RICO
Vinha cantarolando uma musiquinha dos Beatles que tinha tocado no rádio do carro e que agora não saia da minha cabeça. Estava voltando para casa depois de três dias de reuniões de trabalho na região de Ribeirão Preto. Normalmente quando tenho essas reuniões e elas acabam tarde eu fico mais um dia no lugar para não ter de viajar à noite, mas dessa vez eu estava doido para dormir na minha cama e resolvi viajar direto, sabendo que ia passar a noite dirigindo. Lá pela meia noite dei uma paradinha num desses postos de gasolina que são também parada de ônibus e caminhão para ir no banheiro. Talvez pela hora o posto estava sem movimento nenhum. Estava lá sentadinho quando ouvi que alguém tinha entrado no banheiro, entreabri a porta da cabine e vi que quem tinha entrado era um caminhoneiro, grande pra cacete, usando botas daquelas que tem ponta de ferro. Um cara enorme que eu decididamente não gostaria de cruzar numa noite escura numa rua deserta. O cara se dirigiu direto para o mijador. Logo depois ele foi seguido por um jovem de uns 19 anos magrinho, com cara de criança. O moleque tinha um ar cansado e a sua roupa mostrava que ali não tinha rolado banho há muito tempo. O garoto foi também para o mijador e disse alguma coisa para o caminhoneiro que eu não escutei. Ouvi sim o cara dar um berro: “O QUE?!!” O garoto repetiu, agora mais alto de modo que eu pude ouvir: “Eu chupo o seu pau por cinqüenta paus.” O cara explodiu: “Eu não sou viado!” berrou, enquanto dava um tapa na cara do moleque. Eu fiquei assustado. Também não sou viado, mas não queria ver o moleque ser ferido. Ele caiu encolhido no chão. O cara continuava berrando: “Viado filho da puta, bicha nojenta! Vai se fuder, viadinho escroto”. Enquanto isso ele chutava o moleque por toda a parte. O menino tinha se encolhido contra parede do banheiro, com as pernas dobradas, os joelhos protegendo o corpo e começou a chorar. Eu pensei comigo: cara escroto, batendo num moleque indefeso, bastava ele ter dito que não queria. Aí o cara xingou mais um pouco e foi embora. Meu coração ficou apertado quando vi o carinha todo encolhido, chorando baixinho e resolvi fazer alguma coisa que eu não faria em circunstâncias normais: decidi ajudar. Acabei o que estava fazendo, levantei as calças e fui falar com ele. Quando olhei para ele vieram lágrimas nos meus olhos, o que me deixou envergonhado. Quase fui embora, mas não, resolvi ficar e ajudar o moleque. Depois eu ia ver o que ia rolar. Pus a minha mão no ombro dele e ele se arrastou para trás. “Calma, está tudo bem. Voce não merecia isso.” Ajudei ele a se levantar e ele me abraçou, escondendo a cara no meu ombro, e começou a soluçar forte. Abracei ele também. Eu estava sem saber o que fazer porque nunca tinha abraçado nenhum cara antes, mas aquilo me pareceu ser a coisa certa naquele momento. Levou uns dez minutos até que os soluços dele diminuíram e durante todo esse tempo eu estava sentindo um calor e uma enorme ternura por aquele moleque nos meus braços, ao mesmo tempo que rezava para ninguém entrar e me pegar naquela situação, a todo título vexaminosa. Subitamente ele se afastou. “Desculpa.” ele disse se virando na direção da porta do banheiro. Eu segurei o braço dele quando ele ia abrindo a porta. “Voce tem algum lugar para ir?” perguntei. “Saca... ele disse, ... eu não sou problema seu. Aliás, eu não sou problema de ninguém.” “Por que voce não deixa eu decidir isso?” eu falei. “Como voce se chama?” Ele respondeu: “Ricardo, mas me chama de Rico que é assim que todo o mundo me chama.” Perguntei de novo se ele tinha algum lugar para ir. Ele disse que não e eu retruquei: “Então vem comigo”. Enquanto que na minha cabeça eu pensava: Que merda que voce está fazendo Tomás? Pegar garoto perdido na rua não fazia meu estilo. Me importar com os outros também não fazia o meu estilo. Eu tinha construído uma vida legal e confortável para mim, sem maiores compromissos. Jogava tênis e corria regularmente no meu Clube, mas só para manter a forma. Fazia parte da patota do Clube, mas não conhecia direito nenhum dos rapazes e queria continuar não conhecendo. Mulheres? Algumas de vez em quando, mas quanto a formar família nem pensava nisso. Tinha um excelente trabalho, ganhava bem, tinha a minha própria casa. Não precisava nada mais do que isso. Por isso me perguntava: Caralho, o que é que voce está fazendo com um garoto gay sentado no assento do carona do carro? Tomás voce deve estar maluco.
Olhei para o lado e vi que o Rico tinha começado a dormir. Acho que o carinha vai ter de passar a noite na minha casa. Pensei. Quando chegamos eu não tive coragem de acordá-lo. Então carreguei ele nos meus braços como se fosse um garotinho e deitei ele na minha cama. Fiquei surpreso com o pouco peso dele. Não tinha certeza se eu devia, mas acabei tirando as botas e as meias dele, as calças e a camisa, deixando ele só de cueca e camiseta. Pus um cobertor sobre ele, peguei o meu pijama e fui dormir no quarto de hóspedes.
Ainda bem que era sábado porque acordei tarde, cerca de dez e meia, quando ouvi o barulho do meu chuveiro. Levei um tempinho para me lembrar de onde eu estava e por que estava dormindo no quarto de hóspedes. Fiquei contente que o Rico tenha se virado e ido tomar banho. Fiquei sem saber se ia no meu quarto me vestir, mas decidi: Foda-se, não deve ser a primeira vez que um viado vai ver eu me vestindo, no Clube deve ter mais de um. Assim entrei no quarto, peguei uma calça e estava fechando a bagrilha quando o Rico saiu do banheiro com uma toalha nas costas. “Voce pode me emprestar uma cueca e uma camiseta?” ele perguntou. “Claro... respondi...mas elas vão ficar um pouco grandes em voce.” “Qualquer coisa é melhor do que isso.” ele disse me entregando as roupas imundas que ele devia ter vestido durante a última semana. “Vou te arranjar um suéter também.” eu disse. “Obrigado, para mim qualquer coisa é ótimo.” respondeu o Rico.
Eu estaria mentindo se dissesse que eu não tinha ficado olhando para ele. Ele tinha realmente cara de menino, com um peito reto e liso, mas os seus ombros eram fortes, já de adulto. E estava claro que tinha um lugar onde a minha cueca não ia ficar muito grande. Eu nunca tinha visto na minha vida uns culhões como os dele. Um saco e bolas enormes, pendurados e molhados ainda do banho, e um pau que era grosso e devia medir uns 15 cm pelo menos, mesmo estando mole. Eu não conseguia tirar os olhos dos culhões dele. Eram lindos.
