ANJO DE GELO®

Um conto erótico de Amor Simples de Coração
Categoria: Heterossexual
Contém 2416 palavras
Data: 30/07/2009 09:13:33
Última revisão: 12/03/2010 09:29:06

Meu nome é Jordana tenho 25 anos, sou morena tenho 1,70 de altura e 60 Kg, cabelos castanhos, longos e ondulados, olhos castanhos, lábios pecaminosos, olhar marcante, talvez um tanto altivo, mas, não que eu o seja, ao contrário, sou uma pessoa simplista assim como a vida. Hoje 31 de Outubro de 2001. Se Bruxas não existem, pra que um dia somente dedicado à elas?

Confesso que sou um tanto quanto inconstante, parecida com uma das quatro estações, algumas vezes serena como uma tarde de verão, mas outras eu deságuo como uma chuva tempestuosa. Mas quem não possuir o espírito inquieto, buscando ser feliz que atire a primeira pedra, e a felicidade como alguém já disse não é o destino, é a viagem.

Este Site é como um confessionário, mas ao invés de um padre, quem lê minhas confissões são pessoas comuns, assim como eu, que de uma maneira ou outra tentam descobrir formas diferentes para apimentarem suas vidas, para aumentar seu prazer. Não há quem me penitencie, ou melhor dizendo até agora não houve; talvez por não ser tão explícita, mas sou assim, um recato despudorado, como no soneto do Corifeu de Vinícius.

Hoje vou confessar que pequei, o pecado da carne, concupiscência, volúpia, devassidão, sensualidade, chame do que quiser, me penitencie se puder. Dos sete pecados capitais, a luxúria, é minha companheira. Confesso que pequei, porque tive um homem, mas não por sua vontade, o enfeiticei, ele era insensível ao amor, um poeta com pudor, pudor de amar o amor. Dedicou sua vida a um ideal, e se afastava das mulheres com medo de prejudicar seus projetos, queria era curtir a vida, não que fosse gay, não era, ao contrário tinha muitas mulheres, mas não se entregava verdadeiramente a nenhuma delas, e eram as mais belas mulheres, louras, morenas, ruivas, orientais, mulatas, todas, mas seus encontros eram frívolos, fúteis e efêmeros, muitas se apaixonaram, lágrimas rolaram, no entanto, aquele coração parecia ser feito de gelo, não fervia de paixão, o sexo para ele, era só uma maneira de aliviar a tensão do dia, não raro,

usava meninas lindas, como se fossem mercadorias, e era assim que ele as via. Quando às levava pra casa mal chegavam; ele sem perguntar o nome, mandava que a menina se despisse e esperasse na cama, ou então arrancava-lhe as roupas e a penetrava como um animal, nenhuma carícia, apenas a pressa do orgasmo, talvez o orgasmo fosse a única coisa que lhe interessasse, e como não gostava de jogar seu esperma no vazo sanitário, usava essas meninas para esse fim. O conheci em uma tarde de Outubro, um dia quente, fui a um congresso e ele dava uma das palestras, era extremamente enigmático, seus olhos se perdiam em algum ponto em linha reta, era como se falasse a um espelho, parecia que o mundo foi feito pra lhe servir, respondia a todas as perguntas com ar de superioridade, não que não soubesse de que se tratava, sabia exatamente do que falava, extremamente inteligente, mas extremamente intransigente também. Olhei, mas apesar de tudo isso, desse poço de prepotência que deixava transparecer, ainda assim quis o conhecer.

Ele estava com um terno preto sóbrio, cabelos penteados cuidadosamente, os fios eram de uma ordem irritante, um amigo em comum nos apresentou, seu nome era Gabriel, ele me olhou de cima abaixo me medindo, eu estava com os cabelos numa trança, uma saia preta na altura dos joelhos, uma camisa rosa, entreaberta que deixava transparecer a combinação de seda, num tom mais claro de rosa, que entreabria caminho para um decote, modesto, mas que os olhos de Gabriel logo encontraram. Percebendo sua indiscrição, coloquei logo uma pasta sobre o peito, ao que ele me olhou indignado, como se eu fosse obrigada a me exibir pra ele, mas logo foi gentil, com certeza ele estava imaginando que eu seria uma boa oportunidade para uma "trepada", logo mais a noite, só não foi direto

ao assunto ali mesmo, porque meu amigo estava ao lado, e seria grossura de mais pra dez minutos de diálogo.

