Beirando os quarenta anos, me orgulho muito do meu corpo. Não sou musculoso, pois nunca fui em academia, mas sou magro e faço minhas corridas todos os dias pela manhã em um parque perto de casa.
O que é mais legal na corrida é conhecer as pessoas que costumeiramente correm e conversar com pessoas diferentes enquanto corremos. Acho terrível aqueles que correm com fones de ouvido. Não é possível desenvolver uma conversa.
Minha mulher não se importa que eu corra todas as manhãs. Sempre volto para casa a tempo de acordá-la para o trabalho.
Na primeira vez que o vi, já estava na fase de alongamento final. Nunca tinha me importado com outros homens, mas aquele era de chamar atenção pois não condizia com o perfil de atleta de corrida. Ele passou rapidamente, mas o bíceps estourando o tecido da camiseta preta atraiu meu olhar.
Passei a vê-lo todos os dias. Cada vez me convencia que ele era um homem realmente bonito: nariz forte, queixo bem marcado, o cabelo escuro que se percebia por baixo do boné, as pernas musculosas hiperdefinidas e os bíceps. Ele sempre estava de óculos escuros, então nunca pude ver os olhos.
Passei a caçá-lo todos os dias. Sempre discretamente, admirava cada músculo que saltava dos seus braços e pernas. Tinha uma definição de super-herói de revista em quadrinhos. Sem fazer esforço. Torcia para que corrêssemos no mesmo sentido, pois poderia reduzir a minha velocidade e ficar observando-o pelas costas. Obviamente se depilava, pois não aparecia nenhum rastro de pelos nos braços e pernas, nunca vi o peito porque não corria sem a camiseta.
Isto acabou em uma noite. Sonhei que estávamos em um carro. Eu de terno e ele com suas roupas pretas de corrida. Chegamos em uma praia, descemos do carro. Tirei as minhas roupas. Estava com as roupas de corrida. Ele se aproximou. Me abraçou por trás e beijou meu pescoço. Eu senti cada saliência daquele corpo e o caralho pressionando meu traseiro. Acordei melecado de porra tal qual um adolescente.
Envergonhado, deixei de correr uns dias. Depois mudei o horário para mais cedo para evitar qualquer encontro. Obviamente foi impossível. Passei a fugir a cada vez que o encontrava. Ao cruzar com ele, me dirigia imediatamente à área de alongamento. Fazia os exercícios básicos e ia embora.
Foi em uma sexta-feira. Já tinha feito meu trajeto e estava dando aquela alongada caprichada. Quando percebi, ele estava ao meu lado, se alongando também. Fiquei paralisado, tentei olhar sem virar a cabeça. Ele percebeu. Deu uma risadinha com o canto da boca. Chegou mais perto de mim e falou, como que para o nada.
- Me siga! Não demore!
Voltou à pista de corrida e retomou um trote leve, partindo.
Não sei o que passou pela minha cabeça. Fiquei tonto e o segui. Apressei o passo, logo o alcancei, emparelhei.
- Onde estamos indo?
Ele me ignorou. Apertou o passo, distanciando-se um pouco. Logo saiu da pista de corrida e tomou a direção do bosque do parque e entrou na trilha do mirante.
Mais um pouco, ele me surpreendeu ao sair da trilha e entrar na mata. Parei e fiquei em dúvida, mas a curiosidade foi maior: afinal, onde ele estava indo?
Entrei no matagal e logo já não o avistava mais.
\- \Que merda! – pensei. Andei mais um pouco e desisti pois acabaria por me perder no mato. Quando dei a volta ouvi um chamado:
- Aqui!
Virei-me e logo vi sua mão agitando a camiseta. Aquilo foi um imã. Caminhei sem sentir nem pensar e entrei em uma clareira. Estava só de calção, óculos e boné. Mas eu não conseguia tirar os olhos do tórax forte e liso.
Sem dizer uma palavra, ele se aproximou, levou a mão atrás da minha cabeça e puxou para dar um beijo. Fiquei estarrecido. Era mais um sonho ou era real? Desviei a cabeça e disse:
- Espere! Não é certo. Não sou gay!
- Não? – levou a outra mão até meu saco e o apertou. A dor foi forte, dei um grito, mas ele não largou. – Isso pode ser corrigido!
Meus olhos se arregalaram, quando ele abaixou meu calção, ajoelhou-se e meteu meu pau mole na boca. Ele sugava com força enquanto continuava apertando minhas bolas. Dor, prazer, eu não mal conseguia ficar em pé. Apoiei as mãos em duas árvores e senti meu caralho crescendo dentro da boca daquele macho. Ele sugava, lambia, apertava, massageava, até que fiquei em ponto de bala. Suspirando e respirando feito um louco.
Ele parou, se ergueu e apertou a base do meu caralho, parando a circulação e fazendo que ele ficasse mais mole.
- Ainda não.
Ele me largou, mas eu mal conseguia ficar em pé. Tirou a minha camiseta e esfregou seu mamilo no meu. Pegou uma das minhas mãos, cuspiu e forçou-a a passar pelo peitoral e abdômen. Foi uma sensação estranha, era rijo mas suave e o cheiro de suor. De homem. Meu caralho começou a ficar duro novamente. Ele deu um sorriso e disse:
- Parece que alguém já se decidiu...
Com as duas mãos, ele prendeu minha cabeça e voltou para o beijo e desta vez a minha boca estava aberta e deixei que ele explorasse a minha boca com a sua língua. Ele percebeu que eu estava entregue.
Me largou, me virou, me posicionou de costas com as duas mãos em uma árvore. Passou as mãos pelas minhas costas, descendo até a bunda, apertando-as firme.
- O que você quer que eu faça? – ele disse.
Fiquei mudo, não esperava que a minha vontade pesasse. Ele desceu um tapa violento acertando a minha bunda e o meu saco ao mesmo tempo. A dor foi grande, meus joelhos falharam e eu quase caí. Mais um tapa e eu tentei sair da posição. Ele me segurou firmemente. Mais um tapa e comecei a chorar.
- O que você quer que eu faça? – ele disse.
- Acabe com isso!
- Isso não é jeito de pedir! O que é que você quer que eu faça? – mais um tapa.
- Poderia parar, por favor, senhor?
- Bom menino! Está começando a entender. Vou dar o que você merece.
Tremi. Ele tirou seu boné e colocou na minha cabeça. Abriu bem minha bunda e deu uma boa cuspida no meu cu. Abaixou seu calção. Fechei os olhos, não queria ver.
Ele foi impiedoso. Arrombou meu cu virgem em um movimento. Meus joelhos se dobraram sem controle, mas ele me suspendeu no ar. Enfiava aquela pica no meu rabo sem dó. Ele bufava atrás de mim. Meu caralho tão duro que quase batia na minha barriga. Tirei uma mão da árvore para bater uma punheta, mas ele agarrou meu braço impedindo o movimento.
- Nã, não. Só relaxe.
Não sei dizer quando as estocadas deixaram de ser dor para ser prazer. Quando vi, eu já estava rebolando naquele pinto e gozei como jamais gozei na minha vida.
Ele ria e tirou o caralho de dentro de mim. Desmontei-me no chão. Ele terminou, masturbando-se na minha frente e despejando seus jatos de porra na minha cara.
Ele se vestiu e partiu.
Fiquei ali, nu, no chão. Todo sujo de porra.
Fiquei com o boné, que passou a fazer parte do meu uniforme de corrida. Nos encontramos mais duas vezes na clareira, depois nunca mais.
Nunca mais com ele.