Voltei para casa com um já conhecido sentimento misturado entre medo, culpa e satisfação. Embora eu desejasse, não havia marcas de biquíni, fotos, nem nada que me denunciasse, exceto a vontade quase incontrolável de me portar como uma femme fatale perante meus pais. Não sei se felizmente, mas o bom senso prevaleceu e me deitei naquela noite para dormir o sono dos justos. O fato de ter permanecido em claro é mero detalhe, que me rendeu belas olheiras no dia seguinte, assim como em alguns outros.
Não conseguia dormir, mas também não tinha coragem de ligar para um amigo perguntando quando ele ia me comer. Conseguem se imaginar almoçando com a sua família e um amigo te ligar para saber quando você o fará mulher? Não há condições. Como já disse, sou uma menininha conservadora que não sabe tomar a iniciativa. Só me restava a esperança de que ele ligaria... Esperança em vão, devo dizer.
Não houve qualquer telefonema, mas a relatividade do tempo é uma coisa fantástica. Para mim foi uma eternidade, incontável por qualquer método, que certamente me renderia uma úlcera a qualquer hora dessas. Eis que após três dias nos encontramos acidentalmente no supermercado do bairro. Quando nos vimos, a tensão foi tão grande que queimaria qualquer eletrônico por perto, salvo o pequeno exagero. Peço perdão pela emotividade, mas juro que tento simplificar ao máximo o turbilhão de sentimentos simultâneos que insistiam em me perturbar. Retomemos a linha narrativa.
Em princípio, pensei em pular em seu colo e abraçá-lo forte, mas achei prudente estender a mão simpaticamente. Já tinha dado bandeira demais por aqueles dias. Fomos enchendo os carrinhos juntos e falando sobre bobagens qualquer, embora ele fizesse algumas menções veladas a nós. Certa hora já não havia mais o que comprar e apenas para estender o assunto, já tinha pegado mais de 10 produtos dos quais não precisava. Ele também e, sem conseguir tocar no assunto, resolveu se dirigir ao caixa.
Não poderia deixar meu homem ir embora só porque não conseguimos ser objetivos. Perguntei então se não ia comprar camisinha e ele titubeou para responder. Complementei dizendo que era para aquela noite na minha casa... Eu daria um jeito, desde que ele chegasse às 08 para o jantar.
Creio que este seja um momento adequado para a personificação. Ao contrário do Alfredo, meu amigo era jovem como eu. Pele muito clara e traços sutis, embora mais alto, um pouco mais encorpado e com certa penugem no rosto (chamar aquilo de barba seria um desrespeito a barbas de verdade). Seu nome é Pedro Henrique, um rapaz inteligente que falava pouco, mas sorria muito, com um jeito tímido encantador.
Naquela mesma tarde, avisei que meu amigo dormiria lá, sob o pretexto de uma briga com sua família e minha mãe concordou. Não sabia se o PH de fato ia, mas isto seria facilmente explicável por uma reconciliação, a qual eu não desejava sequer imaginar. Já estava cansada de adiar aquele momento e passei a tarde me preparando para isso, na medida do possível. A depilação, por exemplo, foi colocada em dia, bem como as roupas foram previamente escolhidas. Agora era só esperar.
E a espera foi válida. Ele não me decepcionou e às 19h já estava lá. Ficamos jogando videogame na sala, enquanto o jantar não ficava pronto. A empregada nos serviu e, lado a lado na mesa, pude alisar seu pênis por alguns instantes, bem como ele me apertava a coxa por cima da calça quando podia. Meus pais perguntaram um pouco sobre a briga, mas com uma ligeira ameaça de choro do Pedro, desistiram das perguntas. Confesso que sentia certa vontade de rir sempre que o via desviando os olhos do olhar do meu pai. Sentia-me a namoradinha secreta, ainda que não pudesse demonstrar.
Assim se seguiram as horas e um a um foram indo tomar seus banhos e dormir, inclusive eu, que tomei meu banho primeiro e fui para o quarto, aproveitando para me preparar enquanto se limpava aquele que seria meu homem pelas próximas horas. Assim foi. Quando ele passou pela porta do quarto, eu já estava com meu corpete de seda prateado, muito justo, delineando minha cintura, uma calcinha - fio-dental, como todas as que tenho - da mesma cor, de seda rendada, uma saia de couro preto até metade da coxa, igualmente justa e, nos pés, uma sandália prateada para completar o visual.
A maquiagem estava forte, predominantemente em tons azul-prateados nos olhos, em congruência com as roupas, mas em contaste com o rosa cintilante da boca, bem como o do blush. Estava apreensiva, procurando a posição certa para aguardá-lo, mas antes tinha que cuidar dos cabelos, nas pontas dos quais, após escovar, tratei de fazer babyliss. Enquanto tentava me decidir, a porta se abriu. Era ele, com seu forte cheiro amadeirado de macho, que me deixava louca. Reconheceria aquele 212 for men em qualquer lugar.
Perguntei onde foi que paramos da outra vez e em seguida já estava deitada com ele sobre mim, destruindo minha produção com sua volúpia abrasadora, dando a impressão de que suas mãos se multiplicavam pelo meu frágil corpo e o envolviam. Não cheguei a notar quando minha calcinha já estava perto da janela e eu, com a cabeça sobre os travesseiros, recebia passivamente seu pênis entre meus lábios, enquanto suas mãos seguravam minha nuca por ambos os lados.
Melhorei nesta modalidade, comparado à primeira vez e embora ainda não tivesse toda a perícia desejada, já conseguia acertar as áreas de prazer com maior facilidade. Mas não podia deixá-lo gozar ainda, então interrompi prematuramente. Puxei minha saia para cima, fiquei de quatro e prometi que se me chupasse gostoso o cuzinho, eu daria a melhor cavalgada que ele já recebeu. Não precisei ouvir a resposta, até porque atrapalharia sua língua que neste momento já me deixava louca, enfiando a cara na fronha para abafar os gemidos.
Ele continuou com uma maestria insuperável e eu não agüentava mais esperar, quando o empurrei para trás com minha bunda e me aconcheguei sobre o seu colo. Não demorou a estarmos encaixados e eu, novamente sentindo aquele prazer indescritível enquanto nos abraçávamos e beijávamos. Era um pênis diferente e totalmente novo. O segundo de minha vida, mas estava muito mais fogosa do que na primeira vez.
Sem movimentos bruscos, eu rebolava, como gostaria de ter rebolado naquele dia do cinema, escorada em seu peito. Queria falar quanto prazer me dava, mas só conseguia gemer em seu ouvido, da mesma forma que ele fazia no meu, nos intervalos dos beijos. Em dado momento, lembro que fui pega pela cintura e então o movimento foi acelerado por ele, indo para cima e para baixo com certa violência, até que senti aquele jorro quente dentro de mim pela primeira vez.
Na euforia, acelerei ainda mais o movimento, aproveitando o pouco tempo que restaria com aquela delícia dura que me preenchia e ao som dos estalos de minhas ancas batendo vigorosamente em suas coxas, comecei a gemer alto e gozar em sua barriga, exatamente no momento em que minha mãe abriu a porta do meu quarto, não trancada por displicência do Pedro. Eu não conseguia parar de gozar, embora já tivesse pulado para o lado e involuntariamente tentasse ajeitar a saia, como se isso fosse ajudar em algo, diante da cara de indecifrável espanto que fazia a minha mãe.