Saindo dali ouve um convite para uma happy hour, fomos em um grupo de umas dez pessoas, entre elas Gabriel, que parecia me despir com o olhar.

Precisava ir embora e estava de carona com meu amigo, me despedi, meu amigo se ofereceu para ir junto, mas estava interessadíssimo em uma garota que estava ali, que sua gentileza em me levar, mais parecia uma súplica para que eu recusasse o convite. O que eu fiz com maestria, disse

que não precisava, que chamaria um táxi, para ele ficar tranqüilo, era a deixa que Gabriel precisava, se ofereceu como um gentleman, com essa frase: - "Que táxi o que, estou com meu carro novinho aí na porta, estava

querendo levar uma mulher bonita nele pra inaugurar mesmo". Um elogio feito com a sutileza de um rinoceronte, fiquei roxa de raiva, mas me controlei e aceitei a carona, começando a arquitetar um plano diabólico pra me vingar. Ele colocou no CD do carro, Bonde do Tigrão, Ah! Aí já era de mais, perguntei se ele costumava ouvir música de vez em quando, o que ele sarcasticamente, respondeu, Ah a moça é feminista, Meu sangue fervia nas veias, mas me contive, apenas sorri, forçosamente, um sorriso antipático. Foi quando ele disse para escolher um CD, abri a caixinha de Cd's e qual não foi minha surpresa, a nata da boa música nacional e internacional, e mais nenhum CD de besteirol.

Gabriel percebendo meu espanto, quase que como uma auto-defesa, meio sem jeito disse que os CD's eram de sua irmã. Foi então que percebi que o homem machista e prepotente era apenas um menino, que por algum motivo tinha aversão ao amor, ao contato, a troca de essências e sua grossura aparente era uma proteção, assim como certas rochas, duras mas com um pouco de persistência se você, bater no ponto exato ela se parte e brota água limpa e transparente.

Olhei fundo em seus olhos, tão fundo que me perdi dentro deles por um instante, enquanto eu tentava encontrar o ser por de trás da máscara ele, me olhou percebendo que estava absorvida em seus olhos, ficou primeiro confuso, depois ligando seu escudo, disse vamos pro meu apartamento, depois eu te levo pra casa. Eu fiquei em silêncio, apenas observando, chegando fomos direto para a cobertura, tudo muito bonito, peças de arte, quadros, esculturas, aparelhos eletrônicos ultra-modernos, mas toda aquela tecnologia de ponta indicava também, uma insegurança muito grande, pois se cercava de bens materiais, no entanto, nenhuma foto de amigos, na estante, nada que acusasse qualquer vínculo afetivo, com qualquer pessoa, um eremita social.

Puxou-me pelo braço e me levou pro quarto, ao invés de ficar indignada com raiva, comecei a sentir pena, pois os únicos homens dignos de pena são aqueles que não conhecem o amor. Disse que ia tomar uma ducha, pra eu tirar a roupa e ficar mais a vontade.Apenas sentei na cama, uma cama enorme, como devia ser triste dormir, todas as noites sozinho em uma cama tão grande, sem um outro corpo pra abraçar, pra fazer companhia. Peguei um cartão em branco, anotei meu endereço, e disse que o no outro dia o esperava para um jantar, marquei a hora.

Cheguei em casa e preparei um jantar, cogumelos flambados no conhaque e vinho tinto gelado. Deixei a mesa pronta, apaguei as luzes principais, deixando luzes secundárias acesas, e duas velas em dois castiçais, sobre a mesa. Tomei um banho, soltei meus cabelos, passei um brilho nos lábios, um com cheiro e gosto de mel, alonguei os cílios com um rímel, borrifei um perfume suave, Laguna, coloquei um vestido longo, um tecido leve e sedoso, rosado, de alcinhas que dispensa soutien, meus seios ficaram evidentes, uma sandália de tiras à grega, de salto, lingerie uma calcinha estilo fio dental, rosa acetinada, com detalhes em renda, vocês podem estar imaginando, tanta produção e o cara prepotente como é pode nem aparecer, mas ele viria, ele já havia provado parte do feitiço, faltavam dez minutos, quando a campainha tocou, olhando pelo olho mágico, vi que ele estava na porta, com cara de poucos amigos, não pude conter o riso, esperei um segundo e abri, com os olhos baixos levantando o olhar como uma mulher submissa, uma criança pirraça que fez arte, o enfezamento se desfez num instante, seus olhos se arregalaram, e o coração de gelo, começava a conhecer o que era chama, no fundo Is This Love (Bob Marley) romântico e sensual, para atenuar qualquer reação de defesa, que aquele coração pudesse esboçar e deixar ainda mais quente o clima que começava a nascer.

