís sabia que iria. Algo, mais forte que a força magnética, o empurrava para lá. O que ele não sabia era se ia por ódio ou por desejo.
Então lembrou-se de algo. Correu para a janela do quarto e gritou.
– Su, espera!
Contudo, o carro de Susana, lá em baixo, acabava de arrancar. Martelando as teclas do telemóvel, ligou para a amiga.
– Su? Volta cá, por favor. Preciso da tua ajuda… Preciso que me emprestes umas coisas.
***
Empurrou a porta e entrou. O mesmo local neutro. Preto no branco.
Os seus olhos verdes encontraram uma mulher, sentada na secretária, onde na última noite não estava ninguém. Um relógio de parede indicava que eram 15h15.
Dirigiu-se à mulher, que o olhou através dos óculos.
– Muito boa tarde. Em que posso ser-lhe útil?
– Boa tarde. Eu preciso de falar com o senhor Pedro Lopes.
– Ah, o senhor Pedro, neste momento, está ocupado. Talvez queira esperar uns minutos.
– Com certeza. Obrigado. Anuncie Luís Menezes.
– Muito bem. Faça favor de sentar – indicou-lhe um canto, com algumas cadeiras, negras e geométricas; uma mesa com algumas revistas…
Sentou-se e pegou numa revista ao acaso, a que estava no topo. Era uma revista de nudez masculina. A um canto, na capa, estava o homem loiro que vira na noite anterior: “MODELO IVAN DMITRIEVITCH – FOTOGRAFADO POR PEDRO LOPES”.
***
Já passava das cinco da tarde, quando a mulher se levantou da secretária.
– O senhor Pedro vai recebê-lo. Eu acompanho-o ao estúdio.
– Não é necessário, obrigado. Eu sei onde fica.
Luís subiu as escadas, deixando para trás a mulher, confusa com um estranho que sabia por onde ir.
Percorreu os mesmos corredores, da noite anterior. Desta vez, estavam iluminados, cheios de gente, correndo atarefada de um lado para o outro. Finalmente, Luís bateu à porta.
Pedro recebeu-o, sorrindo. A sua camisa branca tinha alguns botões abertos, deixando ver o peito. Como se Luís nunca o tivesse visto…
– O que te traz por cá, detective?
Luís entrou no estúdio. Tinha o mesmo aspecto da noite anterior. O cenário era surreal, devido às fortes luzes que o atingiam. Tinha uns sofás modernos, de aspecto confortável, a um canto. Sentado neles, estava um gato branco. Os seus olhos eram de cores diferentes: o esquerdo era de um azul celeste e outro de um verde selvagem. O gato atirou um olhar intenso para Luís, miando de leve. Pedro correu a porta, fechando-os no interior.
– Para de me chamar “detective”. Já não o sou.
– É verdade, não é? – Pedro riu-se, sarcástico. – Como queres que te chame, então?
O fotógrafo agarrou-o pela cintura. Os seus rostos eram separados por escassos milímetros.
– Luizinho?
As suas mãos foram descendo. A palpitação de Luís aumentou. A temperatura subiu. Suores frios cobriram-lhe o corpo. O seu pénis ficou erecto.
– Lulu?
Sentiu aquelas mãos apalpá-lo, agarrá-lo. Pedro fazia-o com intensidade, com vontade, como se pedisse mais. A sua mão parou quanto chegou ao bolso traseiro das calças.
– Mas o que é isto? – Ele levou a mão ao bolso de Luís e tirou o aparelho que estava lá dentro. – Um gravador digital, Luizinho? Espero que seja apenas para guardar as nossas conversas como recordação.
Sorrindo, quase angelicamente, Pedro atirou o gravador contra a parede. O gato saltou do sofá, miou furioso, mostrou os dentes. O gravador de voz caiu no chão, desfeito. Com ele, caiu a oportunidade de Luís. Gritou.
