O AMOR MAGOA (cap. 8 e 9)

Um conto erótico de Gossip Boy
Categoria: Homossexual
Contém 3385 palavras
Data: 20/06/2009 19:54:37
Última revisão: 20/06/2009 20:06:52

" O AMOR MAGOA " (Teaser em: http://www.youtube.com/watch?v=0zUE2EveTDo)

Parte 1: www.casadoscontos.com.br/texto/Parte 2: www.casadoscontos.com.br/texto/Parte 3: www.casadoscontos.com.br/texto/Parte 4: www.casadoscontos.com.br/texto/ PARTE 5 ---

CAPÍTULO VIII

PELA PRIMEIRA VEZ

Enquanto o sol se punha, desaparecendo ao fim de mais um dia, o carro de Miguel parava em frente de uma grande casa. Ocupava uma enorme área.

Quando o psiquiatra tocou à campainha, o portão abriu-se sozinho com um clique e ele entrou. Pôde então ver o enorme jardim e a piscina azul e fresca. Com um arrepio, lembrou-se que tinha sido naquele local, ao pé da piscina, que Ivo morrera.

Os olhos azuis de Miguel encontraram Bruno a sair da enorme casa branca, e aproximar-se da piscina. Ele estava apenas com uma sunga vermelha.

Ao ver Miguel, Bruno sorriu-lhe de longe. O psiquiatra aproximou-se dele.

– Então, doutor? Veio visitar-me pela primeira vez? É incrível… desisti da sua terapia há poucos dias e o doutor já sente a minha falta.

– Ouça, Bruno, eu não venho cá visitá-lo. Apenas quero explicações.

– Só isso? Eu estava a pensar em algo mais… – disse Bruno, com um sorriso maléfico.

– Pois, mas eu não. Quer me falar dos tempos em que foi fotógrafo?

Bruno riu-se.

– Eu deixar de fotografar há muito tempo… desde que o meu namorado morreu. Ele também era fotógrafo.

– Fale-me da morte do seu namorado.

– Não me apetece. Não estamos no seu consultório. Estamos em minha casa… ao pé de uma piscina bem fresca…

Bruno aproximou-se do psiquiatra.

– Então terei de ser mais directo. Eu não preciso que fale da morte do seu namorado. Porque eu já sei que ele morreu da mesma maneira que um fotógrafo do seu conto.

– Você lê contos homossexuais, Miguel? – Sorriu Bruno, sarcástico.

– O seu foi o primeiro que eu li.

– Então eu tirei-lhe a virgindade.

Algo se estava a passar dentro de Miguel. Ele deu por si a sorrir para Bruno ao ouvir isto.

– Os seus contos não são, porventura, biografias?

– Não, doutor. Eu prefiro conhecer melhor os outros. Por falar nisso… estou a escrever outro conto erótico.

Eles olhavam-se nos olhos.

– Sobre um psiquiatra. Ele descobre a sua homossexualidade quando conhece um cliente seu. Um cliente muito sinistro. Alguém como ele nunca viu. Alguém que lhe muda a maneira de ver as coisas. Coisas simples como o sexo e a morte. Bem, pode-se dizer que é um conto bem mais excitante que a porcaria sem sabor que a sua noiva escreve.

Miguel fez uma cara que mostrava o seu desagrado com este comentário.

– O que lhes acontece?

– Obviamente, doutor, eles fazem sexo. Caso contrário, não seria um conto erótico. Chama-se “Love Hurts”. Porque o tal psiquiatra aprende que o amor, às vezes, magoa. O paciente safa-se da acusação dum crime porque bebeu muito depois de o cometer. A polícia pensa que ele já estava bêbedo quando o cometeu. O paciente é ilibado mas acham que ele deve fazer psicanálise. É então que ele reencontra o doutor. Ele apaixona-se pelo psiquiatra. Ama-o acima de tudo.

– Mas não o ama mais que ao seu próprio ego.

– Como se atreve a dizer isso? Você nem leu o conto.

Bruno fez um sorriso rasgado.

– Não o leu. Não sabe, nem sequer imagina, como vai terminar.

Inclinando-se para a frente, Bruno agarrou o psiquiatra e beijou-o. As suas bocas uniram-se.

