Agora que já estou nos 70 anos posso falar de coisas que me aconteceram, das quais nunca contei a ninguém. Eram outros tempos, outras mentalidades.
Como já contei, eramos seis no mesmo quarto, todos com 13 anos. Portanto era normal que nos tivessemos aproximado e que andassemos sempre juntos uma vez que quando chegamos ao seminário ninguém conhecia ninguém.
Então comecei a perceber que havia risinhos e piscadelas entre eles, e às vezes umas piadinhas que me eram dirigidas, mas eu fazia de conta que não era nada comigo. Um dia que estavamos os seis no recreio junto ao muro, num sítio escondido pelas árvores e plantas do jardim, o Rodrigo disse: “hoje à noite é dia da cama ranger” e todos riram. Não me contive e atirei-me a ele: “ouve lá, e na tua cama também não há movimento a mais, não se houve mais do que uma respiração ofegante? Qual deles é que te vai ao cu?”. Todos riram menos o Afonso, que ficou muito corado: “ah, então é este o teu amante!”. A minha cama era a primeira junto à porta e a do Rodrigo ficava a seguir, e já havia uns dias que eu ouvia alguém deitar-se com ele e eu ficava tentando perceber o que faziam e bati algumas punhetas a imaginar que estava no meio deles.
O Rodrigo, que era alto, magro, de olhos verdes e cabelo rapadinho, como todos os outros, pele morena e, por acaso, muito bonito, enfrentou-me: “e o teu amante quem é? Já sabemos que não é ninguém do quarto… é alguém que aparece na porta, e, pelo barulho que faz, deve ser bem grande e pesado…”. Uma vez que já tinha sido descoberto e os ânimos estavam mais calmos, resolvi contar… que não sabia quem era, apenas que era um adulto. E logo me rodearam, para eu lhes contar os pormenores, mas eu não adiantei grande coisa. Pelas perguntas e pelo interesse, percebi que eram todos muito ignoranres ácerca do sexo e, então, resolvi armar em superior, em sabichão, e perguntei ao Rodrigo o que é que ele fazia na cama com o Afonso. Contou que se deitavam de lado, frente a frente, um agarrava o pénis do outro e apertavam-no até se virem. “Mas ficam nus ou vestidos? E apertam como?” e o Afonso, muito corado, dizia que não tiravam as cuecas e fazia gestos com a mão, como quem molda um rolo de plasticina para exemplificar a forma como mexia na gaita do Rodrigo. “Santa ignorância!” exclamei, e os outros muito revoltados atiraram-se a mim, dando a entender que todos faziam da mesma maneira e que já tinham falado sobre isso uns com os outros. Então eu, confuso, disse para me mostrarem pois não estava a entender bem, e o Manuel, um moreno baixinho e forte, desapertou a braguilha e tirou para fora uma pila já meio dura, grossinha mas pequena, uns pelitos na base, e com a mão amassava-a, espremia-a, como se estivesse a tocar numa bisnaga à espera que ela esguichasse. Fiquei teso, tirei a minha que estava ansiosa para saltar cá para fora, e com a mão envolvi-a e fiz movimentos de vai e vem, destapei a cabecinha para a pôr à mostra e vi os miúdos de olhos arregalados a mirarem-me. “Caramba!”, exclamava o Rui, um loirinho de olhos azuis “que pénis grande!”. Mas não era muito grande, como eu bem sabia, pois já o tinha comparado com muitos, e como iria ver a seguir, o do Rodrigo era bem mais comprido, só que os deles, apesar de já terem pêlos e se esporrarem, ainda eram pilas de meninos e a minha, talvez por já ter praticado muito, já parecia a de um adulto, ainda que em miniatura.
A cena aqueceu, o Rodrigo também sacou a dele para se punhetear, e, um após outro, acabamos todos num círculo, a masturbarmo-nos em grupo. E eu, orgulhoso, a mostrar-lhes como se fazia e a ditar o ritmo. Como eu já contei, todos usavamos aquelas cuecas que eram abertas à frente, com os panos sobrepostos, por isso era muito prático e fácil tirar a pila para fora sem ser preciso baixar as calças, nem sermos incomodados pelo elástico das cuecas quando as pômos para baixo. Só o Jaime não entrou na roda, disse que ficava de vigia, para avisar se alguém se aproximasse.
E atirámos com o nosso leite para o chão, alguns acertaram nas calças, mas o que é certo é que, a partir daquele dia , nos tornamos mais amigos uns dos outros, como quem tem um segredo comum e não quer que ninguém o descubra. E no meio da conversa, o Rodrigo falou que gostava de dormir com o meu desconhecido. Combinamos que nessa segunda-feira trocariamos de camas. Claro que não lhes contei tudo o que faziamos, apenas lhes agucei o apetite e disse que havia outras coisas muito boas para além da punheta e o Rodrigo começou a dizer que estava ansioso que a noite chegasse.
