Este é continuação da série Reuniões e você somente o entenderá na íntegra se ler os anterioresREUNIÕES, SOB O LUAR DO SERTÃO - Volta à piscina
Aquele menino mexeu comigo desde a primeira noite. Sua maneira de falar, de estar sempre onde é necessário, sua voz suave e doce.
Ele não é bonito, mas seu corpo inspira sensualidade, seu rosto meigo pede carinho. Sei bem o que deve estar passando pelas cabecinhas ocas de minhas filhas, não tão diferente do que eu própria estou sentindo...
(Impressões de Nininha)
Nat leva a tia na piscina
18º Dia
A impossibilidade da companhia de Larissa e Isabelle fez com que as meninas desmarcassem toda nossa programação e passaram os próximos quatro dias orbitando entre a casa grande e a casa pequena.
Fazem o que tem à mão. Baralho, dama, gamão, xadrez, war, assistem filmes e comem como um bando de leões.
Nat passou a maior parte desse tempo cuidando de Larissa e Isabelle. As duas cada vez mais deixavam de lado o acabrunhamento e se abriam mais e mais.
Quando estavam só os três, conversam sobre nossas vidas íntimas, experiências, decepções e desilusões. Apesar da impressão inicial, Isabelle era quem mais falava de sua vida e de seus planos – principalmente depois da sessão de massagem. Larissa continuava um tanto retraída quando o assunto era ela, mas se liberava ao tecer comentários sobre a prima ou qualquer um dos primos.
Isabelle só contou para Flávia sobre a massagem que o primo lhe aplicou, que exigiu uma sessão com ela, o mesmo exigiu a irmã.
Estava meio enfadonho, mas nada podia ser feito para mudar enquanto as acidentadas não se recuperassem.
Temendo criar um clima pesado na casa pequena, Nat e Cíntia resolveram dar um tempo e não mantivemos relações. Silvia continuava dando do em cima primo, o que foi repreendida pelas garotas e também compreendeu que, naquele momento, poderia ser perigoso, também deu uma esfriada.
Tiveram que modificar o modo de vestir, pois vira e torna algum dos tios vinham visitar Larissa e Isabelle, as únicas que tinham “nossa permissão” para ficarem mais à vontade, desde que não completamente nuas. Durante o dia nos comportávamos com sobriedade o que era esquecido após as dez horas da noite, quando a porta do cordão umbilical era fechada.
Flávia, a partir desse horário abolia por completo a roupa. Silvia, em algumas ocasiões também e Cíntia e Nat não chegavam a ficar de todo nus. Larissa, devido o braço enfaixado, não mais vestira blusa – durante o dia ficava de roupão. Isabelle, copiando a prima enfaixada, passou a ficar só de calcinha.
Tudo andava oleado, sem traumas. Mas ele se sentia preso, por isso resolve cavalgar até a piscina para dar uns mergulhos.
- Vai sair, Nat – perguntou a tia Nininha enquanto selava Sarita.
- Vou dar uns mergulhos da piscina.
- Espera. Vou contigo – entrou em casa e retornou logo em seguida vestida em uma calça jeans colada.
Prepara Alazão para ela e saem em um trote lerdo rumo à piscina. Deixaram os animais debaixo do cajueiro e Nat lhe apresenta a construção.
- Pôxa cara! Foram vocês mesmo que fizeram isso daqui? – perguntou maravilhada.
- Foi. Eu e a Cíntia passamos quase uma semana arrumando as pedras e tapando as frestas.
- Quem mais conhece a piscina?
- Além da Cíntia, as garotas e o Ataliba que foi que projetou. Mas ele não vem nunca aqui.
- É um local ideal para banhar sem roupa... – observou.
- Quase nunca uso roupas aqui.
- E as garotas? Elas banharam vestidas?Pelo teu silêncio sei que também elas ficaram nuas! – falou sorrindo enquanto tirava a calça e a camisa.
Estava com uma tanga de banho bem cavada.
- E tu? Vais banhar de calção?Parece que perdeste a língua! – falou sorrindo enquanto se atirava na água límpida da piscina.