Convidei-o a entrar no meu paraíso, sentei no sofá, cruzei as penas, e uma fenda, desnudou um pedaço de minhas pernas, o olhar de Gabriel, logo escorregou pra elas, o engraçado é que o homem antes genioso, agora estava sem graça, olhei fundo no olhos dele, cheguei mais perto, e perguntei quase sussurrando, - Surpreso?.

Ele respondeu num atropelo de palavras "E como, estava pra chegar aqui e te dizer umas verdades, quem era você, pra deixar um bilhetinho e me dar ordens, alguém que acabei de conhecer, mas chegando aqui, no momento em que a porta se abriu, e surgiu uma visão apocalíptica, fiquei sem reação, você é uma bruxa ou coisa assim?

Perguntou e eu, é claro respondi: "Todas as mulheres são bruxas, e todos os homens também, basta aprenderem a usar seu poder de encantamento, venha, vamos para a mesa". Durante o jantar, Gabriel se entregou, contou que teve um único grande amor quando tinha 18 anos, ele venerava o objeto de sua paixão, paixão platônica e não correspondida, depois disse que foi humilhado quando declarou seu amor, e depois disso decidiu repudiar qualquer relacionamento, dedicando-se apenas à carreira.

Eu apenas ouvia a confirmação do que eu já sabia. Depois de uma ou duas taças de vinho, o corpo fica mais leves, e ficamos mais próximos aos deuses, Dionísio nos fazia companhia, sorrisos eram trocados, e nossos corpos ficavam cada vez mais próximos, me aproximei, e beijei a testa, a pontinha do nariz, o canto dos lábios, até que num beijo, cheio de carinho toquei com os meus lábios os de Gabriel, com o indicador, entreabri o lábio inferior e com a língua pedi passagem. Seus beijos quentes antes aprisionados, agora libertos, seus lábios tremiam, suas mãos me seguravam com força, seu coração, parecia que iria pular pra fora do peito a qualquer instante, parecia um menino adolescente que nunca fizera amor antes. Amor acredito, que nunca fizera mesmo... Beijava meu pescoço, meu colo, meu ombro, ofegante e desesperadamente, a alça do vestido escorregou, deixando parte de meus seios à mostra, minhas mãos seguravam seus cabelos com força , quando ele de súbito, parou, levantou-se, pôs as mãos na cabeça como que tentando se controlar, meio indignado por ter perdido as rédeas da situação, não controlava mais nada, eu levantei fui em direção ao quarto, parei ao pé da cama e Gabriel, apenas

olhava atônito sem conseguir entender o que se passava com ele, uma enorme janela em frente a cama recebia os raios da lua, que iluminavam o quarto e meu corpo, o vento fazia com que as cortinas dançassem, ainda de

costas , fiz as alças do vestido deslizarem, e o tecido leve , logo escorregou pelo meu corpo caindo ao chão, exibindo meu corpo, sendo observada por um homem, que começa a se libertar das correntes da razão.

Engatinhando na cama lentamente, olhei pra trás e vi Gabriel parado, perplexo me olhando, a calcinha cavada, evidenciava toda a exuberância do meu bumbum, bronzeado, deitei-me na cama de bruços, ainda de sandálias, cruzei os pés, que dançavam, no ar, chamei uma vez, murmurando minha súplica, G-a-b-r-i-e-l, preciso de você, ele veio andando a passos lentos, pedi para que se deitasse ao meu lado, ele deitou eu de bruços ele de frente, eu semi-nua, ele vestido, olhei mais uma vez naqueles olhos, inquietos, e subi em cima dele os seios a mostra, desabotoei a camisa, tirei os sapatos, tirei o cinto, as calças, cueca, meias, o deixei nu, pedi para que se virasse de costas e sentada sobre ele peguei um óleo e comecei a lhe fazer uma massagem, alternando os movimentos leves em seu pescoço, com pequenos sopros e lambidinhas em sua orelha, até que a emoção finalmente, derrubou o homem de pedra, Gabriel, subiu sobre mim, segurando meus pulsos com firmeza, me beijando loucamente, seus lábios agora escorregavam pelo meu corpo, dando pequenas mordidinhas, leves, carinhosas, que me deixavam em frenesi, seus dentes alcançaram minha calcinha e puxaram-na com tanta força que as delicadas alcinhas laterais se romperam, ele me cheirava inteira, afundando-se entre minhas coxas e lambendo-as, seus lábios desciam por minhas pernas, mordidinhas nos joelhos, chegando em meus tornozelos, Gabriel, ficou de joelhos na cama, e colocou meu pé no seu ombro, desamarrando a sandália,

