A primeira vez que gozei no meu casamento com o Otávio foi no nosso aniversário de sete anos. Resolvemos fazer uma loucurinha e fomos passar a noite no motel. Otávio pediu vinho branco de garrafa azul e torradinhas com salmão defumado. Fizemos um brinde e começamos a nos beijar lentamente, Parecia que eu estava fazendo alguma coisa errada. Sentia um frio na barriga completamente adolescente.
As mãos de Otávio começaram a fazer o velho caminho da roça, percorrendo os mesmos pontos óbvios do meu corpo: seios,coxas, costas... A lingua vinha em segundo lugar e depois o pau, escorregando, escorregando. Um tesão previsível de sete anos.
Primeiro ato, a posição papai-mamãe, e o segundo e último ato, o gozo unilateral. Nem precisava fingir mais.
Senti o esperma e o pau do Otávio estrebuchando dentro de mim e depois escorregando para fora, aniquilado. Otávio acendeu o cigarro, me deu um beijo na testa como sempre, fechou os olhos e começou a respirar bem fundo até pegar no sono...como sempre.
Eu ainda estava com tesão.Como sempre. Levantei da cama e fui até o banheiro. Passei a mão na vagina úmida e levei aquele caldo salgado até a língua. Minha pele ficou arrepiada. Liguei a banheira, botei espuma e sentei. Coisas de artistas de novela. Era a primeira vez que entrava numa banheira de hidro. Para falar a verdade, era a primeira vez que eu entrava num motel, o que justificava o frio na barriga.
O jato morno nas costas me lembrou o esperma do Otávio. Me senti no paraíso vestida com um casaco de pele de nuvens. Os jatos mornos acertavam por todos os lados, quase que violentamente. Meus músculos pediam mais, mais e mais. Fui relaxando... Soltando os braços, o abdômen, as coxas...Fui abrindo as pernas bem devagarzinho, devagarzinho, até que o jato principal da banheira começasse a massagear histericamente o meu clitóres. Começei a gemer como louca, sentindo na alma um arrepio que galopava pelo meu corpo todo... Era uma sensação indescritível, um prazer absoluto que eu achei que não fosse acabar nunca.
Começei a gemer cada vez mais alto, rezando para o Otávio não acordar. No mesmo ritmo do jato, minhas mãos esfregavam meus seios, minha bunda, minhas coxas...De repente o gozo...O gozo perplexo, animal... A contração total do clitóris e o relaxar frenético, brutal. Gozei, sim, como louca, pela primeira vez na vida.
Uma descarga de energia seguida de um jato de água morno e cheio de espuma... Fiquei largada na banheira, caída, como um corpo morto cai. A morte e a ressurreição juntas, cara a cara.
Otávio acordou, foi até o banheiro, deu uma mijadinha e perguntou: - Foi bom para você ? Eu respondi... - Como sempre...