Aí vi que ele tinha notado que eu estava olhando. Fiquei vermelho pra cacete e virei as costas indo buscar as roupas que eu tinha prometido, enquanto o meu coração pulava no meu peito. Eu estava suando e não sabia por que. Enquanto entregava as roupas para ele eu tentei me recompor, querendo entender por que meu coração estava batendo daquele jeito e tentando me convencer que aquilo era apenas por causa de um pobre garoto que estava passando por um mau momento e a quem eu ia resgatar. Eu ia ajudá-lo a ter um recomeço e depois ia mandar ele embora.
“Voce gostaria de comer alguma coisa?” perguntei. “Claro... ele respondeu levantando as sobrancelhas ... em que voce está pensando?” Eu fiquei roxo quando eu saquei o que ele estava querendo dizer. Aí mandei rapidinho: “Café da manhã: café, suco, ovos, salsicha, bife, pão. O que voce quiser.” “Claro... ele mandou ...agora que voce falou nisso, me lembrei que estou faminto.”
Eu tinha ficado puto pelo que ele tinha pensado de mim, mas então me dei conta de que mais ele poderia pensar de um cara com quarenta anos que tinha trazido para casa um garoto gay que ele tinha pegado num posto de gasolina no meio da noite passada. Não. O que o Rico precisava era de ajuda, compreensão e segurança.
Fomos na cafeteria onde eu costumo tomar café da manhã e o Rico pediu uma quantidade de comida que daria para empanturrar um cavalo, depois de me perguntar uma dúzia de vezes se podia e se estava tudo OK. Enquanto comíamos eu não pude deixar de perguntar como ele tinha ido parar no posto de gasolina no meio da noite. “É uma longa história.” ele disse. “Não tem importância, a gente tem o dia todo para falar.” retruquei. “Bem...” Ele começou a contar enquanto mandava comida para dentro, direto. Ele tinha crescido numa cidadezinha do outro lado do Estado. Seu pai era pastor de uma igreja super conservadora de quem o Rico era o perfeito e angelical filho. Ele era perfeito em tudo: charmoso, estudioso, prendado musicalmente, talentoso nos esportes, o verdadeiro ‘Senhor Maravilha’. Ele terminou em primeiro lugar o curso da escola paroquial presidida pelo seu pai. Ele nunca tinha namorado uma garota, apesar do monte de garotas, e principalmente as mães delas, assim como outros adultos, fazerem dele um verdadeiro herói. O que ninguém imaginava era o que ele já sabia há muito tempo: ele cagava para as meninas, ele queria eram os meninos. Ele ficou doido de tesão pela primeira vez quando viu um coleguinha mudar a sunga no banheiro do clube onde ele fazia natação. Os sentimentos dele nunca mudaram, ao contrário, ficaram cada vez mais fortes. Ele manteve o troço escondido de todos até que ele foi para a faculdade. Os pais dele tinham matriculado ele numa faculdade religiosa particular, muito longe de onde ele morava. Ele não gostou muito, mas aceitou sem discutir. A faculdade ficava numa parte da cidade conhecida por ser ponto de gays. Ele achou então que ia ser mole poder finalmente explorar seus sentimentos com outros caras. Mas nem foi preciso ele sair do campus. Logo na primeira semana ele notou que um cara no mijador ao lado dele estava dando uma super olhada para o pau dele. Ele olhou para o do cara. Os olhares levaram aos toques e eles foram para o quarto do Rico onde tiveram uma noite doida e pesada de exploração, descobertas e aventuras sexuais. O relacionamento dos dois solidificou-se nos meses seguintes, mas ao mesmo tempo se tornou mais e mais visível para os demais alunos. Até que um dia os colegas entraram de repente no quarto dele onde ele estava com o namorado (chamava-se Francisco) e pegaram o Francisco com o pau de 22 cm do Rico enterrado na garganta. Eles foram expulsos da faculdade imediatamente e mandados para casa. Os pais do Rico ficaram chocados, para dizer o mínimo. O pai dele berrou durante uma hora, bateu nele durante uma hora e mandou ele embora de casa, deixando ele do lado de fora numa noite fria, com uns poucos Reais no bolso e as roupas que ele estava vestindo.
Quando eu conheci o Rico ele estava viajando há cinco dias, andando por estradas secundárias, tentando chegar a São Paulo onde ia procurar emprego e pretendia continuar os estudos. Ele estava pegando as estradas secundárias com medo de ser encontrado pelo pai e que ele viesse com toda aquela história de berro e porrada que, na opinião dele, poderiam dar um jeito no ‘vicio’ do moleque.
Eu estava fascinado com a história do Rico. Mas ele contava o troço friamente, apresentando a coisa como fato consumado. Eu perguntei então: “Mas isso não deixa voce chateado?” Ele respondeu: “Não mais. Não mesmo. Eu tive muito tempo para pensar em tudo enquanto eu estava na estrada. Além disso, quando voce me salvou na noite passada confirmou o que eu sempre achei: que quando chegasse o momento certo eu ia encontrar uma vida nova e ia ficar legal.”
“Mas como voce pode riscar da sua vida a sua família do jeito que voce está falando?” Perguntei. “Voce precisa entender, Tomás. Posso chamar voce de Tom?” Eu respondi: “Pode, claro.” “Então fica Tom, que nem o gato do Jerry. Eu sabia, sempre soube, que há muito tempo eu não tinha família nem amigos. Como se pode ter família e amigos que se soubessem como voce é, o que voce é, iam ficar enojados, com raiva pela perversão que, na cabeça deles, eu represento. De jeito nenhum. E te digo mais. Eu não tenho vergonha do que eu sou e do que eu gosto. Fui feito assim e pronto. E te digo mais ainda: isso não me deixa ferido.” Tudo bem, ele não ligava, mas na hora em que ele falou isso, cerrou os dentes e as lágrimas começaram a cair.
Eu estava emocionadíssimo e por cima da mesa fiz um agrado no braço dele dizendo: “Sinto muito mesmo. Voce não merecia o que seu pai fez com voce.” Ele respondeu: “Eu sei que eu não merecia, mas ele fez assim mesmo.” Eu terminei: “Para o bem ou para o mal, Rico, eu acho que voce tem que ficar ainda um tempo longe dos seus pais e da sua cidade.” “Obrigado.” Ele disse, secando os olhos com a manga do suéter.
Resolvi mudar de assunto. “Acho que voce precisa de umas roupas.” falei. “Tinha pensado nisso hoje de manhã. Estava pensando se podia pedir a voce uma grana que eu pagaria assim que eu começasse a trabalhar.” “Tudo bem, Rico, empresto sim.” falei me lembrando do monte de dinheiro que eu já havia emprestado para amigos e parentes, que nunca tinham me pagado. O Rico insistiu que a gente fosse comprar as roupas em uma loja de roupas usadas. Eu não queria, mas ele insistiu. Na verdade escolheu uns troços muito legais, aliás ele era daqueles caras que qualquer coisa que vista cai bem. Compramos cuecas, camisetas e meias novas em outro lugar. No total tudo não passou de R$ 200,00 Reais.
