Conto
O menino feio
Eu acho que todo o mundo já passou por isso. Tem fases na vida que parece que o sexo é a coisa mais difícil que existe. Ninguém olha pra gente. O namoro de quase dois anos foi pro cacete porque o companheiro conheceu um moleque de catorze anos, com um pau enorme e uma bunda divina e não pensou duas vezes: mandou voce a merda (no dia do seu aniversário). O seu tesão parece que aumenta. Voce começa a ficar desesperado. Não consegue estudar. Todos os colegas que estão em volta de voce são heteros de carteirinha, todos de namorada em punho. Aí voce começa a apelar. Primeiro a punheta, batida na hora de acordar, antes de estudar, no banheiro da escola, de tarde depois do almoço, antes de dormir, etc. etc. etc. Depois sai na noite. Que merda a tal da noite. Fica na rua até de madrugada e volta sozinho para casa. Vai para lugar de pegação e acaba pagando uma grana alta por um merda que não está interessado em foder: quer só meter ou dar (conforme o caso) rapidinho para pegar a grana e se largar. Nem no Maracanã, comespectadores não consegue sacar ninguém que se aproxime de voce, que dê pelo menos uma olhadinha. Vai na sauna e vê que a idade média é acima de trinta anos (assim mesmo porque estou contando com um garotinho de seis anos filho do cara do bar). Topa que um cara chupe o seu pau e acaba suando mais do que gozando. Enfim, voce acaba acreditando que foi macumba ou mau olhado que meteram em voce. Eu não sou escroto: tenho 18 anos, sou alto, fortinho, liso, louro de olho azul, tipo cabelão liso caído em cima do olho, um pau que se não é um monumento, vergonha não faz (17 cm). Mas estava nessa situação há mais de três meses, uma eternidade.
Tinha saído na balada (balada de um só), só para não ficar sozinho em casa, ver gente e tentar me distrair. Mas foi o de sempre. Duas da manhã, um bar de merda que eu não conhecia e eu sentado na frente de uma cerveja, obviamente quente. Numa mesa perto estava um cara mais ou menos da minha idade. Primeiro nem tinha olhado para ele. Depois, na falta do que fazer, dei uma olhadinha e vi um cara feio pra caramba. Magro como um esqueleto, moreninho de pele clara. Tinha espinha o puto (detesto espinha e luto feito um doido para não ter nenhuma). Cabelo castanho compridão. Estava tomando qualquer coisa cor de laranja. Ele olhou para mim. Eu olhei para ele. Num impulso fiz um sinal para ele vir sentar na minha mesa. Ele se levantou e veio trazendo o copo de bebida dele. Era alto como um varapau. Se sentado ele parecia magro, de pé parecia um retirante. Mas apesar de feio tinha um sorriso bonitinho. Sentou-se e de uma forma simpática foi logo dizendo: “Eu me chamo Ademar, e voce?” Eu respondi: “Leo.” E ele: “Voce é bonitinho pra caramba, sabia?” Eu não respondi porque não podia dizer o mesmo dele. Em lugar disso perguntei: “O que é que voce está bebendo?” Ele respondeu: “Vodka com laranja. É legal, quer provar?” Eu respondi: “Não, obrigado, vou continuar na cerveja, não gosto de misturar. Voce vem sempre aqui?” E ele: “Sempre não, mas venho bastante. E voce? É primeira vez? Não me lembro de ter visto voce, e a sua cara não é de se esquecer.” E eu: “Não conhecia não.” O Ademar riu e explicou: “A partir dessa hora começa a encher. Quem não se arranjou durante a noite vem para cá. É meio que o bar dos desesperados.” E deu uma risada alta. E fiquei quieto, até porque se tinha alguém desesperado ali era eu. O Ademar foi se levantando: “Segura aí que eu vou mijar.” E se dirigiu para a porta de saída do bar em vez de ir em direção ao banheiro que ficava nos fundos. Achei aquilo esquisito. Quando ele voltou eu não pude deixar de perguntar: “Foi mijar na rua?” Ele respondeu: “Para mijar, mijar mesmo, só na rua. No banheiro daqui a metade está cheirando e a outra metade esta chupando. Como eu não estava com vontade nem de uma coisa nem de outra, só mijar mesmo, fui na rua.” Eu aí perguntei: “Aqui rola pegação, nego pagando e coisa e tal?” Ele respondeu sério: “Rola, como em todo o lugar.” Aí me olhou sério: “Não estou sacando qual é a tua. Cara de bobo voce não tem. Não sei por que voce está se fazendo de bobo, mandando pergunta besta.” Eu ri e mandei: “Falta de assunto mesmo. Desculpa, não estava querendo zoar com a sua cara. Desculpa mesmo.” E ele: “Tudo bem. Mas qual é a tua?” E eu: “Solidão.” E ele: “Solidão como? Ta sem namorado?” Deu uma pausinha e continuou: “Claro que está sem namorado. Se tivesse não estava aqui.” Eu, sem nenhuma vontade de fazer confidência, mandei: “E voce? Teve ou tem namorado?” E ele, dando uma risadinha meio sofrida: “Nunca tive. Não sei o que é isso.” Aí parou, olhou para a porta de entrada e mandou: “Hii. O lorde chegou.” E eu: “Quem é lorde, porra? Quem é que chegou?” E ele: “Olha só.” Eu olhei. Estava entrando um cara boa pinta pra cacete. Com uns 30 anos no máximo, mas parecendo menos. De terno, elegante pra caramba. Pinta desses caras do mercado cheio da grana. Devia ter estacionado um BMW lá fora. O cara não olhou pros lados, foi direto no bar onde se sentou. Pediu uma porra qualquer e ficou lá. Eu falei para o Ademar: “O cara tem pinta de lorde mesmo. Ele é chegado ou é simpatizante?” O carinha riu: “Gosta de ir no banheiro com dois caras, sempre com dois caras. Lá ele nem tira o paletó. Arreia as calças e fica chupando o pau de um enquanto o outro mete na bunda dele. O da bunda ele mete camisinha, o que ele chupa não e o cara goza na boca dele e ele engole a porra toda. Ele goza na punheta. Quando acaba abre um papelote e dá uma cheirada e se larga, sem falar com ninguém.” Eu perguntei: “E como voce sabe disso tudo?” Ele respondeu: “Porque eu já meti na bunda dele.” Eu, dando de criança que gosta de falar sacanagem, mandei: “Conta aí como foi.” E ele não fez cu doce e contou: “Eu estava aqui de bobeira. Aí ele chegou e foi no bar, como ele está fazendo agora. Aí o Miguel, um amigão meu, sentou-se do lado dele. Falaram um pouco e o Miguel veio até mim e perguntou se eu topava meter na bunda do cara, porque ele tinha dito pro cara que eu tinha pau grande...” Eu interrompi: “E voce tem pau grande?” E o Ademar riu e disse: “Vinte e dois cm.” E eu: “Porra! Puta pausão! Mas continua.” “Aí fomos pro banheiro. O cara é o maior cara de pau, não vai nem pra dentro das cabines, dá ali perto dos mijadores mesmo, com todo o mundo vendo. O Miguel nem tirou as calças, abriu a braguilha, tirou a pica pra fora, deu uma punhetada pro pau começar a endurecer e logo o cara caiu de boca. Aí curvado mesmo, levantou a parte de trás do paletó, arriou a calça com a cueca, me deu a camisinha e o tubo de lubrificante. O meu pau estava meio relutante na frente de tanta gente, mas eu punhetando ele com o lubrificante ele já ficou em condição de eu apertando na base enfiar a cabeça no cu do cara. Depois que entrou ele endureceu todo. Aí eu fiz o vai e vem até gozar. O cara gozou punhetanto e esporrando no chão. O Miguel que custa a gozar pra caramba, custou de novo e foi o último a acabar. O cara tem prática na coisa porque bebeu a porra do Miguel todinha, sem deixar cair uma gota. Depois que o Miguel gozou e eu tirei o pau do cu dele o cara levantou o corpo e a calça. E foi assim.” Eu aí perguntei: “Mas foi assim de graça?” Ele respondeu: “Não foi de graça não. Ele paga ou em grama de pó ou no equivalente em dinheiro. Eu e o Miguel preferimos o dinheiro. Pro Miguel foi uma boa porque ajudou no pagamento do aluguel do quarto dele que estava atrasado e eu porque não curto o branco. O preto eu curto, mas o branco não e a grana foi para uma poupança que eu tenho. Mas vê aí, eu não faço o troço por dinheiro normalmente, foi só naquela vez porque o Miguel me pediu.” O Ademar contou o troço com indiferença, como um acontecimento qualquer. Eu fiquei parado olhando para a cara dele. Acho que ele pensou que eu tinha achado o troço meio escroto, tanto que falou: “Voce achou o troço escroto e me achou escroto também, não é?” Eu falei a verdade: “Achei o troço meio escroto sim, mas não achei voce escroto. Como não estou achando. Foi um troço que pintou e pronto.” O bar estava enchendo de gente, os desesperados estavam chegando, bem como o Ademar tinha dito. O tal cara continuava sentado no bar. Num instante chegou um garotão nele. Falaram um pouco e o garotão se largou. Demorou um pouco e voltou, trazendo com ele um moleque. Mas moleque mesmo, que se não fosse por um cavanhaque no queixo eu não daria mais do que 16 anos. Baixinho, magrinho. O Ademar se adiantou: “Xiii. Ele hoje vai de Dinho.” Eu perguntei na maior curiosidade: “Quem é Dinho?” Ele respondeu: “É aquele moleque baixinho. Aliás, ele parece moleque, mas não é, tem vinte anos e um pau que dizem que é do tamanho do meu. Eu não sei porque nunca vi, mas nego fala que ele pelado parece um L.” Eu não saquei e perguntei: “Que merda de L é essa?” Ele respondeu rindo pra caralho: “A letra L. A parte vertical é o corpo dele e a horizontal é o pausão.” Eu ri também. Na mesma hora o cara, o garotão e o “garotinho” se dirigiram ao banheiro. O Ademar olhando no meu olho perguntou: “Voce quer ir no banheiro ver o cara foder? A gente vai fingindo que vai cheirar e como ele fode na frente de todo o mundo a gente vê.” Eu respondi no ato: “Que ver cara fodendo porra nenhuma. Não é a minha. Além do mais, na seca que eu estou, pode rolar de eu ficar com tesão e aí não vou dormir três dias, com punheta ou sem.” E comecei a rir. O Ademar olhou na minha cara e mandou: “Seca? Voce? Deixa de ser mentiroso. Um cara lindo como voce não fica na seca. Deve ter cara fazendo fila para ter uma chance com voce. Me diz um troço, se é que voce vai querer dizer. Voce é ativo ou passivo? Ou os dois?” Eu respondi rindo: “Sou predominantemente ativo, gosto de um cu que só vendo. Mas chupo e dei umas poucas vezes, mas não curti muito.” E o Ademar: “Voce não tem namorado?” Eu dei uma risadinha: “Eu namorei um cara quase dois anos. Há três meses ele se largou me trocando por um carinha de catorze anos com um rabinho lindo e um pau grandão, apesar da idade. O pior é que o tal carinha estava a fim era de mim, eu que não topei porque não queria por chifre no meu namorado.” E o Ademar completou: “E desde então voce tem fodido que nem um doido e veio aqui hoje para ver o lado ‘gay escroto’.” Eu aí olhei sério para ele: “Se voce acha essa porra escrota, por que voce vem aqui?” Ele respondeu na maior frieza: “Cara feio fica sozinho em qualquer lugar. E eu sou feio. Mas aqui eu me divirto, tenho uns amigos, curto os lances esquisitos que rolam. É isso.”
