Aqui está a segunda e última parte do conto "ALGARVE".
Pode ver o video oficial deste conto em: www.youtube.com/watch?v=L9Q6vl9SEaY
A capa do conto em: www.4shared.com/file/f8ed457a/algarve3.html
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ALGARVE
CAPÍTULO TRÊS
Quando, de manhã, o cheiro a mar e a luz do sol inundaram a casa de praia de Christian, eu abri os olhos, a muito custo.
Ele estava ao meu lado, a dormir. Os nossos corpos estavam despidos e colados um ao outro. Puxando-o mais para junto de mim, deixei os meus lábios tocarem a sua testa. Ele estremeceu, mas não acordou.
Naquele momento tão breve, naquele gesto tão simples, eu senti-me completoPor alguma razão idiota (talvez para não me sentir tão inexperiente junto a ele), eu nunca contei a Christian que a noite anterior tinha sido a minha primeira vez. O momento era bom demais para o estragar com a minha estupidez.
No entanto, não me faltaram oportunidades para lhe contar…
Assim que ele acordou, fomos dar um passeio pela praia, caminhando pela água fresca. Os raios do sol da manhã aqueciam-me a pele e despertavam-me os sentidos. Christian fez-me rir de verdade, algo que ninguém conseguia há meses.
Informou-me que aquela era a praia de Olhos de Água. Quando subimos até ao topo da falésia que separava essa praia de outra, o meu olhar procurou a linha do horizonte entre as águas límpidas e o céu azul. Percebi que era capaz de ficar ali, a olhar, para sempre. Desde que Christian estivesse ao meu lado, claro.
Almoçámos arroz de marisco, com o mais puro sabor a mar, num restaurante próximo da praia. Eu agarrei a mão dele sobre a mesa, ignorando o olhar indiscreto das duas senhoras idosas que se sentavam na mesa ao lado da nossa. Isto fez-me desejar voltar para aquela casa o mais depressa possível.
Assim que o fizemos, eu deixei-me cair no sofá da sala. Christian despiu a camisa branca, que lhe ficava perfeitamente bem, delineando a forma do seu corpo trabalhado, e juntou-se a mim.
Aquele beijou aqueceu-me. Quando as nossas línguas se uniram, parecia que a última vez que tínhamos feito aquilo fora há anos. A sensação de plenitude voltou a fazer o meu coração bater como um louco. E foi então que um pensamento, o mais assustador de todos, invadiu a minha mente: eu não ia ficar para sempre ali, no Algarve.
Imagens de separações dolorosas e despedidas cheias de lágrimas passaram pela minha cabeça. Eu fiz tanto esforço para apagar estes pensamentos, que acabei até por me esquecer de beijar.
Christian estranhou.
– O que se passa?
Eu voltei à realidade, e respondi-lhe.
– Nada de mais. Estava a só a pensar no quanto te amo.
Consegui sorrir-lhe. Christian devolveu-me um sorriso que, se eu pudesse, teria fotografado. Foi então que ele libertou as palavras:
– Já pensaste em trazer as tuas coisas para cá?
Eu demorei um pouco a raciocinar e entender. Não hesitei por não querer ficar ali definitivamente durante aquelas férias, mas sim porque nem me lembrava do apartamento que era suposto partilhar com o meu primo Tiago. Na minha cabeça, eu já vivia ali... Tive novamente de afastar o pensamento de que tudo aquilo teria um fim.
A minha resposta foi um sorridente “sim”. Preparei-me para ir ao apartamento, buscar as minhas malas. Apenas por piada, vesti a camisa de ChristianQuando eu estava a subir as escadas, vi André, o namorado do meu primo, a vir na direcção contrária. Ele deitou um olhar estranho à camisa branca que eu trazia vestida.
Pouco depois de cumprimentar André com um sorriso, o meu primo Tiago recebia-me à porta do apartamento. Eu entrei e recordei-me do interior tal e qual a primeira vez que o vira. As memórias daquele sítio pareciam de outra vida.
