Drama’s Book – Episode 2
Eu havia acordado há uns 2 minutos.Estava em casa.Meu peito estava dolorido, e eu senti que tinha alguma substância gelatinosa em cima do meu peito nu.Eu me sentia extremamente mal, mas aquele gel pareceu aliviar a dor.Natália estava me olhando no quarto, embora eu só quisesse ficar sozinho.Meus pensamentos me matavam.
Havia uma música tocando baixinho.Provavelmente antiga, pois o áudio era muito diferente.Tentei me levantar, mas eu simplesmente não conseguia mexer a parte de cima do meu corpo.Eu soltei um gemido baixinho e logo minha amiga veio me perguntar se eu queria alguma coisa.Recusei e perguntei a ela:
-Natália, você sabe o que aconteceu? Como eu me machuquei ? Quem me trouxe para casa ? Eu preciso saber!
-D. , me desculpa, mas só quem viu foi o professor e ele não me falou.Acho que somente a Coordenação do colégio sabe o que houve...
-Tudo bem, então.Obrigado.
Em menos de um minuto eu consegui dormir.
No outro dia, eu fui ao colégio com ajuda do meu pai, Rogério. Eu ainda estava muito mal, mas já conseguia me mover um pouco.É claro, todos ficaram me perguntando o que houve, e eu sempre dizia que não sabia.Não havia aula de Geografia, nesse dia, então eu só poderia saber sobre o incidente depois.As aulas pareciam não acabar.Não tinha mais saco pra escutar sobre o Anfioxo.Pedi para ir ao banheiro.
No caminho, pensei tê-lo visto várias vezes, mas percebi que era minha imaginação.Eu aproveitei a saída para dar uma volta pelo colégio.Havia um grupo de rapazes indo em direção à Coordenação.Eu fui com eles até a entrada, mas continuei a caminhada.Quando fui subir a escada, eu senti uma pontada no meu peito e parei bruscamente.Até que alguém bate atrás de mim.Eu me virei de uma vez para brigar, mas era o menino e estava com um amigo dele..Eu tentei falar, mas minha voz não saía.Ele me olhou de uma forma...Não era bom.Era como se ele estivesse com nojo de mim.
-Olha, se você vai parar de andar de uma vez, pelo menos pare quando ninguém estiver atrás de você. Eu não quero ter que te levar de novo para a enfermaria. Ou você gostou de ser levado?
-N-não, eu não quero dar trabalho a ninguém.Me desculpe, eu prometo que não vou mais te incomodar.
-Preste atenção, pirralho, você não tem idéia da vergonha que me fez passar.Você estava totalmente abraçado em mim.Que você estava pensando?
-Oh, meu Deus! Mil perdões, pensei...pensei que estava sendo levado por um Anjo.Q-quer dizer, não que eu esteja te chamando de Anjo, só que-
-Adeus, pirralho.
Ele me encarou de uma forma tão estranha.Eu fiquei com vergonha.Será que todo mundo me viu agarrado nele?O pior : Ele não sente o mesmo que eu sinto...ou pelo menos não demonstra.Ele se retirou rindo com o amigo dele...rindo de mim?
- Drama! D. ! Aí você está...A professora mandou procurá-lo, pensou que você havia saído do colégio.Não que ela estivesse contra isso, afinal, você está machucado.Ela só queria que você pegasse suas coisas, se fosse sair.
-Ah, me desculpe.Eu não queria ter que atrapalhar a aula, Larisse.
- Que é isso? Por que você anda pedindo tantas desculpas, ultimamente?
-Como assim?
-Você...ultimamente...a cada dez palavras, nove são ‘desculpa’.
-Desculpa...
-Hahaha, vamos para a sala.
Eu assisti aos dois últimos períodos sem muita paciência.Na hora da saída, ele puxa minha bolsa e enfia um bilhete no porta-celular.Eu fiquei tremendo, não sabia como agir, o que fazer ou o que falar.Eu somente o olhava e tentada fixar na minha cabeça a sua aparência.Era alvo, olhos verdes, cabelo meio curto, preto e liso, pouco mais alto que eu, uma boca fina, bem vermelha e sensual, nariz pequeno e meio empinado, ele tinha um rosto limpo, sem espinhas, era mais malhado que eu e tinha a sobrancelha quase que perceptivelmente feita.Mas, além de tudo isso, ele tinha um olhar que matava, um sorriso branco e perfeito, um cheiro irresistível e a pele extremamente macia.
Eu liguei para apressar meu pai.Queria chegar em casa e ler o bilhete.Pouco me importava ele ser homem, agora.Eu o queria mais que tudo.Eu cheguei em casa, larguei minhas coisas em cima da mesa da sala e meu pai perguntou:
-Por que você está com tanta pressa, filho ?
-É porque...tem...tem o resultado da prova...e eu...eu participei da prova.
-Você não sabe mesmo mentir, mas nem quero saber o que você está armando.
Eu fui para o quarto, puxei o sapato do meu pé, peguei o bilhete e pulei até a cama.Eu estava com um sorriso indescritível e abri o bilhete.
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"Eu não sei o que você fez comigo, mas peço para que retire esse feitiço de mim.
Eu não sei mais de nada, só sei que te quero.Eu te quero muito.Mais do que quero qualquer coisa nesse mundo.Eu não quero ficar com você, mas meu corpo necessita.
Me desculpa por te tratar daquela forma, mais cedo.Eu fiquei muito mal com aquilo.
Alexandre."
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[continua]