Meu Amigo me Amava – Início do Plano
“Bico fechado ou sua família, seus vizinhos todo mundo vai saber qual é a sua, qual é o time que vc joga, seu gayzão.” Quando ouço essas palavras da boca do Estevão, com a câmera digital com uma fto bem nítida, bem comprometedora do beijo que o Pedro acabara de me dá, eu gelei. Não estava acreditando que estava sendo ameaçado pelo canalha. Que estava sendo chantageado assim como o Jhonny fora no passado pelo mesmo homem, pelo mesmo canalha. Meu sangue esquenta na hora, e aquela calma que estava tentando manter, assim como tive na carona que ele me deu foi pro água abaixo. Me irrito:
- Seu desgraçado, infeliz, filho da puta. Quem vc pensa que é pra ficar me ameaçando. Olha aqui, não sou o Jhonny não vc está entendendo. Eu conto pra sua mulher, conto pra Dona Nuancy e pra Seu Henrique quem vc é. Ladrão, bandido, canalha.
O Estevão nem se abala com minhas palavras, frio, calculista, começa a sorrir do meu nervosismo, da minha atitude desesperada e manda na lata, sem dor nem piedade. Pronto, estava nas mãos dele, e agora? Numa atitude meio que desesperada avanço pra cima do Estevão, no portão de casa mesmo, e começo a tentar pegar a máquina e quebrar, não iria admitir ser chantageado, não iria mesmo. E a discussão corria solta pela rua:
- Canalha me dá essa máquina, anda, me dá. Olha aqui seu filho da puta eu vou acabar com vc.
- Calma Breninho, que isso. Olha como ele é nervosinho, está alterado é? Olha aqui sei muleke, vai me ameaça, conta tudo pra Estela, pra D. Nuancy e pro meu sogro. Eles simplesmente vão rir da sua cara, vão te chamar de louco, tanto vc qto o Jhonny. Agora qdo eu mostrar essa fto pro pequeno Rick, seu maninho. Qdo eu mostrar essa fto pra D. Zilda, sua mãe, ae vai ser diferente. Eles vão acreditar, sabe por que? Por que tenho uma prova: a foto. Já vc que prova tem? Tá pensando que está lhe dando com muleke rapazinho. Bico fechado, ouviu bem, boquinha fechada, vc não sabe de nda, não viu nda, ou acabo com vc. Boa noite.
Qdo o Estevão diz isso, fico cego na hora, subo nas costas dele, tento tirar a câmera digital de qualquer maneira das suas mãos. Mais como ele é mais forte se protege bem, sempre sorrindo do meu desespero. Na hora dou uma gravata nele e consigo o derrubar no chão, ele é mais rápido se levanta, me dá um chute que caio no chão e me machuco feio. Ele pega a câmera e me olhando caído no chão, sentindo muita dor diz:
- Muleke, não vem bancando o espertinho, o corajoso pra cima de mim que abaixo sua bola já já. Fiz isso com o Jhoninho, e com vc será mais fácil ainda. Olha aqui, não se mete no meu caminho. Só seguir um simples conselho. Vc não sabe de nda, vc não vê nda, e ficaremos todos em paz. Agora se vc não seguir este simples conselho. Aê não poderei fazer nda por vc, vai ter que arcar com as conseqüências. Agora já perdi muito tempo com vc muleke. Boa noite.
E o Estevão vai, entra dentro da casa do Jhonny e eu ali, no chão, humilhado, com o coração na mão. Desesperado, pois naquele momento eu é que estava nas mãos do Estevão, eu era a vítima, e não sabia, não tinha noção do bandido que apareceu no meu caminho, e que nesse momento tinha uma prova, uma foto de um beijo incontestável meu e o do Pedro, na boca.
Entrei em casa, minha mãe já estava dormindo, e meu mano tbm. Tento fazer o mínimo de barulho possível. Vou pro banheiro e tomo um banho, estava com uns arranhões da hora da briga nas pernas e nos braços, doía, qdo passava o sabonete. Vesti uma roupa e tentei deitar, sem fazer barulho pra não acordar meu mano. Não consegui pregar o olho. Acordo, tomo café, minha mãe pergunta sobre o Jhonny, meu mano tbm, falo que está bem e saio pro trabalho. Qdo estou saindo do portão vejo que não há ninguém na casa do Jhonny, respiro aliviado qdo não vejo o carro do Estevão na calçada. Vou indo pro ponto qdo vejo o Pedro. Penso um pouco antes de entrar no carro, olho pelas ruas, todo desconfiado. O Pedro sorri, não entende nda:
- Leke, que ta pegando cara. Vc anda estranho pra caramba.