Pela primeira vez, Miguel retribuiu-lhe o beijo. Eles soltaram as suas línguas, enquanto as mãos sentiam o cabelo, a pele, o corpo um do outro.

Foi um beijo que durou até Miguel cair na realidade e voltar a arrepender-se. Ele tentou soltar-se, mas Bruno foi mais forte: ambos os corpos quentes tombaram para o lado oposto a Bruno e caíram na água fresca.

Mesmo dentro de piscina, Bruno continuava a agarrá-lo, a beijá-lo. Os seus corpos estavam unidos num beijo enquanto começavam a vir à tona da água.

Quando finalmente chegaram à superfície, Miguel foi libertado por Bruno. Enquanto o psiquiatra recuperava o fôlego, achando-se numa situação surreal, com a roupa molhada dentro duma piscina com Bruno, este ria-se às gargalhadas.

Miguel já não se sentia arrependido. Porque, pela primeira vez, gostara. Gostara demais. O psiquiatra saiu da piscina, vendo as suas roupas encharcadas.

Bruno também saiu e controlou o riso. Mas sorria-lhe sempre.

– Agora foi a tua vez de vires molhado para a minha frente. Estamos quites quanto à camisa molhada. Mas…

Enquanto Bruno fazia um sorriso malicioso, Miguel reparou num volume na sunga vermelha.

– Mas ainda não estamos quites quanto ao striptease que eu fiz no teu consultório. É a tua vez.

Miguel sorriu-lhe, começando a achar uma certa piada àquilo.

– Talvez seja melhor deixar estas roupas a secar.

***

As chamas lançavam uma luz quente na sala escura. Ao pé da lareira, acumulava-se um monte de roupas encharcadas. Ao pé das roupas, um sofá.

Em cima do sofá, Miguel ia despindo a sunga de Bruno, aos poucos. Lentamente, o psiquiatra descobriu um pénis grande, mas não exagerado. A sua glande rosada estava quente.

Atirando a peça de roupa vermelha pelo ar, Miguel lançou-se para cima de Bruno, beijando-o com vontade. Enquanto devorava o seu paciente, Miguel sentiu o seu pénis crescer, preparando-se para a acção.

Com a língua, Miguel procurou conhecer todo um mundo novo: o corpo de Bruno. Descobriu os seus mamilos rijos, tesos, com a excitação daquele momento divinal; descobriu o seu ventre musculado e liso, tão perfeito e belo.

Com as mãos, Miguel apalpava, sentia aquelas pernas quentes e macias. As suas mãos iam subindo, dando-lhe mais prazer a cada centímetro que percorriam. Por fim, elas encontraram duas nádegas suaves, duras, perfeitas.

Miguel voltou a levar a sua língua à boca de Bruno, mas com segundas intenções. Aos poucos, enquanto o agarrava, o psiquiatra ira virando-o de costas para ele. Bruno não ofereceu resistência. Muito menos se lubrificou.

Bruno ficou de quatro no sofá. Atrás dele, Miguel, de joelhos, foi penetrando o dedo médio no orifício no meio das nádegas. Bruno gemia levemente.

Depois de preparar Bruno, Miguel agarrou no seu pénis que latejava de erecção e conduziu-o ao ânus de Bruno.

Agarrando o seu paciente pela cintura, Miguel começou um outro tipo de terapia, que sabia melhor a ambos. O seu pénis invadia o corpo do Bruno. De cada vez, entrava com mais força, com mais violência.

Bruno ergueu-se, ficando de joelhos também, enquanto o psiquiatra o penetrava. Os seus corpos balançavam ao ritmo daquela penetração.

Virando os braços numa posição quase impossível, Bruno pôs as mãos nas costas de Miguel. Para surpresa do psiquiatra, ele cravou as unhas na sua pele e arranhou as costas de Miguel, até sentir pequenas e quentes gotas de sangue a deslizar.

Quando Miguel gritou de dor, Bruno explicou-lhe porque tinha sido punido.

– Não chega. Mais depressa. Mais força. O amor magoa… mais amor, mais dor!

