Vou contar o que vivi há dez anos atrás,obviamente alterei os nomes dos envolvidos...No mais é tudo real.
É um relato sensual,de uma época de boas sensações.
Havia publicado este conto com o nome "Namoradinhas",mas me atrapalhei tentando republica-lo desta forma,
sobre este novo título.Aos bons corretores da gramática, tentarei não ferir vossos olhos... Mas se acaso ocorra erros absurdos, me desculpem. Tentarei numa próxima vez evitar errar muito - risos -.
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A vida é a melhor escola, costumam dizer. Pois bem.
Passei por várias escolas até finalmente me estabelecer em uma e concluir meu Ensino Médio, realmente não gostava de perder contatos com as colegas de classe, mas, invariavelmente era o que acabava por ocorrer. Parece que quando estudamos cada ano é uma grande etapa da vida e se você não faz do cotidiano é esquecido - os jovens esquecem rápido, eles se lembram das matérias até a prova chegar, depois... Esquecem- talvez, relatando parte do que vivi há uns quatro anos me faça não esquecer e continuar praticando uma matéria bem interessante chamada: aproveitar a vida.
Não mudei fisicamente desde aqueles anos "uniformizados”, continuo a mesma longínea de pele café au leche e cabelos encaracolados, olhos castanhos e a mesma boca carnuda, meio avermelhada. Enfim, quase a mesma adolescente.Quase.
Talvez me adiante, posso confirmar hoje que não sou "Safo" - nem poetisa e tão pouco sexualmente atraída apenas pelas mulheres - entretanto aquela garota tinha uma áurea sensual nocauteante.Seus olhos negros,cabelos negros...pele branca,baixinha,com pernas meios tortas,arcadas para dentro..Nem um pouco "perfeita",com uma "desbeleza" tentadora.Uma voz rouca,sorriso lindo naquela boca carnuda .. Jovem... Que me perdoem as mais velhas, mas parece que a pele dela tinha juventude nos poros. Nos poros da Kamilla.
Só fui reparar nessas características após o famoso cotidiano escolar. Por falar em ambiente estudantil... Nosso colégio ficava em um bairro próximo ao centro da cidade e era uma antiga sede do governamental, imponente e com algumas árvores no mínimo centenárias. Uma escola estadual com elegância de um ensino privado.
A conheci na hora do lanche, apesar de sermos da mesma classe e talvez, por ser um ano mais velho ou sei lá por qual motivo passou-se naquela cabecinha linda me confidenciou um segredo após algum tempo de convivência:
_ Ninah posso te falar uma coisa. To numa confusão, não quero que saiba por ninguém além de mim..Posso te contar um segredo?
Era hora do recreio, estávamos numa varandinha perto do refeitório. Sentadas no chão com nossos jeans surrados enquanto comíamos cachorro-quente.
Assenti. Ela me olhou meio sem graça e disse baixinho.
_Eu sou lésbica. Ela disse me olhando, para ver a minha reação. Eu demorei uns segundos e resolvi falar alguma coisa antes que fosse mal interpretada.
_É?Legal Kamila...
Kamila me olhou com uma cara séria e achou que eu estivesse “gozando com a cara dela”, segundo suas palavras. Reuni toda a minha coragem e decidi quebrar meu orgulho.
_O que é ser lésbica?
Pronto, ela danou-se a rir e olhar para a minha cara.Deixando-me puta. Naquela época nunca tinha escutado aquela palavra... Talvez tivesse escutado, mas não encaixava naquele momento.
_Sou gay porra, gosto de garotas.
Ah sim, Kamila linda... Doce Kamila..Tinha uma boca tremendamente suja.E ela nem tinha 15 anos..Tão pouco 14..Parece que falar palavrão era uma norma.Uma transgressão.Saindo deste devaneio...respirei aliviada.
_Ah tá... Pensei que você tivesse só mais uma semana de vida, fez uma cara tão estranha para me contar isso. –Eu disse tentando fazer graça.
_Não disfarça. Tu nem sabe o que é lésbica.
E depois de mais algumas piadinhas com a minha cara, ela foi contando sobre o que sentia como tinha que esconder os sentimentos e que estava gostando de uma menina da classe, tinha até mandado uma carta e a guria mostrou a carta para todos.
Após essa confissão e ouvindo-a elogiar alguns atributos da tal paixão mal correspondida... Passei a transformá-la em alvo de meu olhar.E assim passei os meses daquele ano e do próximo numa amizade estreita e quase platônica, a doce Kamilla sabia da minha leve tara por ela e sabia que não poderia ser feito nada..Eu não era lésbica,estava encantada por ela..Tão encantada que boatos sobre o nosso namoro corriam de boca em boca e nunca fizemos questão de desmentir.Os adolescentes podem ser cruéis, mas acima disto são curiosos, ninguém teria coragem de falar em nossa cara sobre os boatos e assim fomos até o último ano do ensino fundamental.Na oitava série tinha feito amizade com outra garota, Kamilla e eu não estávamos mais na mesma classe e essa nova amiga era possessiva. Era nova no colégio e não queria saber de me “dividir com aquela garota estranha”. Levando-se em conta que eu também era estranha. Sobre vários aspectos.
Kamilla sentindo que perdia sua seguidora fiel passou a atacar-me violentamente. Quando me via sentada em algum canto, jogava-se em minhas pernas e sorria. Passava o cigarro dela para mim, dividíamos as mesmas bebidas no gargalo entre olhares cúmplices e piscadelas safadas. Minha amiga Amaterasu nada entendia, ou fazia que não. Virava a cara,saia de perto.Era pudica e demonstrava não gostar nada,nadinha da presença da Milla.