Eu não estava sabendo direito como lidar com o Ademar. Por um lado o cara era feio mesmo. Por outro era boa praça, simpático pra caramba, e eu estava gostando de ficar de papo com ele. Pelo menos era alguém como eu conversando comigo. Assim resolvi dar mais papo para ele. E perguntei: “O que é que voce faz. Aliás qual é a sua idade?” Ele responde: “Vou fazer 20 anos e sou assistente de contabilidade. De noite estudo fazendo cursinho para o vestibular de economia.” Eu ri e disse: “Eu faço economia. Estou no terceiro semestre. Moro com os meus pais e com o meu irmão mais moço. Ganho uma grana fazendo uma espécie de estagio num Banco de Investimentos e o resto eu completo com uma mesadinha merda que eu ainda recebo dos velhos.” E o Ademar, com um interesse genuíno: “Mas se voce mora com os seus pais, como é que voce fazia com o seu namorado?” Eu respondi: “Ele era comissário de bordo e viajava pra caramba, mas quando ele estava aqui eu dormia na casa dele, na boa.” Ele aí engrenou, tentando adivinhar: “E voce ainda tem um puta tesão no seu namorado. Assim não está a fim de transar com ninguém. Mas se sentiu sozinho e veio aqui hoje pensando em arranjar uma foda. Mas se danou porque conseguiu bater papo com um cara feio pra caramba.” Eu tive vontade de dizer e disse: “Olha, Ademar, voce realmente não é bonito, não é nenhum modelo, mas é muito simpático e legal. Estou curtindo de monte ficar conversando com voce.” E ele: “E foder comigo?” Mas disse isso em tom de gozação, rindo pra caramba. Eu entrei na dele e falei: “Foder, foder eu não quero, por enquanto. Mas queria ver o seu pausão, isso eu queria.” Ele respondeu no ato: “Mole é só a gente ir la fora mijar junto que voce vê. Duro é outro papo.” Eu mandei: “Voce perguntou e eu respondi na boa. Diz aí: voce é ativo ou passivo ou os dois?” Ele respondeu: “Eu sou igualzinho a voce. Gosto de um cu, mas chupo e faço todas as sacanagens e uma vez dei o cu mas não curti porque não senti nada além de uma dor incrível. Mas isso tem muito tempo.” E eu mandei: “Voce não fode há muito tempo?” Ele confirmou, olhando para o copo de bebida: “Tem muito tempo.” E eu mandei: “E o Miguel?” Ele respondeu, super sério: “O Miguel é um caso diferente. A gente é amigo pra caralho, como se a gente fosse irmão, do mesmo pai e da mesma mãe. Eu, na verdade, tenho tesão nele, mas ele não tem tesão em mim. Assim mesmo a gente se gosta pra caralho. Então combinamos que não ia rolar nenhuma sacanagem entre nós. Nem punheta junto a gente bate. Agora, porque quando a gente se conheceu batia. Mas explica uma coisa pra mim. Voce é bonitinho. Tudo bem que eu saquei que voce está ainda com dor de corno, mas foder voce pode escolher quem voce quiser.” Eu respondi: “Eu não sei. O que está acontecendo comigo eu não consigo sacar. Eu sempre fui um cara paquerado, sem problema. Mas desde que o Fernando me deixou ninguém olha para mim. Mas não olha mesmo. Olhar sério, com atenção, voce foi o primeiro em três meses. Por isso que eu convidei voce para vir na minha mesa. Tudo bem que eu tenho amigos, colegas de trabalho e de faculdade, mas os caras são todos heteros e fora um que é meu amigo desde menininho, não sabem que eu sou gay.” Ele aí falou: “Agora eu estou entendendo porque voce disse que estava aqui porque estava solitário. Olha, Leo, vou ser sincero. A gente é gay porque a gente é homem que gosta de homem, mas a gente tem os mesmos sentimentos do que todo o mundo. Então vou te dizer. Isso tudo que voce está falando é fantasia sua. Não tem essa de ninguém olhar pra voce. Ao contrário, voce é que não esta olhando para ninguém porque tem esperança de ter de volta o seu amorzinho e voce quer estar purinho e limpinho para quando ele voltar. É isso. Hoje mesmo, aqui onde a gente está, tem um monte de cara olhando para voce fazendo olho de apaixonado. Tudo bem que aqui nego está desesperado e olha até para estátua, mas estão olhando para voce sim e voce nem aí.” Aí calou a boca. Eu ia começar a responder mas o Ademar mandou: “Olha lá, os três fodedores estão saindo.” O cara metido saiu na frente e nem olhando para o lado foi direto para a saída. Os outros dois vinham atrás. O tal de Dinho de olhão arregalado o que me levou a crer que ele tinha recebido a parte dele em pó e já tinha gasto tudo lá no banheiro mesmo. Me virei para o Ademar e mandei: “Voce está dizendo merda mas eu sei que é com boa intenção. Tudo bem. Vou me largar que isso aqui está ficando uma merda. Eu queria bater mais papo com voce. Dá pra me dar o seu telefone?” Ele riu: “Falar comigo de novo? Um garotinho riquinho, bonitinho, cheio de coisa e tal querendo falar com um cara feio, suburbano e fodido. Cara se liga.” Eu falei sério, quase ríspido: “Cara, estou querendo ser seu amigo. É só isso. Me dá a merda do telefone.” Ele deu o numero do celular dele (naquele momento eu não tinha certeza se era o numero certo). Eu me larguei porque não estava agüentando mais a porra do bar que naquele momento estava cheio, com nego se beijando, dançando e se agarrando uns na frentes dos outros, quase uma suruba.
Fui pra casa e antes de dormir bati a punheta de sempre. Quando acabei fui pra cama e fiquei pensando numa porção de coisa esperando o sono chegar quando me vem a imagem do Ademar na cabeça. Aliás não era a imagem do Ademar. Eu estava imaginando o pau do cara. Me liguei que tinha esquecido de perguntar se era grosso ou fino. Acabei rindo. De qualquer maneira eu tinha achado o carinha um sujeito legal. No dia seguinte, no fim da tarde liguei para o celular dele. Ele atendeu eu disse quem eu era e ele riu: “O carinha bonitinho da noite de ontem e que quer conversar. Manda aí.” Eu perguntei: “Onde é o cursinho que voce faz?” Ele respondeu: “No centro da cidade, bem pertinho do meu trabalho.” Eu retruquei: “A que horas acaba?” E ele: “Às onze.” E eu: “Topa mandar uma pizza depois?” E ele: “Se for rapidinho tudo bem porque eu tenho que acordar cedo porque aqui está numa fase foda de trabalho.” E eu: “Tudo bem, te espero na porta.”
