Quarta parte do conto "Instinto Homossexual": a história da atração fatal entre um polícia com um passado pouco digno e um fotógrafo com um presente pouco digno. Será esta relação digna de bom futuro?CAPA (versão modificada) : http://www.4shared.com/file/c1e00019/ih_cover.html
PARTE UM: http://www.casadoscontos.com.br/texto/PARTE DOIS: http://www.casadoscontos.com.br/texto/PARTE TRÊS: http://www.casadoscontos.com.br/texto/PARTE QUATRO - INSTINTO HOMOSSEXUAL
CAPÍTULO VII
DANOS COLATERAIS
O sol acordava tudo e todos, lançado calor e luz. Uma luz ofuscante que por vezes ilude-nos e impede-nos de ver a realidade. Um calor tão intenso que chega a provocar miragens.
Beijavam-se encostados ao carro do detective. Pedro olhou para o relógio.
– Espero que a equipa de limpezas já tenha terminado… Tenho muito trabalho para fazer hoje, gato. É melhor ir…
– Hmm, que pena…
Deram um último beijo, carinhoso, leve, com os lábios.
– Passa por minha casa, de noite. Deves saber a minha morada, graças ao teu amigo psicólogo.
– Claro que sim – confirmou Pedro, com um sorriso sinistro. Começou a caminhar em direcção ao edifício cúbico.
– Traz-me as fotos da nossa noite.
Perdeu o fotógrafo de vista, quando ele entrou no edifício. Entrou no carro e acelerou em direcção a casa, com a mente cheia de recordações da última noite.
***
A porta do apartamento número 34 estava entreaberta. Mas era impossível… Apenas Luís e Susana tinham a chave. Ele, por ser o dono, ela, porque chegara a viver lá temporariamente e guardara a cópia.
Não havia sinais de arrombamento: só poderia ser Susana a invasora… Luís empurrou a porta e viu o que nunca esperava ter visto.
Sete membros da polícia técnica fotografavam a sua casa, recolhiam objectos para sacos de plástico isoladores. Escrutinavam cada metro quadrado do seu apartamento. Quando deram pela sua presença, os homens viraram-se para um ponto comum.
Luís seguiu-lhes o olhar… e viu o inspector Vieira falando ao telemóvel. Os seus olhos cruzaram-se. O inspector desligou a chamada e veio ao pé de Luís.
– Luís Menezes, eu tenho um mandato para o levar para a esquadra…
– O quê?
– Explico-lhe tudo a seu tempo. Importa-se de me acompanhar para interrogatório?
***
O inspector chefe, Vasco Leite, e o inspector Vieira fitavam-no com um olhar inquiridor. A um canto da sala de interrogatório, estava Susana, calada. Foi Vasco que falou.
– A inspectora Tavares não vai participar neste interrogatório, uma vez que se considera sua amiga. – Aproximou-se de Luís, falando mais alto – Não permitimos que os nossos detectives se envolvam com testemunhas ou suspeitos.
Vieira, arrogante e frio, assumiu o controlo: – Para o seu bem, Luís, responda apenas com a verdade às nossas perguntas. Onde esteve durante a última noite?
Luís não poderia responder. Deitaria tudo a perder. De qualquer maneira, nem ele sabia porque é que se encontrava ali. Contudo, não poderia ficar em silêncio… e era tarde demais para arranjar uma mentira plausível. Além disso, o que poderia perder com a verdade, agora que já não era detective?
– Na última noite estive num estúdio de fotografia a foder com o homem que amo. Conhece o Pedro Lopes, não conhece?
Os dois inspectores olharam-se. Susana, quebrando as regras, falou:
– Ah, merda! Porra, Luís, eu avisei-te!
– Cale-se ou saia, inspectora Tavares – rosnou Vasco – De onde conhecia o modelo Ivan Dmitrievitch?
Luís não respondeu de imediato. Demorou a raciocinar. Não se lembrava que também eram eles que investigavam a morte do loiro.
– Eu vi esse modelo a ter relações com o Pedro Lopes. No estúdio de fotografia.
– Relações sexuais?
