Meu Amigo me Amava – Capítulo 37
Qdo ouço pelo celular que foi o Estevão o responsável pela minha demissão nem acredito, fico perplexo, não consigo mencionar nenhuma palavra sequer, o Pedro que estava ao volante tbm não entende nda, fica preocupado.
Pedro - O que foi leke. Qual o problema?
Breno - Foi ele Pedro... foi ele?
Pedro - Ele quem cara, quem te ligou?
Breno - O Estevão. Ele me disse que tirar o meu emprego foi só o começo. Se eu não lhe entregar todas as cópias dos DVDS, ele vai fazer coisa pior.
Pedro - Que filho da puta, que desgraçado dos infernos.
O Pedro fica indignado com a situação, e eu tbm. Ficamos uns minutos ali, e neste momento passaram inúmeras coisas na minha cabeça, a faculdade, as dívidas como despesas em casa, o carnê da formatura, tudo. Dependia muito daquele emprego, e nem um motivo convincente me deram para me demitir, fui vítima, mais uma, das tantas que o Estevão armou e que ainda iria armar. Porém, o que mais me chateava era que ele tinha a ajuda, a cumplicidade de um cara que confiei, que me entreguei de corpo e alma que foi o Jhonny, isso era o que mais me corroia por dentro.
O Pedro liga o carro, fica pensativo, me olhando, eu ainda no estado de choque, não tendo nenhuma ideia, não imaginando nenhuma hipótese de mudar essa situação. Até que o transito para, e eu num ataque de desespero saio do carro, corro com minha mochila nas costas, estava desesperado. O Pedro pensa em me acompanhar, mas como estava no meio do transito e de carro não podia. Vou em direção a praia, fico igual um desequilibrado correndo na praia, de calça jeans, tênis, mochila, muitos devem ter me visto naquele dia e pensado, “o que este louco está fazendo correndo assim na praia, será que está fugindo?”.
Na verdade eu não vi ninguém neste momento, não enxergava nda, apenas senti uma forte dor, e um sentimento de impotência que me matava. Não voltei para o escritório, passei o dia caminhando na praia, tentando me acalmar, restabelecer o meu controle emocional. Minha vida estava um turbilhão, e mais essa porrada foi forte demais.
Volto para casa já a tarde, quase anoitecendo já, umas seis horas. Qdo estou me aproximando de casa, encontro a última pessoa que desejaria ver, era ele mesmo, o Jhonny, estava na varanda. Eu o olho, depois abaixo a cabeça e entro, qdo me volto pra frente da casa dele, pra fechar o portão, reparo que seus olhos estão cheios de lágrimas, estava chorando. Entro, não me importo. Qdo chego em casa minha mãe logo me pergunta o que houve.
Zilda - O que foi meu filho. Por que não foi pra aula hj?
Breno - Mãe fui demitido... fui mandado embora do serviço.
Zilda - Demitido Breno, mas por que meu filho?
Breno - Não sei mãe. Seu Nestor disse que a empresa fará muitos cortes, e a minha cabeça foi a primeira a rolar.
Zilda - Começa a cumprir o aviso prévio quando meu filho?
Breno - Já essa semana mãe. Logo agora, último ano da faculdade, formatura, tantas coisas pra pagar, até a faculdade atrasada mãe dois meses. O que eu vou fazer?
Zilda - Calma meu filho, morrer de fome eu sei que não vamos, eu trabalho, vc terá seu seguro desemprego, seu tempo de casa, vamos reduzir os gastos até vc conseguir um outro emprego. Mas da faculdade vc não sai, isso posso lhe garantir meu filho.
Breno - Por que tudo dá errado na minha vida mãe, por que?
Começo a chorar, o Rick que estava vendo tudo se levanta, pega um copo de água pra mim, me abraça, pelo que me lembro foram os raros momentos em que o Rick me deu um abraço, deste eu não esqueci. Vou pro quarto, separo umas roupas e vou tomar um banho, vou pra sala, assistir um pouco de tv, mas nda de interessante, então decido pegar a bike e pedalar pelo centro. Qdo saio novamente me deparo com o Jhonny desta vez na calçada da casa dele, finjo que nem o vejo, subo na bike e começo a pedalar. Estava começando a ficar incomodado, sempre vendo o Jhonny, mas no fundo não sentia raiva dele, foi mais decepção.