Decido falar logo tudo, eu tinha muito a perder. Estava desesperado essa é a palavra. Minha mãe, meu mano, geral saber sobre meu relacionamento com o Pedro. O choque que seria pra minha mãe saber que sou gay, nossa não estava preparado, estava tenso. Me sentido encurralado, sem saída, pra mim seria o fim. Desabafo pro Pedro:
- Pedro, estamos, ou melhor. Estou nas mãos do cunhado do Jhonny.
- Como assim leke vc está nas mãos do cunhado do Jhonny. O que ta pegando?
- Pedro cara, ontem por conta da sua infantilidade, dessas doideiras que as vezes bate na sua cabeça me fudi. Ou melhor nos fudemos por que vc tbm pode se complicar.
- Breno para de dar rodeios cara e vai direto ao assunto. O que foi cara, o que aconteceu?
- Pedro, o Estevão, cunhado do Jhonny, que te falei ontem.
- Sim leke, o filho da puta. O que tem ele?
- Então cara... ele da varanda da casa do Jhonny conseguiu tirar uma foto minha e sua cara. Do beijo que vc me deu ontem. E me ameaçou, disse que vai contar tudo pra minha mãe, pro meu mano. Pros meus amigos, pra geral. O cara quer me destruir cara e eu não sei o que fazer.
Começo a chorar de desespero. Sinceramente não estava agüentando mais e começo a chorar. O Pedro de início não estava acreditando muito, mais qdo ele percebe o meu desespero, a maneira como estava tremendo de medo, tenta me acalmar, mais tbm se abala.
- Que filho da puta, que canalha. Calma Breno. Não entra no jogo dele leke. É isso que ele quer, te deixar desse jeito, desesperado. Sem rumo, sem chão. Calma. O mal do malandro é pensar que todo mundo é bobo. Mais um dia, um dia a casa cai.
Eu desesperado começo a chorar, e me irrito com o Pedro:
- Porra Pedro não é hora pra seus ditados de frases feitas cara. O Estevão tem uma fto nossa cara juntos, e está disposto a contar tudo, a acabar com minha vida.
O Pedro me abraça, tenta me acalmar, mais estava desesperado. Sem querer, o Estevão achou o meu maior ponto fraco: revelar o meu segredo, o segredo que escondi de todos, e principalmente de mim mesmo, minha sexualidade.
Vamos os dois direto pro trabalho. Meu dia já começa na sala do chefe tentando explicar o motivo de mais uma falta, prometo recompensar com horas extras nos finais de semana e ele me entende. Ainda bem que meu chefe é compreensivo, nem todos tem essa sorte. O Pedro sempre observando a minha tensão, meu desespero. Chega a Alessandra fazendo maior escândalo:
- Breno por que vc não me ligou. Nossa, gente o Jhonny, aquele tesãozinho amigo do Breno que falei pra vcs que fiquei no meu níver, ou melhor, vcs viram neh. Então, sofreu um acidente. Ahhh que azar, qdo fisgo um bofe, e vamos combinar, gostoso... o lindo sofre um acidente. Anda Breninho manda o endereço da clinica que qdo sair daqui vou visitá-lo.
Disfarço e falo pra Alessandra não ir lah agora, esperar ele ir pra casa, sair da clínica, que a família está ainda muito abalada. Ela mesmo contrariada entende, pois todos sabem como ela é o Pedro me olha, com cara de ciúmes. Mas como ela queria mesmo encher o meu saco, puxou outro assunto, deixando o Pedro ainda mais irritado:
- Gente. O que foi aquilo na minha festa gente. O Breno, no maior amasso com aquela garota, bonita até. Qual o nome dela mesmo Breno?
- Júlia.... Alessandra, Júlia.
- Isso, Júlia. Gente, no maior love, beijo na boca, mão aqui, mão ali. Nossa.
- Alessandra cala a boca e vamos trabalhar.
- Aí Breninho, faltou ontem e quer dar uma de certinho.
A Alessandra continua, estava com a corda toda, e como ontem não fui pra ouvir seus comentários ela fez questão de refaze-los um a um pra mim. E tive que ouvir.
