Um ponto acerca do conto:
Leio regularmente os contos publicados aqui, de preferência os que falam a respeito da primeira vez.
Confesso que cheguei ao 27 sem ter experiência homossexual consumada.
Por isso, os contos gays despertaram meu interesse quer por minha falta de experiência quer por curiosidade mesmo.
Outro fato é que alguns relatos me deixaram duvidas.
Entrei numa sala de bate papo e fiz contato com alguns passivos.(que são quem realmente sentem a coisa com todos os tamanhos na historia)
Dentre eles, um foi extremamente solicito e esclareceu minhas duvidas, da melhor maneira possível e a gente estendeu a conversa num dado momento perguntei como tinha sido a primeira vez dele, ele me respondeu.
O relato a seguir é baseado nesse depoimento. Preferi que não inventar características físicas o que a principio achei desnecessário.
Enfim, vamos ao conto.
Nota: Só vou contar essa historia porque Marcos e July se encontram até hoje, ainda que sem romance, mas totalmente sem remorsos. Obs.: July tem hoje 23 anos, Marcos não sei, mas acredito que no máximo uns 34.
Quando July falou sobre sua iniciação, me veio de pronto os versos do Guilherme Arantes: Eu sinto muito cada dor que te marcou...
Mas em seguida ele disse o quanto gosta... (e tinha gostado da penetração de Marcos) conclui que provavelmente apenas o tenha feito mudar seu jeito de amar...
Ou nem isso.
Verdade é que para alguns o dia amanhece mais cedo.
Marcos era ajudante na oficina mecânica do pai de july, o Seu Donato, um sujeito de Dois Corações literalmente.
Faziam churrasco todas as vezes que o Corinthians ganhava, e em 1998, foram vários.
Eu mesmo, me lembro dessa época... nascia o Todo Poderoso Timão.
Domingos, quintas, quartas, sábados.
Geralmente ficavam na oficina mesmo, mas na final, uma quarta-feira á tarde,
Seu Donato resolveu festejar em casa.
Deu timão na cabeça.
E Marcos conheceu July, que naquela época era Julinho.
Julinho era único, único filho, e único a comemorar os gols do Corinthians esmurrando o saco de Marcos.
Voltaram a se ver nas feiras escolares de Julho de1999.
A mãe o colocou de castigo na oficina.
Ficou os primeiros dois dias de cara amarrada dentro do escritório. Depois acabou seduzido pelo velho Olds.
Ficaram amigos e na semana seguinte Julinho voltou por si mesmo, entusiasmado com marmita e tudo.
Marcos almoçava na oficina e fazia plantão. (anotando telefonemas, recebendo veículos para revisão, levando clientes em casa) depois do almoço ficavam de bobeira, Julinho estava na fase do Duvida? E ficava o tempo todo a perguntar se Duvida que eu faço... Que eu pego... Que eu tenho... e por ai adiante, quando a resposta era Duvido! Ele recorria á intermináveis apostas.
Faz se necessário ressaltar que nunca pagava as perdidas e nunca perdoava as ganhas.
Foi numa dessas que tudo começou.
Acho que ele não se lembra mais qual foi a aposta, mas certamente não esqueceria do prêmio: Dirigir a pickup do pai.
Marcos ficou tranqüilo, o guri não alcançava nos pedais e deu corda sem receio.
Porém três dias depois, surgiu uma ocasião, que estando Marcos no lugar de Julinho, não deixaria passar: um cliente deixou o carro para fazer revisão e Marcos o levou de volta á sua residência, que era numa chácara e 1,5 km da cidade. Julinho junto. Não teve como escapar e mediante a insistência do menino concordou em deixá-lo conduzir o veiculo na volta até a entrada da cidade, caso ele não se importasse de faze-lo sentado no seu colo.
Julinho topou numa boa, até mesmo porque não haveria outra oportunidade tão cedo, e acabaram mesmo conduzindo a quatro mãos até ao pátio da oficina.
O menino eufórico, o rapaz temeroso.
Marcos pediu segredo, afinal, Seu Donato podia não gostar.
Julinho concordou... Desde que Marcos o ensinasse a pilotar de verdade...
-A gente usa o Olds, completou-ele.
Olds, era a relíquia do Seu Donato, um Oldsmobile em reforma no fundo do galpão. Marcos anteriormente o usava para seus cochilos, e estava em cima de cavaletes, o que deixava o volante maneiro, não era uma má idéia. No dia seguinte, almoçaram, passaram a corrente no portão e levaram o telefone sem fio e o bloco de ordens de serviço para o velho Olds.