As semanas seguintes foram um tempo de adaptação. Eu não estava acostumado a ter qualquer pessoa morando comigo, mas não estava chateado de não estar sozinho. Estabelecemos algumas regras básicas de convivência. O Rico começou a tratar dos papeis para voltar a estudar. Ele tinha uma tremenda sensibilidade para perceber quando eu chegava em casa chateado ou tenso. Ele aí vinha por trás e me abraçava pelos ombros e ficava assim um tempão. Ele chegou mesmo a me fazer umas massagens, comigo deitado no tapete da sala. Na verdade isso era o que o Rico fazia melhor. Me deixava super relaxado, recomposto mesmo. Ele estava sempre em casa, acordado e me esperando quando eu chegava de uma viagem longa ou quando chegava tarde do trabalho. Aí ele perguntava como tinha sido o meu dia e me dizia como tinha sido o dia dele. Ele parecia, realmente, querer saber tudo sobre mim, sem perguntar diretamente nada.
Um dia eu resolvi que tinha de pagar a ele tudo o que ele estava fazendo por mim. Eu tinha feito uns negócios e ganho uma boa grana. Então estava todo felizinho quando eu cheguei em casa. Ele, ao contrário, tinha tido um dia duro, estudando direto para as provas que ele iria prestar na semana seguinte para conseguir a matrícula na faculdade e estava tenso, com medo dos exames que se aproximavam. Quando eu cheguei ele parou de estudar e veio para sala, esticando os braços acima da cabeça e perguntou como sempre: “Como foi o seu dia.?” “Legal.” Aí eu sugeri: “Por que a gente não abre uma garrafa de vinho, estende um cobertor no tapete da sala e eu te dou uma massagem em vez de voce dar em mim como é o seu costume?” “Isso parece legal!” falou enquanto ia buscar o vinho, o saca-rolha e os copos.
Eu nunca tinha dado uma massagem, mas achava que já sabia alguma coisa a respeito pelas massagens que o Rico me dava. Pus ele de barriga para baixo e comecei a massageá-lo, dos ombros até os pés. Num momento qualquer o Rico começou a fungar. Eu perguntei se estava rolando alguma coisa errada e ele me respondeu que nada estava errado, que o vinho sempre deixava ele de nariz escorrendo.
Eu pedi que ele tirasse a camisa e a bermuda. Ele tirou e eu comecei a passar óleo na pele quente, lisa. Prestava atenção no seu corpo firme, nas suas costas musculosas e na sua bunda linda, durinha e sem pelos. Pairava no ar o perfume do desodorante que ele sempre usava. Enquanto eu massageava a bunda dele ele abriu as pernas, permitindo que eu apertasse as suas coxas por dentro, perto do seu saco. Minhas mãos rasparam de leve no saco por cima da cueca e eu continuei a massagem agora nas pernas. Ele com as pernas abertas me deixava ver a forma das suas bolas na sombra das coxas. Eu fui mais fundo e massageei levemente o saco e as bolas. Pedi então que ele se virasse e tirasse a cueca. Quando ele se virou, vi que o pau dele estava meio duro, o que não me surpreendeu porque o meu ficava sempre assim durante as massagens que ele me dava. Notei também que os olhos do Rico estavam molhados.
Cuidadosamente eu evitei em passar a mão no pau dele quando fui subindo com as mãos em direção ao seu abdome, exatamente como Rico fazia quando me dava massagem. Conforme eu ia subindo para o seu peito as fungadas do Rico aumentaram. Quando cheguei na cabeça dele as lágrimas corriam dos dois lados da sua face. Meus olhos umedeceram também.
“O que está errado, Rico?” Perguntei. “Nada,... ele disse ...é só porque ninguém tocou em mim como voce está fazendo desde que eu fui expulso da faculdade.” Eu limpei com os dedos as lágrimas da cara dele. De repente eu fui atingido por uma dor súbita no meu peito. As lágrimas começaram a correr na minha cara também. Instintivamente eu puxei o corpo do Rico na minha direção e o abracei com força. “Desculpa, Rico... eu disse ...voce tem estado tão sozinho e eu nem tinha notado.” “Tudo bem, Tom, voce notou agora.” disse ele. Subitamente eu quis ficar mais perto dele. Queria sentir o seu cheiro, o seu gosto, o toque da sua pele. Prendi ele nos meus braços. Choramos juntos um tempão e eu me surpreendi limpando as lagrimas dele com a minha língua.
Rico começou a desabotoar a minha roupa. Tirou a minha camisa. Eu quis dizer que não, mas sabia que aquilo era o que eu mais queria, assim como qualquer coisa que viesse depois. Devagar, com cuidado, ele me deixou pelado. Quando ele tirou a minha cueca o meu pau saltou super duro, como uma rocha. Rico me puxou e sentir a pele quente dele encostando na minha é um troço que não dá para descrever. Ficamos assim apertando um ao outro pelo que pareceu horas. Mas não foi suficiente. Aí o Rico me beijou, nossas línguas se tocando, indo para a frente e para trás na boca um do outro. Ele se afastou e me deu uma massagem só com a língua. Me lambeu da cabeça aos pés, literalmente. Quando passou pelo meu pau, lambeu ele várias vezes, longitudinalmente. Me virou de barriga para baixo e fez tudo de novo. Quando passou pela minha bunda enfiou a língua nela, ficando um tempão lambendo para cima e para baixo. Eu estava absolutamente alucinado. Aí ele me fez virar de novo e foi descendo até o meu saco. Lambeu e chupou as minhas bolas. Puxou os pelos do meu saco com os dentes. Eu gemia alto. Então ele enfiou o meu pau na boca, direto, ele todo, até a garganta dele. Eu não agüentava mais, a sensação era boa, inimaginavelmente boa. Gentilmente ele ficou fazendo vai e vem no meu pau. Eu via estrelas, parecia que todo o meu corpo, toda a minha alma, estavam concentrados no meu pau dentro da boca quente e adorável do Rico. Aí eu gozei. Saia porra de todo o jeito. O Rico não conseguiu engolir tudo, saia porra pelos cantos da boca dele que escorria até o queixo.
O Rico manteve o meu pau na boca, continuando a lamber, a chupar, a dar umas mordidinhas bem leves. O meu cacete começou a pulsar novamente. Até que eu gozei de novo. Me pareceu que saiu ainda mais porra nessa segunda vez. Aí ele largou o meu pau e me abraçou novamente. Mas eu não ia deixar que a coisa fosse igual às massagens unilaterais que ele me dava.