– Correcto.
Vasco olhou para o inspector Vieira e sorriu.
– Luís Menezes, é verdade que ontem foi ao consultório do seu psiquiatra, o Dr. Miguel Fonseca, e agrediu-o?
Mesmo que quisesse mentir, Susana não o deixaria. Luís sabia que era por isso que a mantinham ali.
– Sim, é verdade. Eu agredi o Dr. Fonseca porque ele revelou dados confidenciais sobre mim a estranhos.
– Tem provas da acusação que acaba de formular?
– Não. – Respondeu, virando o olhar para o chão.
Vasco Leite e Vieira olharam-se. Susana observava-os, preocupada. Vieira voltou a falar: - A que horas se encontrou com o Pedro Lopes na noite passada?
– Por volta das 21h30…
– A inspectora Susana esteve em sua casa, à sua espera. Ela tem uma cópia da chave, a qual gentilmente nos emprestou.
– Verdade.
– Onde esteve depois de ter abandonado o consultório do Dr. Fonseca e antes de chegar a casa?
– Em lado nenhum. Fui directamente para casa.
Vieira fez um sinal a Vasco Leite e abandonaram a sala. De imediato, Susana falou.
– Luís, o Dr. Fonseca foi encontrado morto no consultório. Estava no chão, despido, com um lápis espetado no pescoço, na zona da traqueia. Perto dele, estavam fotografias em que aparecia ele próprio… nu.
Ele não queria acreditar.
– Não pode ser… Não…
– Luís, eles suspeitam de ti!
Levantou-se e levou as mãos à cabeça, desesperado.
– De mim? Como é que ninguém vê o óbvio? Toda a gente que é atingida pelos flashes do Pedro acaba morta!
Luís caiu de novo na cadeira: lembrou-se da sua noite com Pedro. Ele fotografara-o.
– Ouve, Luís, tu devias ter desistido logo disto tudo! Arruinaste a tua carreira e agora arriscas-te a ir dentro! Esse homem está a fazer-te perder tudo…
– Eu sou o próximo.
– Heim?
– A próxima vítima… sou eu.
Os dois inspectores entraram de novo na sala.
– Acaba de ser constituído arguido neste processo, Luís Menezes. Parabéns. – Anunciou Vieira, com um leve sorriso sarcástico.
– Assim sendo, só voltamos a falar quando o meu advogado estiver presente. – Declarou Luís, abandonando a sala à velocidade da luz.
***
O carro estacou de repente em frente do edifício em forma de cubo. O homem que de lá saiu, correu para o primeiro andar, contra tudo e contra todos. Luís estava surdo às vozes que o chamavam, dizendo que não podia entrar sem ser anunciado.
Mesmo assim, quando voltou a ver a já familiar porta de correr, Luís abriu-a sem pedir licença. O estúdio estava quase como novo. Porém, algures no chão, ainda se viam marcas de incêndio.
Dirigiu-se imediatamente ao pé do fotógrafo, sentado a uma secretária, escondido pelo monitor de um computador. A impressora projectava fotografias com uma fúria veloz.
Atirando o monitor contra a parede, viu Pedro Lopes a sorrir. Agarrou-o pela gola da camisa, a transbordar de raiva e empurrou-o contra a secretária. Pedro caiu no chão. Ficou a olhar Luís, rindo. Do canto da sua boca, escorria um fio de sangue.
– Que recepção calorosa, meu gato!
– Vai à merda! Mataste o Ivan! Mataste o psiquiatra! – Acusou Luís, pontapeando o fotógrafo. Pedro contorcia-se de dor, mas não parava de rir.
– Como é que tu és tão idiota? Chega até a ser cómico! Achas mesmo que fui eu?
Luís não compreendeu o que ele queria dizer. A custo, Pedro levantou-se e encarou o detective com os seus olhos azuis celestes.
– Quando te envolveste com o Ricardo Almeida, deste uma má imagem da polícia. O caso foi apenas falado, sem confirmações, mas o inspector Vieira tratou de calar a imprensa e convencer o inspector-chefe a mandar-te para o psiquiatra.
