O AMOR MAGOA (cap. 6 e 7)

Um conto erótico de Gossip Boy
Categoria: Homossexual
Contém 2326 palavras
Data: 19/06/2009 19:14:58
Última revisão: 20/06/2009 05:45:22

"O AMOR MAGOA" (www.youtube.com/watch?v=0zUE2EveTDo)

Capítulo 1: www.casadoscontos.com.br/texto/Capítulos 2,3: www.casadoscontos.com.br/texto/Capítulos 4,5: www.casadoscontos.com.br/texto/CAPÍTULO VI

IMPULSO HOMICIDA

Passavam duas semanas desde a última sessão. Miguel tirara uns dias de férias por causa da morte de Filipe. Uma morte que não lhe saía da cabeça.

Filipe tinha sido atacado com uma caneta igual à de Bruno. Um olho tinha sido arrancado. O escritório fora incendiado depois do crime e o corpo já estava carbonizado quando o encontraram.

Obviamente, Bruno tornara-se suspeito, mas tinha como álibi ter passado a noite com um gigolô, um negro conhecido por Ricky. Ele tinha confirmado que passara a noite com Bruno. A polícia acreditava no álibi. Mas Miguel não.

O psiquiatra acreditava que Filipe também poderia ser gay. Fora ele que levara Bruno a casa depois da avaliação psiquiátrica. Miguel nunca percebera qual a intenção dele, mas agora desconfiava.

Agora, ele tinha a certeza que Bruno seduzia para matar.

– Senhor doutor, o seu paciente chegou. – Disse uma voz feminina, vinda da porta.

– Mande-o entrar – autorizou Miguel.

Ao ver entrar Bruno, Miguel distinguiu um brilho especial nos seus olhos negros. Não resistiu a achá-los bonitos. Pelo menos, desta vez ele não vinha molhado. Até porque intensos e vibrantes raios solares entravam pela janela naquela tarde quente.

– Boa tarde, doutor.

Bruno sorriu-lhe. Miguel odiou-se por se sentir atraído por um assassino. Ele sentou-se em frente do psiquiatra. Miguel esforçou-se por sorrir.

– Então, hoje quer falar de quê?

– Todos os ser vivos, incluindo o Homem, têm uma sequência natural na sua vida: nascer, reproduzir-se, morrer. No meu caso é difícil deixar descendência… mas nem por isso deixo de ter sexo, como é óbvio.

Miguel esboçou uma expressão confusa.

– Onde quer chegar?

– Diga-me, doutor… A vida teria sentido sem a morte? A vida teria sentido se fosse eterna?

– Claro que não, mas…

– E teria a mesma piada sem sexo?

Ele continuava sem perceber onde Bruno queria chegar.

– Não.

– Exacto. Então, as duas coisas que dão sentido à vida são o sexo e a morte. Já falamos de sexo aqui. Falemos de morte hoje.

– Quer falar de quê exactamente?

– De morrer. E de matar.

– Da morte dos seus pais?

– Não. Da morte do Filipe. Não sei se ele lhe disse que eu e ele tínhamos um caso?

O psiquiatra chegou a estremecer.

– Não sabia disso.

– Bem, mas eu não estive presente durante essa morte, claro. Agora, a morte do Ivo… Essa sim, foi mágica. Um momento que nunca vou esquecer.

Bruno olhou-o nos olhos. O psiquiatra mantinha-se em silêncio.

– Quando falamos de escrita, podia ter-me falado dos seus livros, doutor. Das suas teses publicadas. Estive a ler o “Impulso Homicida”. Foi graças a esse ensaio que se tornou candidato para a cadeira na universidade, não foi?

– Ouça, Bruno, eu não compreendo a sua necessidade de falar de mim. Estamos aqui para o tratar a si.

– Eu amo-o. Você seria o meu melhor tratamento.

Bruno inclinou-se na cadeira e agarrou na cabeça do psiquiatra, beijando-o. Imediatamente, Miguel empurrou-o com fúria. Bruno chegou a assustar-se quando Miguel lhe gritou.

– Você está mesmo doido. Precisa de internamento!

O italiano riu-se.

– Serei eu o único doido aqui?