– Como é que sabias que eu me chamava Luís? Como é que sabias do meu caso com o Ricardo? Como é que sabes isto tudo?
– Ora, Luís, que ingénuo! Digamos que eu e o teu psiquiatra somos… amigos.
Pedro sorriu-lhe, como se mostrasse vitória por controlar Luís, por saber mais sobre ele do que ele próprio imaginava.
O destino estava a ser injusto com Luís. Ele não achava que merecesse ter conhecido um homem tão sacana… e tão bem informado. Não se conteve: levou a mão ao bolso do casaco. Tirou de lá uma pistola 45 e encostou-a à testa de Luís.
– Eu… mato-te…
O fotógrafo riu-se. Riu-se muito, como nunca Luís o tinha visto a rir.
– Eu divirto-me contigo. Dás luta. O Gonçalo era aborrecido… tu não. És excitante. Um pouco de agressividade fica bem. Vá. Dispara. Prime o gatilho dessa merda, mata-me.
Luís estremecia. Vontade não lhe faltava. Queria pôr fim à vida de aquele homem: tudo nele o atraía, até o facto de ser um mentiroso safado. Encostou a mão ao gatilho. Preparou-se para disparar.
– Não. Não te vou matar. Não vou destruir-me ainda mais, por tua causa.
– És um cobarde… começas a perder a piada, Luís.
Luís, tentando mostrar-se calmo, apesar da raiva interior que sentia, guardou a arma no bolso. Pedro riu-se. Olhando-o nos olhos, colocou as mãos dentro da roupa de Luís. Apalpou-lhe os peitorais definidos, os abdominais tonificados… Desceu as mãos. Tocou-lhe no pénis. Agarrou-o. Ia trazê-lo para fora das calças, quando Luís o empurrou.
– Então, Luís? Não estavas a gostar? – Pedro sorria, provocante.
– Esse teu sorriso mete-me nojo! – Luís caminhou à velocidade da luz, procurando escapar daquele estúdio.
Quando ele estava já a sair, Pedro gritou umas palavras que ficaram a pairar no ar:
– Vais dar umas excelentes fotografias, Luizinho!
CAPÍTULO VI
FORA DE CONTROLO
Luís bateu a porta com toda a força. Não que a porta tivesse culpa, mas ele estava apenas a transferir a raiva para um objecto inanimado. Começava a acreditar que em breve precisaria de um psiquiatra. Mas não o mesmo, que revelava dados confidenciais a pessoas como Pedro.
Quando acendeu as luzes, viu que não estava sozinho. Susana estava de pé a olhar para a lua pela janela aberta.
– Su? Que fazes aqui?
– O caso vai a tribunal, Luís. Temos quase a certeza que está resolvido.
– Como assim? – Perguntou Luís, pousando as chaves.
– Descobrimos que o Gonçalo Dias contratou uma prostituta naquela noite. Ele gostava de ser violento durante o acto. Isto não agradou à rapariga, que lhe meteu o relógio pela goela abaixo, levou o corpo para a piscina e pôs hidróxido de sódio no filtro para eliminar vestígios. O hidróxido de sódio era da própria vítima, não sabemos para que o usava…
– E é isso? O caso resolve-se assim?
– É, Luís. Nós encontramos a tal prostituta. Ela não tem nada a perder. Rejeitada pela família, viciada na cocaína e agredida pelo “patrão”. Ela confessou o crime...
Luís suspirou, cansado.
– Não pode ser.
– Tens de deixar essa obsessão. Foi a prostituta. Crime confessado. Caso resolvido.
– Foi ele… Ele pagou à rapariga para confessar, ela não tinha nada a perder!
– Já chega, Luís! Isto não te está a fazer bem! Ouvi dizer que hoje estiveste com o psiquiatra e que…
– Sim, é verdade! Eu fui ter com o doutor e fui-lhe às trombas! O Pedro também se meteu com ele… foi assim que ele descobriu o meu nome e o caso do Ricardo! O gajo contou tudo ao Pedro!