Nat senta em uma pedra grande e fica olhando ela nadar com braçadas firmes até o extremo. Segurou-se nas pedras da parede e falou.
- Parece um trabalho de profissional... Bastante firme. – voltou e deitou na grama verde estirando o corpo para aproveitar o sol forte.
Ficou um pouco de papo pro ar e virou-se ficando de bruço.
- A Nadir conversou contigo sobre a Flavinha? – perguntou sem olhar para ele.
Desce da pedra e senta a seu lado.
- Falou, mas a Flávia já havia me contado tudo...
- Minha filha sofreu muito, Nat. Pensei que ela não iria se recuperar do trauma...
- Ela é forte e decidida...
- Sei disso. Puxou a mim.
Vira-se de lado apoiando a cabeça na mão e fica olhando séria.
- Quando a senhora perguntou se eu tinha feito alguma coisa com Flávia, naquele dia não entendi a razão. Quando ela me falou sobre o estupro, passei a entender...
- Sei... Mas vocês já?
- Não! Não fizemos nada. Apenas conversamos muito...
- Porque? Ela não deixa você se aproximar dela?
- Não!... Estamos sempre juntos, mas não pintou um clima favorável...
Ela para de falar e volta a deitar de papo pro ar cobrindo os olhos com as mãos.
- Flavinha me falou como vocês ficam na casa pequena... Pensei...
- Nininha! Ficar nu, olhar o corpo do próximo sem roupa não quer dizer obrigatoriamente que temos que manter relações. O corpo humano é algo tão bonito e saudável que merece respeito e dignidade no seu trato. Tua filha, dentre todas as primas, é a que tem o corpo mais bonito e ela sabe disso, tanto que o mostra com dignidade e respeito sem apelo sexual algum. Não nego que tenho tesão por ela e mesmo que ainda não tenha manipulado seu sexo. Não! Nos dois sentimos atração um pelo outro, mas ainda não bateu, não foi ainda o momento... – para de falar e observa as reações da tia.
- Isso que falas é uma filosofia que nasceu no início do século vinte, como terapia livre ou doutrina médica, buscando o bem-estar físico e mental através da prática nudista – explica olhando em seus olhos - O Movimento Naturista visa o aprimoramento físico e moral do Homem, incentivando sempre o contacto direto com a Natureza. Não basta, pois, ficar nu para se ter um bom naturista. É necessário ter consciência da nudez como fator de integração, uma vez que a correta prática nudista constitui a essência doutrinária do Naturismo, denominado igualmente Nudismo em vários países.
- Sei disso Nininha – fala. – Navegando na internet tomei conhecimento da filosofia que foi introduzido no Brasil em 1949 quando Luz Del Fuego(1) fundou o Partido Naturista Brasileiro.
- Estou cada vez mais impressionada contigo – senta-se. – Cada dia tu me surpreendes com um fato novo. A Nadir tem razão quando diz a todos que tu não existe.
Fica de pé e o faz também levantar. Abraça e beija com violência o sobrinho que não sabe onde por as mãos.
- Só um pormenor! Eu não sou naturista. – tira a tanga e fica parada olhando percebendo que seu corpo o excita.
Devagar e caminhando insinuantemente volta para a água. Não sabe o que fazer, por mais excitado que esteja, não sabe o que fazer.
- Vem Nat! A água ta gostosa – chama boiando no meio da piscina.
Entra na água vestidoLuz del Fuego, nome artístico de Dora Vivacqua, (Cachoeiro de Itapemirim, 21 de fevereiro de 1917 — Rio de Janeiro, 19 de julho de 1967) foi uma bailarina, naturista e feminista brasileira. Dora foi a décima quinta filha de Etelvina e Antonio Vivacqua, de famílias oriundas da imigração italiana no Espírito Santo. Foi irmã do senador Attilio Vivacqua.
Luz del Fuego teve sua vida levada para o cinema em um filme estrelado por Lucélia Santos, que no entanto não retrata nem de perto o que foi a vida desta lutadora.