Beijei o Rico e fiz tudo o que ele tinha feito comigo, com alguma dificuldade no que diz respeito ao lindo pausão de 22 cm do moleque. Mas eu estava fascinado com ele: era doce, era salgado, tinha gosto de limpo, a textura, as veias que eu podia sentir com a minha língua, a delicadeza da cabeça, a fendazinha. Lambi o pau dele porque por o pau inteiro na boca era impossível, mesmo enterrando o pau até no meu estômago ainda ia sobrar muito pau pra fora, então lambi por fora enfiando a minha cara nos pentelhos dele para sentir o cheiro. Era cheiro de macho, ele devia estar suando hormônio. Aliás, o Rico tinha essa ambigüidade, igual à do corpo dele. Ele era criança, na cara, na falta de pelos no corpo, na lisura da pele super fresca e delicada, ao mesmo tempo que era musculoso, os ombros largos de adulto formado, com um pausão enorme, os bagos e os ovos que eu nunca tinha visto igual, como já disse, os pentelhos fartos e cerrados. Então o menino cheirava a macho nos pentelhos.
De repente o Rico começou a gozar. Gritava alto, fazia esporro. Começou a esporrar. Se eu achei que eu tinha largado muita porra foi gotinha perto do que o Rico expeliu. Eu estava besta, mas comecei a beber a porra dele: era quente, grossa e tinha um gosto exótico e delicioso. Lambi tudo e queria mais. Continuei chupando ele e o Rico gozou mais uma vez. Depois me abraçou e puxou o cobertor nos enrolando nele. Dormimos assim, agarradinhos, por várias horas.
Eu acordei. Nunca tinha me sentido mais feliz na minha vida e me dei conta de como ela tinha sido vazia até aquele momento. Olhei para o Rico e vi que ele estava com o pau durão. Me abaixei e pus a cabeçorra na boca. Ele acordou. Ficou sentado me segurando pelos ombros e disse: “Tom, queria que voce me comesse e depois queria comer voce.” Eu respondi: “Rico, não diz isso. A coisa que eu quero mais no mundo é entrar em voce, ser um com voce. Mas quando voce fosse me comer ia ser impossível eu agüentar esse seu pau. Não é só pela dor que eu agüentaria só por saber que eu estaria te dando algum prazer, é porque eu acho que ele não ia caber dentro do meu cu.” Ele riu, dizendo: “O meu namorado na faculdade falou a mesma coisa, mas depois ele viu que eu era um cara delicado e jeitoso, que cuidava do rabo dele como se fosse o meu. Fica sossegado. Voce vai ver, eu prometo.” E riu o sorriso de molequinho dele. Pegou o óleo que ele tinha usado na massagem e lambuzou o meu pau e a bundinha dele. Virou de costas para mim, de lado no chão e aproximou a bunda. Foi chegando para trás, fixando o meu corpo com a mão virada para trás na minha bunda. Foi se enfiando no meu pau. Quando eu estava todo dentro dele ele empinou o rabo e disse para eu fazer vai e vem e procurasse gozar. Demorou um tempão e ele não reclamou uma só vez. Eu peguei o pau dele e usando um pouco do óleo fiquei punhetando o carinha. Ele urrava, eu urrava, nós urrávamos de puro prazer. Até que eu gozei, saia tanta porra do meu pau que parecia que eu estava mijando dentro dele. Ele gozou também, melando o cobertor, o tapete, tudo. Aí ele tirou a bunda do meu pau e se virou dizendo: “Agora é a minha vez. Fica calmo, relaxa o buraquinho que eu vou alargar ele com os dedos, no começo vai doer um pouco, mas depois acostuma, confia em mim”. E passou da teoria ao ato. Enfiou um dedo, fez um pouco de vai e vem e depois enfiou outro dedo. Aí doeu um pouco e eu dei um gemido. Ele me beijou a orelha metendo a língua nela, o que me arrepiou todinho. Ele ficou enfiando e tirando até que eu acostumei como ele tinha dito. Então ele enfiou um terceiro dedo. Aí doeu pra caramba. Ele ficou fazendo volta, alargando o meu buraco. Numa hora ele tirou os dedos e encostou a ponta do cacete na entradinha. Eu estava assustadíssimo, mas com um tesão doido. Queria o meu machinho dentro de mim. Ele disse então: “Faz força pra fora, como se voce fosse cagar.” Fiz o que ele mandou e ele enfiou a cabeça. A largura do cacete dele fez a borda do meu cu arder. Ele perguntou com o maior carinho: “Está confortável?” Eu nem respondi, acho que não respondi. Ele então foi enfiando. Doía, doía muito, mas eu agüentei calado, principalmente porque eu podia sentir o corpo dele grudado no meu, a língua dele lambendo a minha nuca, o bafo dele esquentando o meu pescoço. Ele falou numa hora: “Estou todo dentro de voce, Tom. Não disse que era possível?” Eu só pedi: “Rico, goza logo.” Ele, sem tirar o pau da minha bunda me pos de quatro e começou a fazer o vai e vem, cada vez mais rápido, enfiando cada vez mais fundo. Ele não me punhetou mesmo porque o meu pau estava molinho, apesar do tesão que eu sentia. Mas ele ficou agarrando os meus culhões. Até que ele, com um berro animal (era o Rico adulto naquela hora), gozou. Eu sentia o leite dele enchendo o meu cu. Quente, numa quantidade inacreditável. Quando acabou ele, sem tirar ainda o pau, me fez esticar o corpo no chão e ficou deitado sobre mim, ofegando. Então desandou a dizer as coisas mais lindas do mundo no meu ouvido. Parecia que o puto era poeta. Eu arrepiava e a verdade era que o meu pau começou a crescer e ficou duro, ele ainda com o dele, duro igual, enfiado no meu rabo. Ai não doía mais nada. Aí ele tirou, rodou no chão ficando de barriga pra cima. Pediu para que eu aproximasse o pau da boca dele. Chupou um pouco e disse: “Quero que voce esporre em cima de mim, no meu peito, na minha cara, em todo o lugar. Quando estiver começando a gozar tira o seu pau da minha boca.” Eu fiz e melei ele todo. Ele apertava a minha bunda. Aí ficamos deitados lado a lado por um tempinho e fomos tomar banho.
Fizemos um monte de coisas nas semanas seguintes. Curtimos os nossos corpos de maneiras que eu nunca imaginei que fossem possíveis. E conversamos muito. Resolvemos que tínhamos que nos comprometer. Achamos um pastor que realizou nosso ‘casamento’. Eu estava de smoking preto e de sapato normal, ele estava de smoking branco e de tênis da mesma cor.
Mas nada dura para sempre. 20 anos de diferença de idade pesam. E o pai do Rico acabou descobrindo onde estava o moleque e numa tarde ele veio, ficou horrorizado quando soube que ele tinha ‘casado’ com um homem, e levou ele embora.
Tudo bem, nunca lamentei o que tinha feito. Acho que o Rico também não. Mas me dei conta que se eu tinha ‘salvado’ ele no posto de gasolina no meio da noite, na verdade eu é que tinha sido ‘salvo’ por ele, porque ele resgatou a minha vida.
Terminei o conto onde eu contava a minha história com o Rico, aquele garoto gay que eu havia encontrado no posto de gasolina e trazido ele para casa onde acabou ele me mostrando um lado da minha vida que eu desconhecia. Várias amigos reclamaram, todos dizendo que tinham achado a história bonita, mas quase todos dizendo que ela acabava mal com o moleque indo embora buscado pelo pai. Então aí vai a continuação.