– E depois? Tu agrediste o teu próprio psiquiatra, que trabalha para a polícia! Não vês que estás a prejudicar-te? Estás a piorar a tua imagem! Tens de te controlar, tens de deixar o Pedro, esquecê-lo!
– Não. Não posso…
Susana ligou a televisão. Estava a dar o noticiário. Falavam do caso do Gonçalo Dias. Era tudo verdade: a prostituta confessara o crime. Tinha sido detida, ia ser julgada.
– Como vês, Luís, tu estás a imaginar coisas… eu acho mesmo que devias arranjar um psiquiatra.
– Eu não estou maluco! Não estou – Luís gritava bem alto, como se quisesse não só convencer Susana, como convencer-se a si próprio.
A notícia tinha mudado na TV. Quando Luís viu não queria acreditar…
– Oh, meu…
“IVAN DMITRIEVITCH: MODELO MORTO”
Susana revelou-se surpreendida.
– Conhecias o rapaz?
Com o olhar pregado ao ecrã, Luís acenou afirmativamente: – Conhecia. Ele tirou fotografias com o Pedro. Foi com ele que eu vi o Pedro a fazer sexo, naquela noite, no estúdio…
– Tens a certeza?
– Absoluta! Isto já é demais… Não me venhas dizer que é coincidência! Ou achas que a morte anda a cercar o Pedro Lopes?
– Luís, sou eu que estou a investigar esse caso.
Ele abriu a boca, estupefacto: – És tu?
– Sou, sim. Morreu na estrada. Um Mercedes-Benz, prateado, sem matrícula, foi contra ele, atirou-o ao chão e depois esmagou-lhe a cabeça. Várias testemunhas viram, mas ninguém conseguiu reconhecer o condutor. O carro tinha vidros fumados.
– Isto não vai ficar assim. Agora eu tenho a certeza! Acredita em mim… é ele o assassino!
***
A porta do estúdio foi corrida, abrindo-se e revelando Pedro. Por trás dele, as mesmas luzes quase cegavam os olhos esverdeados de Luís.
– Olá, gato – cumprimentou Pedro, abrindo-lhe um sorriso.
– Eu procurei por ti, Pedro. Mais uma vez. Não vim armado, nem equipado com nada.
Luís seguiu Pedro até ao centro do estúdio, rodeados pelas luzes e pelos espelhos. Ele viu o gato branco passar pelo meio das suas pernas. Depois, olhou Pedro nos olhos.
– Só quero saber a verdade…
Ele riu-se: – A verdade? A verdade é que tu és um ingrato! Graças a mim ficaste livre da polícia! Agora não tens de aturar psiquiatras, nem de seguir as regras deles. Agora, graças a mim, tu tens o controlo da tua vida.
– Será que sou mesmo eu que o tenho?
Pedro sorriu-lhe, misterioso. Ficou no silêncio.
– O teu modelo está morto. O loiro – contou Luís.
– O Ivan? Já ouvi dizer que sim… Num acidente de viação…
– Será que foi mesmo acidente?
O fotógrafo riu-se: – Nunca se sabe…
– Eu preciso de saber.
Sorrindo, Pedro desviou o assunto.
– Prenderam a rapariga que matou o Gonçalo.
– Não me convence… Então e o Ivan? Foste tu? Não me dou com criminosos, Pedro.
– Ah, não? Então e o Ricky?
Luís, pela primeira vez, riu-se com vontade à frente de Pedro.
– O Ricky, meu querido, acabou preso…
– Porque era culpado. Mas mesmo assim tu envolveste-te com ele. E eu sei que desconfias de mim.
Pedro aproximou-se de Luís, como um predador que avistou a presa. Os seus corpos estavam já encostados, frente a frente. O fotógrafo chegou a sua boca perto dos lábios de Luís. Não o beijou. Em vez disso, falou bem perto do seu ouvido.