E Milla?
Oras, adorava ser alvo de tanta atenção. E se para ser alvo de atenção tivesse que me provocar, era o que ela faria. Estava decidida a infectar-me com sua lascívia. Sentava do meu lado e como usávamos uns casacões ficava bem colada em mim e enfiava as mãos em minha cintura e ria. Falava em meu ouvido:
_Não gosta mais de mim?To com raiva dessa cabeça chata ai do teu lado.
_E o que você quer que eu faça sua cara de pau?
_Você sabe muito bem... Disse respirando profundamente em meu ouvido, descendo para o meu pescoço e fungando um pouco.
E se levantou sorrindo, deu um tchau e piscando me olhou:
_Até amanhã Ishtar!
E na manhã seguinte era um novo delicioso tormento.Milla perseguia meus passos como uma sombra no banheiro e nas aulas em comum na quadra.Talvez achem que faltava coragem por parte dela,que só ameaçava e pela minha parte,que não arriscava a corresponder de forma séria.Até que um dia quase no final do ano simplesmente aconteceu..
Milla e a galera da turma dela estavam sentados no corredor principal e eu passei apressada procurando o meu grupo de pesquisa e parei por um momento em frente dela.Pensei naqueles anos e não sabia ao certo se iria continuar naquela escola,pensei nos professores falando sobre ir em busca dos sonhos e falei,dirigindo me a ela:
_Vem Milla. E sai correndo sem querer olhar para trás. Correndo com as pernas tremendo e o estômago revirando. Escutava os passos dela me seguindo e sentia meu coração sair pela boca.
Fui para a varandinha daquele verão onde ela me contou que gostava de garotas. Naquela varanda que falava sobre as paqueras dela e eu sobre a minha vida. Ela já não tinha os mesmos cabelos longos, mas continuava com os olhos negros mais sedutores que já vi em uma garota. Parei e senti,minto.Eu desabei no chão pois minhas pernas tremiam.Ela abriu a boca arfando e fez que ia dizer algo, mas não disse.Sentou-se do meu lado e me olhou.
_ O que você quer? Milla me perguntou com sua voz rouca me encarando.
Se eu fosse abrir a boca, não conseguia fazer nada. Então agi. Fui tocando o cabelo dela e passando minha outra mão em sua nuca, tentando tocar sua cintura por baixo do uniforme. Sentia que se ela falasse qualquer coisa eu sairia correndo dali, tinha medo de magoá-la, por que eu sabia. Não era amor, era uma atração ao desconhecido.
Tinha que fazer aquilo e resolver aquela etapa de nossas vidas. Então Milla também foi me puxando pela nuca e cheirando meu pescoço, arranhando de leve minha cintura e pressionando seu corpo de encontro ao meu e mordiscando os lóbulos da minha orelha. Ela estava tomando as rédeas, sabia que eu nunca havia beijado outra, queria se tornar inesquecível. A sensação era que o tempo havia parado. Ela veio me forçando contra a parede, roçava de leve seus seios nos meus e em algum momento me apertou com força e beijou minha boca. Um gosto de bala de menta e cigarros de canela. Foi sugando de leve meu lábio inferior, enfiava de leve a língua e respirava profundamente, sentindo que eu correspondia Milla passou a sugar a minha boca e dava mordidinhas e lambidinhas. Senti que meu coração se debatia contra o dela e uma pulsação entre as pernas. Uma de suas mãos apalpava meu seio e brincava com meus mamilos, a outra estava tentando abrir minha calça jeans quando ouvimos algum grupo embaixo da varada e ao invés de parar, o perigo de sermos pegas nos animou a ir fundo no beijo.
Aquela boca macia me sugando, mordendo e enfiando a língua na minha boca como se estivesse tirando a minha virgindade, me apertando contra a parede. Fomos escorregando para o chão, fiz menção de tentar ficar por cima dela e aquela risadinha tão familiar se fez ouvir. Puxando minha calça mais um pouco para baixo Milla foi direto ao ponto, arriou parcialmente a minha calcinha úmida e enfiou a língua no meu clitóris. Acho que desfaleci, senti que minhas pernas estavam ficando molhadas e que ondas de prazer percorriam por meu corpo. Milla voltou a me beijar, puxando a minha blusa e sugando meus seios. Empurrei aquela moreninha sedutora para ficar deitada no chão e passei as mãos sobre o short de ginástica dela que assim como minha calcinha, estava molhadinha. Abaixei o short, a calcinha e fui enfiando um dedo e vendo Milla se contorcendo e tentando gemer baixinho. Revezávamos enquanto ela tentava me tocar e eu tentava penetrar naquela bocetinha de pelos rasos e negros.Era uma doce tortura,uma delícia.Queria derreter nas mãos dela.
Milla que roçava pelos corredores comigo, que me apalpava minha bunda e dividia cigarros escondidos. Milla que sorria com os olhos e via beleza em todas as mulheres. A esportista, a sedutora e audaz amiga. Ali gemendo com sua voz rouca e gozando nos meus dedos, rolando comigo no chão e me apertando as pernas.Kamilla beijava com um misto de carinho e tesão.Fomos nos acalmando a medida que vários alunos começaram a passar por baixo de onde estávamos. Do nada começamos a rir e a gargalhar durante uns bons minutos.
Nos levantamos sem nada dizer e foi cada uma procurar sua própria turma.
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Nina Ishtar