Miguel, sentido ainda a dor nas costas, penetrou Bruno com violência, à mesma velocidade com que martelaria um prego.

Finalmente, ele estava agradar ao seu paciente. Bruno começou a gemer, sentindo o seu corpo ser invadido. Então, Miguel teve uma ideia. Largando a cintura de Bruno, agarrou os cabelos dele e puxou-os para trás com toda a força.

As mãos do psiquiatra puxavam-no para trás, o pénis do psiquiatra empurrava-o para a frente. Mais que dor, Bruno sentiu prazer. Foi então que começou a gritar.

Pouco depois, também Miguel voltou a gritar, e não era de dor. Mas Bruno não queria que ele ejaculasse já. As suas mãos apanharam o pénis de Miguel e tiraram-no de dentro de si.

Ainda agarrando o sexo do psiquiatra, Bruno começou a movimentar a pele daquele membro, ora revelando, ora ocultando a sua cabeça rosada. Enquanto masturbava o psiquiatra, Bruno foi atingido por um pensamento repentino. Olhando para Miguel, a gemer de prazer, Bruno percebeu que estava apaixonado. Como nunca antes estivera.

Foi então que Bruno se aproximou daquele membro erecto e quente, passando a língua várias vezes pela sua cabeça rosada, humedecendo aquela superfície macia.

Enquanto provava pela primeira vez o pénis de Miguel, Bruno olhava-o nos olhos. Ele engolia o sexo do psiquiatra como se quisesse comê-lo, devorando aquela fonte de calor intenso.

Iluminados pelas chamas da lareira, eles jogavam um jogo de prazer, de sedução, de controlo. Com o pénis dele na sua boca, era agora Bruno quem estava sobre controlo. Bruno gostava de controlar, de se sentir por cima.

Enquanto o seu sexo era devorado por aquela boca húmida, por aquela língua dócil, Miguel agarrava-lhe os cabelos, rendido por fim ao seu desejo por homens. Para chegar àquele ponto sem retorno, fora guiado por Bruno, mesmo sabendo que ele poderia ser um assassino. Sem dúvida que era Bruno quem controlava as circunstâncias.

Desejando controlar ainda mais, Bruno foi invadido por uma ideia.

A sua boca engolia vorazmente o pénis de Miguel, saboreando-o, sentindo-o, salivando-o. Aquele membro aquecia-lhe a boca, deixando um sabor inesquecível. Miguel continuava a agarrar-lhe os cabelos. O psiquiatra abriu os olhos azuis, vendo o seu paciente, que antes apenas habitava as fantasias do seu subconsciente, tornar-se pela primeira vez real e concreto.

Bruno levantou o olhar negro para Miguel. Enquanto Miguel gemia de prazer, o seu paciente favorito continuava a devorar o seu sexo. E Miguel começou a gritar. Primeiro, era um grito lento, calmo. Depois, violento, intenso, libertando prazer. As chamas crepitaram dentro da lareira quando o psiquiatra gritou. E do seu pénis saiu um néctar leitoso, branco, níveo, que Bruno bebia como se fosse um elixir essencial à vida.

Era tempo para cumprir a ideia que tivera. Bruno abandonou o pénis do seu psiquiatra, levantando a cabeça e olhando-o nos olhos. Enquanto olhava para Miguel, sémen escorria do canto dos seus lábios. Miguel sorriu-lhe, com os olhos azuis a brilhar como nunca, à luz das chamas cintilantes.

Um sorriso foi nascendo nos seus lábios, acompanhado pelo líquido branco a deslizar da sua boca, quando Bruno fez a sua mão direita descer algures abaixo do sofá.

A cara de Bruno ficou, de repente, séria. A sua mão foi subindo. Ele trazia algo. Sem perceber o que se passava, e recordado das mortes que tinham acontecido, Miguel sentiu uma descarga de adrenalina percorrer o seu corpo, que em vez de lhe provocar medo, apenas aumentou o prazer.

Por fim, a mão de Bruno chegou à superfície, trazendo um lenço de seda, negro. Miguel ficou na dúvida quanto à utilidade daquele pedaço de tecido escuro. Enquanto a mão direita ainda segurava o lenço, a outra mão de Bruno acariciou o rosto suado de Miguel, alisou os seus cabelos húmidos, desceu pelo seu pescoço até aos seus mamilos duros.

