Continuação do conto "Redescobrindo o amor - Parte I". Boa leitura!
Júlio era um rapaz de 19 anos, cabelos castanhos claros e olhos cor-de-mel. Um corpo mais do que sarado, um sorriso lindo e uma mão enorme (adoro homens com mãos grandes), além de exibir um bronzeado divino, que mais tarde descobri ser graças ao seu esporte favorito, o surf. Já eu continuava na mesma, sem nenhuma perspectiva de melhora, já estava com 104 quilos e sem um pingo de vaidade, atolada em um casamento que não existia mais na prática.
Passado um mês, Júlio e eu já tínhamos nos tornado amigos. Ficávamos sozinhos no escritório a maior parte do tempo e, quando não tínhamos nada a fazer, apenas conversávamos. Nossa amizade foi se tornando cada vez mais forte, ao ponto de fazermos confidências. Ele me contava sobre as paqueras dele e às vezes até detalhes das suas transas, que não eram poucas. Só de imaginar o que ele me contava minha calcinha já se encharcava. Nisso inventava uma desculpa e ia ao banheiro para me masturbar com o chuveirinho. Ficava me tocando, com aquele jato gostoso de água massageando meu clitóris, que eu sentia estar muito inchado. Fechava meus olhos e imaginava o Júlio me xupando, sua língua percorrendo a minha xana e eu, não aguentando mais de tanto tesão, gozava. Para a minha infelicidade era com o chuveirinho, mas nos meus sonhos era na boca dele que eu chegava aos mais intensos orgasmos.
Aos poucos fui me apaixonando por ele. Ele era uma pessoa muito doce e muito maduro para a idade dele. Era uma loucura e eu sabia que iria ser recusada caso me oferecesse, ainda mais com a aparência desleixada que eu tinha. Resolví então deixá-lo apenas nas minhas fantasias, pois tinha medo de que a nossa amizade acabasse caso ele descobrisse os sentimentos que eu nutria por ele.
Passado um tempo, em uma manhã como outra qualquer, resolvi reorganizar um álbum de fotos antigas antes que o Júlio chegasse ao trabalho. Aquele dia teríamos muito serviço e talvez por isso ele resolveu chegar mais cedo para me ajudar. Ele me deu bom dia e ao passar por mim viu as fotos espalhadas sobre a minha mesa. Isso despertou a curiosidade dele, que pegou algumas na mão para observar melhor. Então ele vê uma fotografia em que eu estava na praia de bíquini, na época que eu tinha um corpão ainda e diz: “Nossa, não acredito que seja você”. Naquele momento sentí meu coração parar de bater, me senti profundamente envergonhada pela minha aparência e a única coisa que eu consegui fazer foi baixar a cabeça. Ele percebeu a gafe que cometeu e meio sem jeito começou a me pedir desculpas. Naquele momento, resolvi me abrir para ele e contar como havia chegado a esse ponto: o tédio de uma vida pacata de dona de casa, a indiferença do meu marido, minha compulsão por comida, as traições que eu sofria... Enfim, tudo (exceto o tesão que eu tinha por ele, claro). Ele me ouviu calado e logo em seguida pegou minhas mãos, beijou-as em sinal de solidariedade dizendo uma coisa que jamais saiu da minha mente: “Você não precisa do amor dos outros se não tiver o seu próprio”.
Nem acreditei que um menino de 19 anos pudesse demonstrar tanta maturidade. Aquilo ficou dias martelando na minha cabeça. Chegava a sonhar com ele pronunciando aquelas palavras. Foi então que eu tomei uma decisão que iria mudar minha vida radicalmente, sob vários apectos.
(continua)