Às onze em ponto parei o carro, saltei e fiquei encostado. Saiu um monte de gente, tudo com cara e roupa de estudante, e tudo com cara de quem não quer nada com estudo. No meio deles veio o Ademar, falando com um cara e rindo pra cacete. Eu quase não reconheci ele. Continuava feio, continuava espinhudo, continuava magro e alto pra cacete, mas tinha uma coisa diferente. Estava de terno, com uma camisa branca, a gravata afrouxada e segurando o paletó nas costas. Isso dava a ele um charme muito diferente do Ademar que eu tinha visto no bar. Ele me viu, se despediu do cara e veio na minha direção. Mandou: “E aí, bonitinho? Vamos matar a pizza?” Eu respondi: “Vamos, aqui perto tem uma pizzaria, não sei se é legal mas vamos assim mesmo porque estou faminto.” Ele entrou no carro. Mal ele sentou eu fui logo dizendo: “Ontem voce disse o tamanho do seu pau, mas não falou se ele era grosso ou fino.” Ele deu uma puta risada: “Cara, voce é maluco.” Eu respondi: “É sério. Eu ontem fiquei pensando nele mas o pensamento ficou incompleto porque eu são sabia a grossura.” Ele não pensou duas vezes. Abriu a calça e tirou ele para fora, dizendo: “Olha aí, está mole mas dá para fazer uma idéia.” Eu olhei e respondi: “É grosso.” Ele aí parou de rir e mandou: “Qual é a tua, Leo?” Eu mandei: “A minha é a que eu falei. Quero conversar com voce porque quero ser seu amigo.” Ele respondeu sério: “Eu não estou acreditando muito nisso. Eu acho que voce está querendo saber como é um cara fodido, diferente dos seus amigos.” Eu respondi meio puto: “Para com isso de fodido, deixa de ser complexado. Voce ontem disse umas coisas legais, foi legal comigo, tentou até me ajudar. Então eu quero continuar o papo, dessa vez longe daquele lugar escroto. É só isso. Dá pra gente conversar?” E ele: “Claro que dá. O que pode acontecer é eu ficar com tesão em voce. Mas isso não tem importância porque eu resolvo o caso na punheta. Eu tenho uma lista de caras em que eu tenho tesão, e fodo a minha mão pensando neles. Já estou acostumado com essa porra.” Disse isso com uma voz de conformado. Eu falei: “O seu pau é bonitinho, todo liso, sem veia. Aliás põe ele pra dentro que a gente já está chegando.” Chegamos na pizzaria e fomos logo fazendo o pedido. Eu falei: “Eu quero ser seu amigo de verdade. Por enquanto não é amigo que não se larga. Não é isso. Eu queria apenas um cara que eu pudesse bater um papo de vez em quando. E eu achei que voce tinha uma cabeça boa.” E ele: “Tudo bem. Manda aí o papo.” Eu mandei: “Que tal a gente começar contando um para o outro como a gente é e como rolou a nossa vida até hoje. Não acha que é um bom começo?” Ele mandou: “Tudo bem. Quem começa?” Eu respondi: “Deixa que eu começo. Comigo foi tudo simplezinho. Eu não sabia que eu gostava de menino. Eu desde que me entendo por gente faço natação. Assim desde que eu era minúsculo que tomava banho junto com os outros meninos no Clube. Claro que a gente olhava para os coleguinhas pelados. Sempre rolava aquela de ver se o pinto e o saquinho do colega era igual ao nosso. Depois a gente acostumava e nem olhava mais. Quando vinha um menino novo ele era avaliado logo no primeiro banho. Mas tudo sem malicia, sem nada. Às vezes rolava de um ficar de pinto duro. Aí era a maior gozação e a tendência era do cara ficar com vergonha e tentar esconder com a mão. Olhar para as bundas quase não rolava e quando acontecia era mais para efeitos de gozação e sempre em relação aos mais gordinhos que tinham bunda grande. Mas a gente foi crescendo. Aí aconteceram duas coisas. Primeiro que a gente passou a tomar banho com garotos mais velhos que, por conseqüência, eram diferentes da gente: os pintos eram maiores e alguns já tinham cabelinhos. Segundo porque a gente já maliciava as coisas, de modo que as comparações de pinto e pentelho eram assuntos correntes. Eu tinha nove para dez anos quando eu fiquei amigo pra caralho de um carinha. A amizade foi uma coisa natural porque ele, além da natação, era meu colega de turma no colégio e a gente morava perto. Assim tinha dia que a gente passava junto o tempo todo. Depois começou a rolar aquela de um ir na casa do outro para estudar, para brincar, etc. Claro que aí já rolavam umas conversas de sacanagem, quase sempre a respeito dos comentários feitos por algum outro colega sobre de alguma coisa que nos despertava a curiosidade. Pulando muita coisa a gente descobriu que segurar um no pinto do outro era gostoso e deixava a gente de pau duro. Depois meter os pintos na boca um do outro. Mais gostoso ainda. E nós fomos crescendo. Descobrimos a punheta e aprendemos a gozar. Ainda aquele gozo que não saia nada. Primeiro na punheta e depois um na boca do outro. A partir daí eu descobri que no banho do clube eu tinha passado a olhar os meninos de uma maneira diferente. Ficava imaginando como seria legal punhetar ou chupar algum colega. Já tinha até umas preferências. Outra coisa que eu me liguei. As meninas não me diziam nada. Os colegas viviam falando que tinham visto os peitinhos de uma, as calcinhas de outra e que aquela outra dava tesão nele. Comigo não acontecia nada disso. Eu não tinha tesão em nenhuma menina. Uma punheta gozando junto com o meu coleguinha e maior amigo valia muito mais que qualquer peitinho ou calcinha. Um dia, o Carlinhos, esse é o nome dele, depois que a gente tinha batido um papo muito sacana com alguns colegas onde rolou conversa a respeito de viado e de por na bunda ele deu a idéia da gente por na bunda um do outro. Eu topei de cara. As primeiras tentativas foram frustrantes. Não conseguíamos encontrar os buracos, e quando conseguíamos não acontecia nada. Punheta e chupada eram muito melhores. Um dia ele veio com a novidade que tinha saído porra do pinto dele. Eu morri de inveja e bati uma punheta nele para ver como é que era. Achei aquilo o máximo. Mas a gloria dele durou pouco por dois motivos: primeiro porque começou a sair do meu pinto também e depois porque um colega nosso, que era muito mais adiantado do que nós, com um pinto bem maior do que o de todos os demais e com pentelho por todo o lugar, até debaixo do braço, bateu uma no banheiro do clube, na frente de todo o mundo e o que saiu de porra quando ele gozou era em muito maior quantidade, sem falar que era branca, enquanto que a nossa era transparente, parecendo água. Eu quase morri de tesão quando eu vi. O Carlinhos também. Nesse dia quando a gente ficou junto sozinho fizemos de tudo. Ambos com o cara na cabeça. E fui eu quem deu a idéia da gente meter na bunda, mas aí sério, enfiando mesmo até gozar. Nesse dia quando eu gozei eu amei o Carlinhos. E a coisa foi por aí. Eu disse para ele que amava ele, que queria ser namorado dele e ele disse o mesmo para mim. Já estávamos com quase quatorze anos e as nossas fodas eram fodas mesmo, com tudo o que tinha direito e que acabavam sempre com um gozando na bunda do outro. Ficamos assim um tempão. A gente quanto estava sozinho ficava de mãos dadas, nos beijávamos de língua, lambíamos os nossos peitinhos. Pausa para dizer que eu tenho um tesão doido nos peitinhos...” O Ademar que estava calado esse tempo todo interrompeu: “Eu também, eu quase gozo só de ficar passando o dedo neles e beliscando.” Eu continuei: “Dizíamos um para o outro que a gente se amava pra caralho. Mas o Carlinhos depois de um certo tempo foi ficando diferente. Não demonstrava o mesmo tesão. Tinha tarde que ele até dizia que não estava a fim de sacanagem. Eu não. Continuava amando e tendo o maior tesão nele. Ficava super frustrado quando ele não queira foder. Um dia ele falou que tinha arranjado uma garota e estava namorando ela. Eu já estava desconfiado do troço. Fiquei super triste. Foi aí que o Fernando apareceu. Ele era um cara mais velho três anos do que eu. Bonito de fazer gosto. Um corpo divino. Nos conhecemos na praia. Ele tinha chamado a minha atenção e eu fiquei olhando para ele. O resultado é que apesar do calor eu não pude cair na água, porque o meu pau tinha endurecido e ia aparecer na sunga. Ele sacou o troço. Levantou-se de onde ele estava e veio conversar comigo. Perguntou se eu não estava com calor. Eu fiquei vermelho pra caramba e dei uma desculpa. Mas ele olhou para baixo e sacou o troço. Aí a conversa dele mudou. Disse que eu era lindo, um tesão mesmo. Eu disse o mesmo para ele. Acabou que saímos da praia e fomos para o apartamento dele. Ele já era comissário de bordo e morava sozinho porque a família dele é de Minas. A nossa primeira foda foi inesquecível. Pausa porque está me dando vontade de chorar. Espera um pouco.” Calei a boca, tentando segurar as lágrimas. A reação do Ademar me surpreendeu porque ele disse, com uma raiva genuína: “Filho da puta!!!” Eu consegui segurar o choro e continuei: “Aí começamos a foder com maior freqüência. O Carlinhos nunca mais fodeu comigo. Continua meu amigo pra caralho e está quase casando com a namorada dele, não casou ainda por falta de grana. O Fernando e eu começamos a namorar de verdade. Ele tem isso de ficar uns dias fora quando viaja. Mesmo aí ele nunca deixa, digo, deixava de me telefonar. Falava coisas lindas para mim. Um dia ele falou que tinha comprado um caralho de borracha que era igualzinho ao meu pau, no tamanho, na grossura e tudo e que estava com ele enfiado no cu e batendo uma punheta, pensando na gente. Pediu para eu fazer o mesmo e eu bati com o dedo enfiado no cu. Gozei que nem um doido. E fomos levando a nossa felicidade. Eu era feliz pra caramba. Já fazia planos da gente casar para sempre, etc. etc. etc. Ninguém nos dava tesão. Não olhávamos para ninguém, éramos nós e só nós. Até que apareceu o moleque que eu te falei ontem. O garoto era um tesão realmente. O puto deu descaradamente em cima de mim. Chegou até a segurar no meu pau, num dia que a gente estava nadando na praia depois da arrebentação. Arriou a sunga e me mostrou o pau dele que estava durão. Aliás um puta pau, deve ser do tamanho do seu. A bunda do sacana é a coisa mais bonita que eu já vi. Mas eu não quis nada com ele. Eu era apaixonado pelo Fernando e nunca iria por o chifre nele. E aí fiz a besteira de contar o troço para o Fernando. Pior ainda, apresentei o carinha a ele. E aí eu me fodi. O Fernando, no dia do meu aniversário, me disse simplesmente que estava namorando o garoto e que o nosso caso tinha acabado. Pausa porque eu vou chorar de novo.” Enquanto eu chorava, disfarçando, claro, o Ademar repetiu o ‘filho da puta’ e segurou na minha mão. Eu gostei da mão do Ademar. Era quente e macia. Ele ficou de mãos dadas comigo debaixo da toalha, fazendo carinho com o polegar. Eu chorei o que tinha de chorar e mandei: “Agora conta voce.” Antes dele começar a falar eu notei que ele estava com os olhos cheios d’água. Não falei nada e ele começou.