Pedro assumiu uma postura séria. Não havia vestígios de qualquer sorriso nos seus lábios: – Desta vez, suspeitaste que uma testemunha inocente era homossexual e estava envolvida com a vítima de um homicídio. Não vês o que ele fez? Matou o Ivan e vai dizer que o fizeste por ciúmes, por estares obcecado por mim e não quereres que mais ninguém me toque. Matou o teu psiquiatra e falsificou fotografias para que todos acreditassem que EU o tinha fotografado… e que tu o mataste por ciúmes.
– Falsificou as fotos para me acusar? Isso não faz sentido nenhum! Não era preciso forjar provas, eu odiava aquele psiquiatra, cheguei a agredi-lo!
– É verdade, gatinho, mas não havia provas de que o doutor me tivesse revelado dados confidenciais. Então o inspector Vieira teve que inventar outro motivo, com provas físicas credíveis… novamente os ciúmes.
– O Vieira, um assassino? Ia lá ele matar pessoas apenas para me incriminar…
– Ora, isso é um mal necessário. São efeitos secundários. Danos colaterais. Ele queria incriminar-te. Queria pôr-te fora da polícia e depois mandar-te para a cadeia! Valia tudo para que a tua imagem fosse rebaixada. Valia tudo para que te vissem como um psicopata e não como um detective normal, porque isso daria má imagem da polícia…
– Como assim, má imagem?
– Um detective homossexual. Foi por causa disso que tudo isto te aconteceu. Preconceito…
Luís já não o ouvia mais. Apenas ouvia o seu pensamento. Tudo começava a fazer sentido. Se Pedro fosse, de facto, o assassino, provavelmente Luís já estaria morto… Em vez disso, estava a ser incriminado por outras mortes… Lembrou-se do sorriso vitorioso do inspector Vieira quando lhe comunicou que tinha sido constituído arguido…
Absorto nos seus pensamentos, Luís via tudo mais claro que nunca. Foi percorrido por uma onda de arrependimento por ter atacado, acusado Pedro. Instintivamente, abraçou-se ao seu fotógrafo, com os olhos verdes brilhando, vertendo lágrimas de remorso.
Pedro, porém, afastou-o. Não se via sorriso na sua cara. A sua expressão era séria, fria, os olhos de um azul gélido.
– Tens acusado a pessoa errada.
Luís viu o gato a seguir Pedro enquanto este se aproximava da impressora. Ele pegou nas fotografias que acabavam de ser impressas e colocou-as num envelope, atirando-o com frieza para as mãos de Luís.
– Não esperes por mim hoje, detective. Tens aqui as fotografias da nossa noite. Não te acompanho à saída.
CAPÍTULO VIII
A PRÓXIMA VÍTIMA
No silêncio, dentro do seu carro, Luís via o sol a pôr-se. Caía a escuridão que permite agir sem ser visto, ocultando os maus actos sob o seu manto de breu.
Passara horas durante essa tarde dentro do carro. Estava arrependido de ter julgado mal Pedro. Tinha medo de o perder.
O seu telemóvel vibrou. Tinha uma nova mensagem. Remetente: Su.
“VEM AO MEU APARTAMENTO. QUEREMOS FALAR CONTIGO.”
Luís estranhou: Susana dissera “queremos”. Havia mais do que uma pessoa a querer falar com ele. Iriam prendê-lo? Seria ele assim tão suspeito?
Cheio de perguntas na sua cabeça, Luís ligou a ignição. Porém, no momento seguinte, desistiu de partir imediatamente. Queria ver as fotos da noite que passara com o homem que amava.
De facto, estavam registados todos os momentos. O gato, as algemas, o fogo, a água. Toda a noite maravilhosa que passara com Pedro ficara ali guardada para sempre. Talvez essa noite tivesse sido a última que passariam juntos…
No entanto, quando estava a chegar às últimas fotos, Luís viu que não aparecia nem ele, nem Pedro. Era outra pessoa.
De repente, lembrou-se do que dissera a Susana: “Toda a gente que é atingida pelos flashes do Pedro acaba morta!”.
