BRASÍLIA AINDA É MÍSTICA (Anjos existem, seduzem e transformam...)
Num dia desses, eu quis sair da rotina, saí mais cedo do trabalho, tirei o terninho habitual, e coloquei uma calça jeans bem surrada, aquela bem velhinha que fica escondida no fundo do armário, toda furadinha a coitadinha de um azul desbotado, toda esfarrapada na barra, peguei também uma camiseta branca de algodão, que se agarrou ao meu corpo suavemente, ela é justinha, curtinha, não muito, mas fica um dedo acima do umbigo, um tênis confortável que adoro caminhar, também velhinho, peguei a bolsa, as chaves do carro e saí.
Peguei a estrada para algum lugar onde eu poderia estar comigo mesma, coloquei uma música suave "These Eyes" The Guess Who, uma banda legal dos anos 60, abri bem as janelas do carro, aumentei o som, e guiei sentindo a brisa tocando levemente meu rosto me refrescando, procurei um recanto escondido estacionei o carro, às margens do Rio, o parque é um local de recreação aqui na minha cidade, bem movimentado, freqüentado por pessoas de todos os níveis, os "mauricinhos e patricinhas" vêm aqui andar de jet ski entre outras coisas, os menos afortunados, vem com a família fazer churrasco ou simplesmente nadar, mas existem locais ainda um pouco isolados, dá pra entrar no bosque de carro. Bem estacionei o carro, desliguei o som, e sentei na grama, deitei com a barriga pra cima, apoiada nos cotovelos, estendi as pernas e cruzei os pés, fiquei alguns instantes brincando com meus pés, vendo os dois pontos azuis se movendo pra lá e pra cá, por fim virei de barriga para cima, olhei pra cima e pude ver os raios de sol, escapando por entre os galhos das árvores, é uma coisa bonita de se ver. Tudo silencioso apenas o canto dos pássaros, o barulho da água, uma delícia, nesse dia só o que eu queria era essa paz, os feixes de luzes do sol, deixavam o ambiente com clima de magia. Olhei pra água do rio, e seu murmúrio parecia chamar o meu nome, sentei-me na beira do rio, tirei o tênis e levemente com a ponta dos pés, comecei a brincar, mexer na água, estava morna, mas eu não tinha levado roupa de banho, foi aí que tive uma idéia louca e nem mesmo terminei de pensar já estava mergulhada na água, de roupa e tudo, vindo à tona de uma vez só, saltando pra fora da água, jogando meus cabelos para trás, fazendo uma pequena chuva com eles, a camiseta molhada, denunciava a nudez por debaixo dela, a calça jeans estava atrapalhando meus movimentos, resolvi tirar, tirei com alguma dificuldade, pois debaixo da água ela estava mais pesada, mas consegui e a deixei estendida na beira do rio, em alguns galhos.