O moleque tinha se largado, mas eu agora sabia muito bem o que eu era e do que eu gostava. Estava pronto para recomeçar, melhor dizendo, começar a minha verdadeira vida sexual. Sentia falta do moleque, sem dúvida, mas o carinho que eu tinha por ele me consolava, sabendo que ele estava novamente com a sua família. Para o meu lado a coisa não foi fácil. Tinha quarenta anos e nunca tinha transado gay, portanto não sabia onde procurar parceiro, não sabia distinguir quem era ou quem não era, quem olhava para mim ou quem respondia aos meus olhares. Não sabia onde encontrar caras dispostos a transar. Tudo bem que eu sabia que tinha boate gay, sabia que tinha travesti na rua e sabia que tinha garoto que transava por dinheiro. Nas primeiras eu não tinha coragem de ir, com medo que desse alguma merda e eu fosse ‘descoberto’, me fodendo por inteiro na minha vida profissional. Pegar travesti também eu não tinha coragem, mesmo porque eu não conseguia ter tesão olhando para uns caras esquisitos, que eram mulheres e homens ao mesmo tempo. Quanto a garoto de programa, apesar de eu ver os anúncios nos jornais, eu tinha medo. Vivia lendo sobre histórias de violência, de assassinatos e coisas que tais.
Na verdade o que complicava tudo era que eu queria mesmo era ter o Rico de volta. A gente tinha casado numa cerimônia linda. Ele tinha feito eu descobrir o sexo e, acima de tudo, tinha feito eu experimentar o amor. O amor verdadeiro mesmo, coisa que eu também não conhecia. Mas tudo bem, eu estava conformado de que nunca mais iria vê-lo. De qualquer forma dei algumas trepadinhas. Uma vez num hotel o cara que levou as minhas malas para o quarto topou transar. Na aparência até que era bonitinho, com um corpo legal, mas achei a foda uma merda. Não tinha carinho, não tinha envolvimento. E o cara era bruto. Imagina que ele tinha um pau muito menor do que o do Rico, mas me machucou pra caramba quando meteu em mim. Chupou legal, é verdade, mas na hora de dar dizia que era a minha putinha, que eu enfiasse tudo, que eu era o machão dele. Quando me comeu me chamou de putinha também. Ora, o que eu conhecia não era nada disso. Eu nunca fui nem a putinha nem o machão do Rico, nem ele o meu. Quando a gente transava era com um puta respeito, éramos homens transando e gostando de transar como homens. O Rico nunca foi a minha mulherzinha nem pediu que eu fosse a dele. Teve um office boy do escritório que também transou comigo. Fez tudo direitinho, chupou legal, me punhetou e me deu o rabinho. Foi até gostoso, mas depois eu saquei que o viadinho queria tirar vantagem o que resultou que eu mandasse o cara embora. Fui numa sauna. Achei uma merda: a foda, o calor, o cubículo para transar. Rolava ali uma promiscuidade muito nojenta. Apesar de tudo transei com dois caras. Fiquei aliviado, mas com a cabeça muito ruim. Teve outros. Teve inclusive um garoto de programa. Aí deu merda porque o cara era só ativo (coitado, nunca podia imaginar que eu era um babaca) e ficou puto quando eu quis comer ele. Ameaçou de porrada e acabou indo embora, levando o dinheirinho dele. Se ele não tivesse me chupado antes teria sido uma frustração total. Não foi ruim de todo porque ele me telefonou no outro dia dizendo que tinha ficado puto, mas não estava mais e me explicou a diferença entre os michés ativos e os passivos, o que não adiantou nada porque nunca mais procurei miché. Na rua ou por telefone. E assim se passaram 4 anos. O Rico nunca mais apareceu, nunca deu um telefonema. Ele sabia meu endereço na internet, mas nunca me mandou um mail sequer.
Um dia estava em casa, curtindo a minha tristeza quando tocaram a campainha. Olhei pela janela e vi um cara barbudo, de cabelo grande, forte pra cacete, vestido de calça e camisa com a manga enrolada. Perguntei dali mesmo o que ele queria e ele só disse uma frase: “É o Rico do Tom.” Me desabalei pela escada, quase me embuceto no chão. Abri a porta e fiz ele entrar. Ficamos ali parados, olhando um para o outro, sem coragem para nos tocar. Nem aperto de mão teve. Convidei ele para irmos até a copa para tomarmos um refrigerante (ou cerveja, ou uísque, ou vinho ou qualquer merda que ele quisesse). Sentamos. Eu não tinha coragem de falar nada. Ele riu um sorriso amarelo e disse: “Tom, voce não mudou nada, está igualzinho como voce era.” Eu retruquei, tentando rir também: “Voce mudou muito, está um homão, forte e barbudo.” E ele: “Fiquei escroto?” E eu, mentindo descaradamente: “Não, escroto não, só diferente.” Ele, com uma cara triste falou: “Esse é o modelo que eles escolheram para mim.” Eu não estava entendendo nada, mas vi tristeza na cara dele. Aí eu falei: “Rico, me explica tudo. Quem são “eles” e que papo é esse de modelo”. E ele: “Vou te contar tudo, mas antes queria tomar um banho, pode ser?” Eu respondi: “Claro, Rico, vai tomar o banho. No seu quarto ainda estão as suas roupas. Aliás, o seu quarto está absolutamente igual a quando voce deixou. Está tudo lá, as suas roupas, os seus objetos, tudo. Até o caderno que voce estava escrevendo quando o seu pai chegou para te buscar está lá, aberto na mesma página. Ninguém entra naquele quarto. Eu mesmo limpo, tendo o cuidado de não tirar nada do lugar, não modificar nada. Aquilo é a única coisa de voce que restou para mim.” Ele se levantou e se largou fungando. Ele estava chorando, o Rico quando chora funga porque o nariz dele escorre, sempre foi assim. Ainda gritei para ele: “Escolhe uma roupa larga porque o seu corpo aumentou.” Ele demorou pra caralho. Ouvi o chuveiro e depois não ouvi mais nada. Depois de uma eternidade, volta o Rico. Sem barba (a cara toda arranhada) e com o cabelo cortado curto (um verdadeiro ninho de rato). Eu quase desmaiei. Estava ali de novo o meu Rico, mais forte, muito mais forte, mas era ele, como eu tinha conhecido. Ele sorriu: “Está melhor assim?” Uma coisa que não tinha mudado: o sorriso de menino que continuava o mesmo. Olhei para o relógio. Eram oito e meia. Falei para ele: “Moleque, são oito e meia e eu não tenho comida em casa. Vamos sair para jantar? Voce aí vai contando tudo.” Ele concordou. Meti uma roupa rapidinho e saímos. Na porta ele me parou e me olhando no olho perguntou: “Voce está feliz?” Eu respondi na lata: “Não. Sem voce é impossível ser feliz.” Ele não disse nada. Fomos num restaurante italiano bem pertinho aqui de casa. Outra coisa que não tinha mudado: o Rico continuava a comer com um apetite formidável. Fizemos os pedidos e ele, sem eu falar nada, começou: “Eles quer dizer o meu pai e os caras daquela igreja diabólica. Modelo significa o que eles fizeram comigo. Olha Tom, eu te devo uma explicação.” Eu retruquei: "Voce não precisa explicar nada. Só voce estar aqui é um prêmio que Deus me deu.” E ele: “Preciso sim. Nós estávamos casados, éramos felizes, eu sabia que voce me amava e voce me fazia feliz. Mas tinha um negócio que me incomodava muito. Eu estudava numa faculdade paga por voce. Eu não trabalhava e voce me sustentava. Tudo bem que a gente era casado e voce tem dinheiro, mas eu não me conformava de viver às suas custas. Eu era a ‘esposa’. Cuidava da casa, procurava não aborrecer voce, sempre te recebia com um sorriso, mas eu não nasci para ‘esposa’. Assim quando o meu pai veio me buscar eu resolvi ir com ele. Sabia o que me esperava, mas ia encarar, por voce. Era assim que eu pensava naquela época. Só que tinham duas coisas que eu só fui saber mais tarde. Primeiro eu não sabia do que os caras eram capazes. Segundo que eu te amava também.” Eu interrompi: “Voce me amava?” Ele na mesma hora (deu uma fungadinha e cerrou os dentes porque chorar no restaurante era mico): “E amo. Acho que ainda mais do que antes.” Eu voei. Fui até Saturno, visitei todas as luas e voltei. Só disse: “Continua.” E ele continuou: “O meu pai, melhor dizendo, o pastor porque isso ele é, mas pai nunca, não escondeu o jogo. Disse que eu ia para casa e que Deus ia me ‘curar’ porque quem estava pedindo era minha mãe. Aí, Tom, voce não sabe do que Deus é capaz, pelo menos o Deus do pastor. Explicou que eu ia estudar para pastor, que eu ia deixar de ter aquele corpo de menino viciado, que eu não ia poder sair sozinho, aliás, que eu não ia ter um só minuto sozinho. Falou e cumpriu. Me meteu na escola paroquial, me meteu na academia onde eu tinha que fazer as séries que eles escolhiam para eu ficar musculoso. Sempre com um cara da igreja no meu pé. Dia e noite. Quando eu ia dormir, ficava um cara do lado de fora do meu quarto. Teve um, o que mais rezava na igreja, que um dia entrou no meu quarto enquanto eu dormia. Acordei com ele passando a mão na minha bunda. Tom, voce sabe que eu sou do bem, nunca fui violento, mas naquela noite eu dei muita porrada. Eu já estava forte como estou agora, peguei o cara pelo pescoço, derrubei ele no chão e sentei o cacete. Muito, muito, tendo cuidado de não marcar a cara dele. Apertei o pescoço dele e fiz ele vomitar. Dei chute nos culhões dele. O cara sussurrava, pedindo pelo amor de Deus que eu parasse. Eu só chamava ele de escroto e filho da puta e disse que se ele não sumisse da cidade, só ia pensar em fazer maldade com ele. Claro que ele sumiu, contou uma mentira, pediu demissão da igreja e sumiu. E a coisa foi seguindo por aí. Não podia comer sozinho, não podia ir a restaurante, não podia ir a um cinema (aliás o único da cidade), não podia ver televisão. Não podia nem ficar na janela. Há quatro anos que é assim. Fui aprendendo a ser pastor. Sei essa Bíblia de cor e salteado.” Eu aí interrompi: “Queria saber de duas coisas, Rico.” E ele: “Pergunta, uma eu acho que sei o que é.” Eu perguntei: “E a sua mãe?” Ele: “É uma coitada. Tão coitada que nunca sacou direito o que o pastor estava fazendo comigo. Na cabeça dela se o pastor fazia era porque era o certo, era o que era o melhor para mim. Dela eu não tenho raiva, tenho pena. A outra coisa o que é?” E eu: “E o sexo?” Ele riu e brincou: “O que é isso? Falando sério. O sexo claro que não existia. Era só punheta. Preciso explicar uma coisa. Fazia parte do plano deles me cansar. De modo que a academia era a ultima coisa que eu fazia todos os dias. E as séries eram puxadas, para me deixar morto de cansado. Quando acabava eu tomava banho na academia, sozinho no banheiro, mas com um cara tomando conta da porta. Eu chegava em casa e tinha um prato feito que eu tinha de comer com o pastor olhando. Depois ia pro quarto. Geralmente o meu cansaço era tanto que eu caía praticamente desmaiado na cama. Mas tinha dia em que o meu corpo queria tanto gozar que eu batia punheta. O negócio era que eu não podia esporrar nem no lençol, nem no chão, nem em mim. No lençol ou no chão não dava porque mesmo que eu limpasse os caras iam sentir o cheiro. Aqueles caras sabem de tudo. A casa tem um banheiro só no corredor, então se eu esporrasse em mim eles iam me ver saindo do quarto para me lavar e o cara que dormia do lado de fora ia sacar no ato. Então eu esporrava na mão e bebia a minha porra. Era uma dificuldade porque eu esporro muito, como voce sabe, e a mão enchia num instante. Então eu aprendi apertar a cabeça do pau para a porra não sair. Bebia o que estava na minha mão e depois largava e enchia a mão de novo e bebia. Depois lambia a mão até limpar ela toda. Mas vou te contar uma coisa que eu quero, quero muito, que voce saiba. Apesar dessas dificuldades todas, eu batia sempre duas punhetas. Numa eu imaginava estar segurando o seu pau, na outra eu imaginava que era voce que estava batendo em mim. Nessa segunda eu enfiava o dedo no cu, imaginando que era voce. Mas tinha que tirar rapidinho quando vinha o gozo, porque tinha que aparar a porra na mão. Fazia ainda algumas sacanagens, tipo ficar mexendo no biquinho dos meus peitos, lamber o sovaco. Isso eu fazia chorando porque era uma coisa que voce fazia em mim. Fiz outras, tipo enterrar o dedo no cu para ver se eu gozava pelo cu. Quando eu apertava a minha próstata até saia porra, mas não era gozo. Esse era todo o meu sexo, durante quatro anos esse foi o meu sexo. Durante esse tempo todo, além das idas normais na igreja (quase todos os dias), tinha sessão de descarrego ou exorcismo quando os caras tentavam tirar Satanás de mim. Olha, vou te dizer uma coisa: nunca senti nada, salvo vontade de rir, porque eu achava que ou Satanás não existia (que é o que eu acho mesmo) ou ele estava tão feliz dentro de mim que não ia sair nem a pau, por mais que aqueles caras berrassem. Chegaram até trazer um pastor de fora que eles achavam mais forte para fazer a porra. Mas nunca rolou nada.” O Rico falava essas coisas na maior frieza, com um fatalismo inacreditável, era assim o jeito dele desde que ele me contou as coisas dele pela primeira vez. Claro que eu estava doido para dar uma chorada, de pena, de amor e de raiva. Mas me segurei razoavelmente legal. Aí o Rico terminou: “Voce deve estar querendo saber por que eu estou aqui e como eu estou aqui. Hoje deveria ser o dia em que eu ia pregar pela primeira vez. Estava tudo