Foi nessa altura que o lenço de seda envolveu os olhos azuis do psiquiatra. Ele deixou-se levar e não ofereceu resistência, mesmo sendo forçado a estar vendado. Naquela cegueira escura, Miguel não conseguiu vir o que se passou de seguida.

Bruno voltou a tirar um lenço debaixo do sofá, atando as mãos atrás de Miguel atrás das suas costas. Depois beijou-o, levemente, suavemente, nos lábios, com carinho. Um beijo doce que se prolongou por momentos, como um beijo de despedida.

Bruno preparava-se para o que seria um grande momento simbólico. Contudo, era uma pena ter de tapar um olhos tão lindos…

– Esta noite, Miguel, eu vou ensinar-te a saborear um pénis.

Bruno sentiu o seu sexo ficar mais erecto, mais duro, mais quente, como que a preparar-se para o grande momento. Ele agarrou os cabelos de Miguel, guiando a cabeça e a boca dele para o seu destino.

– Vais saborear, pela primeira vez. Mas tem de ser de olhos bem fechados. Para sentir melhor o paladar.

Ele mergulhou, então, a cabeça de Miguel no meio das suas pernas. Fê-lo descer devagar. Miguel preparou-se, soltando a língua. Estava nervoso, mas ardia de desejo, querendo que o prazer superasse o medo.

Os seus olhos viam a escuridão cega. A sua língua sentiu uma fonte de calor a aproximar-se. Depois, lambeu cada milímetro da glande quente e macia do pénis de Bruno, sentindo, aprendendo e descobrindo à medida que a sua língua trabalhava. A sensação era óptima. O sabor era delicioso. Mas o que se seguia prometia ainda mais e melhor.

Miguel abriu a boca, absorvendo com doçura a cabeça daquele sexo quente. A cada vez, a maravilhosa boca do psiquiatra engolia um pouco mais, aprendendo lentamente, como por instinto, como fazer o que devia.

Humedecendo a superfície do pénis de Bruno, Miguel envolvia aquele membro com a sua língua, cobrindo-o de saliva, sentindo-lhe o sabor. Um sabor que nunca esqueceria.

O psiquiatra engolia o pénis agora com vontade, sentindo-se numa outra dimensão, deixando as sensações físicas invadirem e distorcerem a sua mente. Ele sabia que a dimensão física, das sensações, sempre deformava o modo como se vê a realidade. Por isso, talvez fosse mesmo preferível ter os olhos vendados.

Enquanto devorava o pénis de Bruno, descobrindo prazeres que nunca experimentara, Miguel também tentava dar o máximo de prazer ao seu parceiro.

Apesar de não poder ver, Miguel estava a consegui-lo. Ensinar o psiquiatra a saborear o sexo entre homens era fantástico. Bruno adorava ensinar porque isso o fazia sentir que tinha o controlo. E ele adorava controlar.

Miguel aprendia depressa. Ele cobria cada milímetro da superfície do seu pénis com a língua, tocando-lhe nos pontos mais sensíveis, naqueles que lhe davam um prazer ainda mais intenso.

Depressa o psiquiatra conseguia levá-lo ao delírio. E Bruno começava a gritar… cada vez mais alto. O seu coração batia cada vez mais depressa. Agarrava os cabelos de Miguel cada vez com mais força.

A sua boca soltou um último grito de prazer, ecoando nas paredes da sala. O seu pénis soltou um jacto de esperma que atingiu Miguel na cara e em outras partes do corpo. Mas, mesmo assim, a maior parte daquele líquido branco e quente, o psiquiatra tentou bebê-lo.

Bruno tinha ingerido os líquidos corporais do psiquiatra, e Miguel acabara de fazer o mesmo com o paciente. Era como se cada um infiltrasse o corpo do outro, para sempre. Bruno soltou o psiquiatra, trazendo-lhe de novo a visão.

As chamas na lareira soltaram um estalo, para depois perderem a força e reduzirem-se a brasas incandescentes, que davam à sala uma luz agora mais avermelhada.