A água estava uma delícia, o sol começava a dar os primeiros sinais, que ia embora, o céu azul celeste, agora começava a mesclar-se com tons laranja/rosados, e Eu ali comigo mesma, usufruindo os prazeres da natureza. Depois de algum tempo um vento frio começou a soprar, e meu corpo inteiro se ouriçou, os biquinhos dos meus seios enrijeceram chegavam a doer de tanto frio, estava tremendo, resolvi sair da água, meus dentes batiam de frio, estava ali, de calcinha branca de algodão com duas tirinhas laterais e com a camiseta molhada, tirei a camiseta e torci com força, a água gelada que caía da camiseta pingava sobre minha barriga e pernas, estava muito gelada, me causou um arrepio, mas com o tempo o meu corpo já começava a se acostumar com a temperatura, já não estava tão frio, estendi a camiseta ao lado da calça, e deitei-me da relva novamente, por entre os pinheiros e araucárias majestosos, agora se viam algumas estrelas, ainda tímidas por um céu ainda claro, cruzei as mãos em baixo da cabeça, como se fossem um travesseiro e adormeci, despertei com um rangido no chão, como se alguém pisasse em folhas secas, não posso dizer quanto tempo havia se passado, mas já estava bem escuro e as estrelas se alvoroçavam no céu, uma lua cheia, grande e brilhante, iluminava os caminhos, podia ser apenas algum bicho, mas não podia ter certeza, então procurei rápido minhas roupas, a camiseta era leve, e já estava praticamente seca, a calça jeans ainda úmida, tinha dificuldades pra colocar, olhei em volta não podia ter certeza se alguém me observava, meu coração havia disparado, pois o local estava deserto, fiquei com medo. Meus olhos procuravam algo em todos os lados, mas nada, continuava tentando vestir a calça com dificuldade, quando novamente outro barulho de folhas secas sendo pisadas, e mais e mais, passos viam na minha direção com certeza, me desesperei e levantei-me com as calças ainda na altura dos quadris, pois não conseguia vesti-la por ainda estar molhada, fui em direção ao carro, praticamente me joguei dentro dele e travei as portas, me debrucei sobre o volante e comecei a chorar compulsivamente, o que estava acontecendo, quem estava ali me espiando, isso não podia estar acontecendo comigo, podia ser um bêbado, um delinqüente, podia ser qualquer pessoa, o choro não parava, queria sair logo dali.
Procurei a chave na ignição, não encontrava, onde estava? Droga! Havia ficado na bolsa e eu no desespero esqueci do lado de fora, e agora? Tudo estava silencioso novamente, apenas o barulho do riacho e os sons das aves noturnas, a pessoa que me observava devia estar lá ainda, esperando o carro partir, não deve ter percebido que a bolsa ficou do lado de fora, era uma bolsa marrom, média, eu estava olhando pra ela, podia simplesmente, abrir a porta correr pegar a bolsa e voltar, mas minhas pernas estavam paralisadas, o que fazer então? Eu pensava, pensava, mas os pensamentos eram desordenados, até que de repente novamente aquelas folhas quebrando e os passos vindo na direção do carro, agora só o que se ouvia era minha respiração estava imóvel, não conseguia movimentar um dedo, e os passos se aproximando, num instante silêncio, no outro, uma batida na traseira do carro, virei de súbito, mas não havia nada, apenas o breu.
Pensei que iria ter uma taquicardia naquele instante, agora tinha a certeza de que não poderia sair do carro, teria que esperar amanhecer, droga, nem ligar pra alguém pedindo ajuda eu podia, já que o celular também estava na bolsa, foi quando do meio das árvores na minha frente, vejo um vulto, se aproximando, a medida que se aproximava, pude perceber que era um homem, alto, próximo de 1,80 de altura, forte, e só, ele ficou parado, olhando, as luzes do carro estavam apagadas, e a lua refletida no pára-brisas, dificultava enxergar dentro, talvez não fosse a mesma pessoa que bateu no carro, pois estava na direção contrária, talvez estivesse pensando que teria um casal de namorados no carro, foi então que tive uma idéia, a essa altura já havia vestido o jeans, que ainda estava úmido, e a camiseta já estava seca, então ascendi a luz de dentro do carro, na esperança daquele homem se aproximar, foi o que aconteceu, apaguei novamente a luz, um pouco aliviada, porque agora via quem se aproximava, mas também um pouco receosa, pois não podia ter certeza se iria me ajudar, ou se seria ainda pior... Pude ver que era um homem de uns 27 anos, ótima aparência, cabelos castanhos, lisos, jogados para trás, não podia distinguir mais nada, um pouco pela escuridão da noite, um pouco pelo pânico, ele chegou ao meu lado na janela do carro, curvou-se, estava usando uma camisa azul marinha entre aberta que deixavam à mostra, um tórax bronzeado, coberto por pêlos, uma calça jeans, bateu no vidro e pediu para que eu abrisse.