pronto. Mas tem umas duas semanas que eu venho pensando num troço. Quando eu começasse a pregar as pessoas iam acreditar no que eu estava dizendo. Aqueles pobres coitados que freqüentam a igreja são assim, acreditam piamente no que o pregador diz. Acontece que eu não acredito em nada daquilo, até porque eu sei como aqueles caras são de verdade. O amor que Jesus falava nunca passou por ali, nem por perto. Então eu decidi que não ia. Não ia mesmo enganar as pessoas. Então resolvi fugir. Pensei tudo direitinho. Escolhi uma hora em que o cara que estava tomando conta de mim fosse um cara mais fraco do que eu. Então ontem à noite eu pedi que ele entrasse no meu quarto e o babaca entrou. Dei uma porrada na cabeça dele e ele desmaiou. Amarrei ele todo com os lençóis e meti uma meia na boca dele. E sai pela janela. O meu quarto é no segundo andar da casa, mas eu consegui cair no chão sem fazer barulho e sem me machucar. Dinheiro eu tinha e voce nem vai imaginar como. Quando o pastor veio me buscar, eu não sei se voce se lembra, voce tinha me dado uma grana para eu comprar o meu presente de aniversário. Eu sabia que tinha de ter grana caso eu precisasse e sabia que aqueles caras não iam me deixar com dinheiro. Então, enquanto o pastor esperava eu mudar de roupa, fiz um rolinho com a grana e enfiei no cu, usando o creme que a gente usava. Foi difícil porque o creme que facilitava a entrada ajudava o meu cu expulsar o troço, mas depois de algumas tentativas eu consegui. Quando eu cheguei lá, fui no banheiro e tirei. Escondi a porra. As notas ficaram um pouco manchadas e com um cheirinho de merda que depois de quatro anos passou. Fiquei escondido perto da rodoviária até sair o primeiro ônibus e vim.” Eu interrompi: “Rico, voce veio e já vai. Aposto que amanhã de manhã o seu pai vai estar na porta da minha casa para te pegar.” Ele riu: “E vai se foder e vai tomar o maior susto da vida dele. Mas antes eu tenho que te perguntar uma coisa. Eu queria, queria muito, voltar a viver com voce, reatar o nosso casamento. Precisava saber se voce topa. A parte de grana não tem problema porque ainda tenho um dinheirinho e depois vou procurar emprego. No curso de pastor a gente estuda contabilidade, então eu sou técnico de contabilidade formado, com diploma e tudo. Aliás ontem, quando eu ia pulando pela janela, vi que tinha esquecido o diploma, voltei e peguei e deixei agora lá na sua casa. Então eu acho que consigo alguma coisa.” Eu interrompi: “Já está conseguido, mas voce vai voltar a estudar também, isso se a porra do seu pai deixar. Quanto a viver comigo eu topo, mais do que isso, te imploro.” Ele continuou: “Quando cheguei em São Paulo tomei as minhas providências. Antes de ir procurar voce fui na delegacia do bairro e dei queixa. Aliás não dei assim de cara. Fui primeiro falar com o delegado. Eu sou gay há muito tempo então saco as coisas, ou pelo menos desconfio. Foi o que aconteceu, comecei a paquerar o delegado enquanto falava com ele, olhava fundo no olho dele. O cara ficou todo meladinho. Posso estar enganado e sacaneando o cara que foi muito legal comigo. Contei tudo para ele, os troços dos caras me trancarem em casa, contei tudinho e falei do meu medo deles voltarem para me pegar. O cara ficou puto, falou que aquilo que os caras tinham feito era uma sacanagem medieval e explicou que agora eu era maior e o pastor era meu pai, mas não tinha mais o pátrio poder e isso ia ser crime de seqüestro. Que eu não devia dar queixa porque ia ficar escrito que eu era gay e podia atrapalhar, esse negócio de preconceito e tudo o mais, mas que se os caras, isto é, se o pastor chegasse e viesse com papo furado, eu chamasse que ele ia ter uma conversinha com o pastor e me garantia que ele ia se largar com o rabo entre as pernas. Só uma coisinha. Eu não falei nada sobre nós, disse apenas que tinha trabalhado na sua firma e que ia pedir para passar a noite na sua casa até amanhã. O delegado falou que nem queria saber dessa porra, estava cagando, e foi tão legal que pegou um celular que ele tinha apreendido e me deu, com o telefone dele registrado, assim é só apertar uma tecla que o telefone liga para ele e eu nem preciso falar nada. Ainda mandou carregar o celular para não dar zebra. Então é isso, Tom, seu Jerry voltou e espero que para sempre.” Eu estava tonto. Não sabia o que falar. Só consegui, a muito custo dizer: “Rico, vamos para nossa casa.” Pedi a conta e fomos.
Assim que entramos o Rico falou: “Tom, temos que apagar esses quatro anos. Fazer como se eles nunca tivessem existido. Então tive uma idéia. É um troço meio maluco, mas se voce pudesse topar me deixaria feliz.” Eu, mal podendo falar direito, mandei: “Qualquer coisa que voce pedir, qualquer coisa.” E ele: “Voce ainda tem o smoking e os sapatos que voce usou no nosso casamento?” Eu respondi: “Tenho sim. E o seu está passadinho e limpo no seu armário, o tênis está meio sujinho porque voce usou depois, mas também está no seu armário. O seu paletó vai ficar apertado por causa do corpão que voce tem agora.” Ele continuou: “O cobertor que a gente usou na primeira vez que a gente transou ainda existe?” Eu mandei: “Existe sim, Rico. Nada que tocou no seu corpo eu me desfiz, porque vivia imaginando que guardava o seu cheiro.” E ele: “E o desodorante que eu usava?” Eu respondi: “Está no seu banheiro, como sempre esteve.” E ele, rindo: “Cara, tomei banho e não passei desodorante porque estava preocupado em cortar a barba e o cabelo. Teu marido é um sujinho.” E emendou direto: “A minha idéia é a seguinte: Pega o cobertor e põe em cima do tapete da sala, exatamente no mesmo lugar. Pega também o vinho, se puder ser da mesma marca melhor ainda. Então vamos para os nossos quartos. Eu tomo banho e voce toma banho. Eu me visto com a minha roupa do casamento e voce se veste com a sua. A gente mete uma musica legal. Então voce sai do seu quarto e vai me pegar no meu e a gente desce a escada de mãos dadas, na maior cerimônia. Chegando na sala a gente fica de frente um para o outro e jura um pro outro que a gente está casado para sempre. Topa? É meio maluco, reconheço, mas eu pensei nisso quatro anos.” Eu respondi: “Eu não pensei, e me arrependo de não ter pensado, mas não é maluco, é a porra mais bonita que eu já ouvi.” Peguei o cobertor e o vinho. Não era da mesma marca, mas nem tudo na vida é perfeito. Pus tudo lá na mesinha da sala. E fizemos tudo como o Rico queria. Na hora do juramento ele fungou e eu me desfiz em lágrimas.