- Gente para tudo, claro que o melhor da festa foi eu e o meu gatinho neh, o Jhonny. Mais o Pedro. Gente o que foi aquilo ‘Migo” se vc não fosse casado, ou melhor, se eu não fosse sua colega de trabalho, se não tivesse com meu gatinho. Nem, te dava uns pegas. Nunca imaginei que debaixo dessas camisetas que vc usa esconde um corpinho daqueles. Gente reparei tudo. Ah Pedro, a Luciana que me perdoe, adoro ela mais estava ali na minha frente tive que olhar neh. Barriguinha sequinha, sem nenhum pêlo, adoro. Gente e o volume.
O Pedro fica sem graça, até algumas meninas do escritório, mais a Alessandra é desse tipo de mulher espontânea que fala o que vem na cabeça, e continua, sem noção, completamente.
- Gente juro. Reparei, balançava, balançava. Pedro, fiquei com água na boca, tu além de ser gostoso é dotado. Adoro, passei mal. Gente juro, passei mal, larguei até o meu gatinho e fui pra rodinha.
O Pedro fica cheio de vergonha, e eu fico o olhando, logo lembro da dança dele, vem na minha cabeça ele comendo o cara loiro no banheiro. Nossa briga. Não agüento, me levanto e ou ao banheiro. Lavo o rosto, qdo abro a porta ele está me esperando:
- Breno, vc ta mal neh? Cara calma, vamos resolver isso.
- E não é para estar Pedro. Depois do seu show na pista. Vc com aquele moço loiro. Temos que conversar mais não agora. Tenho um problema maior, e mais perigoso: o estevão.
- Problema nosso. Breno calma, relaxa leke. Deixa comigo.
Saio da porta do banheiro e o Pedro entra pra disfarçar. Qdo dá a hora do almoço, decido ir visitar o Jhonny, o Pedro decidi ir tbm. Claro que fomos sem levar a Alessandra, se não ela iria querer ir de qualquer maneira e daria o show dela de namoradinha do Jhonny. Chegando lah encontramos D. Nuancy na recepção, estava indo pra casa tomar um banho e descansar um pouco, tinha passado o dia no clínica, ela diz que seu Henrique tinha ido trabalhar e que a Estela estava no quarto com o Jhonny Jhonny. Me despeço de Dona Nuancy, ainda abalada, mais tentando se recuperar do susto, então peço pro Pedro me esperar na recepção e entro no quarto. Qdo abro a porta quase caio duro no chão, vejo o Estevão tapando a boca do Jhonny, meio que tentando o sufocar, dou um grito:
- Solta ele seu desgraçado.
E avanço pra cima dele, que me empurra no chão. O Jhonny tenta pegar ar. Logo chega o Pedro, que embola no chão com o Estevão, uma coisa horrível dentro do quarto do hospital mesmo. E Estevão consegue derrubar o Pedro. Não satisfeito o Estevão manda na lata:
- Esse é seu namoradinho Breno, o leke da foto. Pelo visto já abriu a boca pra ele neh. Beleza então, me poupa e falo logo de uma vez só, pros três. Curto ser bem objetivo. Cunhadinho, Breninho, e o grandão ae, medito a lutador de boxe, sei lah o que. Flagrei, ou melhor, fotografei neh, o Breno ontem dando maior beijão na boca desse rapazinho ae. E hj qdo recebi uma notícia fiquei mais feliz ainda. O namoradinho do Breninho é casado. Luciana isso, o nome da sua mulher, e o nome da menina, deixa eu ler aqui. Luana, olha que lindo, Luciana e Luana, todas com L, que lindo. Pois bem, os três aqui, são amiguinhos neh, e gayzinhos tbm. Sacanagem. Bom... Jhonny eu sei que vc já abriu sua boca, e pra ter um trunfo claro, pesquisei o Breno, e foi acabei descobrindo hj algo melhor do que esperava.
- Estevão seu desgraçado, eu vou te matar.
- Cala boca Jhonny, que nem andar vc pode, que dirá matar alguém. Bom, os três, boquinha calada, caladinha, se não D. Zilda, e agora Luciana a filinha saberão que o papai, o Pedro neh? Esse és eu nome. Então, saberá que o papai é viadinho, e tem um namoradinho, que é o Breninho. Olha que triste, A Luciana recebendo em casa, ou no trabalho uma fto do maridao beijando outro homem. Nossa que barra neh?
No olhar de ódio do Pedro, Jhonny e no meu
Continua...
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e agora temos um blog, ainda em fase de atualização, mais depois todos os contos estarão reunidos nesse endereço. Forte abço. Breno
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