Não foi preciso fazer as malas, pois estas nunca tinham sequer sido desfeitas. Por isso, eu e Tiago sentámo-nos no sofá. Ele ficou a olhar para mim, como quem pede novidades.
– Bem, eu… – disse, sorrindo – perdi a virgindade.
Os olhos do meu primo abriram-se tanto que pareciam querer saltar.
– Vejo que tu e o Christian estão a evoluir bem. Eu não o conheço lá muito bem, mas não me parece má pessoa. E, além disso, é apenas um romance de férias.
Aquelas palavras voltaram a tocar na minha pior ferida. O fim de tudo. Esforcei-me por mudar de assunto.
– Então, fala-me de ti agora. Como vão as coisas com o André?
– Está tudo bem. Quer dizer, quase tudo… Ele é um pouco exagerado nos ciúmes. Hmm, essa camisa não é tua. Desconfio de quem seja. – Disse Tiago, sorrindo enquanto avaliava a camisa de Christian.
– Que estranho… O André passou por mim nas escadas. Pela maneira como olhou, acho que também percebeu que a camisa não é minha.
Eu assustei-me quando o meu primo se levantou rapidamente do sofá.
– Passaste por ele? Quando estavas a vir para cá?
– Sim, sim…
– Claro que ele percebeu que a camisa não é tua. Eu percebi porque conheço as tuas roupas. Ele percebeu porque conhece as roupas do Christian.
Ao ouvir o nome de Christian, levantei-me também. Olhei para o primo, franzindo o sobrolho como quem pede explicações.
– O André e o Christian já tiveram um caso. – Explicou Tiago, falando depressa demais. – Pode-se dizer que acabaram por causa dos ciúmes do André… Uma discussão entre eles foi longe de mais e o André ameaçou-o com uma faca. Pelo menos foi o que me contaram… Eu nunca acreditei que ele tivesse esquecido o Christian. E depois de te ver com a camisa dele… Ou muito me engano, ou o André foi a correr para casa dele. E isso não é mesmo nada bomFoi difícil convencer o meu primo a não ir comigo. Perdi preciosos minutos a tentar acalmá-lo e a persuadi-lo de que não seria bom meter-se entre o André e o Christian.
Cada segundo que desperdiçava naquela corrida pelas ruas de Albufeira fazia o meu coração bater mais depressa. André já tentara matar Christian. Iria tentar o mesmo, desta vez?
Depois de ruas seguidas a empurrar as pessoas que se punham no meu caminho, eu avistei a branca casa de praia. Corri em paralelo com a linha de praia. A minha velocidade máxima não era suficiente, sobretudo quando a vida de Christian poderia estar jogo.
À medida que me aproximava da casa pensei que, mesmo que não chegasse tarde demais, poderia não ter maneira de evitar um desastre. Principalmente porque estava sozinho. Estes pensamentos só contribuíram para fazer o meu coração bater mais depressa. Estranhamente, senti o meu passo a acelerar também.
Entrei pela porta principal, aberta, que dava directamente para a ampla e luminosa sala de estar. Ampla, luminosa e vazia. E silenciosa também.
Perante o silêncio, pousei o meu braço sobre o sofá e deixei o meu corpo descansar, enquanto retomava a respiração regular. Porque é que não estava ali ninguém? Seria já tarde demais?
Um impulso levou-me a subir a escadas que davam ao piso superior, onde estava o quarto. Avancei os degraus lentamente, tentando escutar algo no silêncio.
Porém, o único som que ouvi foi um leve e indistinto ruído. Vinha do quarto.
Percorri o corredor, aproximando-me da porta do quarto com pés cuidadosos e mudos.
E foi então que vi… aquilo.
Quando os meus olhos se focaram naquela cena, enquanto eu espreitava através da estreita abertura da porta do quarto, todo o meu corpo ficou imóvel, como num momento de hipnose.
Imitando o meu corpo, a minha mente ficou totalmente bloqueada. Foi por isso que demorei a entender que, apesar de parecerem um só, eram na verdade dois os corpos que estavam na cama. Entrelaçados. Unidos.