Abri uns dois centímetros de vidro, disse que não precisava ter medo, e perguntou o que eu fazia ali, contei, através da pequena abertura da janela do carro, ele percebeu que ainda estava meio apavorada, quando novamente ouvia-se barulho de folhas, agora alguém estava correndo, só que na direção oposta, só então comecei a relaxar. Ele disse, é realmente você estaria com problemas se eu não chegasse por aqui, com certeza havia alguém com más intenções, eu suspirei, e as lágrimas começaram a rolar lentamente de meus olhos. Ele pediu para que eu destravasse a porta, eu ainda não estava cem por cento segura, não sabia se queria abrir. Resolvi fazer um teste, pedi que ele me alcançasse a bolsa, indiquei-lhe onde estava, ao que ele, pegou e disse sarcasticamente que infelizmente, ela não passaria por aquela abertura, rindo, um sorriso cândido, impudico, reconfortante, nesse momento, comecei a confiar nele e ri também, o primeiro riso depois do desespero, abri a janela do carro, o suficiente para passar a bolsa, assim que a peguei, fechei a janela, olhei dentro da bolsa, percebendo que as chaves e o celular estavam ali, respirei aliviada, e finalmente destravei a porta, ele se afastou e eu pude sair do carro, quando levantei, minhas pernas bambolearam, me desequilibrei e só não caí, por que aquele homem, a quem eu devia agora gratidão, me segurou pelos braços. Como uma criança, comecei a chorar, caí de joelhos, os cabelos meio úmidos, desordenados caiam sobre a face, quando esse homem se ajoelhou ao meu lado, tocando meu queixo e erguendo meu rosto me olhou nos olhos, foi então que eu me perdi naquele olhar irresistível, me ajudou a levantar e me abraçou fraternalmente, um abraço doce, forte, me sentia enfim segura.
Depois de alguns minutos sendo mimada, ele perguntou meu nome, secando as últimas lágrimas disse:
- Jordana.
Pedi desculpas pelo descontrole, mas eu já não tinha tido um dia fácil e resolvi parar um pouco ali naquele pequeno paraíso, nunca imaginando que poderia passar por isso.
Ele disse:
- Tudo bem, tudo bem, agora você tem que pensar que o pior já passou, e eu estou aqui, a propósito meu nome é Gabriel.
Nesse instante não pude deixar de fazer a ligação, olhei pra ele estagnada, primeiro assustada, mas depois comecei a rir.
Ele sem saber o que ocorria, perguntou:
- O que é engraçado?
Eu, ainda rindo, perguntei:
- Você acredita em Anjos da Guarda?
- Nunca pensei nisso, por que?
- Deveria, pois você existe!
Ele riu também, um pouco constrangido, pela modéstia que é, a priori qualidade dos Anjos, pedi pra que ele ficasse em pé.
- Para que?
E eu disse não discuta, fique em pé. Ele meio sem jeito levantou, cruzou os braços, braços fortes, usava um relógio bem esportivo, pulseira de couro, um cinto preto, sapato preto e meias brancas, o medi de cima a baixo, ou de baixo a cima já que eu estava sentada a seus pés. Levantei-me e o mergulhei em seu olhar, ele disse:
- Agora me diga por que me fitou daquele jeito?
E, agora sim respondi:
- É que sempre tive curiosidade em saber como os Anjos se vestem.