– Tu achas que eu matei o Gonçalo e agora também o Ivan… Mas mesmo assim, aqui estás tu! Perante um potencial assassino.
Luís agarrou-o pela camisa, com um olhar ameaçador, uma atitude violenta. Pedro colocou as suas mãos por cima das dele e obrigou Luís a largá-lo.
– Será que é isso que traz aqui?
Eles continuavam perigosamente próximos. O fotógrafo voltou-se de costas para ele, esfregando-se nas calças de Luís.
– Será que é isso que te excita?
Luís percebeu então que ele tinha razão. Viera ao estúdio por não conseguir resistir, nem ao desejo, nem ao perigo. Era isso que o excitava, sim.
Com uma erecção crescente a incomodá-lo dentro das calças, Luís desistiu de fingir. Rendeu-se aos seus instintos animais. As suas mãos agarraram as nádegas de Pedro, com muita força, revelando o desejo que sentia dentro de si.
Pedro voltou-se de novo, ficando de frente para o detective. Os olhos azuis enfrentaram os verdes. Os seus lábios encostaram-se, por fim, aos de Luís. Foi um toque leve, depois do qual os lábios de abriram, soltando duas línguas, esfomeadas, sedentas.
O detective e o fotógrafo devoraram-se num beijo molhado, perigoso, eterno. A intensidade do beijo atirou ambos para o chão, onde ficaram unidos pelas línguas.
Deixando Luís no chão, Pedro levantou-se. O detective estranhou, perguntando-se o que iria ele fazer.
O fotógrafo mexeu em alguns botões de câmaras fotográficas ao redor do estúdio; voltou todas as luzes para o centro, na direcção de Luís. A claridade começou a ofuscá-lo, quase a cegá-lo. A luz era exageradamente branca.
A sombra de Pedro tapou-lhe a luz. Ele aproximava-se de novo, voltando a deitar-se ao lado de Luís.
– Eu disse-te que ias dar excelentes fotografias…
Ele sorria, radiante. Sem pensar, Luís lançou-se para cima dele e começaram a despir-se, quase rasgando as roupas um do outro.
Quando flashes das câmaras começaram a disparar por todo o estúdio, eles mergulharam num novo beijo. Pedro percorreu com a língua o corpo nu de Luís: desde o pescoço, passando pelo tórax, pelos quadris tonificados, pelo púbis, até chegar ao pénis erecto do detective.
Pedro abocanhou-o de imediato. Com movimentos regulares, rápidos, apaixonados, o fotógrafo foi engolindo o sexo de Luís. Ele agarrou os cabelos negros de Pedro. Sentindo o seu pénis afundar-se na boca do outro, não conteve a excitação e puxou pelos cabelos de Pedro, que desatou a aumentar a velocidade do seu movimento.
Em perfeita harmonia, os flashes disparavam, os seus corpos dançavam, e eles gritavam loucamente. Por fim, Pedro largou o pénis de Luís. Respirava com dificuldade, estava ofegante. Lançou-se sobre o detective até a sua língua encontrar a dele.
Apanhado por mais flashes, Luís, casualmente, olhou para o lado. Viu o gato branco com o olhar fixo neles. Pedro riu-se.
– Ele gosta de me observar…tal como tu.
Riram juntos. Deram uma volta sobre si próprios e Luís ficou em cima. Chupou avidamente os mamilos de Pedro, que gritava de cada vez que a língua do detective passava. Com a língua, de olhos bem fechados, Luís foi à descoberta daquele corpo de porte atlético. Conheceu o ventre do fotógrafo, os braços do fotógrafo, as pernas do fotógrafo.
Tinha chegado às nádegas de Pedro. Teve uma ideia. Quando o seu olhar selvagem encontrou os olhos glaciares de Pedro, não foi preciso explicar por palavras que ideia era essa.
De novo, giraram no chão. Luís, agora em baixo, preparou o seu sexo para o que se seguia. Pedro, sem se lubrificar, preparava-se para se sentar sobre o pénis do detective. Ele não quis esperar: agarrou Pedro pela cintura e fê-lo sentar-se de uma vez só.