“Comigo não foi simplesinho como voce falou. Muito ao contrário. Sexo para mim é sofrimento, sempre foi. Mas fazer o que? A gente nasce de um jeito e tem que levar a coisa. Eu sou do interior. Morava com os meus pais e três irmãs numa fazenda que a gente tem. As minhas irmãs são muito mais velhas do que eu, a menor é mais velha dez anos. Eu sou o que se chama temporão. Mas era o filho homem que o meu pai sempre quis. Em mim ele via o cara, machão como ele, que, no futuro, iria tomar conta da fazenda e encher ele de netos. Mas eu nunca fui macho. Desde pequeno que eu me ligo no sexo masculino. Achava todos os peões da fazenda o máximo. Achava os animais machos também. Ficava olhando os animais cruzarem só para ver os paus entrarem nas bucetas das fêmeas. Se eu via um cavalo de pau pendurado, mesmo sem foder, ficava de pau duro, agarrando a minha pica. Primeiro puxando e depois punhetando, coisa que eu descobri uma vez ao ver um peão batendo uma atrás de uma árvore. Esse dia foi marcante para mim, porque eu vi o cara de pau durão na mão, fazendo o vai e vem no maior tesão e esporrando depois. Claro que eu experimentei em mim. Gozei pensando nele e achei uma maravilha. E eu fui crescendo. Na escola da cidadezinha onde eu estudava, eu tinha tesão em todos os meninos. Absolutamente todos. Nunca tinha visto nenhum pelado, mas já tinha mijado junto com alguns e visto os pintos deles. Eu sempre fui picudo. Assim é que quando eu entrei na adolescência o meu pau deu de crescer. Com menos de quatorze anos já era maior do que o pau de muito peão. Nessa época eu tinha desenvolvido estratégias para ver sem ser visto os caras mijando e, muitas vezes, punhetando. No interior peão só fode em puteiro, isso quando tem dinheiro para pagar as putas e eles quase nunca têm. Desse modo os caras saem para punheta mesmo. Não sei por que os caras gostam de bater ou no mato encostado em árvore ou na beira do rio. Isso é usual pra caramba. Entre eles, digo, bater um na frente do outro ou um no outro, isso nunca rolou, que eu tenha visto, pelo menos. O meu pau cresceu pra caramba, eu cresci pra caramba e as merdas das espinhas deram de aparecer. Com 16 anos já eu tinha barba e pelos pelo corpo todo. Um dia pintou na fazenda um peão novo. Era um moleque de uns 17 anos. Bonito ele não era, mas era super moço e eu morri de tesão por ele. O cara, naturalmente, ficou meu amigo. Se não estava no trabalho ficava de papo comigo. A gente saía para pegar passarinho, para andar a cavalo, enfim fazer todas as coisas que moleque de fazenda faz. Nunca tinha rolado nenhuma sacanagem entre a gente. Eu já tinha visto ele mijar e a coisa tinha ficado nisso, comigo batendo punheta me lembrando do pau mole dele. Mas um dia eu estava andando de bobeira e ouvi uns gemidos. Segui o som e la estava o carinha, encostado na árvore na maior punheta. Ele, diferente dos demais que quase nunca arriavam as calças, estava com as calças arriadas até a metade das pernas. Aí eu vi direitinho as coxas dele, os pentelhos, o pau durão empinado para cima. Ele gemia feito um condenado. Eu nem esperei. Comecei a bater a minha. Eu acho que ele acabou primeiro e acabou me ouvindo gozar. O fato é que quando eu dei por mim, ele estava na minha frente, ainda suspendendo as calças. Aí, rindo pra caramba, falou que eu tinha um pausão. Na maior cara de pau pediu para eu arriar as calças que ele queria ver o meu pau todo. Eu, besta, fiz o que ele tinha me pedido. Aí ele pediu que eu virasse de costas para ver a minha bunda. Eu atendi. Nessa hora ele me pegou e me abraçou com força. Ele era muito mais forte do que eu que sempre fui esse varapau que voce conhece. Eu senti que ele tinha posto o pau para fora e que estava encostando ele na minha bunda. Pedi que ele parasse com aquilo mas ele nem aí. Mandou ver e eu senti uma dor terrível quando ele, aproveitando a melação que ainda escorria da punheta que ele tinha batido, enfiou o cacete em mim. Eu gritei e ele tapou a minha boca com a mão. Mas ele não aliviou. Foi até o fim e eu senti a porra dele entrar no meu cu. Quando ele acabou me largou e eu fiquei sentado no chão, com o cu todo arrebentado. Ele aí falou que se eu contasse para alguém o que tinha acontecido ele ia dizer para o meu pai que eu era o maior viadão que dava a bunda para todo o mundo. Eu não era viado. Gostava de homem e de macho, é certo, mas eu queria os caras, queria foder eles, nunca fui passivo, no sentido de que tinha tesão em dar a bunda. Mas tinha sido comido. O cara ainda completou que ia querer me comer mais vezes, que eu tinha um cu escroto e cabeludo mas que depois que enfiava era gostoso pra caramba. E ele assim fez. Volta e meia me comia. Um dia implorei a ele que segurasse no meu pau e me fizesse gozar. Ele me deu uma porrada na cara, dizendo que ali o viado era eu, não ele. E a coisa foi seguindo, até que um dia ele estava me comendo no estábulo e o meu pai chegou e me pegou dando o rabo. Na mesma hora me sentou muita porrada, me chamou de tudo o que era nome feio, despediu o peão na hora e me expulsou de casa, apesar dos pedidos insistentes da minha mãe que até o ultimo momento ficou agarrada em mim. Eu caí na estrada. Sem rumo, sem grana, sem nada. Tinha exatos 16 anos. Não tinha acabado o curso básico. Enfim estava fodido, absolutamente fodido. Para a minha Cidade eu não ia poder ir porque se o meu pai me pegasse lá ia me sentar o cacete ou fazer coisas piores. Aí me veio a idéia de que tinha de ir para a estrada e tentar pegar uma carona num caminhão. E foi o que eu fiz. Eu não tinha idéia de que eu era feio. Não me achava feio, mas não era como alguns colegas que eram bonitinhos, lisinhos, etc. Eu tinha a meu favor ser muito novo. Tudo bem, eu era cabeludo e tinha espinha, mas o meu corpo era magrinho, bem de garoto mesmo. Não sabia, nem tinha idéia que eu poderia usar isso. Descobri na segunda carona que eu peguei quando o caminhoneiro começou a me alisar, a querer meter a língua na minha boca e a dizer que eu era um tesão de garotinho. Finalmente o cara pediu para eu chupar o pau dele. Eu não topei e ele parou o caminhão e mandou eu saltar. Era quase noite e eu ia ficar parado na estrada. Ai perguntei para ele se eu chupasse ele continuava a me dar carona. Ele falou que sim. Eu então chupei ele. Foi horrível porque o cara fedia a suor e acabou gozando na minha boca. Mas me deu carona até aqui. Ainda pagou uma Coca Cola para eu limpar a boca. Ele me deixou num subúrbio. Eu saltei e fiquei lá sem saber para onde ir. Foi quando o Miguel apareceu. Perguntou o que eu estava fazendo ali. Eu contei uma mentira, dizendo que tinha fugido de casa e que um cara tinha me dado carona e me deixado ali. O Miguel é mais velho do que eu, mas é um cara foda de boa praça. Ele tinha verdadeiramente fugido de casa e trabalhava num supermercado e morava num quarto numa casa de cômodos naquele bairro mesmo. Aí disse que se eu não me incomodasse de dormir no chão eu podia ficar no quarto dele por aquela noite. Duas coisas aconteceram então. Eu já estava imaginando ter de dar o cu para passar a noite, rezava apenas que o Miguel não tivesse a pica muito grande. Mas não rolou nada disso. O carinha me levou para o quarto dele e ainda me emprestou o sabonete dele para eu tomar um banho, coisa que ele justificou dizendo que não estava fazendo aquilo por mim, mas por ele, porque eu estava fedido pra caramba e ia empestear o quarto dele todo. Me deu ainda comida. Ele trabalhava no supermercado onde roubava uns troços que ele trazia para casa. Assim abriu uma lata de salsicha e me deu. Eu devorei a porra sozinho. Aí, de banho tomado, fiquei esperando o que