Miguel agarrou-o pela gola do casaco e empurrou-o contra a parede. Bruno acabou por cair no chão, mas depressa se levantou.

– Parece que o que escreveu no “Impulso Homicida” lhe saiu de dentro… Como se falasse de si próprio – disse Bruno, rindo na cara do doutor, com sangue a escorrer-lhe pelo canto da boca.

Miguel fez um esforço para se controlar quando se lembrou da cadeira na universidade. Bastava um escândalo negativo e teria a sua carreira arruinada.

O psiquiatra voltou a sentar-se na sua cadeira. Bruno olhava-o fixamente. Foi então que tirou o seu casaco e Miguel pôde ver que por baixo não havia nada.

Despido da cintura para cima, mostrando o seu corpo tonificado e moreno, Bruno pegou na sua cadeira, e deu a volta à secretária, sentando-se assim ao lado do doutor.

– Parece que você também sofre de impulsos homicidas. Se não são homicidas, são no mínimo violentos.

Miguel observava os músculos do seu paciente. Sentia-se num ambiente surreal, com um homem seminu sentando ao seu lado, acusando-o de ter impulsos homicidas.

Bruno parecia adorar cada momento.

– Nunca lhe deu vontade de me partir a cara, doutor? Eu bem merecia… afinal posso muito bem ter sido eu a matar o seu amiguinho…

– Eu nunca iria agredir um paciente.

– Já o fez. A mim.

– Você em breve deixará de ser meu paciente.

– Pode crer que sim. Porque você deixará de ser psiquiatra. Porque não paramos com esta conversa da treta? Foda-me aqui e agora! Sem conversas!

Miguel lançou-lhe um olhar de ódio.

– Eu já lhe disse que não sou homossexual. Não tenho nenhum interesse em si.

– Como é que você aguenta esconder tudo? – Bruno levantou-se, parecendo irritado. – Não é capaz de dizer que me quer partir a cara… Não é capaz de me retribuir um beijo… Não é capaz de confessar que gostaria de foder comigo… Você não se cansa da sua noiva?

– Já chega, Bruno. Pare com isso agora. Vista-se e sente-se, imediatamente.

– Eu sou um sociopata, não sou? Acha mesmo que vou obedecer às suas ordens?

– Você começa a passar todos os limites…

Bruno desatou aos gritos.

– Ainda não me respondeu! Não se cansa da Joana?

O paciente levou as mãos ao cinto das calças e soltou-o.

– Não lhe apetece apertar-lhe o pescoço para não a ouvir falar mais das ideias chatas que ela tem para os seus próximos romances?

Miguel ouvia-o e observava-o, em silêncio, com uma erecção insuportável. Bruno atirou o cinto para o chão e começou a descer as calças.

– Não lhe apetece mandar essa gente da psicologia, sempre com as mesmas tretas sobre a essência humana, à merda?

Miguel viu o seu paciente ficar apenas de boxers, ali mesmo, à sua frente, no seu consultório.

– Não lhe apetece parar de fingir e de mentir e gritar ao mundo que quer homens e não mulheres?

Bruno aproximou-se dele.

– Não lhe apetece foder-me agora, duma vez por todas, sem perguntar qual o significado de tudo isto?

O psiquiatra sorriu, mesmo sem achar piada nenhuma.

– Mas qual é o significado de tudo isto?

Rindo, Bruno fartou-se de provocar e passou à acção. Em roupa interior, sentou-se em cima do doutor, de frente para ele. As suas bocas ficaram próximas e Bruno sussurrou-lhe:

– Talvez apenas signifique que eu o amo… Afinal, no fundo, ambos não passamos de dois sacanas invejosos que não conseguem conter o seu impulso homicida, não é?

Miguel explodiu de raiva. Levantou-se levando Bruno à sua frente. Atirou-o contra a secretária. Depois, agarrou-o pelo pescoço enquanto lhe dava socos, na cara, no ventre.

Bruno voltou a ser atirado contra a parede. Caído no chão, ficou parado, recebendo insistentes e violentos pontapés do seu psiquiatra.

Mesmo vendo sangue na testa do seu paciente, Miguel não conseguia parar. Apesar de anos e anos de estudos, só então compreendeu verdadeiramente o impulso homicida.