A mesma pessoa aparecia em várias fotos; tinham sido tiradas de longe, sem o alvo se aperceber. Estavam até um pouco desfocadas. Mas mesmo assim Luís conseguia reconhecer o rosto. Os cabelos negros. Não tinha dúvidas de quem estava naquela fotografia.
Era uma mulher… Só então Luís percebeu a armadilha.
– Susana!
***
O carro dava o máximo por atingir o seu destino antes da tragédia.
Seria possível que fosse tudo uma mentira? Seria possível que Pedro fosse, de facto, o assassino? A verdade é que ele fotografara Susana…
Estaria ela marcada para morrer?
Avistou o prédio onde Susana morava. Estacionou o carro mesmo em cima do passeio. Não tinha tempo a perder. Saiu do carro e correu tanto quanto o seu corpo lhe permitia.
Disso dependia a vida de Susana.
***
A toda a velocidade, o detective alcançou o elevador. Os seus dedos desesperados premiam o botão, quando reparou num sinal, na porta: “AVARIADO”.
Na escuridão, procurou as escadas de emergência. Ao entrar, precipitou-se para subir e falhou um degrau. Apesar da queda, Luís levantou-se rapidamente. Quando estava de novo a preparar-se para arrancar a toda a velocidade, ouviu um som, vindo de cima.
Todos os seus sentidos se concentraram primeiro, no ruído, e depois, no silêncio que se instalou.
– Está aí alguém?
Luís tentava ouvir o silêncio. Começou a subir os primeiros degraus, lentamente. Depois, voltou a ouvir algo. Uma porta a abrir. Não estava sozinho.
Com cautela, os seus pés levavam-no a subir. Estava a ouvir algo, um ruído irreconhecível. O som atraía-o. Queria saber quem se escondia ali, alguns andares acima, naquelas escadas, no silêncio e na sombra.
Mais um ruído voltou a fazer-se ouvir. Mas este não parou. Era constante. Ao ouvi-lo, Luís percebeu que algo estava a cair pelas escadas.
Incapaz de se mexer, ouviu o som aproximar-se. Momentos depois, começava não só a ouvir, como também a ver. Vislumbrou um corpo a cair pelas escadas.
O corpo apenas parou quando atingiu o seus pés. Luís duvidava das capacidades dos seus olhos… Não podia estar a ver aquilo… Curvou-se sobre o corpo, para se certificar do que via.
A queda fora longa. Susana morava no quarto andar. Ao alisar-lhe os cabelos negros, Luís viu o sangue que lhe escorria pela testa. Procurou-lhe a pulsação: nada. Não respirava. Não sentia batimentos cardíacos.
Susana estava morta.
Algures lá em cima, o som da porta a fechar-se acordou Luís do seu transe. Num ímpeto de fúria e vingança, pegou na arma que estava nos bolsos de Susana e correu pelas escadas acima, até ao quarto andar.
***
Com a arma em riste, Luís empurrou a porta semiaberta do apartamento de Susana. Estava escuro. E vazio.
Vasculhou todas as divisões. Vazias. Lembrou-se, então, de ir à varanda. Vazia. Porém, lá em baixo, reparou em algo que lhe prendeu o olhar. Um Mercedes-Benz, prateado, com vidros fumados repousava no parque de estacionamento. Correspondia à descrição, feita por Susana, do carro que atropelara Ivan.
Luís estava convicto que Susana fora empurrada. A porta aberta, os sons na escadaria, um carro igual ao que Susana descrevera. A mesma pessoa que atropelara o modelo loiro poderia estar naquele prédio. Poderia ter assassinado Susana. Seria Pedro?
Ao sair de novo para o corredor, Luís viu a porta das escadas a fechar-se. Sentiu uma nova esperança de poder fazer justiça. Desatou numa corrida veloz, apontado a arma na direcção da porta.
Voltou a entrar na escadaria. Tudo continuava escuro. Porém, via-se claramente uma sombra a descer as escadas com pressa. O som dos seus passos ecoava. Luís lançou-se pelas escadas, galgando degraus atrás daquele vulto.