levemente e com cuidado, repetindo com o outro pé, começou a beijar pelo dedinho lentamente até o dedão, descendo pela palma do pé, subindo novamente, tornozelos, joelhos, coxas, até começar a cheirar, dar pequenas mordidinhas no meu sexo, o membro de Gabriel estava rígido, e pulsava, que não resisti, o derrubei na cama, e com minha língua, percorrendo seu corpo, cheguei a seu membro, comecei dando beijinhos, pequenos, depois lambidinhas, da base à glande, pequenas chupadas, e sugava com gosto, quando percebi que ele ia gozar, parei, peguei um preservativo e coloquei com carinho, sentei-me de frente, sentindo-me preenchida, cavalgava alucinadamente, enquanto as mãos ávidas do Gabriel tocava inteira, sentindo nossos sexos se fundindo, um calor percorreu meu corpo, Gabriel, me derrubou na cama, lambeu meu pescoço, mordiscou meus seios, e me penetrou com força, rápido e voraz, seu corpo todo estremeceu, senti um calor imensurável, arrepios rápidos, frenéticos, senti meu corpo fundido a outro corpo num espaço aleatório a tudo o mais, flash's de luzes de diversos tons e cores, e o ápice, nossos

corpos caíram na realidade, um sobre o outro, Gabriel me abraçou forte e beijou-me ficamos abraçados, por algum tempo, sem trocar uma palavra, na manhã seguinte acordei com uma linda bandeja de café da manhã, com flores e bilhetinhos de amor e Gabriel entoando hinos de louvor a vida e a nosso momento. Rimos, tomamos café, e Gabriel não era mais um homem de pedra com coração de gelo, agora era sim um Anjo cheio de sentimentos e desejos.

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Comentários

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Eu recebo com imenso carinho os comentários postados aqui. Não imaginam o quanto isso me impulsiona a continuar nesse labor, não é fácil, porém não desisto de expressar em palavras tudo o que nos envolve. Obrigado a todos vocês... Fatalmente esse conto remete a experiência vivida por Jordana em Madri, lembrando que as duas versões são diferentes, além da troca dos nomes há uma sequência com um desfecho completamente diferente... ótimo deleite... Ah, professora, somente Deus há de me conceder essa graça, obrigado pela demonstração de afeto ao que escrevo. Continuem escrevendo, abraços, C_MANZolli-DF.

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Cinco contos já foram lidos, quatro deles nota máxima e um que você repetiu de Madri apenas trocou o nome do personagem dei uma nota zero, hoje pela sua obra não daria achei que fui injusto, mais não sei porque você usou a mesma estória para dois contos, continue escrevendo porque aqui nesse site você é o primeiro e depois vem os outros, pena que o Garrafeiro receba mais comentários com suas besteiras do que você com seus contos lindos.Preferem chingar o coitado do que elogiar você.

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Esse deve ser o primeiro conto em que Jordana conheceu Gabriel, acredito que seja, depois veio o conto de Madri, pouco importa porque não tenho nenhum motivo para mudar minha nota que em todos seus contos foram 10 (dez)todos eles fascinantes,crueis, notáveis, e de tanta inspiração que as vezes eu acho que vc tem algum pacto com alguém superior, e fico me perguntando onde você tem e encontra tanta inspiração na colocação das palavras na estória dos seus contos, uma beleza sem fim, parabéns é pouco por tanta beleza que você passa para as pessoas que tem a felecidade de ler seus contos.

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Belíssimo conto, este é o primeiro que leio de tua autoria, descrito num ótimo portugues, sem um rastro de baixaria, com uma estética quase perfeita. Lerei os demais, neste conto você leva nota MIR!!!! Abraços!

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