Na sua explosão de ódio, o psiquiatra agarrou nos objectos em cima da secretária e atirou-os contra o corpo de Bruno.

Alertada pelos barulhos violentos, a secretária do doutor Miguel Serrano entrou no consultório. A pobre mulher soltou um grito ao ver o psiquiatra atacar um paciente quase nu. Ela correu para o exterior e berrou pela segurança.

Incontrolável, Miguel via Bruno sangrar sem parar, continuando a atirar-lhe toda a espécie de objectos. Por fim, viu uma caneta pousada na secretária. Agarrando-a com a mão, preparou o bico para entrar no peito de Bruno.

Contudo, dois seguranças volumosos, agarraram-no, impedindo-o de cometer a loucura.

CAPÍTULO VII

NUVEM DE FUMO

Uma nuvem de fumo estendeu-se sobre a sua cara. No quarto escuro, o fumo foi desaparecendo, como uma chama que se apaga, uma esperança que se perde.

Miguel não conseguia dormir. Por isso, preferia fumar. O escândalo com a agressão a Bruno ainda era recente. Um psicólogo a agredir um cliente, que por razões desconhecidas se encontrava quase nu. Uma notícia quente e chocante atraiu televisões, jornais. Uma oportunidade de leccionar Psicologia do Comportamento Desviante na universidade tinha sido arruinada. Era um sonho que, com tal escândalo, nunca seria cumprido naquela vida.

Enquanto Miguel fumava ao pé da janela aberta, observando a noite, as luzes cintilantes que nunca se apagavam, Joana remexeu-se na cama. Só depois percebeu que ela tinha acordado.

– Estás a fumar?

Ela acendeu a luz do candeeiro, e Miguel viu a preocupação na cara dela.

– Estou nervoso, só isso.

Esboçando um sorriso, carinhoso, ela levantou-se da cama, apenas com roupa interior, e aproximou-se de Miguel. Eles olharam-se por instantes. Quando ela tentou beijá-lo, ele desviou a cara.

– Eu não sei o que se passa contigo.

Ele fingiu nem a ouvir, continuando a fumar. Ela não percebia o que se passava dentro dele. Toda a sua vida vivera numa realidade que estava a desabar. Nunca na sua vida imaginara sequer a hipótese de se relacionar com um homem. De repente, tudo mudava.

– Tu estás mais doente que ele, sabes? – Disse Joana, com uma voz fria. – Lembras-te como agiste da última vez que fizemos amor? Quer dizer, aquilo nem era amor. O que se passa na tua cabeça? Tu nunca foste assim antes…

– Eu não sei o que se passa na minha cabeça. Não sei.

– Devias saber. És tu o psiquiatra.

Ele atirou o cigarro pela janela com violência, começando a elevar a voz.

– Achas que eu preciso que me atires à cara toda a merda que tenho feito?

– Não, não acho que precisas… Acho que mereces. Que raio de ideia foi aquela de espancar o teu próprio paciente?

Um toque do telemóvel impediu Miguel de lhe responder. Ele virou-se para procurar pelo aparelho, mas Joana pôs-se à sua frente, barrando-lhe o caminho.

– Tu não estás bem, Miguel.

Os braços furiosos de Miguel lançaram-na para cima da cama, enquanto ele apanhava o telemóvel pousado na mesa do outro lado do quarto. Miguel saiu do quarto batendo com a porta, sem saber que deixava Joana a ir às lágrimas.

Já na sala de estar, ele leu a mensagem que acabara de receber. Álvaro precisava de se encontrar com ele.

***

O mar batia na areia, deixando no ar o som das ondas e o cheiro da maresia. Os dois homens estavam sentados na esplanada e olhavam distraídos para este espectáculo da natureza. A tarde estava quente.

Álvaro quebrou o silêncio e começou a conversa.

– Apesar de tudo tiveste sorte, Miguel.

Miguel virou a cara, esquecendo o mar e focando-se no diálogo.

– Sorte? Em quê? Em ter quase perdido a licença para exercer psicologia?

– Não, não nisso… Mas o italiano não apresentou queixa contra ti. Além disso, desistiu de te ter como psicólogo.

– Psiquiatra!

Álvaro fez uma expressão exasperada.

