Drama’s Book – Episode 5
Estávamos estacionando o carro, quando Alexandre falou :
- Você não respondeu a minha pergunta.
- Você sabe que não é simples assim.Por mim, estaríamos namorando, sim, mas não é tudo o que importa.
- Como assim, D. ? É claro que isso é tudo que importa !
- Alexandre, você sabe que não é. É um caminho sem volta. Supondo que eu não aceitasse namorar contigo, o que não é totalmente suposição, você não ficaria extremamente arrependido de falar para os amigos que é gay ?
- Drama, não foi bem assim que eu falei. Eu não mencionei a palavra ‘Gay’.
- Ah, é? Então como você falou !?
- Eu simplesmente disse que ainda gostava de garotas, mas eu amava apenas um homem.
- Entendo. Vamos até o morro.
- Estranho...há poucas pessoas aqui, hoje.Normalmente, no sábado, aqui é muito movimentado, principalmente a essa hora.
- Melhor assim. Quando tem muita gente, fica uma bagunça.
Sentamos-nos próximos ao topo do morro. Eu sentei e ele colocou as pernas ao meu redor e sentou atrás de mim. O sol começou a desaparecer e eu fiquei fascinado.Eu nunca havia visto realmente o pôr-do-sol.Era lindo.Era perfeito.Eu caí para trás e fiquei encostado no Alexandre.Algumas pessoas olharam e estranharam um pouco.
- Drama, fica calmo.Presta atenção ao sol.
- Falando assim, parece que você tem experiência.
- Não, não tenho.Só estou fazendo o que meu coração manda.
- Ah, tá certo. – Com um certo tom de sarcasmo.
Então, como que por mágica, o sol desaparece. É realmente incrível ver o pôr-do-sol Alexandre então me ajuda a levantar e começa a me guiar até uma parte deserta da praia.
- Aqui está ótimo. – Alexandre começou, então, a tirar a blusa.
- Para, garoto!
- Hei, calma.Só vou dar um mergulho.Vem junto ?
- Não, obrigado.
- Então, tá. Vê se não vai embora.
Eu fiquei admirando seu belo corpo.Ele estava usando um sunga amarelo. Lembrava uma cueca Box.Que estranho, era aquilo.Pra quem nunca quis sequer beijar, estar admirando alguém com libido...Eu me sentia adulto, mas também muito criança, por estar sendo ‘vencido’ por um sentimento, ou melhor, instinto tão primitivo.Mas, ao mesmo tempo, eu me sentia livre, leve e relaxado.Estranhamente, Alexandre voltou para perto de mim e me encarou por um momento.Eu fiquei meio desconfortável, até que ele perguntou:
- Você está bem ?
- Estou ótimo, melhor que nunca, por quê ?
- Entendo...Você não tá percebendo nada estranho em ti ?
- Hmm, não. Deveria ? – com sincera dúvida.
- Hei, D. , eu sei que você é um rapaz muito bom, mas...as pessoas não têm o costume de ter uma ereção na praia.
Quando eu virei minha cabeça para baixo, fiquei totalmente vermelho.Me levantei e saí correndo.Alexandre veio atrás de mim.
- D. , está tudo bem.Me desculpa, eu não quis te constranger.
- Vai embora! – Eu corria, metaforicamente, da minha vergonha.
- Não! Não sem você.Vem cá, Drama! Tá tudo bem, eu não vou ficar diferente contigo por causa disso.Vamos simplesmente fingir que isso não aconteceu, ok?
- Promete ?
- É claro.
Ele veio em minha direção, tentando conseguir um beijo.
- Não, Alexandre. Por favor, não. Eu não estou pronto.
- Hei, tudo bem, então.
- Vamos para casa.
- Espera. Vamos tomar um sorvete.
- Tá bom, mas logo depois iremos para casa.
Eu escolhi um sorvete de menta com chocolate, meu preferido.Ele tomou um de morango com cobertura de marshmallow.Ele pagou a conta, logo fomos para casa. Ele parou próximo a entrada da minha casa, pegou minhas mãos e, olhando nos meus olhos, falou :
- Vamos até minha casa.
Após uns 15 segundos somente o encarando, respondi “Tá certo.”
- Aí, sabia que você não ia recusar.
Ele pediu para dirigir e eu deixei.Chegamos em sua casa em, mais ou menos, 20 minutos.Pediu para que eu ficasse à vontade e eu agradeci.
- Eu disse. Minha casa é maior que a sua.
- Ah! Tudo bem, eu nem ligo para isso.
- Vamos ver um filme ? Eu tenho ótimos aqui.
Eu olhei a caixa de filmes dele.Estava meio receoso e esperava encontrar vários títulos ‘alternativos’.Mas só encontrei filmes normais.Escolhemos “Get Smart”.
O Filme foi bom e eu pedi para ir para casa.Ele me deixou até o carro.Tentei ligar o carro, mas, simplesmente, não ligava.Eu entrei em pânico, pois precisava ir.
- Alexandre ! – o chamei. – O meu carro está sem bateria.Preciso recarregá-la, mas já está tarde. – estava nervoso.
- Hei, calma. Você pode dormir aqui.Enquanto dorme, pode deixar o carro carregando e, amanhã, quando acordar, poderá ir para casa.
Olhei bem fundo em seus olhos e pensei sobre o convite.
[continua]