ia rolar. Ia esquecendo. Ele ainda me emprestou uma camiseta e uma cueca, ambas rasgadas mas limpinhas. Não rolou nada. O Miguel se meteu na cama dele, me deu boa noite e se virou para a parede. Num instante eu ouvi ele ressonar. Me estiquei no chão e dormi também. Acordei com o Miguel me sacudindo, com o dedo esticado com um troço branco nele. Achei que aquilo era vaselina e ele ia me meter na bunda. Mas não era nada disso. Ele, rindo, falou: ‘pega essa pasta de dente e vai limpar a boca’. Eu fui. Aí vesti a minha roupa e a gente saiu. Bem, pulando muita coisa. Fiquei morando com o Miguel. Nunca rolou nenhuma sacanagem entre a gente. No começo ele batia punheta e eu batia também, mas nunca seguramos um no pau do outro. Mas aí rolou uma coisa chata. O Miguel é bonitinho pra caramba, o tipo de garotinho que gosta de estar sempre arrumado e limpinho. E o Miguel é homossexual, como ele mesmo me disse. Naquela época ele fodia com um cara, mas não eram namorados, não rolava papo de amor, era só foda. Eu acabei me apaixonando pelo Miguel. Um dia falei para ele que estava morto de amor por ele. Ele ficou super sério e falou: ‘Ademar, eu não sinto nada por voce, não tenho tesão em voce, mas gosto de voce pra caralho, pra caralho, voce é o irmão que eu nunca tive. Não queria perder a sua amizade. Então me diz de verdade. Dá para voce segurar a sua onda? Se der tudo bem a gente continua junto, se não der voce vai ter de se largar.’ Eu topei porque amava ele, é verdade, mas gostava muito mais dele como amigo. Ele ainda falou: ‘Ademar, a partir de hoje a gente não vai mais punhetar junto, nunca mais. Tudo bem?’ Eu topei e a coisa passou a ser assim, como é assim até hoje. O Miguel é a coisa mais preciosa que Deus me deu. Me arranjou emprego no supermercado, me fez voltar a estudar. Eu depois fiz um curso de contabilidade e comecei a melhorar de vida. Arranjei um quarto só para mim. E é assim que eu vivo. Ponto final na porra da história.” Parou e ficou me olhando com os olhos cheios d´água. Eu estava doido de vontade de chorar de novo. Cara, que merda de vida e eu ainda reclamando. Mas aí perguntei: “Me diz uma coisa, Ademar, voce nunca fodeu?” Ele respondeu: “Já comi uns viados que eu peguei na rodoviária e os caras me deram grana. Fora isso nada. Olha, Leo, eu só tenho uma pessoa na minha vida: é o Miguel.” Eu, sem pensar, num impulso que eu não pude resistir, mandei, olhando para ele sério pra caramba: “Então a partir desse momento voce tem duas: o Miguel e eu.” Ele deu uma risadinha: “Deixa de frescura. Voce ficou com pena de mim. Não precisa. Com a minha vida eu já estou acostumado. Levo ela na boa. Foi a vida que Deus me deu, e considerando o que me aconteceu, eu estou levando ela na boa, progredi muito.” Eu respondi, na maior seriedade: “Ouve bem, porque eu não vou repetir. Eu não tenho pena de ninguém. Acho o sentimento da pena uma merda porque quem sente pena se sente superior ao outro. Eu não sou assim. Eu te disse ontem que queria ser seu amigo. Não sei por que eu disse, mas é isso o que eu sinto.” Ele tinha largado a minha mão. Tínhamos acabado as pizzas que eu fiz questão de pagar. Saímos. Fui em direção ao meu carro e falei: “Entra aí que eu vou te levar em casa.” Ele respondeu: “Ta maluco? Eu moro longe pra caramba e voce ainda se arrisca a ser assaltado.” E retruquei: “Entra na porra do carro. Se voce não aceitar vai ser a maior ofensa que alguém já me fez.” Ele entrou. Assim que se sentou pegou no celular e ligou para alguém. Falou baixo pra caramba e eu não entendi o que ele falou. Depois desligou e foi me ensinando o caminho. Claro que eu fiquei absolutamente perdido, não tinha noção de onde eu estava. Até que chegamos numa rua. Ele perguntou: “O carro tem tranca e alarme?” Eu disse que tinha e ele mandou eu estacionar em frente a um prédio muito velho, mas arrumadinho. Saltou e disse: “Vem comigo.” Eu achei estranho, mas antes de seguir ele mandei: “Olha, Ademar, a gente não vai poder se ver todos os dias porque eu tenho uma vida muito apertada, mas queria que voce prometesse que a gente vai se falar todos os dias. Na hora em que voce quiser, voce vai ligar para mim. Promete?” Ele riu e disse: “Prometo. Aliás para isso voce tem de me dar o seu numero, porque voce não deu até agora.” Eu ri e dei o numero que ele meteu no celular dele. Entramos no prédio, subimos três andares pela escada. Entramos num corredor. Ele parou em frente uma porta e bateu. Eu estava achando a porra esquisita pra caramba, estava até com um certo medo. Abriu a porta um cara de uns vinte e poucos anos. Bonito pra caramba. Eu adivinhei logo, mas ele foi apresentando: “Miguel, esse é o Leo.” O cara mandou a gente entrar. A gente se sentou em volta de uma mesa que tinha no meio do quarto. O Ademar e eu numas cadeiras e o Miguel na cama. O Ademar contou para ele tudo o que tinha se passado com a gente desde a véspera. Não esqueceu de dizer que eu estava de coração partido (achei a expressão antiga e cafona pra cacete mas me segurei) e contou por alto os meus troços. O Miguel ouviu tudo calado. Ou melhor, riu pra cacete quando o Ademar falou no cara metido e contou que o tal Dinho tinha sido o escolhido da noite. E o papo foi rolando. Já eram umas quatro da manhã quando o Miguel deu o papo por terminado dizendo que ia acordar às seis horas e estava morto. A gente se levantou e saiu. O Ademar na frente. Numa hora o Miguel segurou forte no meu braço e disse baixinho, junto do meu ouvido: “Olha, cara. Não saquei qual é a sua, mas se voce fizer o Ademar sofrer eu te mato. Mato mesmo, vou te procurar no inferno e te mato. Sacou?” Eu não respondi. Saímos, andamos por um monte de rua e eu acabei deixando o Ademar no prédio dele, aliás muito melhor e mais moderno do que o do Miguel. Saltou e veio na minha janela e falou: “Leo, voce foi legal. Me fez um bem que voce nem pode imaginar. Obrigado. Obrigado mesmo.” Eu, sem pensar, mandei: “E vou fazer muito mais. Vou começar ensinando a voce a acabar com as espinhas.” Ele riu: “Isso é impossível.” Eu falei: “Pode acreditar. O irmão da minha mãe é um puta dermatologista, hoje mesmo eu vou falar com ele.” E sem esperar a resposta arranquei com o carro.
Cheguei em casa já dia claro porque errei pra caralho para achar o caminho. Tomei um banho, mandei um café puro e me larguei para a faculdade. De tarde fui para o Banco. Passei o dia babando de tanto sono. Resolvi não sair. Estava no meu quarto vendo um programa merda na televisão quando o telefone tocou. Era o Ademar: “Prometido e cumprido. Estou telefonando como eu prometi. Cinco minutos de papo porque mais do que isso eu vou cair morto de sono.” Eu respondi: “Então segura aí. Falei com o meu tio. Ele mandou eu comprar um monte de creme que eu já comprei e que vou te dar quando a gente estiver junto. Mas mandou dizer que a partir desse momento voce vai lavar a cara com sabão de côco a cada cinco minutos. O dia inteiro, menos quando voce estiver dormindo. Voce vai fazer?” Ele riu e disse: “Posso começar amanhã?” Eu respondi sério: “Não. Vai desligar o telefone e vai lavar a porra da cara. E mais uma coisa. Voce nunca mais vai espremer uma porra de espinha. Nem uminha. Nunca mais. Promete?” Ele mandou: “Prometo, porra. Até amanhã.” E desligou o telefone.
No dia seguinte ele telefonou. E no outro e no outro. No terceiro dia eu falei: “Topa da gente se encontrar?” Ele respondeu: “Hoje é quinta, amanhã é sexta e eu vou fazer serão, nem vou na aula. Mas no sábado tudo bem.” Eu falei: “Então eu te pego. Marca o lugar. Ele explicou: “Me pega às cinco da tarde na estação Botafogo do Metro.” Eu mandei: “Fechado. Às cinco do sábado.”