A minha mente foi, a pouco e pouco, recuperando do choque e eu reconheci André e Christian, juntos, nus, na cama, a beijarem-se. Ali, à minha frente.
Uma emoção que eu não conhecia cegou-me por completo. Quando eu percebi que essa emoção era um ciúme irado, já tinha aberto a porta e entrado no quarto.
O ciúme vinha do doloroso sentimento de me sentir traído. Christian tinha-me enganado? André tinha enganado o meu primo?
A resposta demorou a chegar, mas tornou-se óbvia: não. Christian pedira-me para vir viver com ele durante as férias. Ele sabia que eu estaria a chegar a qualquer altura com as malas. Se ele me traísse, não teria cometido uma estupidez tão básica.
A explicação era que nenhum dos dois tinha esquecido o outro e a discussão, em vez de acabar em violência, acabara em sexo acidental. Mas a explicação veio tarde demais: eu já tinha entrado no quarto e eles olhavam para mim, confusos, agarrados um ao outro, depois de terem interrompido o seu beijo selvagem.
Quem me dera ter fugido dali quando ainda era tempo.
Só Deus sabe (ou nem mesmo Ele sabe) que raio se passou na caminha cabeça quando eu voltei a dar um passo em frente.
O meu corpo não seguia qualquer linha de raciocínio ou pensamento; em vez disso, tinha tomado poder sobre a mente. Estava a agir por meros instintos físicos. E eu sabia que os instintos têm como função trazer o prazer imediato.
Comecei por tirar a camisa de Christian e atirá-la ao chão. Depois, fui despindo os meus calções até ficar completamente nu.
Enquanto avançava em direcção à cama, olhei pela enorme janela de vidro e vi a enorme mancha brilhante no céu que lançava raios de luz. O sol estava mesmo forte. Eu nunca tinha visto um tarde assim tão quente… Ou seria apenas imaginação minha?
O meu corpo nu, separado da minha mente que me mandava fugir dali, continuou em frente. Juntei-me aos dois corpos nus que estavam na cama.
Eu soube logo o que fazer assim que os meus joelhos se apoiaram sobre a cama. Não tinha dúvidas de que era aquilo que queria e que precisava. Ignorando André, eu procurei o peito de Christian para me encostar a ele e o apertar contra mim.
André poderia ter tido um ataque dos seus ciúmes violentos. Mas eu não quis pensar nisso e, sem perder tempo, beijei Christian na boca, deixando que a minha língua se soltasse na boca dele. O beijo apagou o medo que me invadira enquanto corria para aquela casa. O medo de perder Christian.
De repente, a língua de Christian já não estava colada à minha, os nossos lábios já não estavam unidos num beijo. Abri os olhos para ver que o corpo nu de André estava entre nós os dois, afastando-nos.
André agarrou-o pelo pescoço e puxou-o para si. Acariciando os cabelos negros de Christian, deixou a sua língua deslizar suavemente sobre os lábios dele, esboçando o contorno deles. Depois, fez com que ela entrasse na boca de Christian e devorou-o naquele beijo, mesmo à minha frente.
A minha erecção ficou mais forte e mais quente quando os ciúmes voltaram a percorrer o meu corpo e a apertar o meu peito.
Vi André a beijá-lo com mais intensidade. Depois, pegou-lhe no pénis e começou a masturbá-lo. Christian gemeu para os movimentos que animavam o seu sexo. O gemido dele fez o meu coração contorcer-se, esmagado pelos ciúmes.
Foi neste momento que eu percebi que, por mais que fosse errado, eu amava Christian. Ver aquilo era mais do que eu podia suportar.
Queria ser eu a dar-lhe todo o prazer do mundo.
Movendo-se pela determinação, as minhas mãos encontraram e puxaram os cabelos de André. Ele gemeu de dor e consegui afastá-lo de Christian. Por fim, os meus lábios voltaram a unir-se aos dele.
Sentia-me mais nervoso do que na primeira noite em que fizera amor com Christian. Desta vez, eu estava a competir. Eu tinha de lhe dar mais prazer.
