Noite de sexta feira.
Tom estava sozinho em seu apartamento. Estava sentado no seu sofá de couro e olhava para fora da janela observando a cidade, sua cidade.
Dava alguns goles na vodka e olhava tranqüila e pensativamente para o cartão em sua mão. Ele não tinha dúvidas, iria seguir as instruções escritas ali há mais ou menos dois ou três dias por aquela garota.
Olhou por mais alguns segundos, bebeu os últimos goles da vodka, colocou o cartão no bolso, pegou sua mochila, trancou o apartamento, desceu até o subsolo do prédio, entrou em seu Impala 67’ preto, deu partida no motor, acendeu um cigarro, ligou o som e saiu.
Dirigiu por alguns minutos até chegar à casa da garota a qual o estava esperando à porta. Ele estacionou o carro, saiu e enquanto ela vinha em sua direção ele a olhou da cabeça aos pés.
- Foi difícil achar o lugar? – disse ela ao se aproximar
- Você ta linda!
Ela sorriu, pegou-o pela mão e entraram.
Ela vestia um sobretudo preto e seus cabelos negros estavam com um brilho diferente, a iluminação da casa vinha apenas de algumas velas espelhadas num canto ou outro da casa e sobre alguns moveis. Era uma casa velha, cheia de estátuas, quadros e coisas estranhas.
- Você é bruxa não é? – perguntou ele quebrando o silêncio.
- Depende do ponto de vista. – ela disse – Trouxe o que eu lhe pedi?
Tom abriu, tirou o frasco de dentro da mochila e entregou para a garota.
- Quero saber o que tem de tão especial nessa coisa. – disse Tom. – Você disse pra minha mulher que era pra aromo terapia, mas não acreditei muito nisso...
Ela pegou o frasco da mão dele:
- Vou preparar uma bebida pra gente e você descobrirá.
Foi para um canto da sala, abriu uma porta da velha e empoeirada estante e tirou uma garrafa de vinho que parecia estar ali desde o século passado. Ela encheu duas taças, virou-se e caminhou em direção a ele. Entregou-lhe uma, abriu o frasco e despejou um pouco do líquido estranho.
- isso pode me matar de alguma forma? – disse Tom.
Ela sorriu, colocou o liquido na bebida dela, tocou sua taça na dele e bebeu uma tragada só, enquanto Tom a olhava e admirava seus olhos azuis naquela meia escuridão. Agora podia ver melhor os traços do seu rosto, era perfeitamente simétrica e sua boca era um pecado. Lembrou da Loja e dela colocando o cartão dentro da sacola enquanto Carla se virava para sair. Lembrou do beijo e da viagem de Carla para a casa de seus pais e de sua promessa antes de sair : “ Vou te deixar desidratado quando voltar.”. Olhou para a garota outra vez e tragou todo o vinho da taça.
- Isso vai ser divertido. – ela disse.
- Vou fumar você quer um? – disse ele pegando o maço e o isqueiro do bolso.
- fumo do seu. – ela respondeu virando-se e indo em direção a uma estante.
Tom detestava que fumasse do seu cigarro, não dividia seu mundo com ninguém, nem mesmo com Carla, porém, não se importou em dividir com essa estranha. Ele acendeu o cigarro e sem pensar falou:
- Porra! Qual o teu nome afinal?
Ela riu, ligou o rádio e nesse momento Tom descobriu que nada melhor do que Marilyn Manson pra combinar com uma casa velha, empoeirada, cheia de velas e uma bruxa com os cabelos negros, o corpo perfeito e os olhos azuis.
Ela deixou o rádio pra trás e caminhou em sua direção. Tom dava uns tragos em seu cigarro e a observava.
Ela flutuava, Tom estava totalmente envolvido pela música, pelo lugar, por ela, que realmente flutuava e continuava vindo em sua direção e desatando o nó do sobretudo em sua cintura, fazendo com que Tom pudesse ter uma visão parcial do corpo da garota que continuava flutuando.
Ele estava se sentindo fora de seu corpo, estava experimentando uma sensação estranhamente maravilhosa, seus sentidos já muito aguçados estavam triplicados, sentia o ar, o cheiro do ar, o cheiro da madeira velha, sentia o cheiro que exalava do meio das pernas da garota e do hálito maravilhosamente disfarçado pelo cheiro do vinho.
Ela dançava lentamente e deixava que o sobretudo deslizasse lentamente pelo seus braços e esperou que ele tocasse o chão para novamente flutuar e ir em direção à Tom.
Ela tirou o cigarro da boca dele com seus dedos longos e suas unhas pintadas de preto e o colocou em sua boca.
Ela estava com uma lingerie preta e vermelha com cinta liga e aquele elástico super sexy na coxa direita. De costas para ele e no ritmo da música, ela deslizava seu corpo pra cima e pra baixo colada ao corpo dele.