À noite, mal a luz se apagou, o Rodrigo veio para a minha cama, todo nu conforme eu lhe recomendara, e eu não fui para a dele como haviamos combinado, mas sim para a do Jaime, pois tinha sido o dono do único caralho que eu não conhecera e estava com imensa curiosidade. Deitei-lhe a mão à boca, como o estranho me fizera da primeira vez, mas ele também não ofereceu qualquer resistência, como que já contasse comigo, apenas se encostou mais para a ponta para me dar espaço e deixou-se ficar tranquilo de barriga para o ar e com os ouvidos alerta, como todos os outros, para adivinhar o que se passaria na cama com o Rodrigo. Eu, deitado de lado, encostei os meus lábios na sua face, a mão esquerda em cima do seu peito. Mansamente fui mechendo os lábios, a dar-lhe beijinhos. Como ele não me afastou, continuei a beijar-lhe a face, a mão a percorrer-lhe o peito e a barriga. Ousei levantar-lhe a camisola e meter a mão por dentro. Enquanto passava na barriga ele não se importou, mas quando me dirigi para o peito ele prendeu-ma. Pareceu-me ter sentido um altinho, como se fosse uma maminha. Fiquei quieto, à espera de melhor oportunidade, mas com muita curiosidade.
Foi quando senti que ele ficava mais atento, pareceu-me ouvir qualquer coisa, olhei mas só se via o escuro, embora como que adivinhasse o vulto nu do meu amante. Depois um leve ruído de um peso na cama, silêncio, e a seguir mais uns pequenos ruídos na cama, novamente silêncio e depois qualquer coisa que se afastava. E depois apenas silêncio e a seguir as respirações habituais de miúdos que se masturbavam, que, desta vez, eu tinha a certeza que o faziam como deve ser, só que provocavam mais barulho, rangidos de cama, e teriamos que ter cuidado. Aquele ambiente deixava-me louco de tesão e eu forcei a mão do Jaime para lhe poder apalpar os mamilos. Eu era mais forte. O Jaime era um miúdo pálido, de formas arredondadas mas não gordo, baixinho, notava-se que o seu cabelo seria encaracolado se o usasse maior e tinha olhos castanhos. Eu simpatizava com ele e também já tinha tocado algumas punhetas a pensar que fodia o seu cu redondinho.
Vencida a sua resistência fiquei livre para lhe apalpar aquilo que pareciam umas pequenas maminhas. Subi-lhe a camisola, ele próprio depois a retirou, debrucei-me sobre o seu peito e lambi-lhe as maminhas, chupei e suguei os seus pequenos mamilos. Dava um tesão incrível… imaginava que eram as mamas da prima Luísa. O Jaime não se importava e afagava-me a cabeça e as costas, mas quando tentei meter a mão dentro das cuecas voltou-me a impedir. Investi doutra forma, como lhe estava a lamber o peito fui descendo para a barriga, desapertei-lhe o botão das cuecas continuando sempre a lamber por ali abaixo. Não encontrei um único pêlo. Tinha um saquinho pequeno e uma pila do tamanho da minha quando eu tinha 9 ou 10 anos. Era lisinha, pequenina e magra. Mas estava dura e eu concentrei-me nela, pois sentia o prazer que lhe estava a dar. Lambi também as coxas, levantei-lhas e dei mordidinhas no rabo. Depois ficamos de lado, abraçados, a dar beijinhos nos lábios, a meter-lhe a língua na boca, e ele agarrou o meu pau e fez como eu os havia ensinado no recreio. Agarrei também a sua pequena pila e masturbei-o até sentir um pouco de líquido leitoso na sua cabecinha, mesmo só um pouquinho de nada. Ele acelerou os movimentos no meu pau e eu lancei os meus jatinhos para a sua barriga. Senti que ele espalhava o meu leite na sua pubis e no seu pénis.
E estavamos tão bem assim juntinhos que adormecemos e quando a sineta tocou de manhã eu ainda estava na sua cama. Foi uma aflição. Eu tentei correr para me ir vestir antes que a luz acendesse mas não consegui. Atrapalhei-me e fiquei desorientado, sem saber para que lado ficava a minha cama. A luz apanhou-me junto à parede, atordoado a olhar para os outros miúdos, sentados nas camas, alguns ainda a acabar de apertar as calças e eu ali todo nu. A minha sorte foi que apenas sorriram mas ninguém fez algazarra e eu vesti-me rapidamente, e também nessa altura nenhum padre veio espreitar o quarto.
No quarto de banho o Jaime falou-me entre dentes “por favor, não contes a ninguém” e o Rodrigo “em que cama dormiste?” e no primeiro recreio corremos para o nosso esconderijo. Todos queriam saber como se tinha dado o Rodrigo. Este contou que o padre (ele afirmava que tinha a certeza que era um padre, mas que não se tratava de nenhum dos professores) logo que se deitou o abraçou e apertou contra o seu corpo peludo e beijou-o na boca, com a língua de fora. Estava nu e ele sentiu o seu peito e as pernas peludas, e um grande caralho a esfregar-se no seu. Mas passado pouco tempo ele parou, afrouxou o abraço, apalpou-o todo, pegou-lhe no saco e no pénis. O Rodrigo disse que estava tão assustado que o pau ficou bem pequenino e flácido, nem deu para aproveitar os toques que o padre lhe dera. Que logo a seguir o estranho se levantou e foi embora. Esperou um pedaço, mesmo porque o seu coração batia acelerado porque tivera muito medo, e foi para a sua cama, para me dar o sinal para eu voltar para a minha, mas não me encontrou. “Onde é que tu estavas” quis saber. Eu vi a cara de aflito do Jaime e respondi que não diria, quem dormiu comigo que contasse. Então ele pôs-se a adivinhar e dizia “foste tu” e eles respondiam “eu não”, mas quando chegou a vez do Afonso este corou (ele corava sempre) e toda a gente ficou a pensar que eu passei a noite na cama do Afonso.
A partir dessa noite o estranho nunca mais voltou e o Jaime passou a ser o meu amante.