Fechei os olhos e senti o aroma da pele dele enquanto as nossas línguas dançavam num beijo. Às cegas, os meus lábios vaguearam pelo corpo dele, pelo pescoço, pelos braços, pelo peito, até encontrarem o seu sexo.
Não hesitei. Nunca hesitaria por ele. Abri a boca e enchi-a com o pénis de Christian.
Sugava-o e deixava-o sair, sugando-o de novo para sentir o seu sabor. Foi neste ciclo dançante que o pénis dele aqueceu a minha boca. Enquanto isso, Christian agarrava-me os cabelos. Mas eu queria que ele sentisse mais prazer.
Comecei a diminuir o ritmo com que fazia o sexo dele entrar na minha boca. A respiração de Christian acalmou-se nesse instante. Foi então que comecei a usar a língua. Ele gemeu.
De vez em quando, deixava os meus dentes encostarem-se de leve ao pénis de Christian. Nessas alturas, o gemido era mais alto e sentia o corpo dele a tremer.
Abri os olhos por um único instante. O suficiente para ver que, ao mesmo tempo, Christian masturbava André, que o beijava no pescoço. Ignorando o aperto do meu coração, continuei a encher a boca.
Bastaram dois segundos para me sentir ser puxado pelo braço. Logo depois de me afastar, André enterrou a cabeça no colo de Christian, onde a sua boca encontrou o membro erecto dele.
Ao ver aquilo, senti o calor apoderar-se do meu corpo, enquanto o meu peito se contorcia pela dor do ciúme. Já não conseguia vê-los claramente: os meus olhos estavam turvos pelas lágrimas de raiva.
Por muito que quisesse, não consegui perceber que rugido era aquele que nascia na minha garganta.
Deixei a fúria controlar-me. As minhas mãos voaram para o dorso de André, e cravei-lhe as unhas na sua pele suada. Ele não reagiu, continuando a levar o pénis de Christian à sua boca.
Fechei os olhos e conduzi a raiva para as pontas dos meus dedos. Eles penetraram na carne de André, e ele gritou.
Com um movimento reflexivo, agarrei-o pelos cabelos e afastei-o de Christian. Do meu Christian.
Aproveitei a oportunidade e agarrei o pénis erecto dele, trazendo-o para a minha boca.
A minha cabeça movia-se ao ritmo dos gemidos de prazer dele, enquanto toda a minha boca se concentrava numa única tarefa: dar-lhe prazer. Agarrei-o pelas costas, trazendo-o para mais perto de mim e continuei a levá-lo à loucura, com os meus olhos bem fechados, ignorando como estaria André naquele momento.
Os meus dentes apertaram de leve a sua glande, por acidente.
Não demorou muito até eu sentir o sémen quente encher a minha boca, enquanto Christian gritava como um animal.
Eu sorri de felicidade.
CAPÍTULO QUATRO
Acordei com um braço a rodear-me o pescoço, aconchegando-me.
Esfreguei os olhos e sorri quando vi que era Christian. Eu estava ali com ele e isso era tudo o que eu queria – especialmente naquele dia.
Ele dormia com a cara virada para mim e eu encostei os meus lábios aos dele. Foi então que senti um movimento na cama.
André.
A irritação que me possuiu deixou-me cego. Com os pensamentos turvos, levantei-me da cama e corri para abandonar a casa de praiaAssim que a porta se abriu, o meu primo sorriu-me.
Os seus braços agarraram-me e ele cumprimentou-me como sempre fazia: com um leve beijo nos lábios.
– Feliz aniversário! – Gritou ele, com os olhos abertos de alegria e um sorriso entusiasmado.
Quando eu entrei a correr, desesperado, a expressão de Tiago mudou. Ele olhou para mim, com uma expressão pedia respostas.
– Não é um aniversário feliz.
Ele riu-se, sem achar piada.
– Fazes dezoito anos, o que poderia ser mais feliz do que isto?
– Não estás a entender, Tiago. Eu fiz porcaria.