Começamos a rir os dois, e fomos nos aproximando sem perceber, quando nos demos conta, nossos lábios estavam quase colados, ficamos em silêncio, meio sem jeito, mas não deu pra evitar, fechei meus olhos, e uma mescla de cores viva, me invadiu a alma, senti a respiração dele invadir a minha, e seus lábios quentes, doces e úmidos tocaram os meus, pedindo abertura, senti sua língua invadir-me e explorar-me, me proporcionando um prazer indescritível, suas mãos, me seguravam pelos ombros, puxando meu corpo para mais perto dele ainda, estávamos colados e ele me segurou com força, senti todos os músculos do meu corpo irem relaxando gradualmente, um a um, estava mais leve, as mãos dele, percorriam meu pescoço, puxando levemente os cabelos na altura de minha nuca, seus lábios agora passeavam despudorados pelo meu pescoço, beijando cada centímetro, sentia uma de suas mãos invadindo a camiseta e tocando agora a pele nua de minhas costas, o que me fazia arrepiar, seus lábios antes ingênuos, agora ensandecidos, beijavam meus seios por cima da camiseta, suas mãos os emolduravam, eu arranhava suas costas, deixando um rastro de prazer, estava completamente absorta, tonta, hummmmmmmm, ele repentinamente, me empurrou no capô do carro, eu envolvi sua cintura com minhas pernas, estava sentada no capô, ele começou a desabotoar sua camisa, e eu me livrei de minha camiseta com urgência, meus lábios contemplavam cada centímetro daquele corpo másculo, minha língua brincava com seus mamilos, o que lhe dava um prazer, hummm, enorme. Ele me deitou no capô, e seus lábios começaram beijando meu pescoço, escorregando lentamente em direção a meus seios, meus biquinhos estavam enrijecidos, eu sentia o calor daquela boca, brincando com meu corpo, abri os olhos e vi as estrelas, agora elas estavam com inveja das sensações que me tomavam, os lábios de Gabriel desciam agora em direção ao meu ventre, introduziu a língua em meu umbigo, e senti uma sensação radiante, ele desabotoou meu jeans, que a essa altura já havia secado, e jogou longe eu desafivelei seu cinto, e escorregava junto com o jeans dele até ao chão, tirou sapatos, meias, ficou com uma cueca, azul índigo, estilo boxer, seu sexo ficava evidente, o que me deixou, doida imaginando, ele solto entregue aos meus cuidados.
Comecei a beijar levemente por cima da cueca, fazendo meus lábios deslizarem propositadamente, ele segurava meus cabelos com força, quando eu o virei de costas e agora, fazia o mesmo naquela bundinha linda, redondinha, rechonchudinha, tudo “inha”. Fui ousada e mordi, mas mordi com gosto, com força ele deu um salto pra frente, pedi que ele esperasse um pouco, fui até o carro abri minha bolsa, e tirei de lá um preservativo, disse que eu colocaria com carinho, abri o pacotinho com os dentes, enquanto olhava pra ele, fiquei de joelhos, dei beijinhos no seu sexo e coloquei carinhosamente, o preservativo, subi beijando seu corpo inteiro, parei em sua boca e mais um beijo delicioso, ele de um momento só me virou de costas bruscamente, arrancou e atirou longe a calcinha, agarrou meus cabelos e me preencheu toda de uma vez só, estava com as mãos apoiadas no capô do carro, ele com as duas mãos segurava em minha cintura, era rápido, forte, brusco, eu estava surtando, quando ele percebeu que eu ia gozar, ele parou, me virou de frente, me olhou nos olhos e me beijou longa e profundamente, me surpreendendo, e recomeçamos as carícias, dessa vez ele se ajoelhou na minha frente, e começou a sugar meu clitóris, eu me contorcia, o gozo estava próximo mais uma vez, deitamos na relva e começamos um 69 apoteótico, eu sugava seu membro, segurava e soltava com meus lábios, lambia inteirinho, cada centímetro, e ele me lambia, me sugava, me penetrava com sua língua, ou então massageava meu clitóris com a língua e com dois dedos me penetrava, antes que gozássemos interrompemos novamente, e eu subi em cima dele e agora jogava meu corpo para trás conforme a intensidade de prazer, ele com os dedos massageava meu clitóris, quando senti um calor percorrendo minha espinha, arrepios sucessivos de calor e frio paradoxalmente, ouvi ele gemendo alto, e nos perdemos de nossos corpos, gozamos juntos mutuamente, quando voltamos a esse plano, me reconfortei em seus braços, e olhando o céu por entre as árvores, podemos perceber os primeiros sinais da aurora, ver o sol nascendo é quase tão mágico, quanto ver o sol se pondo. Eu e Gabriel, nos vestimos, eu o levei até onde estava seu carro e nos despedimos, sempre que possível nos despedimos, não ganhei só um grande amante, ganhei também um grande amigo.
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