Antes de continuar tenho que falar como estava a minha cabeça. Comigo mesmo e em relação ao Ademar. Alguma coisa tinha mudado. Não tinha esquecido o Fernando. Longe disso, o porra continuava inteirinho dentro de mim. Mas era só a lembrança. Diferente de antes não estava me dando tesão. Claro que bati punheta, mas os sentimentos estavam diferentes. Na sexta feira o Carlinhos me telefonou. Foi logo perguntando como eu estava. Eu falei que estava sentindo muita paz, como há muito tempo não sentia. Ele foi logo afirmando: “Procurou o escroto do Fernando e ele consentiu em te dar uma colher de chá, voce é maluco mesmo.” Eu falei que não e contei muito por alto que tinha conhecido um cara tão ou mais fodido do que eu e que eu estava a fim dele. A frase saiu assim e foi só depois que eu me dei conta do que eu tinha falado. O Carlinhos reagiu na hora: “Legal isso. Vai transar com ele que vai ser legal.” Eu ri: “O cara é feio pra caralho. Exagero meu. Ele apenas não é bonito, mas não está rolando essa de transa, é só companhia mesmo, gostei de papear com ele.” O Carlinhos mandou: “Duvido que não seja transa. Mas tudo bem, se ele está te fazendo bem é o que interessa. Mas não faz o cara de tábua de salvação porque isso não existe. Se liga.” E eu: “Fica frio. Se rolar alguma coisa eu te conto. Beijo na Patrícia.” E desliguei o telefone.” O Ademar não me saía da cabeça, não tinha me esquecido de uma só palavra dele, seja no bar escroto, seja na noite que a gente saiu e nos contamos as nossas coisas, seja nos telefonemas telegráficos dele. Uma coisa que eu descobri é que a feiúra dele tinha se tornado um troço irrelevante. Não estava propriamente com tesão nele, mas a possibilidade de rolar alguma coisa não era para ser afastada. Nem que fosse somente uns abraços e uns beijos, onde eu pudesse mostrar o meu afeto por ele. Me lembrava do troço mais sexual que tinha rolado entre nós que foi quando ele me mostrou o pau dele no carro. Eu não esquecia do troço. O pau lisinho e grande estava gravado na minha memória. Não esquecia do calor e da textura da mão dele. Lembrava da voz dele. O Ademar falava baixo, com um sotaquezinho do interior. Falava devagar, tipo como escolhendo as palavras. E, acima de tudo, eu queria pra caralho me reencontrar com ele. Era como se fosse um amigo de fé que eu não via há muito tempo. Queria ficar com ele, queria muito. Mais do que isso não conseguia sacar. Enfim no sábado eu estava estacionado na saída do Metro. Ele apareceu. Alto e magro, cabelão. Estava de jeans com camisa de colarinho e a manga enrolada. Uns tênis meio cafoninhas mas muito limpos. Veio em direção ao carro. Nem esperou e foi entrando. Sentou-se e me olhou sério. Eu peguei no banco de trás um saco com os cremes de pele que eu entreguei explicando: “O modo de usar eu escrevi exatamente como o meu tio disse. Quando acabar me diz que eu falo com ele de novo. E tem a lista de umas comidas que voce tem de evitar.” Ele pegou no saco e falou: “Não espremi espinha nenhuma vez. Voce está vendo que tem umas que estão para estourar. E lavei a porra da cara direitinho. Só agora que eu lavei antes de sair de casa e ainda não lavei de novo. Onde é que a gente vai? Rola da gente tomar qualquer coisa? To doido por uma cerveja.” Eu falei para ele: “Ademar, apesar da gente se conhecer tão pouco voce confia em mim?” E ele: “Por que voce está perguntando isso? “Eu mandei: “Responde, porra. Confia ou não confia?” Ele parou um tempão antes de responder e acabou mandando: “É certo que vem merda aí. Mas tudo bem. Confio.” Eu falei: “È justamente para não dar merda. Mas voce tem de confiar.” E ele: “OK. O que é que voce quer perguntar?” Eu disse: “Não é perguntar. É que eu vou te levar num lugar.” Não falei mais nada. Ficamos de papo. Eu contei que tinha achado o Miguel um carinha legal. Não contei que ele tinha dito que podia me matar. Fui em direção à Barra da Tijuca. Numa hora eu dei a volta numa praça e embiquei o carro e parei. Ele olhou e quase deu um berro: “Porra, cara. Ta maluco? Motel?” Eu respondi seco: “É. Um Motel. Vamos entrar. Te pergunto mais uma vez: voce confia ou não confia em mim?” Ele com uma voz sofrida: “Foda-se. Pelo menos o colchão é macio e os lençóis são limpos.” Eu entrei, recebi as chaves do quarto. Parei o carro e a gente subiu. Abri a porta dando passagem para ele entrar primeiro. Ele entrou e ficou parado. Eu aí peguei ele pelo braço virando ele de frente para mim: “Eu pensei pra caralho. Pra caralho mesmo. Quero ser seu amigo como eu disse desde o primeiro dia. Mas a gente é gay. Então estamos aqui, sozinhos, e vamos nos testar. Uma coisa que eu quero que voce saiba, e saiba muito claramente. O que a gente vai ou não vai fazer é que vai nos mostrar o que vai rolar conosco. Mas a gente tem que ter sempre na cabeça, e eu tenho na minha e quero que voce tenha na sua, que o principal é manter a nossa amizade. Acima de tudo. Deu para sacar onde eu quero chegar?” Ele, seco, quase meio puto, mandou: “Voce quer foder comigo?” Eu respondi: “Não sei. Isso é o que eu quero saber. Mas sei que quero ser seu amigo e seu irmão para sempre. Disso eu sei e tenho certeza.” E ele: “E como é que isso vai rolar?” Ele estava tenso, dava para se perceber claramente. Eu, ao contrário, estava super calmo. Assim, na maior segurança falei: “Tira a roupa e fica pelado que eu vou fazer o mesmo.” Ele, muito devagar, foi tirando e eu também, até que ficamos nus um na frente do outro. Eu de cara vi quatro coisas: o pau dele era grande mesmo, ele tinha uma pentelhada fantástica, mas era muito menos cabeludo do que eu imaginava. Tinha cabelos cerrados nas pernas e um pouco nos peitos e as pernas dele eram as pernas mais finas que eu já tinha visto. Ele estava olhando fixo para mim, examinando o meu corpo com a maior atenção. Eu vi que o pausão dele tinha dado uma inchadinha, quase nada. Estiquei o braço e dei a mão para ele e falei: “Vem sentar aqui do meu lado. Olha, Ademar. Eu pensei muito e cheguei à conclusão que voce é a coisa melhor que eu já tive. Voce tem uma cabeça que me completa como de nenhuma outra pessoa. Tudo bem que eu fui, e acho que continuo sendo, apaixonado pelo Fernando. Mas ele em anos não me fez o bem que em dois dias voce me fez. E isso eu não quero perder. Mas tem o troço do sexo. Será que a gente pode ser amigo sem sexo? De uma forma ou de outra voce conseguiu isso com o Miguel...” Ele interrompeu: “Mas eu sofro como um condenado com isso. O tesão que eu tenho por ele não tem tamanho.” Eu falei: “Eu sei disso porque voce me disse. Mas voce não ama o Miguel.” Ele respondeu: “Como amante, como namorado, não. Mas como amigo é o maior amor do mundo. Mas isso não alivia o tesão que eu tenho por ele. Transar com ele é um sonho que não passa. No dia que a gente comeu aquele cara, eu estava na maior merda. Eu com o pau cravado no cu do cara pensando que era o cu do Miguel e vendo o cara chupar o pau do Miguel, eu sentia a minha boca na pica dele. Foi um inferno.” Eu falei, de uma forma categórica: “E é isso que eu não quero que aconteça com a gente. E não vai acontecer porque a gente vai se testar. Se a gente se der tesão a gente vai ser amigo fodendo. Se a gente não se der tesão a gente vai ser amigo só.” Ele aí, com um voz sofrida mandou: “Mas Leo, como pode passar pela sua cabeça que eu não fique com tesão em voce? Voce é lindo, tesudo pra caramba, o sonho de qualquer um. Voce pode não ter percebido, mas quando a gente estava de pé e eu olhando para voce o meu pau começou a inchar.” Eu falei: “Eu vi, Ademar. Agora ainda não aconteceu, mas lá em casa, eu fiquei pensando em voce. Não no seu corpo que eu estou vendo só agora, mas em voce, em como voce é, do jeito que voce fala, pensa e expõe as coisas e o meu pau endureceu. Tudo bem, eu reconheço que tudo isso parece coisa de maluco. Possivelmente é mesmo, mas eu queria saber o tamanho da minha amizade por voce. Vamos transar e vamos ver o que acontece. Só chamo a sua atenção para uma coisa. Vamos transar normal, não vai ser pensando nas coisas que eu estou falando. Se der certo deu. Eu pensei pra caralho e depois que a gente conversou na pizzaria eu tive certeza: a vida está nos dando uma chance. Então vamos em frente. Voce topa?” Ele respondeu, apertando a minha mão que eu não tinha soltado: “Eu quero beijar voce.” Eu me aproximei dele. Sem abraçá-lo encostei os meus lábios nos dele. Ele entreabriu a boca como que pedindo que eu enfiasse a minha língua nela. Eu enfiei. Ele tinha gosto de pasta de dente na boca. Ficamos ali, enroscando as nossas línguas um tempo enorme. Eu aí fui enlaçando o corpo dele com os braços. Ele era fininho, delicado. Nessa hora senti perfeitamente que o meu pau começava a inchar. Longe de estar duro, mas eu sentia aquele calor nos culhões. Saí da boca do Ademar e comecei a beijar o pescoço dele. Ele deu um suspiro. Eu fui descendo em direção aos peitinhos dele. Apesar dos cabelos do peito eu vi que eram dois círculos grandes, com uns bicos grandes também que quando eu toquei com a língua endureceram quase que na mesma hora. Aquilo me deu tesão. Mordisquei com a maior delicadeza e ele disse alto: “Meu Deus! Não para!” Eu continuei. Chupava e mordia um brincando com o dedo no outro e depois trocava. Numa hora eu afastei o corpo e olhei para baixo. O pau dele estava duro. Um pau muito grande e grosso, mas bonito, porque era lisinho, parecendo pau de adolescente. Ele numa voz diferente