Chorando pra caralho abracei o Rico. O toque dele não era o mesmo, ele agora tinha músculo por todo o lado, mas isso me deu mais tesão. Nos abraçamos e nos beijamos, um beijo maravilhoso, profundo, saciando a fome que a gente tinha um pelo outro. Aí ele tirou o meu paletó e eu o dele (rasgou debaixo do braço na hora em que ele foi vestir), depois as gravatinhas, depois as camisas, depois as calças. Ficamos de cueca. Eu aí vi que o Rico estava musculoso, mas continuava o mesmo carinha sem pelos. Ou melhor, tinha um pouquinho, muito pouco mesmo, no meio dos peitos, uns pelinhos descendo do umbigo e três fios em cada mamilo. Eu comia ele com os olhos. Nos beijamos de novo. Eu estava de pau duro e ele também, podíamos sentir. Ele esticou o cobertor no chão, abriu o vinho e ia se deitando de cueca ainda. Eu mandei que ele tirasse a cueca ainda em pé. Ele riu e atendeu. E eu vi os culhões dele. Meu Deus! Eu tinha sonhado com eles durante quatro anos. Uma coisa interessante que eu saquei na hora: o pau dele continuava grande como sempre foi, mas era liso, não tinha veia, parecia o pau de adolescente que eu tinha conhecido, com a pele na frente, de onde escorria aquela aguinha. Cheguei perto, levantei o braço dele e lambi o sovaco, respirando fundo, sentindo o cheiro do desodorante. Ele suspirou fundo e disse: “Voce lembrou!” Aí deitei ele no chão e me abaixei também. Comecei a massagear ele. Na verdade pedi que ele se virasse e fiquei apertando a bundinha dele. Continuava aquela bundinha pequena e empinadinha e absolutamente lisa, sem pelo. Dei um beijo em cada nádega. Ele suspirou. Virei ele. A pica do Rico apontava para o céu. Caí de boca direto. Chupei o quanto pude. O Rico urrava, me apertava, gritava, e me chamava de meu amor. Virava os olhos para o alto. Eu chupava e lambia sem parar. O pau dele quando não estava na minha boca expelia tanta pré porra que parecia que ele estava gozando. Chupei os ovos, o saco, levantei as pernas dele e lambi aquele pedacinho entre o fim do saco e o começo da bunda. Ele gemia de prazer. Coloquei o pau dele na boca novamente (o que cabia daquele fantástico pausão) e comecei um vai e vem furioso. Numa hora o Rico deu um berro e gozou. Litros de porra saiam sem parar, engoli o que eu pude, mas escorria pelos cantos da boca. Ele demorou uma eternidade gozando. Quando se acalmou voou na minha pica. Começou delicado, lambendo a cabeça, mordiscando a pele da frente (ele sabia, e não tinha esquecido, que isso me deixava doidão). Depois pôs ele todo na boca, inteiro, de uma vez só, até a garganta, como só ele sabia fazer. Lambeu, como eu tinha feito, o meu saco e os meus ovos, mas em seguida fez diferente: levantou e abriu as minhas pernas o mais que pode e caiu de língua no meu cu. Lambeu em volta, enfiou a pontinha, fez até uma espécie de vai e vem, enquanto isso me punhetava. Numa hora abrigou a minha pica na boca e fez o vai e vem. Num instante eu gozei. Ele bebeu o meu leite, mas a minha esporrada tinha sido grande também e escorreu pelo queixo dele. Quando eu acabei nos beijamos. Ele aí fez um troço lindo. Pegou a porra que sujava os nossos queixos e com o dedo passou na borda dos nossos copos de vinho. Pegou o dele e me entregou o meu. Me olhou nos olhos e disse: “Bebe, que esse é o vinho da nossa aliança, exatamente como Deus disse a Noé.” Bebemos. Desandei a chorar de novo e ele a fungar direto. Aí, sem perguntar nada me virou de costas, lubrificou a pica dele, o meu cuzinho e meteu ela na porta, forçando a entrada. Quatro anos sem aquela pica desacostuma o cu. Ele sacou e foi muito delicado, como, aliás, ele sempre foi. Desistiu da pica e enfiou o dedo, primeiro um, depois dois, depois três. Num instante eu relaxei. Ele aí apontou a ‘arma’ e foi enfiando. Não doeu muito, ao contrário, deu prazer. Quando ele enfiou tudo eu sentia o corpo dele contra o meu, os pentelhos esfregando, os bagos batendo na minha bunda. Eu estava louco. Ele sacou que eu continuava de pau duro e levantou o meu corpo de modo a que pudesse segurar na minha pica. Fez um vai e vem desesperado. Demorou a gozar, mas quando o troço veio ele deu aquele berro dele. Era berro de animal, era alto, grosso, saía de dentro dele, da alma dele. Ele naquele momento era o macho. Derramou litros de porra quente dentro de mim. Até que afrouxou o corpo, ainda de pau duro, ainda com ele dentro de mim. Ficou ali parado ofegando, me abraçando e respirando forte no meu pescoço. Numa hora virou se disse: “Vem, Tom, agora é voce.” Levantou as pernas na posição de frango assado dizendo: “Faz assim porque quero ver a sua cara o tempo todo e beijar voce quando voce gozar.” Me lubrifiquei, assim como o cuzinho dele e pus pica na porta. Ele adiantou o corpo e o meu pau entrou direto. Ele deu um suspiro fundo, quase um “ai”. Eu comecei um vai e vem, não desesperado como o dele, ao contrário, bem devagar. Mantive o ritmo e demorei a gozar. Quando o gozo veio nem vou descrever. Foi o troço mais lindo do mundo. Pode ser que eu esteja errado, mas nunca tinha sentido o gozo como eu estava sentindo naquele momento. Esporrei litros também. Ele, com esforço, levantou o corpo e me beijou. Ficamos assim um tempão, só brincando de língua na boca. De repente ele levantou o corpo e se pôs na posição de 69. Nos lambemos e nos chupamos horas até gozarmos, o que fizemos juntos. Quando acabamos ficamos deitados lado a lado, de mãos dadas. Nessa hora o Rico costumava ficar dizendo coisas lindas para mim. Mas naquela noite foi diferente. Ele se levantou, foi no paletó dele que estava no chão, tirou um papel dobrado e me entregou. Abri. Tinha o desenho (mal feito) de um bonequinho acenando com o braço esticado. Embaixo tinha escrito: “Ao papai. Do Tom Junior.”
Agora me digam. Eu posso deixar de amar esse cara até o fim dos meus dias?
FIM