Depois dos momentos mais intensos daquela noite, eles precisavam de sentir próximos. Uma química inexplicável unia o psiquiatra e o paciente. Agarrados, abraçados, deitados no sofá, eles acariciavam-se, olhando vagamente para as brasas vermelhas, perdendo a luz.

CAPÍTULO IX

VAZIO

As cinzas repousavam cansadas na lareira. Eram vestígios de uma noite que tinha sido intensa. O sol da manhã entrava pela enorme janela da sala, irradiando os dois homens despidos, deitados no sofá.

Miguel olhava Bruno com os seus olhos azuis. Bruno dormia respirando levemente. O psiquiatra acariciou a cara de Bruno e depois afagou-lhe os mamilos.

A mão de Miguel foi descendo pelo corpo de Bruno. Sentiu-lhe os quadris firmes e musculados. Encostou a mão ao seu pénis.

Miguel não se reconhecia. Ele não era o mesmo. Tinha mudado para algo que não compreendia… Ele simplesmente não percebia o que era. Não percebia o que queria da vida. Não compreendia o que definia a sua vida, o que o definia a ele.

Com todas as portas fechadas quanto às suas hipóteses de ensinar na universidade, mesmo assim, ele viera atrás de Bruno, o responsável por tudo. Mesmo tendo indícios claros de que Bruno era um assassino em série, ele continuava a não conseguir resistir-lhe. Como se o perigo fosse um atractivo. A verdade é que ele temia o pior de Bruno, desconfiando de que ele matara pessoas a sangue frio… mas não conseguia ter medo dele.

Miguel não conhecia esse sentimento estranho. Ninguém diria que era psiquiatra…

Incomodado pelos raios solares, Bruno abriu os olhos negros. Miguel viu-o acordar, resignado, preguiçoso, esticando-se. Bruno estranhou ver tão ausente o olhar azul do psiquiatra.

– O que se passa, meu doutor?

Bruno afagou-lhe os cabelos.

– Já não me sinto normal.

Bruno fez uma expressão surpreendida e confusa.

– Estás a falar do que se passou esta noite?

– Claro.

– Miguel… ser gay é normal. E é bom.

O psiquiatra olhou-o nos olhos.

– Mas eu não me sinto normal! Tu… transformaste-me.

Ele sorriu-lhe, arregalando os seus olhos negros.

– Transformei-te?

– Sim…

Bruno sussurrou-lhe ao ouvido.

– Então isso quer dizer que tu me amas… como eu te amo?

– Não. Quer dizer que me transformaste.

Bruno deu-lhe um leve beijo na face.

– Mas amas-me?

Miguel olhou em silêncio para ele antes de responder.

– Não.

Secamente, Miguel soltou-se dele e virou-lhe costas, levantando-se do sofá. Pegou nas suas roupas já secas, pousadas ao pé da lareira.

Enquanto o psiquiatra se vestia em silêncio, Bruno levantou-se e foi para o pé dele.

– Diz-me porquê.

Os olhos azuis do psiquiatra fixaram-no.

– Diz-me porque é que não me amas.

– Talvez porque tu mataste pessoas. Não te chega? Queres mais? Uma dessas pessoas era um grande amigo meu!

A cara de Bruno mostrava surpresa, mas Miguel já não sabia em que acreditar.

– Eu tenho álibi, eu não matei o Filipe! E o Ivo… eu estava bêbedo quando o matei, estava fora de controlo.

Miguel apertava o cinto das calças com violência. Por vezes, queria fazer o mesmo em torno do pescoço de Bruno.

– Deixa de ser cínico! Então e a caneta?

Bruno riu-se, mesmo sabendo que não havia humor naquela situação.

– Eu não sou o único que tem uma caneta dessas. Não são exclusivas minhas.

– Mesmo assim… não será coincidência demais?

Olhando para cima, Bruno suspirou exasperado.

– Obviamente, é coincidência demais! Talvez o teu amigo Álvaro queira mesmo prender-me a qualquer custo. Nem que isso implique forjar provas.

O psiquiatra começava a perder a paciência para aqueles jogos. Mas, por mais arrependido que estivesse pela última noite, não poderia voltar atrás agora.