da voz dele normal mandou: “Deixa eu chupar os seus.” Eu falei: “Vem.” Ele se aproximou. Os meus peitos, diferente dos dele são pequenos, mas estavam durinhos. Ele começou fazendo volta com a língua de uma forma super delicada. Numa hora encostou a boca com força e ficou mexendo nos biquinhos com língua. Eu sentia como um choque elétrico que ia até o saco. Numa hora afastou o corpo, e me pegando pelos ombros fez eu deitar na cama. Subiu em cima de mim e me abraçou com uma força que eu nem imaginava que ele fosse capaz. Enfiou uma perna no meio das minhas. Eu sentia o pau dele esfregando em mim, e sentia o meu esfregando no dele. Eu estava doido. Ele suspirava forte. Me beijava enfiando a língua na minha boca. Afastava a cabeça e ficava de boca aberta esfregando a ponta da língua dele na minha. Eu sentia uma pressão na minha bexiga, como se eu estivesse com vontade de mijar. Eu saquei o que era e perguntei: “Ademar, voce quer gozar? Porque eu quero.” E ele, sem olhar para mim porque estava com a cara enfiada no meu pescoço falou: “E como a gente vai fazer?” Eu disse: “Vou passar lubrificante na minha barriga e no seu pau, vou fazer o mesmo comigo. A gente fica se esfregando até gozar. Mesmo que demore a gente goza assim.” Me levantei, peguei no lubrificante que estava no saco de creme que eu tinha dado para ele e peguei no pau dele. Ele tinha uma pele comprida na frente que eu, na maior delicadeza, puxei para trás. Apareceu uma cabeça cor de rosa da ponta da qual saia uma melaçãozinha. Passei o lubrificante no pau e na barriga dele. Ia fazendo o mesmo comigo mas ele falou: “Deixa que eu faço.” E pegou o meu pau com as pontas dos dedos. Eu não tenho pele muito grande, mas ele puxou toda para trás. Lubrificou. Depois fez eu deitar de novo. E novamente subiu em mim. Meteu as pernas entre as minhas e começou a balançar o corpo. Eu acompanhava os movimentos dele. Ele curvava a barriga para frente para aumentar a pressão nos nossos paus. Ficamos assim um tempo enorme. De repente ele deu um grito que até me assustou. Eu senti que ele começava a gozar. Sentia o esperma quente dele inundar a minha barriga. Eu não via mas ele devia esporrar muito. Eu aumentei a velocidade dos meus movimentos, procurando desesperadamente gozar. Ele urrava. Literalmente urrava de prazer. Cravava as unhas nas minhas costas. De repente começou a chorar. Os berros do gozo foram substituídos pelos soluços. Aquilo me deixou absolutamente doido. Numa hora eu senti o gozo vir. Era uma coisa que eu nunca tinha sentido igual. Tomava conta do meu corpo todo. Naquele momento eu entendi que nunca mais queria deixar o Ademar se afastar de mim. Foda-se se ele era feio, foda-se se ele tinha espinha, foda-se se ele era esquelético. Estava ali o meu amante. O cara que nunca tinha me acontecido antes. Eu gozei como um condenado. Ele apertava a barriga dele contra a minha. Até que eu acabei e relaxei. Ele fez o mesmo mas não saiu de cima de mim. Procurou a minha boca novamente e me beijou. Eu sentia os nossos paus duros como se a gente não tivesse acabado de gozar. Com os braços apertei o peito dele contra o meu. Ele continuava chorando. As lágrimas escorriam, molhando o meu pescoço. Numa hora eu perguntei: “Voce está chorando por que?” Ele respondeu: “Não sei. Deu vontade e eu deixei o choro vir. Eu acho que é de felicidade.” Aí eu falei: “Vamos tomar um banho. A gente se melou todo.” E ele completou: “E está fedido de porra.” Eu retruquei: “A gente está cheirando a porra, aliás o quarto todo está, mas não é fedor, e o cheiro da gente que estamos dando um para o outro.” Ele foi se levantando. Os pelos da barriga dele eram porra só. Me levantei também. Ele se dirigiu para o banheiro e eu fui atrás. Aí eu vi que ele tinha uma bunda pequenina, mas linda, bem arrebitadinha. Do meio das nádegas saiam uns pelos pretos em quantidade. Chegamos no banheiro e eu abri o chuveiro. Testei a temperatura e puxando o Ademar pela mão, meti ele no box. De inicio ficamos parados olhando um para o outro, deixando a água escorrer na gente. Depois eu me aproximei dele e abracei com força. Ele correspondeu ao abraço. Peguei no sabonete que estava lá e comecei a ensaboá-lo. Como ele era super cabeludo fez a maior espuma. Ele fez o mesmo comigo. Eu sentia que ele estava doido passando a mão na minha pele lisa. Numa hora ele se abaixou e pôs o meu pau na boca. Eu afastei a cabeça dele dizendo: “Não, aqui não. Vamos fazer isso na cama, um olhando para o outro.” Ele deu uma risadinha. Mas se levantou. Eu passei a mão testando se toda a nossa porra tinha saído dos nossos corpos. Depois desliguei a água e pegando numa tolha fiz um arremedo de secar ele. Ele pegou noutra e fez o mesmo comigo. Fomos para a cama. Eu deitei ele e afastei as pernas dele, entrei no meio. Aproximei a minha boca do pau dele. Era um pau muito grosso. Mal conseguia colocar ele na boca. Puxei a pele dele novamente e meti a boca na cabeça. Fiquei lambendo, e fazendo um pequeno vai e vem. Ele começou a suspirar forte. Segurava na minha cabeça e me pegando pelos cabelos movimentava ela para frente e para trás. Eu abria a boca o mais que podia. E o pau dele foi entrando na minha boca. Era liso, era super suave. Eu queria muito aquele pau. Olhava para a cara dele. Ele estava de olhos fechados. Eu tirei o pau dele da boca e falei: “Abre os olhos, e fica olhando nos meus enquanto eu chupo.” Ele fez. A cara dele, reclinada na minha direção era a cara do maior carinho do mundo. Eu falei: “Ademar, se punheta e esporra na minha cara.” Ele falou: “Punheta não. Voce topa que eu esporre dentro da sua boca?” Eu aí falei para ele: “Depois voce vai esporrar sim, quero beber voce todo, mas antes quero que voce esporre dentro de mim.” Ele me olhou: “Voce quer que eu meta em voce?” E eu disse, sem nenhuma duvida: “Quero!” E ele: “Eu vou machucar voce.” Eu retruquei: “Vai sim, vai me fazer sofrer, mas é porque eu quero. É uma forma de eu me entregar a voce para voce ter certeza que eu quero ser seu.” Ele aí não falou nada. Me deitou de costas, suspendeu as minhas pernas olhou para o meu cu. Aproximou a cabeça e deu uma lambida nele. Depois pegou o tubo de lubrificante. Pingou umas gotas no meu rabo e espalhou com a mão. Depois meteu o dedo no meu cu e enfiou. Não doeu, eu achei legal. Ficou fazendo vai e vem um tempão. Depois enfiou outro dedo. Aí doeu um pouco quando anel esticou. Voltou a fazer um vai e vem novamente. Aos poucos eu fui relaxando o cu e a dor diminuiu. Ele aí tirou os dedos do meu cu e levantou mais as minhas pernas, abrindo elas um pouco. Pegou o lubrificante e melou o pau dele. Ele fazia isso na maior seriedade, prestando atenção no que fazia. Aí aproximou o corpo e encostou a ponta do pau dele no meu anel. Eu tranquei o cu e ele falou: “Relaxa.” Eu tentei e não consegui. Ele forçou o corpo. Custou, mas a ponta do cacete dele entrou. Foi a maior dor que eu senti na minha vida. Não consegui segurar o berro. Ele perguntou: “Quer que eu tire?” Eu respondi; “Não. Vai só devagar e dá uma parada de vez em quando para eu acostumar.” Ele ficou um pouquinho parado. Aí eu senti ele enrijecer o corpo e enfiar mais um pouco. A dor foi o dobro da anterior. Eu soltei outro puta berro. Eu sentia o anel alargado pela grossura do pau dele. Ele parou novamente. Aí a dor não aliviou. Eu estava sofrendo pra caramba, mas estava feliz porque estava dando ao Ademar aquilo que aquele filha da puta tinha tirado dele. As lágrimas corriam dos meus olhos. O meu pau tinha amolecido direto. Ele olhou para a minha cara e disse: “Vou tirar, Pronto, acabou o seu sofrimento.” Eu berrei: “Não tira não! Voce vai gozar em mim!” Ele não tinha coragem de forçar mais. Mas eu disse: “Continua Ademar, quando mais tempo voce demorar mais vai doer. Enfia, porra!” Ele enfiou mais. Dei outro berro. Ele aí disse: “Está quase todo enfiado. Não vou enfiar mais, nem que voce mande. Vou fazer o vai e vem só com o que já está dentro e vou tentar gozar.” E começou a balançar o corpo. Para frente e para trás. Ficou muito pior. Eu senti o pau dele escorregando no meu cu. Parecia um ferro em brasa. Ele não demorou muito a gozar. Numa hora eu senti que ele começou a tremer e a gemer. Aí senti que ele estava inundando o meu cu de porra. Sentia o esperma quente dele dentro de mim. Ele parou os movimentos. Dobrou o corpo e procurou a minha boca. Eu falei: “Tira o seu pau de dentro, pelo amor de Deus!” Ele tirou tudo de uma vez só. Eu senti um certo alívio mas o cu continuava a arder pra caramba. Aí tomei um susto porque o Ademar começou a berrar: “Meu Deus! Meu Deus!” Ajoelhado na cama, com a cabeça entre as mãos ele continuava berrando: “Meu Deus! O que foi que eu fiz! Meu Deus!” Eu, sem entender nada falei: “Cara, o que foi que aconteceu? Fala, porra!” E ele, gritando e chorando mandou: “Ta saindo sangue! Olha como está o meu pau! Meu Deus, olha o que eu fiz!” Eu com dor ou sem dor me levantei com dificuldade e abracei ele: “Calma, cara, calma. Deve ter estourado algum vaso. Já vai passar. Eu já ouvi falar que tem vezes que sai sangue mesmo. Se não parar eu amanhã vou no médico. Fica calmo. Vem aqui. Não olha pra essa porra. Me abraça.” E abracei ele e fiquei embalando o Ademar feito uma criança. Ele foi se acalmando. Já não berrava mais, só chorava. Passava a mão na minha cabeça e dizia: “Me desculpa, Leo. Me perdoa!” E eu: “Não fica assim. Fui eu quem quis. Aconteceu.” Ele chorava direto. Eu