Marcos começou a lição pela ignição, mostrou o volante, falou rapidamente dos mostradores do painel e quando passou para os pedais, Julinho pulou para seu colo e conforme marcos dizia: O da esquerda é o..., o garoto deslizava para conferir, voltava num solavanco leve e dava uma reboladinha se ajeitando. Foram três vezes apenas, mas o suficiente para que involuntariamente Marcos sofresse uma ereção. Respirou fundo, e pediu para ele voltar para o banco do carona: Vamos passar para o cambio. - disse. Julinho recusou, e depois de um risinho sapeca, levantou o bumbum, e por cima do tecido fino do macacão acomodou a pila de Marcos entre as suas pernas voltando a sentar-se no macio. Marcos tentou protestar, impedindo mas Julinho o tranqüilizou explicando que ele e os amigos brincavam disso na escola só que claro, que ele nunca deixava que chegassem tão perto.
Marcos entre envergonhado e aliviado respirou fundo mais uma vez, só que dessa levou pra dentro o cheiro dos cabelos do menino. Repassou os comandos e encerrou a lição do dia.
Na lição seguinte, Julinho deslizou novamente para o colo do rapaz, justificando que não estava conseguindo acertar as marchas com a mão esquerda. E feito a fabula do homem que chorava perolas e matou a amada para ter mais lagrimas ao invés de simplesmente comprar cebolas, Marcos o deixou ficar, quando podiam ter trocado de lugar.
Conclusão, no intervalo de uma marcha e outra, Julinho descansa a mão na coxa do rapaz, dado momento a desliza e mergulha entre as pernas dele, puxa com algum esforço a alavanca torta e quente para fora, pede para que Marcos se acomode de forma que consiga sentar-se sobre a sua barriga, põe a verga entre suas pernas, e começa a fingir que é a dele.
Marcos está surpreso e zonzo, quer parar e não quer que pare, está agarrado ao banco sobre os ombros evitando escorregar-se fora do assento, tenta enxergar o que se passa com sua ferramenta e não consegue; só vê o pescoço de Julinho, tenta alcançar o retrovisor, em vão, então, rende-se, e fecha os olhos imaginando a visão que o menino tem dali, de si mesmo com um membro desproporcional enrijecido, massageando num misto de curiosidade e desejo de que o tempo voe, seja generoso e transforme seu brinquedinho em algo próximo daquilo. No fundo da consciência Marcos está se recriminando, Vendo se de fora, pelo vidro entreaberto, não dá para evitar o asco de si mesmo. É a presa e o predador, o menino e o lobo brincando de amiguinhos. Mas as juntas do joelho viraram gelatina, e os dedos estão cravados no couro do banco e no apoio da porta, ele até gostaria de interromper, mas o pensamento não se move, está prestes a se transformar num chuva fina, numa garoa e evaporar-se. Julinho, sentado e com as duas mãos ocupadas, vasculha, apalpa, descobre e volta a cobrir aquele cogumelo vermelho, procura o final do mastro e investiga com os dedos a circunferência, num momento de calculo inexato, conclui que é maior que de todos os seus colegas juntos, está exagerando por pouco. E desliza as mãos para cima e para baixo, numa punheta desajeitada, áspera e dolorida . Marcos sente as nádegas escorregarem pela sua barriga enquanto Julinho se deita com a cabeça agora sobre seu peito, puxa o caralho do rapaz junto, Feito um cavalinho de pau se empinando. Marcos ofega, no pátio, o sol explode num retrovisor jogando reflexos surreais nas paredes enegrecidas, parecem fantasmas sádicos se divertindo com a cena, o rapaz está torpe, mas consciente que não sonha., apenas volta a si com o menino dizendo: Olha, sinto o coração batendo aqui. E esguicha. Arde e lateja, e vem uma nova golfada.
Julinho parou os movimentos e está assustado, soltou a mangueira e olha as mãos vazias, estão a meio caminho de algum lugar entre o rosto e o coração, elas querem ajudar as palavras a saírem, até que, se volta e percebe Marcos desolado pergunta: -Machuquei você?
-Não. Marcos responde enquanto devolve Julinho ao banco do lado, Complementa: - É que isso não podia ter acontecido. (continua)