Ignoraram o gato ao ouvi-lo a saltar, assustado, quando Pedro gritou. Era um grito de dor e prazer. Após o impacto inicial, Pedro foi-se lançando para cima e para baixo. Luís, sentindo-se dentro do corpo do fotógrafo, acompanhou-o no movimento, com um ritmo que os flashes imitavam.
Penetrar Pedro, foi como uma vingança por tudo o que ele lhe tinha feito. Luís entrou no corpo do fotógrafo cada vez com mais intensidade. Enquanto o penetrava, agarrava-o pela cintura, sentindo os seus quadris a esforçarem-se durante o movimento.
Pedro começara a gritar, tal era a intensidade da entrada de Luís. Mesmo assim, a velocidade, o ritmo, não parava de aumentar. Ambos gemiam de prazer, gritavam de satisfação. Luís estava de olhos fechados enquanto gritava e não viu Pedro a remexer no monte onde se juntavam as roupas de ambos.
O fotógrafo apanhou das roupas o objecto metálico, que normalmente apenas se encontraria no bolso de um polícia.
De repente, Pedro parou. Ele saiu de cima de Luís e atirou-se para o seu lado. Enquanto Luís agarrava e beijava o fotógrafo, ele escondia o braço esquerdo.
Com um movimento brusco, Pedro fez Luís virar-se de costas e atirou-se para cima dele. Ele prendeu as mãos do detective atrás das costas e Luís sentiu algo metálico. Só depois percebeu: estava a ser algemado.
– Está preso, detective. – Soprou Pedro, rindo, enquanto o algemava. – Agora, obedece às minhas leis.
O fotógrafo levou-o contra uma parede. Com as mãos algemadas, Luís não ofereceu resistência. Num momento, sentia o pénis a encostar-se no seu ânus. No instante seguinte, já tinha sido penetrado com toda a violência. Soltou um grito tão selvagem e angustiado que nem lhe parecia ter saído da sua boca. O gato voltou bufar, assustado. Com o sobressalto, o felino lançou um dos holofotes ao chão. Em contacto com o pavimento plástico, o holofote provocou uma chama no chão.
Apesar de terem visto o que se passara, eles continuavam no seu movimento compassado, numa dança em que agora era Pedro quem conduzia. Era ele que tinha o controlo.
A cada vez, ele entrava em Luís com mais vontade, mais intensidade, mais velocidade. Os flashes continuavam a acompanhar o ritmo, as chamas começavam também a entrar na sintonia. À medida que Pedro aumentava a rapidez, as chamas foram-se expandindo. Ouviram o gato a miar.
Com um movimento à velocidade do som, eles começaram a gritar como selvagens, sem parar. As chamas, em harmonia, tornaram-se mais quentes, libertando mais fumo. Elevaram-se acima deles.
Quando Pedro atingiu o orgasmo, libertando os seus fluidos dentro do detective, começaram a ser banhados por água. A baixa temperatura da água que chovia do tecto fê-los gritar ainda mais, apanhados de surpresa pelo frio no meio daquele ambiente ultra-quente. O gato irritara-se com a desagradável surpresa: o fogo tinha activado o sistema anti-incêndio.
Só pararam de gritar quando caíram no chão, a tremer de frio. Pedro continuava dentro de Luís. Quando se separaram, o fotógrafo beijou-o suavemente. Enquanto a água continuava a cair neles, Luís foi libertado.
O sistema anti-incêndio percebeu que, por aquela noite, o fogo tinha acabado; aos poucos, a chuva artificial cessou. Inquietados pelos flashes constantes, ficaram no chão, abraçados, observando a destruição que aquela noite de sexo causara à sua volta.
Perceberam que não tinham o controlo da situação. Em boa verdade, nesta vida não tinham o controlo de nadaL I N K S:
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