Isso é uma lembrança em tanto, desde os 15 eu tenho cara de mais velho, então sempre entrei em boates tranquilamente. Aos 16 alguns amigos meus, um grupinho de gays, lésbicas, bis e simpatizantes, me apresentaram a uma boate gay, nunca fui homofóbico, fui conhecer normalmente, gostei do ambiente e comecei a frequentar de vez em quando, depois de um tempo eu passei a conhecer e fazer amizade com todas as figurinhas carimbadas da casa, e eu passei a ser um figura também, apelidado carinhosamente de "perdido", afinal, ali não era axatamente um local favorável pra mim, por outro lado eu gostava de sair pra noitada e voltar pra casa sem o caô de não ter pego ninguém, mesmo porque que me comia com os olhos ás vezes ali, eu preferia distancia (quem tem cu tem medo, sabe como é que é).
Um dia eu recebi um E-mail, com um convite pra uma "festinha" (nessa época eu já tinha 22) só pra antigos clientes da casa, pensei:
_ Legal só o pessoal conhecido.
Assim que cheguei meu queixo foi ao chão, um casal gay estava num baita 69 num dos sofas do bar. Olhei pro balcão e reconheci um velho amigo da noitada, que sempre me ajudou a tirar alguns bofes do meu pé, um travesti, bixa rica pra ser exato, não fazia muita coisa, investia na bolsa e de vez enquanto faturava algum na noite. (como transformista).
Seu nome na noite era Ashley, até que era um travesti bem montado, o rosto por si só já era meio afeminado, tinha prótesis de 350 ml's, malhava bastante, tinha o corpo bem torneado e uma bunda deveras sensual.
_ Oi Ashley!
_ Você aqui hoje?! Tá querendo mudar de time por uma noite é?
_ Não, não, é que no convite não falaram nada sobre festa a romana. Mas vai ser uma orgia mesmo?
_ O se vai! já vim até sem calcinha ó.
_ Não, guarda isso.
_ Que foi, medo agora?
_ É que não é algo que eu goste de ver, e além disso é maior que o meu.
_ Meu amor... Mas o seu também é apetitoso.
_ Para com isso. Me diz... sabe de alguma bi que venha hoje?
_ Bem... A nossa amiguinha é garantido, aí tem a Tássila, e a Fernada que são bem safadinhas, devem virn, fora isso, não tenho certeza. E eu tenho uma nova, A Liu operou.
_ Plástica ou sinicone?
_ A louca cortou.
_ Vamos concordar que a Liu preferia não usar mesmo né?
_ Ai que horror! Bom, o problema é que ela fez isso pro namorado, tadinho do mocinho, não sabia que tava namorando uma mona.
_ Nossa e aí?
_ Aí que depois da operação, na semana de recuperação, o namorado tentou forçar a barra, então viu os curativos e a máscara caiu. Disseram que ele saiu correndo da casa dela correndo feito louco.
_ Coitada. Olha... Eu vou dar umas duas horinhas pra ver se chega alguém pra me salvar, se não eu vou embora.
_ Você que sabe, mas eu poderia livrar a sua barra hoje denovo, a noite inteira, como passiva.
_ Oferta boa, mas eu vou recusar.
_ Chato!
Agente continuou batendo papo uns 15 minutos, então chegaram Liu, Tássila, Fernanda e uma surpresa que me alegrou, uma antiga ficante, Thais, ela terminou comigo porque resolveu esperimentar mulheres e queria dar um tempo de homens, como isso já tinha acontecido a uns dois anos e ela costumava ficar meio sem jeito quando me via, achei que a noite prometia. (Como eu tava certo).
Depois de umas doses de run fui me juntar ao pessoal na pista de dança. Pista lotada, todo mundo se encochando, um monte de pinto e peito pra fora, até lambi em um seio ou outro, até que comecei a ser atacado por um monte de cacetes duros, saí o mais rápido que pude e fui tomar um folego na sacada. Foi quando ouvi uma batida conhecida vinda da segunda pista no andar de cima, estavam tocando darkwave (pra quem não conhecer, darkwave é uma espécie de música eletronica pra góticos, ou seja, teclados distorcidos, guitarras, violinos, e um ar sombrio).
Subi correndo e me deparei com uma cena espetacular. A pista superor foi transformada numa sala de dominação, chibatas, aparelhos de tortura e outras obsenidades a disposição, uma moça chegou e me perguntou:
_ Sado ou Maso?
(considerando que eu estava numa boate GLS, se ficasse de escravo minha bunda não duraria nem cinco minutos)
_ Sado.
_ Vá té aquela porta e pode se trocar.
Vesti um colete de couro, uma coleira com espinhos, até me entreguei aos encantos de uma meia arrastão, e usei meu coturno velho companheiro de guerra, uma sunga de latex com zipper na frente e um cinto de utilidades perversas.
Mandei um SMS pro pessoal que estava na pista inferior, quando subiram não conseguiam acreditar no que viam, aquela sala escura cheia de apetrechos, duas dominadoras com cara de más, e eu, com aquele sorriso sacana.
Continua...