– Engraçado, não é? Parece que tu és perseguido por polícias que forjam provas para te pôr na cadeia. Isso já te tinha acontecido antes, não foi? Aposto que se passou o mesmo no último conto que assinaste como “Gossip Boy”.

– Se tens assim tanto medo… porque é que vieste cá na última noite? Eu podia ter morte, se fosse um assassino!

Miguel olhou-o nos olhos, o azul encarando o negro, numa conexão ao mesmo tempo íntima e fria.

– Como é que eu sei que não é isso mesmo que vais fazer? Como é que eu sei que não vou ser eu o próximo a morrer?

– Tudo depende do teu amigo Álvaro. Ou de quem quer que seja que me queira incriminar.

Bruno aproximou-se da parede da sala, onde tinha um pequeno dispositivo. Ele premiu o botão e ouviu-se um som leve.

– Tens o portão aberto. Acaba de te vestir e sai. Fecha o portão quando saíres. Não esperes que te acompanhe. Tenho de fazer umas alterações e continuar a escrever o meu conto.

***

Miguel entrou em casa e fechou a porta com estrondo. Era naquela casa que se sentia seguro, era Joana quem lhe dava essa segurança. Por momentos, arrependeu-se da última noite. Por causa de uma simples noite de sexo, arriscou tudo o que tinha de melhor na vida. Seria isso que Bruno queria? Fazê-lo perder tudo para só ter o amor dele?

Os olhos azuis do psiquiatra procuraram-na. A sua voz chamou por ela. Mas parecia que Joana não estava em casa.

Em vez disso, ele encontrou um papel pousado na mesa baixa em frente do sofá. Sentando-se, o psiquiatra pegou no papel e leu-o de relance.

“É pena que deixes um simples psicopata estragar a nossa relação. Mas eu não posso mais. Procurar-te-ei se algum dia quiser fazer as pazes. Mas não contes com isso.”

Em baixo, a nota vinha assinada por Joana, a mesma que deixara, pousado na mesma mesa, o anel de noivado que Miguel lhe tinha comprado.

Ele foi a correr para o quarto e, já com lágrimas nos olhos, abriu os armários da roupa.

VaziosNos próximos capítulos:

"Ele estava de costas para Miguel e alguém do outro lado, também nu, beijava o negro com vontade, enquanto lhe agarrava as nádegas com força. Emaranhados naquele beijo selvagem, os dois deram meia-volta, deixando Miguel ver quem era o outro homem, que também estava nu."

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Comentários

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na parte 8 miguel chega à conclusão que esta apaixonado por bruno ao ir procura-lo em sua casa tendo com ele relações sexuais durante passando anoite com bruno . no cap 9 miguelse sente confuso com todos aqueles sentimentos em seu coração um mixto de amor odio e medo ao ser inddagado por bruno se ele o ama miguel responde que não. ao ser indagado do porque deste não miguel responde que é porque bruno mata as pessoas e tem medo de ser o proximo à ser assassinado. à essa afirmação bruno diz que tudo vai depender de alvaro ,que segundo bruno estaria forjando provas que poderiam condena-lo. mais tarde ao retornar para sua casa encontra uma carta de joana dizendo ser uma pena que um amor como o de ambos tenha sido estragado por um psicopata como bruno

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Tr. se eu fosse a ti ia mas é pastas. Toda a gente merece ser feliz com quem quiser, nao importa o sexo. DEUS nunca disse que era contra os gays. e ja que nao gostas de gays entao porque e que lestes o conto? E por causa de gente como tu que muitos gays sao vitimas de discriminaçao e que este mundo nao anda pa frente.

Eu sou hetero no entanto nao tnho nd contra a homosexualidade alias respeito-os,aliás tb tnho amigos e amigas homossexuais.

Este conto, apesar da violencia esta muito bom nota 10

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Pô, toda a gente tem direito a expressar os seus sentimentos. deus nao tem q meter o nariz nao!

AH e é nota 10, um conto genial, violento e bonito

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Simplesmente nojento. Sou completamente anti-gays, se DEUS nao os ama, pq haveria eu de amá-los?

Enfim, boa literatura desperdiçada em merda.

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