Acabo chegando até a praia novamente, tranco a bike no bicicletário próximo ao quiosque e vou pra areia, acabo sentando no mesmo lugar onde há algum tempo atrás eu e o Jhonny tivemos uma conversa muito importante, quando ele se assumiu gay pra mim. Esse dia veio a minha cabeça, depois me lembrei da sua reação ao ver o Estevão transando com o Gileno pela web cam de seu computador, dele triste na minha casa, depois de termos uma prova concreta e incontestável que poderá destruir o Estevão, que proporcionaria nossa liberdade, dele ter saído de madrugada da minha casa sem ao menos agradecer, e por último a coisa que mais me machucava, o xeque mate, eu o flagro aos beijos com o Estevão, no seu quarto. A cena da nossa briga, em que o expulsei aos gritos de casa, aquilo começou a me machucar profundamente, chorava muito ali, na areia da praia, a noite, devia ser umas oito e meia da noite, tinham várias pessoas jogando vôlei, futebol, algumas caminhando, namorando na praia, e eu ali, sozinho chorando, sofrendo, me achando a pessoa mais infeliz do mundo. Nisso percebo um passos atrás de mim, vem logo a minha mente a pessoa do Pedro. Nem me viro, fico ali olhando pro mar, não estava afim de mais um aborrecimento, nisso a pessoa se senta ao meu lado, nisso que me viro, é o Jhonny.
Jhonny - Oi Breno.
Nesse momento estava tão triste, tão frágil, que sem raciocinar direito o abraço, dou lhe um abraço forte mesmo e começo a chorar, naquele instante descobrir que não tinha raiva dele, comecei a perceber que no fundo gostava dele de verdade, e que esse sentimento de raiva, as fortes palavras que disse para ofende-lo como “JUDAS, NOJO, TRAIDOR” que isso tudo era apenas leviandades, pois sua amizade, sua presença tinha se tornado algo essencial pra minha vida, descobri que o Jhonny era o meu ponto de equilíbrio, o Pedro me desequilibrava, o Jhonny não, me acalmava, era meu porto seguro.
O Jhonny chora muito também, parecíamos dois manes ali, abraçados, chorando, nem se importando com quem sem sobra de dúvidas começou a observar, notei que havia molhado muito a camisa do Jhonny com minhas lágrimas.
Breno - Jhonny, desculpas cara, perdão por tudo.
Jhonny - Eu que tenho que lhe pedir desculpas cara, pela minha fraqueza, pela minha covardia.
Breno - Não cara. O que vc está fazendo não tem nexo, cara, o Jhonny que eu conheci, que eu conheço, não é um canalha, não me trairia nunca.
Jhonny - Breno cara vc não entende.
Breno - Sim... eu entendo. Olha Jhonny, desculpas, eu sei, agora mais do que nunca, eu percebo que tem alguma coisa errada.
Jhonny - Como assim Breno, o que vc está falando cara?
Breno - Vc saindo repentinamente da minha casa, o Estevão me pressionando, exigindo os DVDS. Sabendo sobre as cópias que fizemos. Tudo se encaixa perfeitamente agora.
Jhonny - Breno, vc está viajando cara.
Breno - Não estava não. Olha, te peço perdão cara. Me desculpas, sei que as evidencias, todas elas, me levam a criticar vc, a te achar um canalha, um filho da puta, mas vou seguir meu coração cara, posso está enganado, sério, mais vou seguir o meu coração, e ele me diz que vc é meu amigo, me diz que posso confiar cegamente em vc.
Jhonny - Breno, olha cara, eu vim aqui pra lhe dizer uma coisa, e gostaria sinceramente que vc me entendesse.
Breno - O que cara?
Jhonny - Olha, eu nunca quis te enganar, vc é um cara maneiro, gente boa mesmo. Breno, cara eu sempre gostei do Estevão, sempre amei aquele cara.
Breno - Mentira, não acredito em uma só palavra sua cara, não tem nexo.
Jhonny - Cara se afasta de mim. Sério, sabia que vc viria pra cá, te conheço. Olha, eu AMO o Estevão, e ele me ama, gostaria que vc se afastasse de mim, e não complicasse o Estevão, eu já disse pra ele a respeito das cópias, do Gileno, tudo cara. Não vou deixar que vcs estragem a carreira, a imagem do homem que eu amo entende.
Breno - Jhonny, cara me diz logo o que está acontecendo, confia em mim cara, não tem nexo, esse não é o Jhonny que eu conheço.
Jhonny - Breno vc vive de fantasia cara, tu acredita em todo mundo, vc sabe disso. Olha, agora será cada um no seu canto. Não vou mais pedir pro Estevão pegar leve com vc, a gente está junto e pronto. Adeus cara.
O Jhonny se levanta e sai, e eu fico ali, vendo o meu amigo, o cara que mais confiava no mundo indo em direção a calçada, ainda com o apoio da muleta.Na minha cara de decepção.
Coninua.....
Galera, desculpem a demora em por as continuações no site, muitas coisas acontecendo na minha vida, a faculdade me pressionando de todos os lados, caso esteja afim de contatos, me enviem um e-mail que com certeza responderei, forte abço, Breno.