aí falei: “Vem no banheiro comigo. Vamos lavar o seu pau e o meu cu. Vem, carinha.” E com dificuldade me levantei da cama. A dor que eu continuava sentindo não dá nem para descrever. Nesse momento não era mais dor, era ardência. Caminhando com dificuldade entramos no banheiro. Eu peguei o chuveirinho e joguei água no pau dele. Com aquele desespero todo e porque tinha gozado o pau dele tinha ficado mole. Eu joguei água nos pentelhos dele e fiz espuma. Com ela comecei a limpar o pau dele. Quando estava limpinho eu me apoiei na pia, dobrei o corpo de pernas abertas e falei: “Vai, cara, afasta as minhas nádegas e vê como o cu ficou. Depois joga bastante água nele que vai aliviar.” Ele obedeceu. Mas começou tudo de novo: “Meu Deus! Meu Deus!” E eu: “O que foi?” E ele: “Está saindo sangue da prega, foi ali que feriu. E está saindo porra direto de dentro.” E eu: “Fica frio. Isso é bom porque mostra que não feriu por dentro e porra tem de sair mesmo. Não ia ficar com o cu cheio de porra o resto da vida. Fica frio. Joga bastante água pra limpar!” Ele obedeceu e voltamos para a cama. Eu deitei e ele ficou de lado para mim, chorando direto. Aí falou: “Eu não disse que sexo era sofrimento? Não falei?” Eu tive de rir: “Cara, doeu pra caralho. Não vou mentir pra voce. Eu quase não tomei no cu em toda a minha vida e voce tem pau grande. Eu sabia disso. Mas ter voce dentro de mim gozando não tem preço.” E ele: “Olha, Leo, se a nossa foda significar esse sofrimento que voce passou não estou mais a fim de foder. Nunca mais. Ficamos amigos e acabou-se.” Eu fiz um carinho nele: “Ademar, pensa que saiu sangue porque voce tirou o meu cabaço. Na mulher dói e sai sangue na primeira vez e toda mulher continua dando adoidado. Pensa assim.” Ele teve que rir: “Voce é maluco. O maluco mais adorável do mundo, mas é maluco.” Parou um pouco, gostando do carinho que eu estava fazendo nele. Parecia um gato. Numa hora ele perguntou: “Voce vai me comer?” Eu respondi: “Se voce deixar eu vou sim.” Ele falou forte: “Vou deixar. Vem logo.” Eu respondi: “Vamos nos amar mais um pouco. Até porque eu estou de pinto mole, parece uma minhoquinha, ainda mais em comparação com a sua pica.” E ele: “Não, a gente se ama depois. Agora vou chupar o seu pau até ele endurecer de novo e voce vai cravar ele em mim.” E caiu de boca no meu pau. Chupou pra caramba. Ele custou uma eternidade para endurecer. De qualquer forma estava gostoso pra caramba. Numa hora eu falei: “Fica na posição de frango como eu fiquei.” E ele: “Posição de frango? Que merda é essa?” Eu tinha esquecido da falta de pratica dele. Aí falei: “Com as pernas levantadas me mostrando o seu cuzinho, como eu fiquei para voce.” Ele não falou nada. Se deitou de costas levantando as pernas. O cuzinho dele quase não se via de tanto cabelo. De qualquer forma passei lubrificante nele e enfiei um dedo. Ele não reagiu. Enfiei o segundo dedo e fiquei fazendo vai e vem. Ele gemeu um pouco. Aí lubrifiquei a minha pica. Encostei no cu dele e forcei, explicando: “Se der para relaxar, faz porque dói menos, ou eu acho que deve doer menos.” Ele não sabia relaxar. Assim eu tive que forçar. Quando a cabeça finalmente entrou ele começou a chorar, soluçando alto, dizendo um monte de ‘ais’. Eu enfiava um pouquinho e parava. Voltava a enfiar. Numa hora eu deixei só a cabeça enfiada e fiquei punhetando o corpo do cacete para ver se apressava o gozo. Não adiantou nada. Mas ele visivelmente estava sentindo muito menos dor do que eu, o que seria de se esperar porque o meu pau é infinitamente menor do que o dele. Infelizmente eu custei a gozar, mas quando o gozo veio eu me esvaí dentro do Ademar. Aquele foi o momento mais feliz da minha vida. Eu vibrava, sentia a minha porra inundando ele. Até que eu acabei de gozar. Imediatamente tirei o pau de dentro dele. Aproveitei que ele continuava de perna levantada e fui olhar. O cuzinho estava um pouco avermelhado, mas era só isso. De repente a porra começou a escorrer. Eu, no maior carinho, aproximei o rosto e lambi a minha porra que escorria. Aí, com um gotão de porra na ponta de língua me levantei e dei um beijo nele. Ele não refugou não. Eu aí falei: “Sente o gosto do meu esperma, que é uma coisa que saiu de dentro de mim e que eu estou dando para voce.” Ficamos abraçados deitados um do lado do outro. Eu passei o braço pela nuca dele e ele ficou deitado assim. Deixei o tempo passar. Numa hora eu falei: “Ademar, o nosso sexo não vai ser centrado no nosso cu. A gente vai se amar quando fizer sexo. A gente vai inventar uma porção de sacanagem. Vai rolar esse negócio de meter na bunda só se um de nós quiser e o outro topar. Mas hoje era necessário. Com o tempo voce vai entender. O nosso sexo não vai ser de sofrimento. Eu vou ensinar voce a amar. Vou te dar a chance que a vida não te deu até hoje. E voce vai me amar, tenho certeza disso. Agora eu não tenho duvida disso. A nossa amizade vai ser baseada no amor. Vai ser decorrência dele. Vai ser o resultado e não a causa.” E ele, numa voz baixinha, para que nem as paredes escutassem: “Como é que voce sabe que me ama?” Eu respondi: “Eu levei um tempo para sacar que o que eu senti quando te chamei naquele bar de merda era amor. Mas acabei sacando. E voce?” E respondeu: “Eu só soube hoje que aquilo que eu pensava que era tesão num garoto lindo era amor. Verdadeiro.” Enquanto isso ele estava pegando no meu pau e ficou brincando com ele. Eu fiz o mesmo. Ficamos assim um tempo que a gente não queria que terminasse. Mas a natureza se fez ouvir. De tanto brincar os nossos paus começaram a endurecer novamente. Quando demos pela coisa eles estavam empinadões. Eu não resisti e falei: “Deixa eu ver a sua pica de perto.” Me recostei na cama e medi com a mão aberta. Era maior do que a minha mão aberta. Aí eu falei: “Cara, voce tem mais do que 22 cm. Seu pau é bem maior do que o meu palmo. Quando foi que voce mediu ele?” Ele deu uma risadinha: “Foi junto com o Miguel. Durante uma punheta conjunta ele mediu o dele e eu medi o meu. Mas a gente estava super nervoso, super envergonhado e estava meio escuro. Ele mediu 18 cm porque ele me disse e eu achei que tinha medido 22. Acho que eu vi errado.” Eu tive que rir: “Então na próxima transa eu vou medir o seu e voce vai medir o meu. E vou fazer mais. Vou pegar um barbantinho e vou cortar na medida das nossas picas. Vamos guardar os barbantinhos para o resto das nossas vidas. Vai ser a nossa certidão de casamento.” E comecei a rir. Ele riu também. Numa hora ele perguntou: “Como é mesmo que se chama aquele troço que um chupa o pau do outro ao mesmo tempo?” Eu respondi: “69”. Ele então falou: “Vamos fazer essa porra e vamos gozar um na boca do outro para a gente sentir o gosto da nossa porra, quentinha, na mesma hora que ela sair de dentro da gente.” Ele ficou por baixo e eu por cima. Ficamos nos chupando direto. Eu fazia variações e de vez em quando e chupava as bolas dele. Ele só chupava. O tempo que demorou eu não saberia dizer, mas ele acabou gozando primeiro do que eu. Mas não foi muita diferença. O que foi diferente é que eu quase não consegui engolir a porra dele tal a quantidade e ele engoliu a minha na boa. Quando acabamos, ficamos ainda um pouco deitados e fomos tomar banho. Nos lavamos. Isto é, um lavou o outro. Aí ficamos ainda nus conversando. Eu falei: “Voce notou que quando voce estava naquele desespero porque estava saindo sangue eu te chamei de meu amor?” Ele riu e disse: “Não ouvi nada. Mas eu sei que voce me ama. E eu amo voce.” Aí nos vestimos e eu fui levar ele em casa.
A partir daquele dia fizemos o par mais feliz do mundo. Hoje, e isso tem quase oito anos, continuamos sendo. Teve troços chatos, troços divertidos e troços escrotos. Entre os chatos é que a amizade dele pelo Miguel foi esfriando. Ainda se falam, e a gente até sai junto de vez em quando, mas aquela amizade única e exclusiva acabou. Por outro lado eu apresentei ele ao Carlinhos. O moleque adorou o Ademar. O resultado é que ele é padrinho de casamento dele com a Patricia e eu sou padrinho de batismo do Bruninho, o filho mais velho deles que agora com seis anos, é o moleque mais endiabrado e mais mal educado que existe, mas é uma graça. Entre os troços legais está que o meu tio curou as espinhas do Ademar. Não ficou nem marca. Cabeludo ele ainda é mas espinha não tem mais. Eu sacaneio dizendo que não foram os remédios do meu tio que curaram ele, foi a minha língua e o meu cuspe de tanto beijo que eu dou nele. Uma coisa escrota é que o garoto deu um pé na bunda do Fernando porque conheceu um velhote argentino, rico pra caralho, que dá a maior boa vida para ele. Quando isso aconteceu, eu estava com o Ademar já há dois anos. Imagina que o Fernando deu de telefonar para mim querendo voltar. Um dia o Ademar atendeu o telefone e deu um esporro nele, ameaçando até de dar um tiro nele. Tudo mentira porque o Ademar nunca teve arma e não sabe atirar. Mas o Fernando acreditou e não encheu mais o saco. O Ademar fez o curso de economia, se formou e hoje trabalha no mercado de capitais onde ganha dinheiro pra caralho. Com a idade ele ganhou corpo, no que foi ajudado por um pouco de musculação em academia que eu obriguei ele a fazer. Da mesma forma a cara dele sem as espinhas ficou quase bonita. Mas ele continua feinho, adoravelmente feinho. Antes de acabar. Nós nunca mais fomos no “bar dos desesperados”. Até porque não somos desesperados, somos putamente felizes.
Fim.