Ele fez uma cara confusa e puxou-me pelo braço até ao sofá, onde nos sentamos os dois. Tentei explicar-me o melhor que pude.
– Eu não sei como é a tua relação com o André, mas talvez devesses saber que ele ontem fez sexo com o Christian.
Tiago olhou-me com os olhos inexpressivos, absortos.
– Não estavam a discutir?
– Não. Estavam na cama os dois. E… – respirei fundo antes de concluir – eu juntei-me a eles.
Assim que acabei a frase, arrependi-me de o ter feito. O silêncio de Tiago abafava o meu pânico.
Foi então que o meu primo sorriu e levantou-se do sofá. Vi-o abrir a porta da entrada. Ele ficou parado, silencioso, segurando o puxador da porta aberta.
Ele não me deixaria explicar… e mesmo que deixasse, eu não teria coragem para falar daquilo.
Ficava sem outra opção. Tinha de sair dali e encarar o meu pior aniversário de sempre. O décimo oitavoPuxei a grande mala para o interior do táxi. Dirigi-me ao lugar do passageiro, fechei a porta e apertei o cinto de segurança.
Ouvi o taxista murmurar qualquer coisa e o carro começou a andar.
Olhei pela janela, espreitando pela última vez a praia de Olhos de Água.
Enquanto o carro seguia, eu fiquei em silêncio.
Então, era para isto que servia o amor? Para que eu desse tudo o que tinha, para que eu apostasse mais do que podia… e no final, perder tudo?
Seria capaz de voltar a amar? Seria capaz de voltar a dar tudo por alguém?
Teria de deixar esses sentimentos para trás, como deixava a casa de praia e o homem que eu, estupidamente ou não, ainda amava?
Era esse o significado do amor?
Estaria eu a fazer demasiadas perguntas a mim mesmo?
Talvez o amor não tivesse de ser explicado.
Ao fim de quinze minutos de pensativo silêncio, o meu telemóvel tocou. O número era desconhecido – o que significava que, provavelmente, não seria ninguém a congratular-me pelos meus 18 anos.
Atendi a chamada e reconheci a voz, tremendo.
– Miguel?
Do outro lado do telemóvel, André chamava pelo meu nome e o desespero e a confusão apossaram-se do meu corpo.
– Estou a ouvir.
– O teu primo deu-me este contacto… Preciso de ti.
Mantive-me em silêncio, esperando que ele se explicasse.
– É o Christian. Ele não está bem. Está muito confuso… Estás a ouvir-me?
– Sim.
– Ele diz que nos quer aos dois.
– E?
– E sem isso… ele não quer viver. Onde te meteste?
Eu tremia, sabendo que ia voltar a fazê-lo. Ia voltar a dar mais do que podia, do que devia. Quebrando o silêncio, as palavras começaram a sair-me nervosas e tremidas.
– Eu estou a ir embora. O que é que se está a passar? Onde é que ele está? Porque é que foste tu a ligar-me?
– Miguel, ele quer… acabar com… tudo.
– Com tudo?
– Com ele.
Sentia-me completamente desesperado, enquanto o táxi me conduzia para longe do sítio onde eu deveria estar agora.
– O que é que ele vai fazer? Onde é que ele está!?
– Por favor, volta. Sem ti, não consigo resolver isto.
Era oficial. Eu ia voltar. Por mais errado que fosse, eu tinha de o fazer.
– Onde estás? Onde está ele? Para onde queres que eu vá?
– Ele saiu agora de casa. Estava muito estranho. Eu acho que sei onde encontrá-lo.
– Diz!
– Na praia de Olhos de Água… no topo da falésia que…
– Falésia? – gritei, em choque.
O meu berro exaltou o taxista e foi uma questão de segundos até sentir o choque com outro carro.
Com a colisão, o meu telemóvel caiu. Tentei ligá-lo de novo, mas não consegui.
Estava desesperado demais para poder raciocinar. No meio da estrada, abri a porta do táxi e saí, a correr.
~~CONTINUA~~
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