Ele tirou a camiseta. Ela virou-se e o beijou. Ele estava extasiado, sentia cada milímetro de pele da língua dela e cada poro da pele da garota tocando seu corpo, experimentava sensações que jamais experimentou antes:
- Caralho... que porra é essa?!
- Um alucinógeno – ela disse - Quem comprou o presente foi a sua namorada, mas quem o está usando sou eu. Isso fará você ter sensações que jamais sentiu.
- porra...
Tom estava fora de si, inexplicavelmente excitado. Eles flutuaram pela sala enquanto se beijavam, podiam sentir as ondas sonoras que saiam através das caixas do rádio entrando em choque com a energia que seus corpos liberavam, estavam flutuando no meio de uma guerra de ondas e sensações enquanto suas línguas travavam outra batalha.
Quando percebeu, Tom estava no sofá, dentro da garota quando ela rebolava em cima dele, suas roupas estavam jogadas ao chão e a única peça que restou na garota foi o elástico vermelho na perna direita. Ela se mexia avidamente e Tom sentia seu membro tocando o útero dela. Ela gemia baixo e o tom da sua voz ao pé do ouvido de Tom, fazia com que seu corpo se arrepiasse inteiro por dentro.
Ainda dentro dela, ele levantou e a levou até a mesa, fez com que ela sentasse e iniciou uma seqüência rápida e bruta de entrada e saída do meio de suas pernas.
- Me enforca!
Entrando e saindo, segurando os cabelos negros dela com uma das mãos e a enforcando com a outra.
Ele é bruto! Sente seu instrumento tocando fundo o corpo da garota que geme baixo e rebola enquanto ele se movimenta. Tom só consegue enxergar o branco dos olhos dela, suas pupilas pareciam inexistentes. Ele suava, ela suava. Ela deitou na mesa e com suas unhas nas costas dele fez com que ele deitasse sobre ela. O corpo dele respirava e cada pelo sentia uma sensação diferente, cada poro, cada gota de suor era uma fonte de prazer, e ele se mexia, entrava, saia, enforcava a garota e mordia seu pescoço, lambia dentro dos seus ouvidos enquanto ela o arranhava:
- Goza comigo seu cretino! Goza comigo!
Ele sentiu as contrações, sentia o tremor do corpo dela, sentia as forças e toda energia dela explodindo através da pele. Ela gozou, desfaleceu-se, e suspirou:
- Goza pra mim... na minha cara!
Tom, ainda sob efeito do vinho com o líquido estranho, foi até a estante, encheu mais uma taça com vinho e colocou um pouco do líquido. Caminhou até a garota que estava sem força alguma, o alucinógeno era fortíssimo e triplicou a força do seu orgasmo, agora na frente dela, Tom podia ver suas pernas e seus quadris tendo pequenas convulsões. Ele abriu a boca sua boca e fez com que ela bebesse um pouco da bebida. Ele deslizou a língua desde a pélvis da garota, passando por sua barriga, seios e chegou ao pescoço, ainda estava atordoado pelo efeito do alucinógeno, mas não tanto quando a garota, sua resistência aumentou de forma considerável depois que ele passou a ser um maldito.
- O que você está fazendo?
- Fica calma criança! Agora é a minha vez de brincar...
Ele passou a ponta da língua no pescoço dela e a mordeu. O sexo fora incrível, perfeito, adorava garotas que se movimentavam bem e agora teria o seu desfecho. Sugou um pouco do sangue da garota que estava num estado de semi-inconsciência devido à droga e agora pela perda de uma quantidade considerável de sanguevocê vai me matar? – disse embargara.
Tom sorriu e olhou fundo em seus olhos azuis.
- Fica calma... farei o que você pediu.
Ele a virou de bruços, passou saliva em seu membro e a penetrou por trás. Ela não gritou, não tinha forças para isso, suportou a dor que logo se transformou em prazer, sentia-se excitada novamente, estava terrivelmente excitada por aquele cara que estava deflorando-a de uma forma que nunca ninguém havia feito, estava cedendo algo que nunca cedera antes, uma lágrima escorreu do seu olho esquerdo, a dor era quase insuportável... mas o prazer era maior. Ela sentia ele entrando e saindo cada vez mais forte, cada vez mais rápido, cada vez mais fundo, ela gemia, era quase inaudível mas gemia, até que finalmente Tom fez o que ela pediu, virou a garota e despejou seu liquido profano sobre o corpo dela que desmaiou no chão, fraca, desidratada, fodida.
Ele a pegou no colo e a colocou no sofá. Desligou o rádio, saiu, fechou a porta, acendeu um cigarro, entrou no carro e ligou o rádio e dirigindo de volta para casa foi ouvindo e cantando ...
“Take your hatred out on me
Make your victim my head
You'll never ever believe in me
I am your tourniquette”