– Vai dar ao mesmo! O que interessa é que ele não é mais teu paciente… Isso é bom. A presença dele parece que contamina a vida das pessoas. Eu já desisti de andar atrás dele… já me convenci que nunca o vou pôr na cadeia. Primeiro, safou-se de matar o namorado, com a taxa de álcool no sangue… Agora safou-se com o álibi do prostituto! Mesmo assim, sabíamos que ele tinha uma caneta igual à que matou o teu colega, o Filipe.

– Como é que podes desistir assim? Eu não seria capaz… eu não sou capaz.

– Ele já se safou antes.

Miguel pareceu, de repente, confuso. Inclinou-se para a frente na cadeira, aproximando-se de Álvaro.

– Como assim?

– Há cerca de dois anos… ele tinha um estúdio de fotografia com o namorado. O namorado dele morreu, assassinado, asfixiado. Puseram-lhe um relógio na garganta. Mas a verdade é que o Bruno se safou. Havia indícios contra um dos inspectores, que supostamente estaria a falsificar provas.

Miguel reconheceu aspectos da história… dois fotógrafos, namorados, um deles sendo assassinado…

– Então não era ele?

– Não sei, Miguel. Não sei. Morreu mais gente além do namorado dele. Todos assassinados. Não tenho muita confiança. Pode muito bem ter sido ele.

O olhar de Miguel perdia-se no oceano, no horizonte, enquanto processava tanta informação.

– E se foi ele?

– Se foi ele, estamos perante alguém que é um génio em forjar provas e livrar-se de acusações. Se foi mesmo ele, estamos perante alguém doente, inteligente e perigoso.

Miguel sabia muito bem o que tinha a fazer.

***

Irrompeu dentro do consultório e fechou a porta com um estrondo. Estava com pressa. Sentou-se em frente do monitor e ligou o computador.

A página do Google apareceu-lhe à sua frente. Os seus dedos digitaram com fúria.

“Pesquisar: contos eróticos, gossip boy”.

A sua atenção focou-se nos primeiros resultados. Entrou numa tal de Casa dos Contos.

O conto chamava-se, de facto, “Instinto Homossexual” e estava publicado por capítulos. Miguel foi directamente aos últimos, onde encontrou um link para obter o conto completo.

Depois do download, abriu o ficheiro e imprimiu-o. A sua impressora era bem rápida e praticamente cuspia as folhas. Com cerca de 100 folhas na mão, Miguel procurou pelo que lhe interessava. Não tinha tempo a perder.

Algumas partes do conto saltaram-lhe à vista. “Gonçalo Dias, 35 anos, fotógrafo. Encontrado morto na piscina.”

Avançou o capítulo. “Causa da morte: asfixia. O nosso fotógrafo morreu na cama…” E mais à frente… “Engoliu o relógio. Quer dizer… foi forçado a engolir o relógio.”

Miguel tinha lido o suficiente. Foi à estante buscar um dossier. No seu interior, por entre dezenas de fichas de clientes, procurou o nome de Bruno Giudicelli. Quando finalmente encontrou a morada dele, saiu a correr do edifício e preparou o seu carro para voar a toda a velocidadeNo próximo capítulo:

"Com a língua, Miguel procurou conhecer todo um mundo novo: o corpo de Bruno. Descobriu os seus mamilos rijos, tesos, com a excitação daquele momento divinal; descobriu o seu ventre musculado e liso, tão perfeito e belo. "

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Comentários

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conto interssante no cap 6 o medico ao invés de se manter calmo acaba perdendo a compostura e aceitando as provocasões de seu paciente o agride. no cap7 o medico aparece bem nervoso fumando muito e quase sem paciencia com a noiva,depois emconversa com o inspetor que investiga ocaso de bruno descobre que 2 anos atrás um fotografo morreu assassinado provavelmente pelo namorado engasgado com um relogio,e este fato ecitado em um conto de nome Intinto homossexual escrito por Gossip Boy provavel apelido de bruno

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Conheço histórias semelhantes... muito bom.... http://ana20sp.sites.uol.com.br

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Estou acompanhando atentamente é muito inteligente e criativo, é interessante que o amor e o ódio andam juntos.Parabens

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