Lembrou-se da arma. Disparou dois tiros para o ar. O vulto correu ainda mais depressa, temendo pela vida.
Não o podia perder. Começou a saltar degraus, em completo desespero. Conseguiu um avanço em relação à sombra. Estavam mais próximos. Tinha de apanhá-lo.
Estavam perto do rés-do-chão quando Luís se começou a cansar. A continuar assim, iria perdê-lo. Só tinha uma opção: imobilizar.
A arma foi disparada duas vezes.
O primeiro tiro foi certeiro, na perna direita do vulto, fazendo-o tropeçar pelas escadas. Contudo, ao disparar o segundo tiro, Luís tinha acabado de falhar um degrau. A bala atingira o vulto na parte inferior das costas, algures entre o estômago e os pulmões.
Largando a arma para o chão, Luís atirou-se para cima do vulto, que tinha caído mesmo ao lado do corpo de Susana. Apanhara o assassino.
Apesar da escuridão, uma janela aberta deixava o luar penetrar na escadaria. O brilho prateado da Lua permitiu a Luís ver as feições da pessoa que atingira. Ele reconheceu o homem morto que segurava nos braços.
Ao perceber o que tinha acabado de fazer, Luís foi atingido por uma onda de desespero. Acabara de matar aquela pessoa. Largou o cadáver no chão.
Deitou um último olhar ao cenário que estava aos seus pés. Susana, coberta de hematomas, sangrando da testa. Vieira, atingindo por duas balas, sangrava abundantemente.
Levantou-se daquele banho de sangue. Tirou o telemóvel do bolso e chamou a emergência.
***
As paredes do edifício eram invadidas por luzes vermelhas e azuis, oriundas dos carros da polícia, estacionados. Uma leve brisa corria naquela noite.
Acompanhado de Vasco Leite, no exterior do prédio, Luís via os dois cadáveres a serem transportados em sacos negros, isolados; caminhavam para um destino que seria, decerto, melhor que o dele.
Observavam aquele momento em silêncio, quando Vasco falou. Explicou-lhe que Vieira podia ter removido a matrícula do carro e depois colocá-la de novo. Mataria assim Ivan, sem deixar rasto. Além disso, Vieira estivera com o Dr. Fonseca antes de ele ser encontrado morto. O psiquiatra chamara-o para o informar que Luís o tinha agredido. Vieira teria aproveitado a oportunidade para, mais uma vez, incriminar Luís.
– Antes de você começar a trabalhar na nossa equipa, o Vieira já se tinha forjado provas numa investigação.
Luís surpreendeu-se.
– Não fazia ideia disso…
– Mas é verdade. Envolvia a família dele. Quando eu descobri, decidi por uma pedra sobre o assunto… Nunca imaginei que ele fosse capaz de o repetir.
Os olhos verdes estavam tão atentos que pareciam ouvir Vasco Leite. Ele pousou a mão amigável no ombro de Luís.
– Acredito que será ilibado das acusações, Luís. E talvez seja readmitido na polícia. – Vasco falava como se carregasse um peso nas costas – Há algo que possa fazer para me desculpar?
Luís acenou afirmativamente com a cabeça.
– Há, sim. Deixe-me ir embora daqui, agora. Preciso de encontrar uma pessoa.
***
Na sua cabeça, o sentimento de culpa: matara Vieira. No seu coração, o sentimento de perda: Susana estava morta. Na sua alma, a necessidade de equilíbrio, que só poderia encontrar ao lado do homem que amava e que, erradamente, acusara de ser um assassino em série.
Luís reconheceu a fachada do edifício em forma de cubo. Saltou para fora do carro e correu para o interior.
Saltava os degraus das escadas para o primeiro andar, quando ouviu uma voz.
– O senhor Pedro já não está aqui.
Luís nem tinha reparado na secretária.
– Hã… onde posso encontrá-lo?
– Em casa.
– Poderia dar-me a morada dele?
A mulher sorriu por detrás dos óculos.
– Não me entendeu. Eu queria dizer que o senhor Pedro está em sua casaA próxima parte tem os dois últimos capítulos da história :D
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